Reta final: Trump notificará parceiros comerciais

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00:00O presidente Donald Trump disse que prevê enviar a partir de hoje cartas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos

00:07para informar sobre a imposição de tarifas punitivas enquanto as negociações sobre o tema entram na reta final.

00:15A decisão deve atingir dezenas de economias desde a União Europeia até a Índia.

00:21Este é um assunto para o nosso correspondente Diego Mezzogiorno, que chega direto da Itália ao vivo.

00:27Oi Diego, muito bom dia para você. Tudo bem por aí?

00:31O pessoal deve estar meio preocupado com o prazo vencendo e as negociações amarradas por enquanto.

00:38Seja bem-vindo aqui ao Agora.

00:41Bom dia Klein, bom dia a todos.

00:43Olha, existe a preocupação sim, mas os mercados e os analistas não estão levando tão a sério essa ameaça do Donald Trump.

00:57que querem fechar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos o quanto antes.

01:03E isso significa que provavelmente eles têm alguma informação ainda não passada para a imprensa

01:08de que negociações estão bastante avançadas em relação a isso.

01:12O que está preocupando o mercado e está estragando o cestou dos europeus hoje aqui, Klein,

01:19é a China, vem do outro lado do mundo. Por quê?

01:23Porque a China está ameaçando uma taxação de até 39% sobre os brandes e licores europeus.

01:32E se você dá uma olhadinha e puxar a mar aí, vocês vão ver que especialmente os grandes produtores de bebidas

01:38como França, Itália e também a Alemanha estão sofrendo bastante.

01:44Isso está puxando hoje esse mercado para baixo com essa possibilidade.

01:50A China está dizendo que isso é uma forma, uma espécie de retaliação em relação a algumas taxações feitas pela União Europeia,

01:58já que isso sim tem a ver com a guerra comercial imposta pelos Estados Unidos,

02:05que acabou atravancando o acesso dos europeus também a materiais raros,

02:10questões ligadas a baterias, carros elétricos.

02:13Então essa guerra comercial é uma guerra comercial expandida que mexe bastante com os mercados europeus, Klein.

02:19É verdade, viu, Diego?

02:21E o Macron pode não estar preocupado, mas os investidores estão, como você disse,

02:25as bolsas amanheceram aí em queda e permanece em compasso de espera.

02:30O investidor um pouquinho mais cauteloso ou então pessimista diante desse cenário.

02:35Diego, já já a gente conversa mais, combinado?

02:38Até já.

02:39Mariana Almeida, a Europa aí tentando, ou pelo menos líderes como o Macron, tentando colocar panos quentes,

02:48mas a verdade é que existe uma preocupação pelo menos dos investidores,

02:51que essa preocupação está traduzida em números, nos índices,

02:55porque se não acontecer ou pelo menos chegarem a um acordo,

03:00vamos sentar a mesa então e vamos decidir essa questão comercial,

03:03as taxações vão vir fortes.

03:05E o que está se dizendo ali nos bastidores da Casa Branca, que a gente tem saído notícias,

03:11é que agora as taxações poderiam ser de 20% a 30%, um pouquinho menos do que Trump estava ameaçando,

03:17mas mesmo assim já é mais alto do que era antes.

03:19Não, sem dúvida.

03:20Acho que isso é uma coisa importante da gente lembrar,

03:22que seja lá qual for o novo nível e qual é o patamar em que vai se estabelecer,

03:27é certamente um ambiente econômico de comércio mais caro,

03:31porque você tem de qualquer forma mais taxas do que você tinha antes,

03:33não tem nenhum sinal de que se voltaria para um patamar mais baixo pré-Liberation Day, pré-2 de abril.

03:40Então isso é um fato.

03:41Agora, além disso, não é uma coisa que é só caro para todo mundo,

03:45não é uma taxação que cria essa relação nova dos Estados Unidos com os raios do mundo

03:50num patamar equilibrado.

03:52E aí é que o Diego estava trazendo um fato que vale a pena ressaltar aqui,

03:55que é como é que depois você tem desvio dos comércios,

03:59como é que você tem o efeito desviado em relação às negociações que são feitas um a um com os Estados Unidos.

04:05Porque esse é um ponto.

04:06Se não é multilateralismo, se não é tendência com o perfil de liberar mais amplamente,

04:12então é cada um fazendo a sua negociação e isso no final pode acabar rebatendo em outros.

04:18Por quê?

04:19Por exemplo, os Estados Unidos e China fizeram a sua negociação,

04:21a gente sabe ainda poucos detalhes mais amplos de tudo que isso envolveu,

04:24mas certamente envolveu um acesso prioritário dos Estados Unidos às terras raras da China,

04:28ou seja, a exportação de insumos fundamentais para a indústria toda de tecnologia,

04:35inteligência artificial e suas bases de produção de chips.

04:37Muito bem, se é prioritário, quem deixa de ser prioritário?

04:40Porque isso, na negociação, um se tornou prioridade para o outro,

04:44outro que é a China, que fornece isso de maneira muito importante para o mundo.

04:47Quem perdeu espaço?

04:49A Europa.

04:49A Europa pode ter perdido esse espaço.

04:51Tem coisas na relação bilateral que se estabelecem que acabam provocando outras reações.

04:55Teve também o caso das bebidas, dos brandies que o Diego estava trazendo.

05:00Então, o efeito final da colocação de tarifas e das suas negociações um a um,

05:07a gente não visualiza na hora que acontece.

05:09Tem uma onda que vai acabando, vai se dissipando e vai afetando diferentes setores e diferentes países

05:15de uma maneira que não está previamente acordada.

05:17E a Europa está aí vivendo um pouquinho esse certo aperto, perda de...

05:21Ela não está na mesa para a negociação principal e quem não está na negociação principal

05:24vai pegar a onda depois, os efeitos dessa onda.

05:27E acho que o dia, de novo, a sexta-feira é uma sexta-feira de cautela

05:30e uma sexta-feira de cautela, no caso europeu, no cantinho ali esperando

05:34que pedaço dessa onda pode chegar e quem ela pode derrubar.

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