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Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:30Tu sabe que o Agostinho Carrara eu vou fundo, né?
00:33Vou além.
00:33Esse é que é seu problema, né, Tinho?
00:35Você só pensa nisso.
00:37Parece até um tarado.
00:38O que é o marido poeta ou o marido tarado?
00:41Os dois.
00:42Porque pensa bem, se o marido tarado já é bom,
00:44imagina um poeta tarado.
00:45É o máximo.
00:47Então depois eu faço umas poesias.
00:48Primeiro vamos tratar aqui do Manuel.
00:51Não, Tinho, tem que ser agora.
00:53Agora?
00:54É.
00:54Bom, então deixa eu fazer.
00:55Isso aí nem assim não, né?
00:57Pensa.
00:57Bebel, Bebel, Bebel.
01:01O teu corpo é um violão
01:03igualzinho
01:06um cogumelo.
01:08Não, não rima.
01:09Não rima.
01:09Não consigo arrumar uma rima pra Bebel.
01:11Ah, mas você que tem que saber, Tinho.
01:13Poeta é você.
01:14Peraí, peraí.
01:14Bebel, Bebel, Bebel.
01:16O teu corpo é um violão
01:18igualzinho a um pastel.
01:21Só consigo pensar em pastel, mas...
01:23Tinho, pastel não é legal.
01:25Não é bom, me deu uma fome.
01:27Posso comer?
01:27Porque enquanto eu como eu penso.
01:28Ah, não enrola, Agostinho.
01:30Não tem.
01:32Você ouviu esse barulho?
01:34Não enrola, Agostinho.
01:36Falando sério, eu vi um barulho lá na porta da cozinha.
01:37Tinho, olha pra mim e diz uma coisa bonita.
01:40Cruz credo!
01:41Que safadeza, hein, essa dentro do meu quarto, hein?
01:50Que absurdo, gente.
01:52O Beisola acaba de sair da clínica psiquiátrica.
01:55A dona dessa vez ele está maluco de ver.
01:57O tio quase morreu de susto.
01:58Não, é de medo, é porque eu vou te falar.
02:00Mas a velha é feia, amada.
02:03Eu procurei a casa toda e não encontrei nem o Beisola
02:06e nem a dona Telvina.
02:07Você procurou dentro do armário, pai?
02:08Sei lá, vai ver.
02:09Ele está lá escondido com uma faca na rua.
02:11Imagina, o Beisola não faz mal a ninguém, gente.
02:14Nem maluco.
02:14É, mas no lugar de maluco,
02:15eu acho que é no espelho,
02:16nós devemos ligar pra uma ambulância.
02:17De jeito nenhum, imagina pra rua toda ficar sabendo.
02:20Beisola não merece um escândalo desse, gente.
02:22Mas nós temos que fazer alguma coisa, nenê.
02:24Já imaginou se o tio Juvenal descobre
02:26que a dona Telvina ressuscitou?
02:27Ah, e o bicho vai pegar,
02:29porque do jeito que ele está apaixonado,
02:30ele vai sair correndo atrás dela.
02:31Mas isso aí era até bem feito pro Beisola
02:33levar um crel do tio Juvenal.
02:36Olha que vocês estão proibidos
02:38de contar pro tio Juvenal
02:39que a Telvina voltou, hein?
02:41Ora, ora, ora.
02:45Que beleza.
02:47A família toda reunida.
02:49Pena que eu não posso ficar
02:50pra esta alegre reunião.
02:52Preciso dar uma saída.
02:54Que isso, tio?
02:55Que animação é essa?
02:56O senhor não estava saindo do quarto?
02:57Só saía pra comer e pra ir ao banheiro?
02:59Ué, eu não posso ficar de bom humor?
03:01Depende de onde você vai
03:02com esse bom humor todo, né?
03:03Não vou fazer nada demais.
03:05Só vou dar uma volta.
03:06O senhor me desculpe,
03:07mas hoje o senhor não vai sair.
03:09Por que não?
03:09Porque essa rua aí
03:10tá um perigo.
03:11Imaginou se o senhor sai por aí
03:12e dá de cara
03:13com um maluco solto?
03:14Ou então não é uma penada, né?
03:15Ah, bobagem.
03:17Eu não acredito em alma.
03:18Mas eu acredito em bobagem
03:19e o senhor não vai fazer nenhuma hoje.
03:20Eu vou sair daqui sim.
03:22Vou sair e ninguém vai me impedir.
03:25Se o senhor sair por essa porta,
03:26eu vou junto.
03:30Imbecil.
03:35O coronel tá aceso, hein?
03:36Ele já sacou
03:37que a dona Eteovina tá na área.
03:38Como é que ele pode ter descoberto
03:39assim, então, de repente?
03:41Não sei, mas eu vou tentar descobrir
03:42bem rápido
03:43antes que aconteça o pior.
03:49Vamos embora, Marilda.
03:50Eu preciso da sua ajuda.
03:51Mas por que eu?
03:52Eu não entendo nada de maluco.
03:53Você foi a única pessoa
03:55que viu a tua no teu filme
03:56além de mim.
03:56É, mas justamente
03:57eu não faço questão nenhuma
03:58de vê-la outra vez.
04:00Desfaça, desfaça, querido amor.
04:02E aí, Benzola?
04:03Tudo normal?
04:05Tudo normalíssimo, dona Anel.
04:07Tem nada?
04:08Nada errado?
04:09Tá tudo certo?
04:10Ah, tá.
04:11A única coisa que não tá certa
04:12é que eu fiz esses pastéis
04:13de frango ricota
04:14e queimaram um pouco.
04:15Então, que beleza.
04:16Tá tudo na santa paz.
04:18Vambora, nenê.
04:19Tchau, Benzola.
04:20Não, Marilda.
04:20Você não viu o que ele falou
04:21dos pastéis de frango ricota?
04:23Só porque a pessoa
04:23deixa queimar um pastel
04:24não quer dizer que ela é maluca.
04:26Marilda,
04:27quem fazia os pastéis
04:28de frango ricota
04:29era a mãe, né?
04:30Ai, meu Deus.
04:31Ai, Benzola.
04:33Acho que eu queria
04:34provar um desses pastéis.
04:35Ah, é, dona Nenê?
04:36É.
04:37Olha aqui.
04:38Prova, então.
04:39Eles estão queimados,
04:40mas estão umas delícias.
04:41Prova um também, Marilda.
04:42Eu não.
04:43Hum, nossa.
04:45Hum, tá maravilhoso, Benzola.
04:47Pra você mesmo que fez.
04:48Mas que pergunta, dona Nenê?
04:50Quem ia fazer?
04:51Que pergunta cretina é essa,
04:52Nenê?
04:52Vambora, tchau.
04:53Ô, Benzola,
04:54você tem tomado os remédios
04:57daqueles que o médico
04:57mandou você tomar?
04:58Tomando direitinho?
05:00Não.
05:00A mamãe mandou parar de tomar.
05:02Ih, meu Deus.
05:03A mamãe mandou parar
05:04de tomar os remédios
05:05porque ela achava
05:06que não seria bom pra mim.
05:07e toda mãe sabe
05:08o que é melhor
05:08para o seu filho.
05:09A senhora também não acha isso,
05:11dona Nenê?
05:12Depende da mãe, né, Benzola?
05:14Ah.
05:15Para o Benzola?
05:16É.
05:17Vou lhe fazer onde eu tenho o violão.
05:19Deixa eu ver.
05:21Ah, muito obrigado, meu filho.
05:22Vai com Deus, viu?
05:26A mais bela flor
05:28do seu querido juvenal.
05:30Ah, velho safado!
05:32Ai, calma, calma, calma.
05:33Não se altera, Benzola.
05:34Olha, desculpa, dona Nenê,
05:35mas o seu tio
05:35tá passando dos limites, viu?
05:37Ele queria se encontrar
05:37com a minha mãezinha
05:38desde ontem à noite
05:39e eu já tinha proibido.
05:40Olha, se eu pego
05:41aquele velho safado,
05:42abusado, eu mato ele.
05:43Calma, Benzola.
05:44Vambora, Nenê, vambora.
05:45Vambora.
05:45Vocês não vão querer
05:45tomar uma certeza?
05:46Não, hoje não vai dar.
05:47Não, deixa pra uma outra vez.
05:48Manda um beijo pra sua mãe, então.
05:50Não, não.
05:53Não, gente, o Benzola
05:54tá maluco.
05:55Ele tá completamente pirado.
05:57Pirado e perigoso.
05:58Ele ameaçou o tio de vocês.
06:00A gente tem que fazer
06:01alguma coisa
06:01pra resolver essa situação
06:02antes que o Benzola
06:03faça alguma besteira
06:04contra o seu juvenal.
06:07E o Vina faça, né?
06:07Porque, sinceramente,
06:09eu prefiro apanhar do Benzola
06:10do que levar um beijo
06:11daquela velha feia.
06:12Ô, Tuco,
06:13isso não é assunto
06:14pra brincadeira, não.
06:15Gente, a solução é simples.
06:16Tem que contar pro tio Juvenal
06:17a verdade sobre a dona Eteovina.
06:19Exatamente.
06:20É isso mesmo, Marilda.
06:21E, ó, Lineu,
06:22você tem que ir lá
06:22e você tem que levar
06:23uma conversa muito séria
06:24com o tio Juvenal.
06:25Você me desculpe, Nenê,
06:26mas o tio é seu.
06:28Lineu, isso é conversa
06:29de homem pra homem, Lineu.
06:30O homem tem mais liberdade, assim,
06:31pra falar sobre mulher.
06:32Mas ninguém vai falar
06:33sobre mulher, Nenê.
06:34Vai se falar sobre o Benzola.
06:36Por que que o Tuco
06:37não fala com ele?
06:38É tio dele também.
06:38Marilda, eu não invento história.
06:40Mas então tá combinado,
06:41tá combinado.
06:41Vamos nós dois.
06:42Eu não combinei nada, Nenê.
06:46Vem, Lineu.
06:47Vem, Lineu.
06:47Ô, tio.
06:49Ai, Lineu.
06:50Tio,
06:51sabe que a gente
06:52queria contar
06:53uma coisa pro senhor?
06:55Fala, Lineu.
06:56Fala pra você primeiro, Nenê.
06:57Eu já sei
06:58o que vocês têm
06:59pra me falar.
07:00Como é que o senhor descobriu?
07:01Não importa, Nenê.
07:02Vamos pular os detalhes.
07:04O que interessa
07:04é que ele já sabe.
07:05Vocês vieram aqui
07:06pra me proibir
07:07de me encontrar
07:08com a minha amada.
07:10É demais.
07:12Estou até com medo
07:12que o Benzola interna
07:14e a Delfina de novo
07:14só pra impedir
07:15o nosso namoro.
07:17Ai, tio,
07:18sabe que é que...
07:19não era bem isso
07:21que a gente queria falar.
07:22Não importa.
07:23Não importa.
07:23Vocês podem dizer
07:24o que quiserem
07:25porque eu já tomei
07:26uma decisão.
07:27Eu sei que é triste.
07:30Mas eu vou voltar
07:31pra governador Valadares.
07:32Ah, tio,
07:33mas que notícia ótima!
07:35Lineu!
07:36Quer dizer,
07:37não...
07:38É, eu sei.
07:40É muito triste.
07:41Eu sei disso.
07:42Mas o que eu quero dizer
07:44é que pensando melhor
07:44pode ser uma boa solução.
07:47Ai, tio,
07:48eu não queria
07:48que o senhor saísse
07:49da nossa casa assim.
07:51Se eu ficava
07:52e se é pior pra mim,
07:53e pra Eteovina
07:54nosso amor
07:56é impossível.
07:57O senhor não imagina
07:58o quanto.
08:00Mineu!
08:01Bem, agora
08:01vocês, por favor,
08:03me deem licença
08:03que eu preciso arrumar
08:05a minha mala.
08:12Oh, tio Juvenal,
08:14o senhor tem certeza
08:15que o senhor quer ir embora?
08:16Tenho sim, neném.
08:17E vamos logo com isso
08:18que eu detesto despedidas.
08:20qualquer dia disso
08:21eu vou lá em Governador
08:21Valadares
08:22pegar uma onda, tio.
08:23Tuco,
08:23Governador Valadares
08:24não tem mar.
08:26Não tem mar?
08:28Nem Eteovina.
08:29Ai, tio,
08:30não fica assim, não.
08:32Dor de amor é assim,
08:33dói mais paz.
08:34É, logo, logo,
08:34só arruma a outra
08:35porque mulher feia
08:36tem que ir em todo lugar.
08:37Agostinho,
08:37você tá proibido
08:38dizer uma palavra,
08:39nada.
08:39Não fazer nem tchau.
08:40Só tchau, topo.
08:41Tchau.
08:41rápido, rápido
08:42porque eu não tenho
08:42tempo a perder.
08:43Vambora.
08:44Becil.
08:46Gente,
08:48Eneu,
08:48Eneuzinho,
08:49vem cá, vem cá, vem cá.
08:51Olha aqui,
08:51vocês vão pra pastelaria
08:52mas vocês estão proibidos
08:54de fazer qualquer comentário
08:55sobre o tio Juvenal.
08:56Quanto menos o Beisola souber,
08:57melhor, tá?
08:59Tchau, gente.
09:00Tchau.
09:01Tchau, mãe.
09:02Tchau, mãe.
09:02Tchau, tchau.
09:03Tá.
09:04Ô, tio.
09:05Tchau, tio.
09:11A sua cerveja.
09:13E aí, Beisola,
09:14bem com você hoje?
09:15Tudo.
09:16Eu não sei por que
09:16agora todo mundo me pergunta
09:17se eu tô bem.
09:18É que a gente se preocupa
09:19com você, né, Beisola?
09:21É, Beisola,
09:22você pra gente
09:22é um segundo pai, né?
09:23É, pra não dizer
09:25uma segunda mãe, né?
09:27Vocês são loucos.
09:30Você tá louco?
09:30Tô que louco, hein?
09:31Não, nada não.
09:32A gente só tava
09:33trocando uma ideia
09:34com o Beisola.
09:35E tu, Marilda,
09:36veio trocar receita
09:36com a dona Teovinha, né?
09:38Rapaz, respeito
09:39com o maluco,
09:40com o maluco.
09:41Não se brinca, não, mãe.
09:43Principalmente
09:43quando o maluco
09:44tem acesso
09:45a uma cozinha
09:45cheia de fã.
09:47Não, mas o problema
09:48do Beisola
09:48não é a gente, não, Maria.
09:49É, da mãe dele
09:50a gente só quer
09:50uma patiteira.
09:52Vocês estão falando
09:53mal da minha
09:53santa mãezinha, é?
09:54Não, imagina, Beisola.
09:56Não tem ninguém
09:56falando mal da sua mãe
09:57nem de você aqui, não.
09:58Duas pessoas adoráveis
10:00que a gente gosta muito.
10:02Acho bom.
10:03Porque eu não vou admitir
10:04que fale mal
10:05da minha santa mãezinha.
10:08Vai fechar?
10:10A minha mãe que mandou.
10:11Ela não está
10:12se sentindo bem.
10:13Tadinha, hein?
10:14Depois que o tio Mala
10:15foi embora,
10:16ela ficou sem ter o que fazer.
10:17É, agora vai ficar
10:18chupando o dedo, né?
10:19Ainda mais do jeito
10:20que ela é fogosa,
10:21gosta do negócio.
10:24Beisola,
10:25isso é brincadeira.
10:26Isso que você
10:27está pensando em fazer
10:28da cadeia, Beisola.
10:29A hora daqui.
10:31Não, vai levantar ele.
10:33A hora daqui.
10:37A hora daqui.
10:38A hora daqui.
10:39A hora.
10:40A hora.
10:41A hora.
10:41A hora.
10:42Vai embora.
10:43Vai embora.
10:44Vai embora.
10:59Por favor,
11:00coloca para a rodoviária.
11:02Ô, Pedro Sola,
11:02você não falou que me
11:03era mandando lá na minha cara.
11:04Eu mandei você ir
11:05para a rodoviária.
11:06para, seu tagariela.
11:08Vai para a rodoviária.
11:09Vai.
11:12Quem é aquela mulher
11:13no teto da Agostinha, Marilda?
11:14Sei lá,
11:15mas ela saiu
11:16da pastelaria,
11:17tu não viu?
11:17Vamos lá.
11:18Que mulher é essa?
11:20Que estranho.
11:23Uma grisalha.
11:25Que bilhete é esse aqui?
11:28Para Belardo
11:28de sua mãe Etelvina?
11:31E o tio Mala?
11:37Vai embora?
11:37Ô, tu como?
11:39O nome dele é Juvenal.
11:41A Nenê ficou tão triste
11:42que eu não quis nem
11:42esperar o ônibus sair.
11:44Ah, fiquei mesmo.
11:45Vai ficar sem graça
11:45essa casa aí, seu tio.
11:47Ah, Nenê, pode deixar.
11:48Eu vou ocupar o quarto
11:48com o meu escritório.
11:49Ô, Nenê, não sei como é
11:50que você pode ficar tão alegre
11:51num momento tão difícil.
11:52Eu só estou fazendo planos
11:53para o nosso futuro
11:54ser o seu tio, Nenê.
11:55Gente, gente, gente.
11:57Olha o que a Bebel
11:58encontrou na pastelaria.
12:00Um pastelo?
12:00Não.
12:01Uma carta da Dona Etelvina.
12:03Ela abandonou o Beisola.
12:04Mas a Dona Etelvina
12:05não pode abandonar o Beisola.
12:07Eles são a mesma pessoa.
12:08Eram.
12:09Agora é só a Dona Etelvina.
12:11Ela foi para a rodoviária
12:12para se encontrar
12:12com o tio Juvenal.
12:13Vamos fugir juntos.
12:18Minto, que você está rindo de quê?
12:19Da gente, não é, Nenê?
12:20O seu tio nos fez de palhaços.
12:22Eu estou rindo do tio Juvenal.
12:24É, por quê?
12:25Imagina quando ele descobriu
12:27que fugiu da cidade
12:27para passar lua de mel
12:28com o Beisola.
12:29Esta família é muito unida
12:48e também muito oriçada.
12:56Brigam por qualquer razão,
12:59mas acabam pedindo perdão.
13:03Pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha.
13:05Eu também sou da família,
13:06eu também quero pirraçar.
13:08Catuca pai, catuca mãe, catuca filha.
13:10Eu também sou da família,
13:11eu também quero catucar.
13:12Catuca pai, mãe, filha.
13:14Eu também sou da família,
13:15eu também quero catucar.
13:17Ah, olha lá, olha lá o Agostinho, olha lá.
13:36Agostinho, Agostinho, cadê o Beisola?
13:39Eu não trouxe o Beisola,
13:40eu trouxe a dona Eteu Vina.
13:41Eu não acredito que você fez
13:42uma coisa dessas, Agostinho.
13:43O Beisola está completamente maluco,
13:45vai que ele cometeu
13:45um ato agressivo contra a minha pessoa?
13:47Quem tem vontade de cometer
13:47um ato agressivo contra a sua pessoa
13:49sou eu, viu, Beisola?
13:50Oh, calma, relaxa,
13:51vai ver que ele veio só dar um beijinho.
13:53É o que você pensa.
13:54Leia isso aqui.
13:56Meu querido,
13:57infelizmente,
13:57temos que nos separar.
13:59É uma carta da dona Eteu Vina
14:00para o filho,
14:01ela vai fugir com o tio Mala.
14:02Tio Juvenal?
14:04Meu Deus do céu,
14:04a gente tem que ir lá
14:05para tentar parar esse ônibus.
14:06Tá, vamos fazer isso.
14:07Eu falo com o seu Juvenal
14:08e você fala com a dona Eteu Vina.
14:10Ué, por que eu falo
14:11com a dona Eteu Vina?
14:11Porque mulher tem mais intimidade
14:13para falar com mulher, ora.
14:14Só que ela não é a mulher,
14:16é o Beisola, né?
14:17Mas por falar nisso,
14:18é ele lá, o Beisola.
14:18Ô, meu filho, vem cá.
14:20Olha, o pastel do meu menino
14:22não é lá essas coisas,
14:22mas este daqui de vocês
14:24consegue ser pior ainda.
14:25Meu santo expedito.
14:27Cadê o frango?
14:29Cadê a ricota?
14:31Então tá combinado.
14:31Eu vou, vou procurar o seu Juvenal.
14:34Você tá combinado aqui,
14:35eu não combinei nada.
14:37Ah, eu não vou querer,
14:38vou querer um outro.
14:39Pode ter que ir no outro
14:40pastela porque eu não tenho.
14:42Não gosto disso.
14:44Ai, tá.
14:45Ó, garoto,
14:46me serve esse pra cá.
14:47Ó, me serve esse aqui.
14:49Esse aqui, esse aqui.
14:50Esse aqui, meu Deus do céu.
14:52Isso, vou pra cá.
14:54Vou pra cá.
14:55Aqui, a sua.
14:57Aham.
14:57O que é que você está fazendo aqui,
15:09imbecil?
15:09Eu é que pergunto,
15:11seu Juvenal,
15:11o que é que o senhor está fazendo
15:12aqui fora do ônibus?
15:14Estou esperando uma pessoa.
15:16Seu Juvenal,
15:16a pessoa que o senhor está esperando
15:18não vem mais.
15:19Como é que você pode saber disso
15:22se você nem sabe
15:23quem é esta pessoa?
15:24Dona Etelvina mandou lhe dizer
15:26que não vai mais fugir com o senhor.
15:27Mentira sua.
15:28Mentira sua.
15:29Vocês todos são contra esse amor
15:31e ficam inventando calúnias
15:33para impedir que a gente fique junto.
15:35O senhor quer que eu jure?
15:37E você acha que eu acredito
15:39em juramento seu?
15:41Se a Etelvina tivesse realmente desistido,
15:43ela teria me dito.
15:44Ou pelo menos teria deixado
15:45alguma explicação.
15:46Bom,
15:47se o senhor não acredita,
15:49nas minhas palavras,
15:51quem sabe acredita
15:52em mais dela.
15:56Meu querido,
15:58infelizmente,
15:59temos que nos separar.
16:01Espero que um dia
16:02você me perdoe
16:03por esta decisão.
16:05Não esqueça
16:05de apagar o gás,
16:07trancar bem a porta
16:08e não andar descalço
16:11na friagem
16:12para não pegar
16:13uma pneumonia.
16:15Mas que carta estranha.
16:16Para o senhor ver.
16:17até numa hora dessas,
16:20ela se preocupa
16:21com a sua saúde.
16:22Que mulher.
16:24Que mulher.
16:26Carinhosa
16:26até na hora
16:27da derradeira
16:28apunhalada.
16:29limpa.
16:33Limpa.
16:33Um, dois, três,
16:34já vão e...
16:35Já!
16:35Ganhei.
16:36Você fala com a dona Etelvina.
16:37É bem,
16:38eu falo,
16:38mas dona Ené,
16:38eu vou chamar ele de Beissola.
16:40Não dá,
16:41aí ela não vai responder.
16:42Dona Ené,
16:42eu não vou fazer essa maluquice,
16:43eu vou chamar de Beissola.
16:44Beissola...
16:45Não, não,
16:45pelo amor de Deus,
16:46isso não vai dar.
16:47Eu vou ter que falar,
16:48né, Lúcio?
16:53Dona Etelvina,
16:53a senhora sabe
16:55quem eu sou.
16:57Responde aí,
16:57ô Beissola.
16:59Sou eu,
17:00a Nenê.
17:01E eu sei muito bem
17:02quem a senhora é.
17:03A senhora é aquela rapariga
17:04que fica a fretar
17:05com o meu curumim.
17:06Eu não converso
17:07com mulher da sua laia.
17:09Passar bem.
17:10Ai, meu Deus,
17:11ela não fala comigo,
17:12o que a gente vai fazer?
17:13Dá uma pancada
17:14na cabeça dele,
17:15tá tudo resolvido.
17:16Ô, dona Etelvina,
17:17dona Etelvina,
17:18pelo amor de Deus,
17:19eu sei que a senhora
17:20tá chateada com o Abelardo.
17:22A senhora tem toda a razão,
17:23dona Etelvina.
17:24Mas sabe o que é?
17:25É que ele tá com ciúmes
17:26da senhora.
17:27É, ele não sabe
17:28sobreviver se é a senhora,
17:30dona Etelvina.
17:30Pra mim,
17:31o Abelardo morreu.
17:32Ai, dona Etelvina,
17:34pelo amor de Deus,
17:34a senhora sabe
17:35que o Abelardo,
17:36ele é uma pessoa
17:36com a saúde assim
17:37muito frágil,
17:38ele tem muito problema,
17:40ele não vai conseguir
17:41sobreviver se é a senhora,
17:42ele vai pirar de vez.
17:44Tu achas?
17:45É, Beissola,
17:45tira logo essa peruca
17:46e vamos pra casa.
17:47Cala assim,
17:49cala essa boca,
17:50mochinha.
17:50Pra ajudar isso,
17:51da minha alma.
17:52sou eu cruelista.
17:55Eu não consigo
17:57viver seu meu pai.
17:58Ih, pirou de vez.
18:00Pelo menos agora
18:00ela desistiu de ir.
18:02Fica aí tomando conta
18:03da dona Etelvina
18:04que eu vou lá buscar
18:05o Lini.
18:06Dona Nenê,
18:06pelo amor de Deus,
18:06não me deixa sozinha,
18:07eu tenho medo de maluco.
18:08Ai, meu pai,
18:09olha que, ô, pessoal,
18:10vou te falar uma coisa,
18:11se tu vier me atacar
18:12com essa maluquita
18:13de mulher,
18:13eu vou dar na boca.
18:14Ih, maluco.
18:18Ah, maluco!
18:19É, senhor Juvenal,
18:23o motorista
18:24já levou o ônibus.
18:25Sem ela,
18:26eu não vou.
18:27Está decidido.
18:28Ah, meu,
18:29meu senhor.
18:31O que está acontecendo aqui?
18:32O senhor Juvenal
18:33não quer ir embora
18:34sem antes falar
18:35com a dona Etelvina.
18:36Leia a carta
18:37que ela me deixou.
18:38Veja se isto é maneira
18:39decente de se despedir
18:40de alguém.
18:41Ela deixou uma carta
18:42para o senhor?
18:43Depois eu explico, né?
18:43Eu estive
18:45com a dona Etelvina, tio.
18:46Ela realmente
18:47prefere ficar
18:48com o Benzola.
18:49Ela disse isso
18:50para você?
18:50Depois eu explico,
18:51Lineu.
18:52Então, ela está aqui?
18:54Ela está,
18:55mas ela não está
18:55em condições
18:56de falar com ninguém.
18:57Agora é que eu não
18:58arredo o pé daqui.
18:59Só vou embora
19:00se a Etelvina
19:01disser que não me quer mais,
19:02olhando fixamente
19:04nos meus olhos.
19:07Meu, São Cristóvão,
19:08se alguém me ver
19:09nessa situação, meu...
19:10Epa, onde é que você vai?
19:11Eu vou ao Mictório.
19:12Não, não, tem que esperar
19:13o Lineu e o Dona Nenê aqui.
19:14Tu prefere que eu faça
19:15aqui o que eu tenho
19:15que fazer no Mictório?
19:16Não, não, não.
19:16Então, eu vou junto.
19:17Você ficou louco, Agostinho?
19:19Vais entrar no Mictório
19:20das Mulheres por aqui.
19:21Não, não, não, não.
19:21A gente vai no banheiro
19:22dos homens.
19:23Eu vou entregar
19:24no banheiro
19:25do Mictório dos homens por aqui?
19:26É, vai sim.
19:27Sabe por quê?
19:27Porque tu é homem.
19:29Olha, Agostinho,
19:29mas respeito
19:30que eu sou uma mulher
19:31do dado.
19:32Não, não.
19:32Tu é o Benzola,
19:33dona Selvina.
19:34Tu é o Benzola.
19:35Se você continuar
19:36me ofender,
19:36eu estou obrigado
19:37a chamar o Guadal.
19:38Não, não, posso chamar
19:38quem quiser,
19:39mas não vai ao Cabretto
19:40não vai entrar, não, Mictório.
19:41Alguém, segura essa
19:42traveca aqui pra mim.
19:42Volta, me solta!
19:48Pega aí, ó.
19:49Pega essa chama bonita,
19:51Pega essa traveca aí, ó.
19:52Seu Jogana,
19:53eu sei que isso é uma coisa
19:54muito difícil pro senhor,
19:55mas por favor,
19:56seja razoável,
19:57entre nesse ônibus.
19:58Já disse que não,
20:00imbecil.
20:01Ah...
20:03Ai, meu Deus.
20:07O ônibus foi embora.
20:09Quem é aquela maluca
20:10que vem correndo ali?
20:12Não é maluca qualquer, não.
20:13Ela é a nossa maluca.
20:15Pareciada!
20:16Pareciada!
20:18Pareciada,
20:19meu Tóquio!
20:20Pareciada!
20:23O Benzola!
20:28E Teufina!
20:33Ai, meu Deus.
20:50O Neuzinho,
20:51será que ele vai ficar bom?
20:52O médico disse que não foi nada grave,
20:54são apenas escoriações leves.
20:56Não tô falando do estado físico,
20:57não, tô falando do mental.
20:58Normal, normal,
20:59ele nunca foi, né, Denis?
21:00Tá voltando assim.
21:04Ai, minha cabecinha.
21:06Ai, meu Deus.
21:07Onde é que eu tô?
21:09Ai,
21:09tá voltando assim, Benzola,
21:11ou assim,
21:11Dona Eteu, Vina?
21:13Onde é que eu tô?
21:15Eu quem?
21:16Ora, quem, Dona Linné?
21:18Sou eu, Benzola!
21:19Ai!
21:20Cadê meu óculos?
21:21Ai, o óculos.
21:23Cadê seu...
21:24Ai, o óculos.
21:25Aqui, o óculos.
21:26Ô, Benzola,
21:27que bom que você voltou, hein?
21:29O que aconteceu comigo.
21:31Você não lembra de nada?
21:34Não.
21:35Eu só lembro que eu tava sonhando com a minha santa mãezinha.
21:39Que Deus a tenha.
21:41O médico disse que você teve um piripaque.
21:46Que tipo de piripaque?
21:48Um piripaque agudo.
21:52Agudo.
21:53Mas já tá tudo bem, já passou.
21:55Ai.
21:56Ai.
21:56O que é que esse grampo de cabelo tá fazendo aqui?
22:03É meu.
22:05Ai, é meu, Benzola.
22:06Ai, Benzolinha.
22:08Nossa, mas que saudade de você.
22:10Nossa.
22:11Ai.
22:13E o Benzola, ficou curado?
22:15Isso a gente não tem como saber.
22:17Mas por via das dúvidas,
22:18é melhor não falar muito sobre a Dona Eteu Vina perto dele,
22:21porque nunca se sabe.
22:21É, isso vale pra você e pra Agostinho, viu, tu?
22:24Ei, eu não falei nada.
22:26O problema é o tio Mala, que não pense em outra coisa.
22:27Ih, eu esqueci do tio Juvenal, meu Deus do céu.
22:30Ai, Linel, você tem que falar com ele.
22:31Ah, não.
22:32Nenê, o tio é seu.
22:33Mas você é homem, Linel.
22:34Mas o tio é seu.
22:35Vocês vão começar com esse empurro e empurrar de novo,
22:37então deixa que eu falo.
22:38Ah, Marido, você nem é da família.
22:40Mas eu entendo de dor de cotovelo, né?
22:42Nenê, Linel, digam que está tudo bem, pelo amor de Deus.
22:47Seu Juvenal, o senhor tem que ser forte.
22:50A Dona Eteu Vina morreu.
22:53Morreu?
22:54Morreu.
22:54Ela não resistiu, infelizmente.
22:56Coitada, ela morreu.
22:57Não.
22:59Vocês estão mentindo de novo.
23:01Linel, diga que isto não é verdade.
23:04Bom, seu Juvenal, olha, de certa forma, isso é verdade.
23:08É, foi melhor assim, seu Juvenal, entende?
23:11Porque se ela não morresse, o que o senhor ia fazer com ela?
23:14Ela não ia mais andar, ela não ia mais falar,
23:16ela não ia nem reconhecer o senhor, ela ia ficar toda plégica.
23:20É, tio, você vai achar outra mulher.
23:23Não existe mulher como a Eteu Vina.
23:25Mas o que o senhor ia fazer com a Dona Eteu Vina assim,
23:27toda quebrada, sem braço, sem perna, surda, cega, muda, sem pente?
23:35Ah, chega menos, Marido.
23:36Deixa ela falar.
23:38Estou farto de ser tratado como um velho gaga.
23:43Obrigado, Marilda, por não ter tentado me enrolar.
23:47Pode.
23:54Ô, tio, ainda bem que o senhor conseguiu superar a tragédia, né?
23:59A Marilda tem razão.
24:01Se fosse pra ficar com a Eteu Vina mutilada, sem nem mesmo me reconhecer,
24:05nós dois seríamos infelizes a vida inteira.
24:09O ônibus, o motorista ligou o ônibus.
24:12Não precisa de tanta pressa, né, Línea?
24:14Eu não estou com pressa, só estou dizendo que o ônibus está ligado.
24:17Eu não sou surdo.
24:18Adeus, imbecil.
24:22Ô, tio, vai cobrar essa corrida da gente?
24:26Não, de você não vou cobrar dele que é meu cliente.
24:28Eu pago.
24:30Faço questão de não deixar nada pendente.
24:34O que é isso?
24:35O senhor está levando uma foto da dona Eteu Vina?
24:37Tenho, estou.
24:38Vou guardar de recordação.
24:40Ô, tio, não é melhor o senhor deixar o passado pra trás?
24:44O que seria de um homem na minha idade se deixasse o passado pra trás?
24:49Eu ainda pretendo viver bastante tempo.
24:51Mas ainda vou me reencontrar com a Eteu Vina.
24:55O amor é uma flor que morre.
24:59Mas também é o fruto que gera outra flor.
25:05Ô, tio.
25:07Tchau.
25:07Tchau.
25:10Ô, meu Deus.
25:27Por que a dona Eteu Vina teve que morrer?
25:29A dona Eteu Vina era o beissola, neném.
25:31Mas é que...
25:33É um amor tão lindo.
25:35A gente vai embora antes que a dona Eteu Vina chore.
25:37Vamos embora.
25:37Vamos embora.
25:40É hoje, bebê, hoje tem coisa forte.
25:44Por que que é hoje?
25:46Ah, meu Deus do céu.
25:47Vai começar com isso de novo, legal?
25:49Já fez minha poesia?
25:50Não sei fazer a poesia, hein?
25:52Ai, tio, é fácil.
25:54Ó, amor rima com flor.
25:58Ai, ai.
25:59O amor é flor que morre, mas também é fruto que gera uma outra flor.
26:10Ai, tio.
26:12Lindo, amor.
26:14Meu marido é um poeta.
26:16Poetaço.
26:16Tô um poetaço, taradão.
26:19Não cai por dentro, ninguém.
26:21Eu caio.
26:22Peraí.
26:24Você viu esse barulho?
26:26Que barulho, Agostinho?
26:27Tô falando sério.
26:28Um barulho lá na porta dos fundos.
26:30Ó, desculpa atrapalhar vocês, mas eu vim cobrar o aluguel, viu?
26:33Ô, Beissola, isso é hora de cobrar o aluguel, Beissola.
26:35Cara, Agostinho, claro, cada vez que eu procuro você pra cobrar o aluguel, você foge.
26:39Calma-te, pelo menos é só o Beissola, né?
26:41Ah, é?
26:41Por quê, Bebeiro?
26:42Tem alguma coisa a mais?
26:43Tem.
26:44Alma penada.
26:44Que alma penada, Agostinho?
26:46Alma penada não existe.
26:48Tá bom, pessoal, eu vou te falar uma coisa de verdade.
26:49Eu não deveria nem pagar esse aluguel, porque essa casa aqui é mal assombrada.
26:52É mal assombrada, ok?
26:53Não existe mal assombrada, ok?
26:55O que é aqui?
26:56É o fantasma da inadimplência.
26:58O que é?
26:59Onde é uma coisa dessa?
27:00Eu trabalho e você ficar mamando as tetas nesse aluguel.
27:03Isso é uma indivídua social, ninguém deveria pagar o aluguel nenhum.
27:07É patrimônio, é patrimônio, Agostinho.
27:10É patrimônio?
27:10É patrimônio mesmo, eu não sei.
27:12Eu sei que eu consegui uma coisa dessa.
27:13Você não, tua mãe.
27:14Tua mãe e teu pai.
27:16Legal.
27:16E depois você...
27:18É maluco.
27:18É maluco, o que?
27:20Eu não rasgo dinheiro.
27:24Mamãe.
27:27Mamãe.
27:29Fala bem.
27:32Mamãe.
27:32Estranho.
27:33Estranho.

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