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Transcrição
00:00E a gente teve recentemente um caso de um militar venezolano, o Ronaldo Oreda Moreno, que foi sequestrado no Chile.
00:11Você tem mais informação dessa história?
00:13Sim, em resumo, o tenente Oreda era um tenente em um dos níveis mais altos, um nível meio baixo.
00:26Mas era muito crítico do governo, ele foi preso em uma das celas de tortura venezuelana, Ramo Verde.
00:37Mas ele conseguiu fugir e pediu asilo no Chile, e estava como asilado lá no Chile.
00:46Mas faz uma semana ele foi sequestrado por umas pessoas que eram venezuelanas.
00:52Mas se sabe porque ele morava com sua mulher, e a mulher escutou o sotaque das pessoas que sequestraram nele.
01:03E era um sotaque venezuelano.
01:05Estavam fingindo ser parte da Polícia de Imigrações Chilena.
01:10E ele estava desaparecido desde 21 de fevereiro.
01:16Tem mais de uma semana que isso aconteceu.
01:19E o Chile estava pesquisando, investigando o tema.
01:25O tema tem um segredo lá no Chile, tem uma condição de segredo.
01:29Não tinha muita informação que estava sendo filtrada ou passada para os jornais, para a mídia.
01:38Mas hoje parece que teve uma possível resolução.
01:42Até agora a Chile não confirmou.
01:45Mas parece que acharam o corpo do tenente Ojeda.
01:50Estaria evidentemente morto.
01:52E parece que até agora não conseguiram resgatar seu corpo.
01:56Porque ele teria sido enterrado de uma forma mais ou menos sofisticada.
02:00Usando cimento num bairro popular lá no Chile.
02:06Como falei, precisa ser ainda confirmado.
02:09Porque eles não conseguiram resgatar totalmente o corpo.
02:13Mas é a informação que por enquanto está sendo manuseada pela imprensa chilena.
02:21Isso, acho que esse é um novo patamar.
02:26Até agora tinha um outro sequestro de um militar venezuelano que morava na Colômbia.
02:32Ele foi, segundo a informação que a gente tem, porque tudo isso é muito difícil.
02:37Não tem uma informação oficial sobre esses casos.
02:40Mas segundo a informação que a gente maneja um pouco, tem graças à prensa independente.
02:47Parece que com a ajuda das Farc, dos grupos das Farc que ficam,
02:51Ele foi sequestrado, levado até a fronteira e daí foi pego pela segurança de Maduro.
02:58Nesse caso, a gente não sabe se foram militares infiltrados lá no Chile.
03:04Ou que ele fez uso do trem de Aragua, que talvez vocês já conhecem, já escutaram falar.
03:11É um grupo criminoso.
03:13É uma máfia que está espalhada por América Latina toda.
03:17Talvez, tem informações que talvez eles foram contratados pelo governo Maduro para...
03:23Bom, até agora a gente pensava que era só sequestrar e desaparecer o tenente Ojeda.
03:28Mas parece que infelizmente tenha sido para assassinar ele.
03:34Essa informação que a gente tem agora, que tem uma hora, duas horas,
03:38Talvez depois a gente pode verificar se o Chile conseguiu uma informação oficial sobre o tempo.
03:44E, Gérard, então o que você está falando é que o Maduro,
03:47Nisso de escalar a repressão, ele está agora sequestrando e matando dissidentes em outros países
03:54Com a ajuda das Farc e do trem de Aragua.
03:58Gérard, isso aí é o método russo?
04:01Porque, recentemente, a gente teve um desertor russo, piloto, que foi morto na Espanha, em Alicante.
04:10A Rússia também estava sempre envenenando ali os russos que viviam em Londres.
04:17O Maduro está prendendo com o Putin?
04:19A gente acha isso, né?
04:22Tem um artigo muito famoso de Applebaum que fala justamente isso, né?
04:27O processo de troca de informações e de recursos entre as ditaduras do mundo, né?
04:34Casualmente, a gente não sabe se casualmente ou já estava mais ou menos planejado,
04:41recentemente o canceleiro russo foi para a Venezuela, teve contatos, teve reuniões
04:46e muitas têm uma suspeita que, evidentemente, não pode ser verificada com fontes oficiais,
04:54mas é uma suspeita de que, efetivamente, tem por trás estratégias russas que estão sendo aplicadas,
05:02que estão sendo utilizadas para perseguir a oposição venezuelana.
05:06E, evidentemente, todo mundo sabe que o Putin, quase desde o começo do seu governo,
05:12lá bem atrás, dos mil e poucos, ele já teve vários casos de dissidentes ou rivais políticos
05:19que foram assassinados, né?
05:22Inclusive, na própria Ucrânia, né?
05:25Então, essa estratégia dele é de bem longe, né?
05:30Tem a ver com sua própria formação profissional.
05:34Lembremos que ele é um espião, né?
05:36De formação da KGB.
05:40E acho que ele está agora também ensinando isso para os venezuelanos.
05:45E, bom, faz pouco tempo, uns dias eu li uma matéria do Globo,
05:51que conseguiu falar com alguns militares venezuelanos morando aqui no Brasil,
05:55em condição de anonimato.
05:57E eles falam do temor, do medo, que agora eles sofrem,
06:01porque isso era o seu pior pesadelo, né?
06:05A ideia de que Maduro ia conseguir perseguir eles fora das fronteiras venezuelanas.
06:13E, bom, agora parece que efetivamente está conseguindo as formas de fazer isso.
06:17E como o sequestro do Reda Moreno impactou, sim, impactou a sociedade civil na Venezuela?
06:27Acho que teve um impacto moderado.
06:31Por quê?
06:32A gente tem que lembrar que a maioria da população venezuelana está com duas condições, né?
06:37Primeiro, a condição econômica ainda muito grave,
06:40que não dá para que elas realmente tenham muita capacidade de mobilização
06:45pelas causas políticas, mas também porque vale lembrar
06:50que não tem muitas formas de se informar, né?
06:58Quase toda a informação que chega para a Venezuela acontece no Twitter, no X agora.
07:07Porque todas as mídias de comunicação de TV estão sob controle de Maduro,
07:12prensa independente basicamente não existe e poucos têm capacidade incluso para imprimir os diários.
07:21E as rádios são constantemente fechadas.
07:25Inclusive, dois dias atrás, já teve mais três rádios que foram fechadas pelo governo.
07:33Então, a população venezuelana acha que está muito mais informada,
07:37nós que estamos fora do país, do que a própria população venezuelana, né?
07:41Então, esses casos acho que passam, em geral, muito...
07:47de forma muito... pouco impactante para a população venezuelana, infelizmente.
07:52Por isso, pelo altíssimo controle que tem o governo sobre a informação no país.
07:58Existem fatos que comprovam a repressão do regime Maduro,
08:03e muitos deles foram colhidos pela missão da ONU para os direitos humanos na Venezuela.
08:08Então, eu queria perguntar um pouco mais para você,
08:11o que essa missão descobriu sob comando no alto comissariado da Michelle Bachelet,
08:16presidente do Chile, né?
08:18Então, o que essa missão descobriu?
08:21E essa missão para os direitos humanos na Venezuela conseguiu conter a repressão do regime Maduro
08:28enquanto ela ainda estava lá?
08:32Não, na verdade, não.
08:34Incluso acredito que ela tentou uma estratégia de apaciguamento com o governo Maduro,
08:40tentou não criticá-lo tão fortemente.
08:42Tem várias missões, na verdade, trabalhando no caso venezuelano.
08:46Tem essa missão do autocomissionado de direitos humanos,
08:49mas também tem uma comissão independente também da ONU.
08:54Essa segunda missão é muito mais crítica,
08:58e conseguiu entrevistar pessoas que sofreram delitos contra a humanidade,
09:06que sofreram tortura, repressão.
09:08E tem informes muito explicativos, bem objetivos,
09:15sobretudo o que acontece em termos de repressão.
09:18A missão dos direitos humanos do autocomissionado
09:22foi menos forte nas críticas,
09:24embora criticava nessa linguagem muito típica da ONU,
09:29em que eles chamam atenção sobre problemas,
09:34mas não criticam diretamente o governo.
09:36Mas não tem muita diferença quando você limpa a linguagem,
09:42quando você entende que a linguagem desse autocomissionado
09:45é muito mais suave, menos crítico,
09:49você vai encontrar os mesmos achados entre essa missão independente
09:55com a missão do autocomissionado.
09:57Basicamente, os temas de tortura, de repressão, de perseguição.
10:01O autocomissionado até encontrou também o tema da repressão aos trabalhadores,
10:06porque uma coisa curiosa é que o governo de Maduro fala que ele é o governo dos trabalhadores,
10:13mas os trabalhadores na Venezuela têm uma condição econômica, social e de perseguição
10:18também extremamente forte.
10:20E isso estava sendo comentado e era colocado nos informes do autocomissionado.
10:28No entanto, sempre de uma forma um pouco mais suave, mais leve,
10:32a forma de fazer esses sinalamentos, de chamar atenção sobre esses temas.
10:37Mas, com a perseguição da Rocío San Miguel,
10:43acho que chegou um ponto em que o autocomissionado precisou
10:46chamar um pouco mais forte a atenção do governo,
10:50e aí o governo já desistiu de manter as aparências com essa missão no território venezuelano.
10:59Porque a outra missão não tem permisso para entrar, só essa do autocomissionado.
11:02E, bom, basicamente é isso, eles acharam esses mesmos temas de tortura,
11:09de violação de direitos econômicos, sociais, mas também políticos na população venezuelana,
11:15mas eles tentaram fazer isso por crítica de uma forma mais suave.
11:20Dessa vez, com a desaparição da Rocío San Miguel,
11:24eles chamaram a atenção um pouco mais forte,
11:26e até aí chegou o acordo, o reconhecimento dessa missão.

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