Pular para o playerIr para o conteúdo principalPular para o rodapé
  • há 2 meses
Transcrição
00:00Atenção por favor. Professor na tela, oi gente, bem-vindos de volta ao Arte ou Nada,
00:07seu canal de arte, cultura e um monte de coisa. Hoje nós vamos desvendar um mistério que intriga
00:12muita gente. Por onde a arte se esconde? Ou melhor, de que maneira a arte se apresenta,
00:21visto que na aula de hoje nós vamos falar sobre os suportes da arte. Ou seja,
00:26você já parou para pensar que a arte não precisa mais de uma tela ou de um bloco de mármore?
00:35A arte mudou bastante, né? Então hoje a gente vai entender que a arte pode aparecer em uma galeria,
00:42ela pode desaparecer em uma rua ou até mesmo em um corpo de uma pessoa. Vamos lá?
00:48Eu fiz esse painel aqui para a gente olhar o que seria essa arte tradicional,
00:58essa arte que a gente entende por arte, esses objetos que a gente olha e fala,
01:02ah não, isso aí é arte, com certeza. Então eu trouxe aqui algumas esculturas,
01:07muitas delas em pedra, algumas em ferro, isso seria um suporte da arte tradicional.
01:12Pinturas, né? E aí você tem pintura na parede, no quadro, com a moldura,
01:19isso também seria uma arte tradicional.
01:22Afrescos, que são pinturas nas paredes, mas reparem, um afresco não é igual ao grafite, né?
01:28É uma pintura na parede de uma outra forma, capela cestina, vamos pensar assim,
01:32teto de igreja, vamos pensar assim, é bem diferente, né? Do que um grafiteiro faz.
01:38Então a gente tem aqui suportes tradicionais da arte, o mármore, as pedras, o metal, a tela,
01:47tinta, tinta óleo, tinta guache, tinta aquarela, né? E por aí vai.
01:54Dá uma olhada agora na arte contemporânea.
01:58Eu já falei do grafite, que é uma arte no muro, mas em outros muros que não os tetos de igreja, né?
02:05Eu tô falando aqui de paredes gigantescas, fachadas de prédio.
02:11E a gente tem a arte digital, eu coloquei uma imagem pra representar essa arte, né?
02:15Que tá numa tela aí, que a gente consome ela a si mesmo.
02:18A gente tem esculturas gigantes que tá do lado de fora das instituições,
02:22às vezes dentro, se couber.
02:24A gente tem a tatuagem, que eu já fiz uma aula sobre body art,
02:27onde eu falei sobre esse tipo de arte feita com o próprio corpo.
02:31Ainda tem a arte dentro da galeria, sim, mas a mudança é gigantesca.
02:36Os materiais são outros.
02:37A gente tem a fotografia, a gente tem filme sendo exibido em museus e galerias de arte,
02:46porque não são filmes do jeito que a gente conhece.
02:49É vídeo-arte, mas o filme também é um tipo de arte bem diferente.
02:53A gente tem as instalações artísticas.
02:54Coloquei aqui embaixo de mim a Yayoi Kusama.
02:57Yayoi Kusama é um nome importantíssimo da arte contemporânea.
03:01Principalmente das instalações artísticas.
03:04Então aqui vocês conseguem ver uma variedade gigantesca maior do que lá no outro slide.
03:10E aqui já dá pra gente entender quais são os suportes da arte.
03:13Hoje eu não vou falar sobre uma arte específica, nem sobre um artista específico.
03:18Eu só vou trazer um tema que ajuda a gente a diferenciar a arte contemporânea dos outros tipos de arte.
03:24Por que é importante fazer essa diferenciação?
03:27Primeiro, porque a gente vive no período da arte contemporânea.
03:30E segundo, porque na prova do Enem, o tema mais importante pro Enem é a arte contemporânea.
03:39Você precisa entender de arte contemporânea e outras artes.
03:43Entende?
03:43A arte contemporânea e outras artes.
03:46Pra conseguir fazer uma boa prova lá no Enem.
03:50Então vamos continuar aqui.
03:51A aula de hoje vai ser rápida, prometo.
03:53Essa aqui é uma peça icônica.
03:55Sem ela a gente não consegue entender o surgimento e a existência da arte contemporânea.
04:00A fonte de Marcel Duchamp de 1917.
04:03Ela inaugura uma coisa chamada...
04:06Red Maid.
04:07Eu não sei falar inglês.
04:09O Red Maid, abrasileirando esse termo.
04:13Ele significa o que?
04:15Que você vai pegar um objeto cotidiano e você vai tirar ele da sua função original, transformando ele numa obra de arte.
04:23Então esse urinol, que é o nome aí dessa peça, é uma peça do banheiro masculino.
04:30Onde a gente vai principalmente no banheiro público, onde a gente vai pra fazer xixi.
04:34E ele tira dessa função de ficar ali na parede, coloca ele numa galeria no museu.
04:41Tá?
04:42Então ele não fez isso aí.
04:44Essa escultura de cerâmica.
04:45Ele comprou isso numa loja de material de construção.
04:48E colocou em exibição.
04:51Essa peça, ela questiona o que é arte.
04:53O que é arte?
04:54É só aquilo que o artista faz?
04:56É só aquilo que o artista põe a mão pra fazer?
04:59Tem que ser só pintura?
05:00Só escultura?
05:01Tem que seguir as regras do passado?
05:05Ou a arte tá em tudo o que existe em volta da gente?
05:09A gente é que não percebe, ou faz questão de não perceber.
05:13Ou a arte tá em tudo aquilo que a gente vê, em tudo aquilo que a gente vive, sente?
05:18Só que a gente não repara muito.
05:21E o artista é a pessoa que tem a sensibilidade de perceber que até numa coisa que a gente usa pra fazer xixi, a arte tá envolvida.
05:29Tem ali uma forma escultórica, tem ali alguma coisa que é interessante.
05:33Então, essa peça, ela começa, o head made, essa ideia de pegar um objeto cotidiano e tirar ele da sua função normal e trazer pra uma função artística, ele começa a fazer esse tipo de questionamento.
05:49Se isso aqui é arte ou não é, e o que é arte de fato.
05:52Por isso o Duchamp é um sujeito importantíssimo pro entendimento da arte contemporânea, merece uma aula só dele.
06:01Bom, gente, essa aqui é a Umbrella Sky Project.
06:05Eu já falei que eu não sei falar inglês.
06:07Bom, ela começa na cidade de Águida, em Portugal, não foi um artista que fez, foi uma equipe de produtores de cenografia, essa coisa toda, que fizeram esse projeto lá em Portugal.
06:25E isso se espalhou pela Europa e pelo mundo todo.
06:27São guarda-chuvas, pendurados, abertos, principalmente na época do verão.
06:34Então, eles cobrem a rua toda, dão essa sensação de um lugar que é diferente, fazem uma certa sombra, não protegem tanto da chuva.
06:47Se a gente pensar um guarda-chuva do lado do outro, a água vai escorrer pelo lado.
06:51Mas, tem uma estética, né, ele tem uma função estética muito grande, ele chamou a atenção de muita gente, tanto é que outras cidades começaram a copiar isso daí.
07:02Então, é uma instalação urbana, reparem, a fonte do Duchamp ainda tava numa galeria de arte, ainda tava numa instituição artística.
07:10Isso aqui tá na rua, né, um museu, isso aí não vai caber num museu nunca, porque perde a função, perde.
07:15A ideia é que fique na rua mesmo, né, então a gente tem uma obra de arte que sai do museu, né.
07:21Então, se a gente pensar no suporte, a gente já trocou o local, a gente já trocou o objeto, não é de novo, não é um objeto feito por um artista.
07:32O guarda-chuva foi comprado, vários, vários e vários, foram comprados e abertos e fez essa instalação.
07:39Então, a gente muda de novo essa lógica da arte tradicional e questiona essa arte tradicional.
07:45Isso é arte.
07:46Gente, o monte de guarda-chuva na rua é arte, nesse caso sim, mas e com as pessoas andando com esses guarda-chuvas abertos num dia de chuva?
07:55Então, é uma coisa pra gente pensar.
07:58E aí, gente, isso muda a nossa percepção do espaço.
08:03Às vezes aquela rua era sempre frequentada e as pessoas simplesmente transitavam pra lá e pra cá.
08:08Agora as pessoas param pra tirar foto.
08:09Então, é uma coisa que a gente tem que ver também.
08:13Como é que essas intervenções urbanas, como essas instalações urbanas, elas modificam a paisagem e modificam o nosso comportamento dentro daquela paisagem.
08:25Olha quanta coisa tem aí, quanta informação tem aí pra uma única imagem.
08:30Bom, Ritmo Zero, eu já falei sobre essa performance icônica da Marina Bramovic.
08:38Ela fez isso numa galeria na Itália em 1970.
08:45A data tá aí embaixo.
08:47Mas o interessante é, eu já fiz uma aula falando sobre ela.
08:51Então, agora eu vou falar sobre o suporte da arte contemporânea.
08:54Que aqui a gente não tem pintura, não tem escultura, não tem nada que lembre nenhum dos dois.
08:58A gente tem uma performance, a gente tem um artista, que no caso do Ritmo Zero é um artista parado, com 72 objetos disponíveis pro público usar nesse artista como quiser e como bem entender durante seis horas.
09:12Porque essa foi a proposta da performance da Marina Abramovic.
09:17Ela fala sobre abuso, abuso físico, sobre a necessidade de impor limites e o que acontece quando você não impõe limites aos outros, em relação a si, ao seu corpo, às suas coisas.
09:27Mas aí a gente tem uma ideia muito diferente, que é a performance, né?
09:34Então a gente tem o corpo enquanto um suporte da arte.
09:37A gente tem o próprio artista enquanto um suporte da arte.
09:41Se não é o artista na performance, vai ter alguém fazendo a performance que o artista pensou.
09:47Então o corpo humano se torna um suporte da arte.
09:51Essa performance pode ser feita em outras galerias, ela pode até ser feita na rua, mas ela vai depender sempre do artista e dos objetos, né?
09:59Que podem ter sido construídos pela artista ou não, mas o corpo tem que estar ali presente.
10:05O corpo também é um suporte da arte.
10:07Assim como o ferro foi o suporte um tempo atrás, a pedra foi o suporte um tempo atrás.
10:13Vocês entenderam do que se trata a aula de hoje?
10:18Esse aqui é um grafite dos gêmeos.
10:20Esqueci o nome deles, acho que é Rodolfo Pandolfo.
10:25Esqueci o nome deles.
10:26Mas os gêmeos são dois irmãos grafiteiros brasileiros.
10:29Fazem um sucesso danado no mundo inteiro.
10:32Eles têm obras espalhadas em Nova York.
10:34Essa aqui é Nova York.
10:35Tem aqui no Brasil, tem em Europa, tem em vários países com obras deles.
10:40Mas os gêmeos, eles trabalham com um tipo de arte que é chamada de arte efêmera.
10:48O grafite é uma arte efêmera porque vai ficar no tempo, vai tomar sol, vai tomar chuva, vai desbotar, vai descascar e vai sumir.
10:57Se não tiver manutenção, desaparece.
10:59E a ideia de arte efêmera é uma arte que tem um tempo de validade.
11:03Não é uma arte que vai ser desmontada depois de tantos dias para ser levada para um outro museu.
11:09É uma arte que vai sumir com o tempo, naturalmente.
11:13Isso aqui sem manutenção vai sumir naturalmente.
11:15O grafite é uma arte efêmera.
11:18Tem vários outros exemplos.
11:19Eu vou fazer uma aula só para explicar esse conceito de arte efêmera bem mais para frente.
11:25Talvez esse termo, arte efêmera, não apareça na prova do Enem.
11:30Mas é bom a gente entender porque faz parte da arte contemporânea.
11:32É outro suporte da arte contemporânea.
11:36Fazer uma arte que a gente sabe que vai sumir.
11:37Procurem sobre um festival chamado Burning Man.
11:41É um festival que acontece no deserto dos Estados Unidos.
11:46E lá tem uma relação.
11:48Não tem arte efêmera de fato, mas tem uma relação.
11:51Porque tem o homem flamejante, o Burning Man.
11:55Enfim.
11:57Esse tipo de arte, além de ser efêmera, está fora do museu.
12:01Está fora de uma instituição.
12:03Assim como a gente viu os guarda-chuvas há pouco tempo.
12:07Então, se ela está fora de um museu, fora de uma instituição, ela está mais acessível ao público.
12:12Todo mundo nessa cidade de Nova York, que passar por esse lugar, consegue ver essa arte.
12:19Consegue consumir essa arte.
12:21Vamos entender aqui, gente, que consumir arte, a gente consome arte.
12:24Com o olho, quando essa arte é visual.
12:27Com os ouvidos, quando é música.
12:30Com o próprio corpo, quando é dança.
12:33E a gente dança.
12:34Então, consumir arte não significa comer ou beber.
12:37Significa aproveitar essa arte do modo como ela foi produzida.
12:43No caso de uma imagem, aproveitar a arte olhando essa arte.
12:48Então, o grafite tem um acesso muito democrático.
12:51As instalações urbanas.
12:53As performances urbanas também.
12:55Mas eu acho que o grafite, como ele vem de uma relação muito forte com a periferia.
13:01E eu vou fazer uma aula para falar sobre o surgimento do grafite.
13:04Porque essa história do hip-hop, de vez em quando ela aparece no Enem.
13:08Vocês vão ver que o grafite tem um apego muito forte com o todo.
13:12Com toda a população.
13:13Com todo mundo que pode consumir esse tipo de arte.
13:17Eu falei que a aula de hoje seria curta.
13:19Então, vamos para o nosso resumo.
13:22Libertação do suporte à arte contemporânea.
13:25Não está preocupada em tela, em mármore, em ferro e em suportes tradicionais.
13:34Ela se manifesta em qualquer lugar, de qualquer jeito.
13:38Lembra que eu falei que o artista, hoje em dia, ele quer que você pense.
13:41E ele vai buscar a melhor forma possível de fazer você pensar sobre alguma coisa.
13:49Se o do Meirelles desvio para o vermelho.
13:51Uma sala onde todos os objetos são vermelhos.
13:54E ele quer que você comece a pensar a partir daí em alguma coisa.
13:57O que essa sala vai te fazer pensar?
14:01Eu já falei, não importa.
14:02Tem sim um conceito, uma ideia, mas o artista vai buscar o que for necessário
14:08para que você pense igual a ele.
14:10Para que você reflita como ele refletiu.
14:14Então, tem essa libertação de um suporte tradicional.
14:17Já falei do readmei...
14:19Que é o que?
14:22É você pegar um objeto cotidiano,
14:27tira ele da função original
14:29e coloca no museu, numa instituição.
14:33E isso vai virar uma obra de arte.
14:35Eu pego uma banana, que é um objeto que a gente consome, que a gente come.
14:40E eu colo ela na parede com uma fita.
14:43E ela vira uma obra de arte.
14:45Ela deixa de ser um objeto que se come.
14:49Mas se eu tiro ela da parede com a fita de escasco e como,
14:52ela voltou a ser a banana convencional.
14:54Readmei é isso.
14:55É tirar o objeto do seu lugar convencional e colocar no lugar de arte.
15:02Aí tem arte urbana, que eu falei um pouco na aula de hoje.
15:07Performance.
15:07Eu já fiz aula sobre performance.
15:10Body art.
15:11Já fiz aula sobre body art.
15:13Arte digital.
15:14Se não me engano, eu já fiz aula sobre arte digital.
15:17Todos esses são suportes da arte contemporânea.
15:20Performance.
15:21A gente não tem nem pintura, nem escultura.
15:23Não tem nada da arte tradicional.
15:25Nada, nada, nada.
15:28Body art é o próprio corpo.
15:30Talvez ainda tenha tinta, mas é o próprio corpo, não é a tela.
15:35Arte digital.
15:36Vocês estão me vendo aqui agora.
15:37Como, né?
15:39Vocês não compraram um DVD e colocaram ali no aparelho para assistir minha aula.
15:44Então, de certo modo, a gente consegue entender perfeitamente o que é arte digital,
15:49mas acho que tem aula, sim.
15:50Se tiver, o card já apareceu aqui, porque eu sou desses que aproveita o momento.
15:56Gente, por hoje é isso.
15:57Não vou nem voltar para aquela tela grandona para me despedir.
16:00Estou me despedindo aqui.
16:02Então, por favor, se inscreve nesse canal, ativa o sininho,
16:06deixa o seu like, compartilha com quem precisa desse conteúdo,
16:10e essa coisa toda que apareceu na tela aqui embaixo.
16:15Por hoje é só.
16:16Um beijo e um queijo.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado

29:40
A Seguir
24:23
19:21