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Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate, explica a queda de 40% nas remessas da China para os Estados Unidos devido à tarifa imposta por Donald Trump. Ele também fala sobre como isso afeta o mercado brasileiro e o crescente interesse de empresas chinesas, como a Huawei, pelo Brasil.

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Transcrição
00:00As remessas de mercadorias da China para os Estados Unidos, as chamadas blusinhas,
00:05caíram 40% em maio em comparação com o mesmo mês do ano passado,
00:09por causa da tarifação feita pelo presidente Donald Trump.
00:14Para falar sobre essa queda, a gente conversa agora com o Rodrigo Giraldele,
00:17que é CEO da China Gate e especialista em comércio exterior.
00:22Boa tarde para você, Rodrigo. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:25Boa tarde. Sempre à disposição de vocês da audiência.
00:28Rodrigo, já era esperada essa queda em vendas para os Estados Unidos, com tanta restrição colocada?
00:36Sim. O governo Trump veio com bastante propaganda, bastante publicidade,
00:42e sim, algumas ações que visaram o aumento de impostos de produtos chineses para os Estados Unidos.
00:47Natural, economia básica, quando isso acontece, aumento de impostos,
00:51fica mais caro para os consumidores comprarem os produtos, a demanda tende a cair.
00:57Quando isso acontece em empresas que atendem os Estados Unidos, que é o maior mercado comprador do mundo,
01:03então qualquer percentual, 1%, 2%, 3%, representa muito volume de dinheiro e muitas pessoas envolvidas.
01:10Ainda mais 40%, como foi o caso agora desse maio contra maio do ano passado.
01:15Eu imagino que as grandes empresas do comércio internacional também,
01:19elas estejam já buscando aí uma espécie de reengenharia,
01:22porque, obviamente, elas têm capacidade de reagir a uma medida como essa.
01:26Você já notou alguma mudança no modelo de negócios delas?
01:31Sim. Nós visitamos a China há muito tempo, há 20 anos, fazemos negócio com eles,
01:36sempre focados em atender o Brasil.
01:38E quando nós conversamos com empresas chinesas, é muito comum, né?
01:42Eles perguntarem sobre Brasil, América do Sul, mas nós não somos, nunca fomos, assim, um grande mercado para eles.
01:49Maiores mercados, né? Estados Unidos e Europa, e depois entra, digamos, os outros países do mundo.
01:56No entanto, o que eu percebi este ano, por conta desse tarifácio, é uma atenção maior,
02:03um atendimento melhor, condições até mesmo melhores, não tão melhores,
02:07mas, assim, já uma abertura maior para o Brasil.
02:11Isso quer dizer, quantidades mínimas para se comprar num volume mais baixo,
02:16uma questão de abertura, para falar de prazos de entrega.
02:21Então, no final do dia, para o brasileiro, foi um pouco favorável.
02:26Para o empresário brasileiro, foi um pouco favorável,
02:29haja vista que ficou mais difícil negociar com os Estados Unidos,
02:32então eles precisam vender para outros mercados.
02:34E aí, sim, nós somos um mercado, passamos a ser um mercado mais interessante.
02:39Desde o começo da guerra comercial, a gente vê muitos políticos e autoridades de vários países
02:44falando que eles temiam uma invasão de produtos chineses, por exemplo, na Europa,
02:48aqui na América do Sul, por causa dessas restrições para os Estados Unidos.
02:52Você acha que esse risco ainda existe, da gente ter muito mais produtos chineses aqui,
02:59por exemplo, do que a indústria nacional, o comércio nacional poderia competir?
03:04Eu acredito que esse movimento está acontecendo há duas décadas, no mínimo.
03:09Todos nós estamos vendo a invasão de produtos chineses nos mercados desde sempre.
03:16Eu penso que essa ação, esse tarifácio, vamos chamar de tarifácio,
03:20ele pode aumentar um pouco, mas não é o que vai fazer grande diferença.
03:25A China tem um plano para longo prazo de fornecimento, inicialmente, só de produtos.
03:32Hoje em dia, não só produtos, mas também tecnologia e várias outras indústrias,
03:39eles estão invadindo, vamos usar esse termo, eles estão oferecendo esses produtos para o mundo todo.
03:46E a gente tem visto isso, tanto no Brasil, quanto na Europa, quanto nos Estados Unidos.
03:51Na pandemia, isso ficou muito evidente, aquela questão de máscaras e respiradores.
03:57Ficou evidente que, assim, o mundo não consegue sobreviver sem a China fornecendo os seus produtos.
04:03E a China não tem para quem vender tantos produtos que eles fabricam, se não for para o exterior.
04:09Então, isso é o extremo, talvez, ali, ou um dos extremos da globalização.
04:14Foi tão falado nos anos 90, né?
04:15Hoje, qualquer um de nós podemos ter, em alguns dias, um produto comprado em qualquer cidade da China.
04:23Então, eu penso, por fim, mas não menos importante, que esse movimento tenha acontecido já há muito tempo
04:30e agora, talvez, ele esteja mais evidente, né?
04:34Rodrigo, uma coisa que a gente também percebeu durante essa guerra comercial aí,
04:39é que teve muita ansiedade por parte de muitas empresas americanas,
04:43mas, do lado da China, pelo menos o discurso oficial é de que é assim,
04:46a gente é resiliente, vamos ter paciência, se quiser ficar desse jeito, fica, para a gente tudo bem.
04:53Mas o que você sentiu na China, quando você conversou recentemente,
04:56com pequenos empresários lá, que costumam vender para os Estados Unidos?
05:00Você sentiu também algum nível de ansiedade lá?
05:02Sim, é muito boa essa pergunta, porque aqui nós podemos dividir a resposta em duas camadas.
05:09Uma camada mais política, que é o que os políticos conversam, né?
05:14E dão as suas entrevistas, e uma outra camada, vamos dizer, econômica,
05:18que é a do pequeno empresário, justamente o meu ramo de atuação, né?
05:22Com os pequenos empresários, o que eu percebi, sim, foi uma ansiedade, uma preocupação,
05:27porque no final do dia, estão vendendo menos para o seu maior cliente, o país que mais compra.
05:34E aí o empresário é um ser que busca alternativas.
05:39E aí foi aquilo que eu respondi na primeira pergunta, de buscar outros mercados,
05:43diversificação, para que eles não tenham menos vendas do que antes,
05:48haja vista que ficou mais difícil vender para os Estados Unidos.
05:51Então, sim, percebi essa ansiedade e busca por soluções.
05:54No nível, no patamar, assim, de política, houve algo bem diferente, talvez, e recente,
06:06que nós vimos a China ficar estável, parada, não vou dizer abaixando a cabeça,
06:13mas eu não vou também dizer assim, subindo o tom.
06:15Você falou, olha, nós temos os produtos, os produtos são esses,
06:19nós sabemos que vocês precisam, se vocês querem taxar,
06:24vocês não estão punindo somente os comerciantes chineses,
06:27vocês estão punindo também a população de vocês que está, no final do dia, pagando mais caro.
06:32E isso ninguém quer.
06:34Eu acho que essa, na camada política, foi a grande diferença.
06:37E eu ouvi isso lá.
06:39Eu não tenho acesso a conversas com políticos chineses,
06:42mas eu converso com grandes empresários que entenderam isso,
06:45do ponto de vista da China, que o governo, agora,
06:49ele entende que a China está numa posição estratégica muito favorável,
06:53e por isso, não iria recuar.
06:56E não recuou, de forma que está acontecendo toda essa situação ali, desse tarifácio.
07:03Rodrigo, a gente viu uma empresa agora, que é Huawei,
07:07voltando para o Brasil, o setor de celular, depois de cinco anos.
07:10Queria entender se você sente que tem um apetite grande de outras empresas chinesas também,
07:14pelo mercado brasileiro.
07:15Digamos assim, se tem mais empresas descobrindo o Brasil por lá.
07:19Sim, sim, com certeza.
07:20Porque o Brasil passa a ser, agora, uma opção, digamos, mais interessante, mais viável.
07:27Eu penso assim, que nos departamentos comerciais da empresa,
07:31se nós tivéssemos aquele mapa mundi,
07:33onde tivéssemos uma escala de priorização,
07:37para onde vamos desenvolver comércio.
07:38O Brasil, antes, estava numa posição mais longe do que agora.
07:42Por quê?
07:42Estava mais fácil fazer dinheiro, fazer negócios, vender para os países maiores,
07:48que, de fato, até tem mais estrutura, menos burocracia que o Brasil.
07:52O Brasil é longe.
07:53O Brasil tem diversos problemas de infraestrutura aeroportuária para desenvolver.
08:00Não é fácil fazer negócio com o Brasil do ponto de vista econômico, vamos dizer.
08:03Em relação aos homens de negócio, o jeito que o brasileiro lida e o jeito que o chinês lida,
08:10a cultura funciona muito bem.
08:12Mas, do ponto de vista fiscal, tributário e de infraestrutura, não é tão fácil.
08:18Bom, quando você tem mais produto do que cliente para comprar,
08:26o comerciante vai buscar novos mercados.
08:28E aí, sim, o Brasil sobe nessa escala de prioridade que eu estou falando aqui,
08:32para vender mais.
08:34Talvez por isso, Huawei e talvez outras empresas estão olhando para o Brasil com olhos mais abertos.
08:40Rodrigo Giraldelli, CEO da Chinagate,
08:42Chinagate, muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time.
08:45Bom dia para você.
08:46Boa tarde, né?
08:47Bom dia.
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