O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, saiu em defesa do comércio na 25 de Março após os Estados Unidos anunciarem uma investigação comercial. Segundo ele, o comércio do local não é ilegal. A repórter Beatriz Manfredini trouxe detalhes do assunto. Acompanhe a análise de João Belucci e Márcia Dantas em Tempo Real.
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00:00Agora, de volta aqui para o Brasil, vamos para os bastidores da política em São Paulo com a nossa especialista no assunto, Beatriz Manfredini, porque o prefeito aqui de São Paulo, Ricardo Nunes, saiu em defesa do comércio da 25 de março, após os Estados Unidos anunciarem a investigação comercial.
00:17Bia, bem-vinda, boa tarde. Então, o prefeito falou que essa medida dos Estados Unidos não vai colar por aqui, né, Bia?
00:24É, Márcia, ele disse que não tem nada ilegal na 25 de março, que o comércio daqui não é ilegal. Boa tarde para você também, para o Bruno, para toda a nossa audiência.
00:35Olha, o prefeito ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto, mas eu conversei com ele por mensagem hoje mais cedo sobre isso.
00:45O prefeito até participou de um evento agora há pouco em Budasartes, aqui na região metropolitana de São Paulo, com o governador, mas não falou com a imprensa, mais tarde eu conto desse evento.
00:54Mas então, por mensagem, ele me disse o seguinte, que o comércio aqui da 25 de março não pode ser considerado um comércio ilegal.
01:02Aí ele escreve apenas, vou até abrir aspas aqui, pois não é.
01:05E diz que se em algum lugar existir algum tipo de produto falsificado, inclusive na 25 de março,
01:12tanto a Receita Federal quanto os órgãos competentes vão fazer esse combate à pirataria, inclusive com auxílio, ajuda, com apoio da Prefeitura de São Paulo.
01:23Foi essa declaração do prefeito, mas o assunto gerou uma certa revolta internamente, não só na Prefeitura de São Paulo, mas como um todo.
01:33A capital paulista, o Estado de São Paulo, eles são geridos pelo prefeito Ricardo Nunes, o governador Tarcísio de Freitas,
01:40que se posicionam ali dentro da centro-direita e que chegaram, mais de uma vez, a apoiar a eleição de Donald Trump.
01:47Então, todas essas medidas, essa investigação comercial, as possíveis tarifas a partir do dia 1º de agosto,
01:54tem caído meio a contra-agosto para essas autoridades, para esses chefes aqui do Executivo,
02:01porque precisam ficar dialogando com um discurso que em algum momento apoiaram.
02:06Mas Nunes, então, rechaçou.
02:08Ontem ele tinha falado que achava que tinha negociação possível com os Estados Unidos,
02:13que as coisas não se misturam, que a negociação da tarifa é uma coisa,
02:16que a opinião de Donald Trump sobre Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal, é outra coisa,
02:22mas não está descendo legal internamente, apesar dos discursos mais polidos.
02:27Fato, então, é que Nunes disse que não há comércio ilegal.
02:30Na 25 de março, eu conversei com outras pessoas do comércio,
02:33presidente da Associação do Comércio aqui de São Paulo,
02:36que disseram também que isso não existe, que vão buscar ali meios, números e provas.
02:40Então, justamente para apresentar aí a partir dessa investigação,
02:44para contrapor essa investigação norte-americana.
02:46Márcia e Bruno.
02:48Bia, você continua com a gente e volta já já.
02:50Eu quero abrir a conversa agora aqui com o João Bellucci.
02:53João, me parece que esses pontos que o Trump colocou nessa investigação
02:57foram mais para engrossar o caldo, mas acabou não pegando bem.
03:01Porque o que me parece é que não é só o Brasil que tem problema de produto falsificado.
03:06Inclusive, a nossa polícia é uma das mais atuantes quanto a isso, né?
03:10Qual a sua análise?
03:12Márcia, você vê que o Donald Trump, ele teve essa questão no Canadá.
03:16Ele conseguiu ressuscitar um candidato da esquerda, do progressismo,
03:21que estava morto nas pesquisas, mas ele começou a afrontar o Canadá
03:24com essa questão das tarifas.
03:26E agora, de igual modo, no Brasil.
03:27Ele aponta a questão das tarifas, menciona vários temas,
03:30como falsificação, que o Brasil não dá devida atenção para patentes,
03:34enfim, outros temas, acaba misturando tudo e une diversos players políticos
03:40que seriam oposição e situação, que não seriam alinhados,
03:43acabam se unindo para combater essa questão do Donald Trump.
03:47Até porque o prejuízo seria imediato.
03:49A 25 de março, realmente, me parece que não opera na ilegalidade.
03:53A questão vem ainda muito mais de objetos, né?
03:55Objetos, especialmente vindos da China, que são mais baratos
03:58e vai pessoas do Brasil inteiro, até de países da América do Sul,
04:02efetuar suas compras.
04:02Acho que a questão que seria mais candente, assim, para o Donald Trump,
04:07seria a questão do comércio de eletrônicos.
04:09Só aqui na Avenida Paulista você tem dois ou três grandes magazines
04:13que vendem diversos equipamentos eletrônicos.
04:16Esses, sim, seriam mais questionáveis.
04:18Mas aí compete a polícia civil fazer a investigação
04:21e a gente sabe o quanto essas investigações são demoradas.
04:25Opera-se, na verdade, tanto esse estado paralelo,
04:28quanto o estado legal.
04:29Mas o fato objetivo é que o Donald Trump acabou unindo pessoas
04:33de diversos espectros políticos para combater essa questão.
04:36Não que não tenha fundamento as questões levantadas pelo Trump,
04:41das tarifas que o Brasil cobra mais dos Estados Unidos,
04:44ou mesmo a questão de uma juristocracia, poderíamos chamar assim,
04:48questões prejudiciais às empresas de redes sociais americanas.
04:51Agora, tudo isso pode ser verdade, ter muitos elementos de verdade.
04:55Agora, na prática, você vai tarifar o Brasil,
04:57aí você vai unir todos os espectros políticos contra você
05:01e pode acabar afetando, inclusive, o próprio Bolsonaro e o bolsonarismo.
05:05Em meio a essa discussão toda, a gente vê, então,
05:09essa repercussão dos Estados Unidos envolvendo assuntos
05:12que são considerados internos, como já falamos aí, inclusive,
05:15sobre a investigação que seria da polícia civil.
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