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  • há 3 meses
O fundador do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, comenta a pesquisa feita com eleitores de Jair Bolsonaro. Os dados revelam quais são os possíveis nomes que poderão ser os herdeiros do ex-presidente, como Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro, e os valores dos seus eleitores.

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Transcrição
00:00Olá, seja muito bem-vindo. Eu sou o Duda Teixeira e esse é mais um Cruzoé Entrevistas. O assunto de
00:17hoje é para onde vai a direita? Uma pesquisa publicada pelo Instituto Locomotiva e pelo
00:24Instituto de Pesquisa Ideia, que mostra um quadro aí de para onde vai a direita no Brasil. Para falar sobre o assunto, a gente convidou o Renato Meirelles. Renato, que é o fundador do Instituto Locomotiva e essa pesquisa, vale só um adendo aí, foi encomendada pelo Zeitgeist Public Affairs. Renato, seja bem-vindo ao Cruzoé Entrevistas.
00:49Prazer estar aqui contigo, Duda.
00:52Renato, bom, o assunto aí que foi muito falado após a eleição do ano passado era para onde iria a direita, né? Se ficaria muito ainda coesa em volta do Bolsonaro, se iria por uma pauta mais de costumes,
01:12que resiliência teria aí a direita mais liberal na economia, né? Essa que quer menos intervenção do Estado na economia. E muito bacana que você trouxe uma pesquisa meio que respondendo a todas essas perguntas, né?
01:29Então, te faço a pergunta, para onde vai a direita, Renato?
01:34Olha, a gente encontra hipóteses nessa pesquisa, né, Duda? Mas os rumos da política, e todo mundo que acompanha a Cruzoé sabe muito bem disso,
01:46depende não só de oferta, mas também de demanda. O que a pesquisa teve condições de aferir é qual é a demanda efetiva do eleitor,
01:59e é uma demanda que mostra uma necessidade aí de procurar alternativas ao bolsonarismo.
02:07O que a gente viu nessa pesquisa é que pouco mais da metade dos eleitores topam uma alternativa de direita não bolsonarista.
02:2018% dos eleitores da direita são bolsonaristas raiz, acho que só o Bolsonaro pode resolver esse problema.
02:30A questão na prática é que não basta, Duda, você ter uma demanda por uma mudança se não aparece uma pessoa capaz de liderar essa mudança,
02:47essa flexibilização aí do bolsonarismo.
02:53Então, hoje tem muita gente querendo avançar na prática sobre as alternativas políticas, o eleitor demanda algo menos bélico, vamos dizer assim,
03:06no entanto, não basta o eleitor querer, um nome tem que se apresentar.
03:12Tá, Renato, um dos slides da pesquisa, vou pedir para o Robson colocar na tela,
03:17acho que exatamente pensem nas possibilidades que existiriam aí ao Bolsonaro.
03:25Você pode explicar um pouquinho esse quadro que a gente está vendo?
03:29Posso sim.
03:31Essa é uma matriz em que nós colocamos o quanto que cada uma dessas possibilidades de candidaturas
03:38de um campo mais ao centro-direita tem, de um lado, sobre conhecimento, né,
03:45então, os que estão aí à esquerda da tela são os menos conhecidos,
03:51à direita da tela são os mais conhecidos,
03:54e com a pergunta se seria ou não seria um bom presidente.
04:00Antes dessa pergunta, Duda, a gente tinha perguntado
04:04quem seria a melhor, expressaria melhor a continuidade do bolsonarismo.
04:11E esses fotinhos que estão apagados aí, né?
04:15Então, a gente tinha uma distribuição um pouco diferente,
04:17onde os membros da família Bolsonaro teriam uma relevância maior.
04:23Quando nós perguntamos, mudamos a pergunta,
04:26ao invés de seria quem melhor representaria a continuidade do governo de Bolsonaro,
04:33pela pergunta seria um bom presidente,
04:35Nomes como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior, o próprio Sérgio Moro,
04:43ganham espaço enquanto o Eduardo Bolsonaro e a Michele Bolsonaro perdem espaço.
04:51O que isso nos mostra?
04:53Primeiro que existe pouca demanda aí para uma candidatura que não venha da política tradicional,
05:01do outsider.
05:02Segundo que a associação com ser um bom presidente está ligado, antes de tudo,
05:09às referências políticas que hoje exercem algum tipo de mandato.
05:17E, nesse sentido, a relação de ser um bom presidente com conhecimento do Tarcísio de Freitas
05:25aparece com muita força.
05:27Na medida em que Moro pode ser muito conhecido, mas não tem a visão aí da maioria dos eleitores de direita
05:34como alguém capaz aí de ser um bom presidente.
05:40Outro detalhe interessante desse gráfico, Duda, é o quanto que os candidatos que, em algum momento,
05:47as referências políticas que, em algum momento, foram vistas aí como possibilidades centristas, né?
05:52Geraldo Alckmin, que foi duas vezes candidato a presidente e hoje é o vice-presidente da República,
05:58a Simone Tebbit e o Eduardo Leite perderam completamente a chance de ser uma alternativa de direita, né?
06:08Então, a opção que eles fizeram no segundo turno, né?
06:13Simone virando o ministro do Lula, o Alckmin, o atual vice-presidente da República, o Eduardo Leite,
06:19mesmo no Estado mais conservador, como o Estado do Rio Grande do Sul,
06:23tendo uma postura bastante crítica aí com relação ao bolsonarismo,
06:27ao tomarem essa atitude, meio que escolheram o lado antibolsonarista.
06:36Da mesma forma que tem, como o Romeu Zema é antipetista, antes de ser bolsonarista,
06:41ele é antipetista, o Eduardo Leite, a Simone e o Alckmin são antibolsonaristas,
06:47portanto, não conseguiriam capturar o eleitor de direita.
06:51Poxa, superinteressante aquele quadro ali, né?
06:55E mostra bem que, realmente, o fato de ser governador,
06:59as pessoas entendem que ele pode ser um sucessor do bolsonarismo,
07:03mas ele ganha um plus aí, uma força a mais,
07:07como entendendo que pode ser um bom presidente também, enfim, uma vez que já é governador.
07:12Coisa que o pessoal ali da família Bolsonaro não tem, né?
07:16Não, pelo contrário, né?
07:17O pessoal da família Bolsonaro, eles largam de um conhecimento grande
07:22e da força do sobrenome, mas, por outro lado,
07:28eles não têm aí referências de serem bons gestores, né?
07:35Na verdade, o que eles têm é o sobrenome, não muito mais do que isso.
07:39Talvez a Michele Bolsonaro, comparado ao deputado Eduardo Bolsonaro,
07:46ela tem um colchão aí melhor, talvez por ter entrado em menos polêmicas do que o Eduardo Bolsonaro entrou.
07:56Tá, e Renato, a gente tem um outro quadro também,
07:58também vou pedir para você comentar,
08:01mas adorei os comentários que você fez sobre esse...
08:03Pedir para o Robson colocar, esse daí mostra bem, seria um bom presidente,
08:13a gente tem ali o Zema, Michele, Moro e Tarcísio, né?
08:19Continuidade...
08:19Mesmo assim, se a gente lembrar, o Moro embaixo, né?
08:25O Moro e a Michele mais embaixo, comparado ao outro gráfico,
08:27mas, de qualquer forma, na metade superior, aí no quadrante superior.
08:32Tá.
08:34Renato, a gente deve ter, nessa edição da Cruzeiro,
08:37uma matéria sobre o Tarcísio de Freitas, né?
08:40E o Tarcísio, aparentemente, a gente vê ali como estratégia dele,
08:46a gente já vê que tem um plano de ação,
08:48pensando já numa campanha ali para 2026, para a presidência,
08:52e, aparentemente, ele, ao mesmo tempo que tenta ser um candidato de centro,
09:00então, ele faz coisas do tipo, fala de meio ambiente,
09:06de preservação do meio ambiente, libera verba para a Parada Gay em São Paulo,
09:11então, é um político normal, nesse ponto de vista,
09:15mas são coisas que o Bolsonaro não faria, né?
09:18Ao mesmo tempo, ele também tenta falar para uma base mais bolsonarista nessas pautas,
09:25por exemplo, ele foi para a marcha para Jesus, aqui em São Paulo, né?
09:29Fez várias declarações, que ele é um governador temente a Deus,
09:35foi também numa formatura de policiais.
09:38Você acha que essa estratégia de jogar tanto para a base bolsonarista
09:42quanto para um centro faz sentido?
09:45Faz sim, Duda.
09:50É muito difícil ter uma candidatura de Tarcísio de Freitas
09:54que não tenha o apoio explícito da família Bolsonaro, né?
09:59Os votos dos 18% da direita mais radicais
10:06e que somam os 24% que acreditam na importância
10:12da participação de Jair Bolsonaro na campanha
10:16mostram que qualquer candidato que saia com o apoio do bolsonarismo
10:19sai na frente.
10:21Só que, ao mesmo tempo, a dificuldade está no depois, né?
10:26Porque esse bolsonarismo mais raiz não é suficiente
10:29para eleger um presidente da república.
10:35Nessa última eleição ficou claro,
10:38até porque foi uma eleição também de disputas de rejeição.
10:41O que o governador está tentando fazer
10:46é, de algum lado, garantir esse empurrão inicial,
10:51esse impulso inicial,
10:53mas acenando para esses outros 54%
10:57e até para órfãos aí do PSDB, né?
11:02Aquele PSDB que já teve um eleitorado
11:04no estado de São Paulo bastante cativo
11:06e o eleitorado que se fragmentou e muito nos últimos anos,
11:11mas que tem uma certa...
11:14estão órfãos aí de uma direita mais moderada.
11:18Se eu pudesse resumir, funciona mais ou menos o seguinte.
11:21O bolsonarismo é o que leva a direita
11:28a partir de um patamar grande de voto.
11:32No entanto, ele cobra seu preço.
11:35Ele cobra o seu preço na rejeição.
11:39O que o Tarcísio está tentando fazer
11:41é pegar o bônus sem ter tanto ônus do bolsonarismo.
11:48A gente sabe que quando a eleição aperta,
11:53talvez venha uma cobrança maior, em especial,
11:56sobre o tema de costumes.
11:59Na eleição para governador,
12:01o Tarcísio conseguiu equilibrar bem aí
12:04esse processo.
12:08Agora, alguém consegue imaginar
12:10que Tarcísio de Freitas,
12:12sem o apoio do bolsonarismo,
12:14seria um candidato viável à presidência da República?
12:17É muito difícil imaginar isso.
12:19Então, ele precisa sim manter o bolsonarismo,
12:22um bolsonarismo que se difere do Dória.
12:24Então, ele aprendeu olhando para o Dória aqui em São Paulo,
12:28que ao se tornar um antibolsonarista,
12:32passou a ser visto pelo eleitor como um traidor.
12:39E como dizia aí o saudoso Ulisses Guimarães,
12:42a política adora traição e odeia os traidores.
12:45Então, não é à toa que, na prática,
12:49o Tarcísio lembra a todo momento
12:51quem foi que o elegeu,
12:53mas tenta mostrar um certo verniz
12:56que o difere do radicalismo da família Bolsonaro,
13:00que no limite foi o grande...
13:03Esse radicalismo foi o grande responsável
13:07por Bolsonaro ter a maior rejeição
13:09da história dos presidentes do Brasil.
13:10Renato, uma curiosidade.
13:15Eu te faço a pergunta, não sei se você tem a resposta,
13:17mas por que é tão difícil para um governador de São Paulo
13:20ser eleito presidente da República?
13:24Porque todos que tentaram aí,
13:26desde a redemocratização, não conseguiram.
13:29O Dória, o Alckmin, Mário Covas...
13:35Difícil de emplacar lá em Brasília, né?
13:37É difícil, sim.
13:38E isso se dá por uma certa arrogância que São Paulo tem.
13:46Então, você tem esse caos aí,
13:49nos outros estados da federação,
13:52uma...
13:54Olha, pô, mas vai tudo para São Paulo.
13:55São Paulo já é o estado rico.
13:58E os outros estados da federação,
14:00em especial os estados da região nordeste,
14:04têm uma dependência grande aí na sua economia
14:07dos investimentos federais.
14:11E não só na economia, mas também para o sistema público de saúde,
14:14o papel que o SUS joga na região nordeste,
14:18é proporcionalmente mais importante do que o SUS joga na região sudeste do país,
14:23assim como a escola pública.
14:25Então, existe uma percepção generalizada de que a função do estado é oferecer o melhor para quem mais precisa.
14:33Se quem ocupa a presidência da República for alguém que já governou o estado de São Paulo,
14:40tem uma certa insegurança com relação a isso.
14:44O detalhe interessante é que São Paulo, por sua vez,
14:48recebe de uma forma diferente os migrantes.
14:52Porque era a capital de São Paulo, nós tivemos uma prefeita nordestina,
14:57tivemos o Pita, um prefeito carioca,
15:01nós tivemos aí o...
15:04Agora o Tarcísio, que é carioca,
15:07São Paulo sempre deu vitórias expressivas para Fernando Henrique Cardoso,
15:11que fez a sua carreira em São Paulo,
15:13mas que originalmente também é carioca.
15:19Nós temos aí uma relação
15:21de que São Paulo,
15:25de alguma forma,
15:27até por ter na sua história
15:29acolhido
15:30outros locais,
15:33tem uma
15:34tolerância até maior
15:37em acolher
15:39do que o resto do Brasil
15:41tem de acolher quem já dirigiu
15:43o maior estado da federação,
15:45o segundo maior orçamento
15:47da federação.
15:48Bom, eu estou conversando com o Renato Meirelles,
15:52fundador do Instituto Locomotiva,
15:54sobre a pesquisa
15:56para onde vai a direita.
15:57Então, Renato, vamos voltar aí
15:59para a pesquisa.
16:01Um item que eu achei muito interessante
16:03é a questão
16:04da intervenção estatal
16:08na economia.
16:10O Bolsonaro,
16:12durante todo o governo dele,
16:14ele teve como ministro da Fazenda
16:16e da Economia
16:17o Paulo Guedes,
16:18sempre se falava
16:20que o Guedes não ia durar nada,
16:21no fim,
16:22durou os quatro anos de mandato
16:24e tentou-se
16:26com alguma
16:28hesitação aí
16:29realmente
16:29ser mais liberal
16:31na economia.
16:33Mas aí eu te pergunto
16:34até que ponto
16:35que os eleitores
16:35de Bolsonaro
16:36realmente
16:37querem
16:38um estado
16:40menos interventor?
16:42A pesquisa foi
16:44bastante interessante
16:45entender
16:47esse perfil
16:49mais ideológico
16:50da direita
16:52no Brasil.
16:53O que a gente pode
16:54e pôde
16:55perceber?
16:57Em primeiro lugar,
16:59que em 2018
17:00nós tivemos
17:01uma troca
17:02de
17:03relações
17:04oportunistas.
17:05então o bolsonarismo
17:07queria diminuir
17:08a imagem dele
17:09de ser radical
17:11e o histórico
17:12de votações
17:13pouco liberais
17:15da carreira
17:16de deputado
17:17de Jair Bolsonaro
17:19e, portanto,
17:20procurou alguém
17:21como Paulo Guedes
17:22para isso.
17:23O Paulo Guedes
17:24viu que
17:27seria o único
17:28dos economistas
17:30com alguma
17:32relevância
17:33que poderia
17:34embarcar
17:35nesse tsunami
17:37bolsonarista
17:37que foi em 2018
17:39em especial
17:40após
17:41a facada.
17:43E o que nós tivemos
17:43nesses quatro anos
17:44foi uma tentativa
17:45de equilíbrio
17:47nesse cenário.
17:48E por que essa tentativa
17:49de equilíbrio?
17:49Porque um núcleo
17:51bolsonarista,
17:52aqueles 18%
17:53da direita
17:54que só aceitam
17:55o Bolsonaro,
17:57é muito mais
17:58estatizante
17:59do que
18:00os 54%
18:03da direita
18:04que topam
18:06outras candidaturas
18:08diferentes
18:09da candidatura
18:10do ex-presidente
18:11da República.
18:13E isso nos mostra...
18:14Alguns números
18:15para a gente entender.
18:17Vou colocar
18:20aqui
18:21para...
18:22para a gente ver.
18:25Defende a autonomia
18:26do Banco Central.
18:28Apenas 24%
18:30do núcleo duro
18:31bolsonarista,
18:32das pessoas
18:33do perfil
18:34que nós chamamos
18:34de fechados
18:35com Bolsonaro,
18:37defende a autonomia
18:38do Banco Central.
18:40Esse número
18:42sobe
18:43para 36%
18:45da direita
18:47aberta
18:48a novas
18:49lideranças.
18:51Defende
18:51menos intervenção
18:53do Estado
18:54na economia.
18:5538%
18:56da direita
18:59aberta
19:00a novas lideranças
19:01contra 29%
19:02da direita
19:03fechada
19:04com o Bolsonaro.
19:05Quando nós vamos
19:06olhar
19:06os aspectos
19:08que aproximam
19:09ou diferenciam
19:11os eleitores
19:12bolsonaristas
19:14dos eleitores
19:15do atual presidente
19:16Luiz Inácio Lula da Silva,
19:18o que a gente vê?
19:19O bolsonarista
19:20é,
19:21antes de tudo,
19:23mais até
19:23do que a discussão
19:25do ponto de vista
19:25de costumes,
19:26um eleitor
19:27anti-establishment,
19:29um eleitor
19:29anti-sistema.
19:32Ele não acredita
19:33nas urnas eletrônicas,
19:34ele acredita
19:35na participação
19:36dos militares
19:37na economia,
19:38ele é
19:38completamente
19:40contra
19:41a atuação
19:42do Supremo
19:43Tribunal Federal.
19:45Isso são os maiores
19:46pontos de distância,
19:48Duda,
19:49entre a direita
19:52e a esquerda
19:53no país.
19:54Depois vem o termo
19:55de costumes
19:56e tanto a direita
19:58quanto a esquerda
20:00brasileira
20:00têm uma visão
20:01exatamente por conta
20:02desse núcleo
20:03bolsonarista
20:04da direita
20:05que defende
20:06uma participação
20:07maior do Estado
20:08na economia,
20:09eles são pontos
20:11que quase
20:12convergem
20:13
20:14nesses
20:15dois
20:17aspectos.
20:19Em outras
20:19palavras,
20:21falando para
20:22os eleitores
20:24
20:24que defendem
20:26de verdade
20:26uma economia
20:27liberal,
20:29que defendem
20:29uma participação
20:31menor do Estado
20:32na economia,
20:33não será
20:34pela direita
20:35radicalizada
20:35que eles
20:37terão sucesso,
20:38porque essa
20:39direita
20:39radical
20:40não defende
20:42o Estado
20:42mínimo,
20:43essa direita
20:44radical
20:45foi quem
20:46obrigou
20:47o Paulo Guedes
20:48a mudar
20:49o seu discurso.
20:50Nós sabemos
20:50muito bem
20:51que o Paulo Guedes
20:52da campanha
20:54eleitoral
20:54de 2018,
20:55o Paulo Guedes
20:55que mudou,
20:58que deixou
20:58o governo
20:59aí no último ano,
21:01que entregou
21:02o governo
21:03para Fernando Haddad
21:04tem um discurso
21:04muito diferente,
21:06tanto que ele
21:07foi
21:07forçado
21:09ao auxílio
21:10emergencial,
21:11forçado
21:12a abrir
21:13os cofres
21:14na tentativa
21:15de reeleição
21:16de Jair Bolsonaro.
21:18Então,
21:19por mais que ele
21:20estivesse
21:21na luta
21:22por fazer
21:23um contorcionismo
21:24de narrativa,
21:26os atos
21:27de Paulo Guedes
21:28no processo
21:30eleitoral
21:31no último ano
21:31de governo
21:32passaram longe
21:33de uma visão
21:34coerente
21:35com a visão
21:36do liberalismo
21:37econômico
21:37no Brasil
21:38e com a menor
21:38intervenção
21:39do Estado
21:39na economia.
21:40Sim,
21:41eu lembro também
21:42que o Bolsonaro
21:43tentou intervir
21:44nos preços
21:45da Petrobras,
21:46não fez
21:47porque não conseguiu,
21:49foi impedido,
21:51mas é interessante,
21:52quer dizer,
21:52mais ou menos,
21:53vamos lembrar
21:54que ele mudou
21:55o presidente
21:55da Petrobras
21:56algumas vezes,
21:57e o último presidente
21:58da Petrobras
21:59era um cara
22:00de comunicação,
22:01que ele tinge
22:01há pouco
22:02da indústria,
22:03não,
22:04o meu problema
22:04é a percepção
22:05sobre o preço
22:06da gasolina,
22:07eu preciso de alguém
22:07lá que faça
22:08o que eu quero
22:08e que trabalhe
22:10ainda na comunicação
22:11relacionada
22:11ao preço
22:12da gasolina,
22:12foi quando ele,
22:14na véspera da eleição,
22:15ele conseguiu
22:16estabilizar os preços.
22:17Exato,
22:18bem lembrado.
22:19É,
22:19eu imagino
22:20que o pessoal
22:22mais fechado
22:22com o Bolsonaro,
22:23esse núcleo duro,
22:24eles querem
22:25um Bolsonaro poderoso,
22:26um presidente
22:27que faça as coisas,
22:28e aí realmente
22:29tem aquela teoria
22:30da ferradura,
22:32que a direita
22:33radical
22:34se aparece
22:35mais com a
22:36esquerda radical,
22:37todos vão contra
22:39a sociedade civil,
22:41o liberalismo
22:42e tudo mais,
22:43é o presidente
22:43forte,
22:45intervencionista.
22:47É um presidente
22:48que acredita
22:49numa maior percepção
22:51do Estado,
22:53participação
22:55do Estado brasileiro
22:56na economia,
22:57mas antes de tudo
22:58na vida das pessoas.
22:59Agora,
22:59quando a gente vai olhar
23:00pela lógica
23:01não da política,
23:02Duda,
23:03mas do eleitor,
23:04o que a gente observa?
23:05O eleitor
23:06está pouco interessado
23:07no tamanho do Estado,
23:08ele quer um Estado
23:09que funcione,
23:10e isso mostra
23:11também uma dificuldade
23:12dos defensores
23:13de uma economia
23:15liberal
23:16em conseguir dialogar
23:17com a maioria
23:18da população brasileira.
23:20A maioria
23:20da população brasileira
23:21não quer nem saber
23:23se o hospital
23:25é público
23:26ou é privado,
23:26aliás,
23:27o Sistema Único
23:27de Saúde
23:28opera em parceria
23:30com vários
23:30hospitais
23:32privados.
23:34O que ele quer
23:34é que tenha um bom
23:35atendimento
23:35quando ele precisar.
23:37O ProUni
23:38foi uma das maiores
23:39parcerias público-privadas
23:41da história.
23:42Você foi uma política
23:43pública operada
23:44pela iniciativa
23:46privada.
23:47Então,
23:47o consumidor,
23:49o eleitor,
23:50o brasileiro,
23:51o cidadão,
23:52a Dona Maria,
23:53o seu João
23:53não está nem aí
23:55para o tamanho do Estado.
23:56o que ele quer
23:57é um Estado
23:58que gere
23:58igualdade
24:00de oportunidades.
24:02Então,
24:03a narrativa
24:04deveria ser
24:04uma narrativa
24:05não sobre o tamanho
24:06do Estado,
24:07mas sobre a necessidade
24:08de ter um Estado
24:09mais eficiente.
24:11Renato,
24:12em relação
24:13à polarização
24:14no Brasil,
24:15tem dois dados
24:16que eu achei
24:17interessantes
24:17da pesquisa
24:18que vocês perguntaram
24:21para as pessoas
24:21se elas se arrependeram
24:22de votar
24:23no Bolsonaro
24:24ou no Lula.
24:25E entre as pessoas
24:27que votaram
24:28no Bolsonaro,
24:29acho que só 5%
24:30se arrependeu
24:31e entre o pessoal
24:33que votou no Lula,
24:347%.
24:35Me parece muito pouco,
24:36né?
24:37A polarização
24:38continua,
24:39certo?
24:40Exatamente
24:41essa é a leitura
24:42que nós fizemos
24:42desses números,
24:44Duda.
24:44Então,
24:45na prática,
24:46a polarização
24:47continuaria
24:49nesse processo.
24:52Por quê?
24:52Porque existe,
24:53de fato,
24:54uma carência
24:55de alternativas
24:56à direita
24:58no Brasil.
25:00E ao não ter
25:01alternativas
25:03pela direita
25:05e nem alternativas
25:07pela esquerda,
25:07a verdade seja dita,
25:10você mantém aí
25:11os velhos nomes,
25:12os velhos nomes
25:13que ocuparam já
25:14a presidência da República
25:15e que também está mais presente
25:17em todo o mundo.
25:18Isso mostra também
25:20que parte dos eleitores
25:21do centro
25:24que apoiaram o Lula
25:26mais por serem
25:27anti-bolsonaristas
25:27e que apoiaram o Bolsonaro
25:29mais por serem
25:30anti-petistas
25:30também não mudaram
25:31muito
25:31de opinião.
25:34Mostra
25:35uma outra
25:37consequência
25:37analítica
25:38desse número
25:39é que
25:40na prática
25:42os escândalos
25:42que começaram
25:43a aflorar
25:44sobre a gestão
25:44de Jair Bolsonaro,
25:46escândalos como
25:46o do colar,
25:48por exemplo,
25:49afetaram um pouco
25:50a imagem
25:51do ex-presidente
25:53da República.
25:54Em outras palavras,
25:55se a eleição fosse hoje,
25:57os resultados
25:57não seriam muito diferentes.
25:58Renato,
26:00agora,
26:01dia 22,
26:02a OSTF julga
26:04a inelegibilidade
26:05do Jair Bolsonaro.
26:07Se ele é
26:08declarado
26:10inelegível,
26:11essa polarização
26:13arrefece
26:14ou ela se mantém?
26:16Dá uma chacoalhada?
26:17Você falou
26:17de falta
26:18de alternativas.
26:19Isso,
26:19de alguma maneira,
26:20obrigaria
26:21as pessoas
26:22a pensarem
26:23em alternativas.
26:25Eu acredito
26:26que sim,
26:26mas não é
26:27uma tarefa fácil.
26:28não é uma tarefa fácil
26:30olhando para a história.
26:33Vamos lembrar aí
26:34que mesmo depois
26:36que Lula
26:36se tornou inelegível,
26:38ele continuou
26:39como candidato
26:39do PT
26:40em 2018.
26:42O Haddad
26:42só assumiu
26:44quando
26:44ficou claro
26:46que não teria
26:47nenhuma viabilidade
26:48jurídica
26:48à candidatura
26:49de Lula.
26:51E vale lembrar também
26:52que mesmo
26:54com o Lula
26:54preso,
26:55o Haddad
26:55conseguiu ir
26:56para o segundo turno
26:57mesmo sendo chamado
26:58de Andrade
26:58ainda.
26:59Aliás,
27:00até hoje
27:00o Haddad
27:00é chamado
27:01de Andrade
27:02no Nordeste.
27:03Foi Lula também,
27:04foi a força do Lula
27:05que colocou
27:06o Haddad
27:07no segundo turno
27:08em 2018.
27:11Estou dizendo
27:12isso por quê?
27:12Porque vai começar
27:13a se tentar
27:14especular
27:15sobre novas
27:17candidaturas.
27:18Nós não sabemos
27:19o quanto
27:20que o Jair
27:20Bolsonaro.
27:21Qual será
27:21o comportamento
27:22de Jair Bolsonaro
27:23nem se se tornar
27:25inelegível,
27:27muito menos
27:28se eventualmente
27:29tiver o mandato
27:30de prisão
27:30contra ele.
27:32Não está
27:33claro ainda
27:34os caminhos
27:36que Jair Bolsonaro
27:38irá seguir
27:40nesse cenário.
27:42Exatamente por isso
27:43fica difícil
27:45pensar
27:45quem ele
27:48validará
27:49como sucessor.
27:53Provavelmente
27:53ele tentará
27:54fazer um movimento
27:55pró-Tarcísio
27:58enquanto ele sentir
28:00que confia no Tarcísio.
28:01Nós sabemos aí
28:02que o histórico
28:03da família Bolsonaro
28:04é começar
28:07a considerar
28:08toda outra referência
28:09que começa
28:10a aparecer
28:11um pouco mais
28:11na opinião pública.
28:13Ele passa
28:15a considerar
28:15quase que
28:16como um
28:18traidor
28:19em potencial
28:19e
28:21se o Tarcísio
28:24vai continuar
28:24nessa corda
28:27bamba
28:27entre um
28:28pensamento
28:29mais
28:30como você disse
28:31normal
28:31eu chamaria
28:33civilizado
28:34ou
28:35será
28:36um
28:37manterá
28:39os princípios
28:40do bolsonarismo
28:41raiz.
28:41Outro detalhe
28:42interessante
28:42é que
28:44por mais que a Michelle
28:45hoje apareça
28:46muito bem
28:47e a relação
28:49dela com o público
28:50evangélico
28:51permite
28:53uma suavização
28:54da sua imagem
28:56o fato de ser mulher
28:57também
28:57uma suavização
28:57da sua imagem
28:58quem conhece um pouquinho
29:00os bastidores
29:01da família Bolsonaro
29:01sabe
29:02que os filhos
29:04e a madrasta
29:05não se dão
29:05muito bem
29:06o filho e a madrasta
29:07não
29:07se suportam
29:10então é muito difícil
29:12imaginar
29:12o crescimento
29:13da opção
29:15Michelle
29:16sem que ela
29:17sofra
29:18do fogo amigo
29:19dos herdeiros
29:20de Jair Bolsonaro
29:21Renato
29:23eu queria
29:23uma última pergunta
29:24agora falando
29:25mais da esquerda
29:26que a aprovação
29:27do governo Lula
29:28tem caído
29:29bem pouquinho
29:30mas
29:31está em queda
29:32e a polarização
29:34se mantém
29:35
29:36o Lula
29:37tem fracassado
29:38em conquistar
29:39esses eleitores
29:39mais de centro
29:40é um problema
29:42dele que não tem
29:43feito a coisa
29:44direito
29:45ou é porque
29:46a sociedade
29:47está muito polarizada
29:48e essas pessoas
29:49não vão
29:50aprovar o governo
29:52seja o que acontecer
29:53vamos lá
29:55quando você olha
29:57para o resto
29:57do mundo
29:58toda eleição
29:59polarizada
30:00faz com que
30:01o novo governo
30:02seja mal avaliado
30:04até antes mesmo
30:05de começar
30:06o governo
30:07já começa
30:08mal avaliado
30:08ele pode não ter
30:09tido tempo
30:10para
30:11de alguma forma
30:15apresentar
30:16uma proposta
30:16para o país
30:17ter alguma ação
30:18efetiva
30:19e já vai
30:20começar
30:20com os eleitores
30:21adversários
30:23avaliando
30:25negativamente
30:26o governo
30:27na prática
30:28isso faz
30:29com que
30:29aquele colchão
30:30
30:31que tradicionalmente
30:32existe
30:32para aprovar
30:33propostas
30:33para aprovar
30:34emendas
30:35nos primeiros
30:35seis meses
30:36de governo
30:37que surfa
30:38na popularidade
30:39do presidente
30:40eleito
30:42não existe
30:43nesses cenários
30:44polarizados
30:45isso não exclui
30:47uma dificuldade
30:47que a pessoa
30:49do Lula
30:50está tendo
30:51de dialogar
30:52com o centro
30:52o Lula parece
30:55pouco preocupado
30:56hoje
30:57em falar
30:59com
30:59o eleitor
31:01médio
31:02diferente
31:03do que foi
31:04em outros
31:04mandatos
31:05de Lula
31:06diferente
31:06do que foi
31:07a primeira
31:08eleição
31:09vitoriosa
31:11de Lula
31:11em 2002
31:13nós estamos
31:14na prática
31:16a pesquisa
31:16mostra isso
31:17que o Lula
31:18está mais
31:18preocupado
31:19com os 18%
31:20do núcleo
31:21bolsonarista
31:21do que
31:22em dialogar
31:23com
31:24aquela direita
31:26que não gostava
31:26muito
31:27do Bolsonaro
31:28ou mesmo
31:29com eleitores
31:30que foram
31:30fundamentais
31:31para
31:32para a sua vitória
31:34como os eleitores
31:35da Simone
31:35ou parte
31:36considerável
31:37dos eleitores
31:37de Ciro Gomes
31:39a narrativa
31:41do Lula
31:41tem avançado
31:42pouco
31:42para a redução
31:44do antipetismo
31:46que persiste
31:47na sociedade
31:47brasileira
31:48ótimo
31:50eu conversei
31:51com Renato
31:52Meirelles
31:53fundador
31:53do Instituto
31:54Locomotiva
31:55e do Data
31:56Favela
31:57a gente conversou
31:58aqui sobre
31:58a pesquisa
31:59para onde vai
32:00a direita
32:01que foi
32:01encomendada
32:02pelo Zeitgeist
32:03Publica Fest
32:05Renato
32:06super obrigado
32:06pelas explicações
32:08super obrigado
32:11pela oportunidade
32:12de estar conversando
32:12contigo
32:13Duda
32:13e que todo mundo
32:14que acompanha
32:14a Cruzoé
32:16para mim é um privilégio
32:17estar aqui com vocês
32:18até a próxima
32:19e parabéns
32:20pela pesquisa
32:21esse foi mais um
32:22Cruzoé Entrevistas
32:23até logo
32:33e aí
32:35e aí
32:37e aí
32:39e aí
32:39Obrigado.
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