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  • há 4 meses
Após mais uma eleição com resultados diferentes dos projetados pelos mais prestigiados institutos de pesquisa, o líder do governo Bolsonaro na Câmara explica sua proposta para regular os levantamentos eleitorais. "Os erros foram tantos que, agora, acho que vamos aprovar medidas duras”.

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Transcrição
00:00Eu conversei com o Ricardo Barros, tá? Conversei também com o Romain, que é CEO lá do Instituto Atlas.
00:08Vamos falar com o que é o Ricardo Barros primeiro?
00:11Ele está propondo um projeto para regular a atividade dos institutos de pesquisa.
00:19Aliás, já é um tema antigo, é um tema que ele vem tratando já com, há pelo menos 20 anos,
00:26que ele vem cobrando algum tipo de medida em relação à divulgação de pesquisas.
00:33E, claro, naturalmente, como que essas pesquisas interferem no processo eleitoral,
00:38como que o impacto que elas têm na decisão de voto e o risco de manipulação.
00:44Então, vamos para a conversa. Acabei de gravar com ele e eu reproduzo agora a nossa conversa.
00:49Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, bem-vindo ao Papo Antagonista.
01:05Bom estar com vocês.
01:06Deputado, primeiro, parabéns pela reeleição.
01:12Eu já vi que o senhor se manifestou em relação a institutos de pesquisa.
01:18O senhor está propondo a apresentação de um projeto de lei para regular a atuação desses institutos,
01:24para responsabilizá-los. Como é que é isso?
01:27Aproveito também para mencionar que o presidente da Câmara, o Arthur Lira,
01:31já também se manifestou, dizendo que é preciso, sim, abrir o debate sobre esse tema,
01:36tema tão sensível, né?
01:38E há propostas também de CPI, né?
01:40Como é que o senhor se manifesta?
01:45Veja bem, isso não é um assunto novo.
01:47Eu já, em 2002, 20 anos atrás, propus um projeto para proibir pesquisa
01:53nos últimos 15 dias antes da eleição.
01:56Em 2015, eu fiz uma coleta de assinaturas do CPI
01:59e coletei as 171 assinaturas necessárias
02:02para abrir uma CPI das pesquisas,
02:05que o presidente da Câmara, na época, não quis instalar.
02:08E agora, de novo, nós temos o mesmo problema.
02:10Todo ano é o mesmo problema.
02:12Os institutos erram.
02:14Ou, se não sabem fazer pesquisa, não deviam se apresentar.
02:17E, se sabem fazer, não deviam mudar os resultados, né?
02:23Então, isso é uma coisa grave.
02:26Ela induz o eleitor em torno de 3% dos eleitores votam em quem vai ganhar.
02:33Então, cria-se todo um ambiente que é muito nocivo à democracia.
02:40Então, nós estamos buscando agora criar um mecanismo mais rígido de controle.
02:45Ou seja, a pesquisa publicada à véspera,
02:49que não corresponder com o Estado da urna,
02:52além da margem de erro, vai ser criminalizada.
02:55Ou seja, cadeia e multa.
02:57Muito bem.
03:02Esse texto ainda está...
03:05Você já tem aí um rascunho?
03:07Como é que está?
03:07Já tem uma coisa...
03:09Já tem previsão aí de punição?
03:13Já tem algum calendário?
03:15O senhor pretende apresentar isso quando?
03:17Eu quero ver se apresentou amanhã.
03:19Eu vou consultar os líderes primeiro.
03:21Estou acatando sugestão dos senhores líderes.
03:25Vou conversar com o presidente da Câmara.
03:27Porque nós queremos votar o projeto rapidamente.
03:29Então, é preciso que ele já seja apresentado
03:31de uma forma mais consensual.
03:34O objetivo é esse.
03:35É penalizar o profissional estatístico
03:38que provoca erro na pesquisa.
03:42E solidariamente quem contrata a pesquisa.
03:45Então, nós vimos agora, nessa semana,
03:48a Datafolha fez quatro pesquisas e encerrou três.
03:51E o IBOP, o atual IPEC,
03:55fez 27 e encerrou 26.
03:58Então, é simplesmente impossível defender
04:02que esse tipo de fake news continue sendo colocado
04:05à prestação da população.
04:09O senhor tocou num ponto que é interessante, né?
04:12Essa questão de fake news.
04:15É quase como um...
04:17É um grande desafio, né?
04:19Para a justiça eleitoral,
04:21que se propõe a combater fake news.
04:23Está muito preocupada com o que a imprensa publica, né?
04:26Inclusive, suspendendo aí, fazendo...
04:29Tomando decisões contra a publicação de reportagens.
04:34E não há nenhum tipo de movimento,
04:37não há nenhuma discussão séria
04:39sobre resultado fake de pesquisa, né?
04:43Assim, só tem alguma interlocução,
04:46buscou alguma interlocução com a justiça eleitoral?
04:48Só acha que eles não devem se meter nisso?
04:51O senhor acha que é uma responsabilidade a justiça eleitoral?
04:54Ela deveria estar atenta a isso?
04:56Deveria se manifestar?
04:57Deveria se posicionar?
05:00Olha, a justiça eleitoral registra as pesquisas.
05:04É sujeito à impugnação.
05:06O juiz eleitoral fica avaliando
05:08se as ponderações estão corretas,
05:10se a estratificação está correta,
05:12se a amostragem está correta.
05:14E aí, sai uma pesquisa totalmente diferente da outra
05:18e tudo está valendo.
05:20É impossível trabalhar dessa forma.
05:22Nós temos que regular isso pelo mercado.
05:25Então, vamos...
05:27O espírito qual é?
05:28Olha,
05:30até 15 dias antes da denissão,
05:32a regra é livre.
05:35As pesquisas podem ser divulgadas.
05:37Qualquer pesquisa que for divulgada
05:39após este período,
05:42dentro dos 15 últimos dias,
05:44esse instituto vai ter que fazer pesquisa
05:46até o último dia,
05:48porque se ele errar, ele vai ser penalizado.
05:52Então, não é tudo...
05:52Ninguém precisa entrar com pesquisa
05:55na véspera da eleição,
05:57alegando que o eleitor muda de última hora.
05:59Mas quem começar a publicar nos últimos 15 dias
06:02está sujeito à regra da punição.
06:05Então, é dentro desse espírito
06:07que nós queremos implementar a lei,
06:10obrigar também que os órgãos de comunicação
06:13divulguem todas as pesquisas
06:18que forem registradas no dia anterior,
06:21no mesmo dia,
06:22e no dia seguinte daqui ele quer divulgar.
06:25Porque hoje o Instituto contrata uma pesquisa
06:27e só divulga dele.
06:29Não divulga nenhuma outra.
06:30Não dá nenhum comparativo para o eleitor.
06:32E aí a pesquisa abre a unha totalmente errada.
06:35Então, é o veículo de comunicação
06:37tentando induzir o povo a votar errado.
06:40Então, é isso que nós temos que discutir.
06:42E me parece que agora o ambiente está quente.
06:44Os erros foram tantos em todos os estados
06:47que eu acho que nós vamos agora conseguir
06:49aprovar uma medida dura
06:51para profissionais estatísticos
06:53que não têm qualificação,
06:56não têm preparo para fazer uma pesquisa
06:58que corresponda à realidade,
07:00que meça, de fato, a vontade do eleitor.
07:02Você acha que os veículos que divulgam,
07:06que disseminam,
07:07eles também precisam ser responsabilizados?
07:11No caso, se o veículo é o contratante,
07:14é solidário, né?
07:15Se não, não.
07:16Se ele está divulgando uma pesquisa
07:18de um terceiro,
07:20nós estamos até falando
07:21que vamos obrigar que todas as pesquisas
07:23sejam divulgadas simultaneamente.
07:26Você sabe que eu...
07:26Se uma televisão,
07:28um veículo de comunicação,
07:29quiser divulgar pesquisas,
07:31ele vai ter que divulgar
07:32todas as pesquisas
07:33que foram registradas
07:34naquele período,
07:36para o eleitor ter uma possibilidade
07:38de comparação.
07:39Não pode ficar batendo martelo
07:40numa única pesquisa
07:41que ele mesmo contratou
07:42e que, quando abre a urna,
07:44não é nada do que aconteceu.
07:46Você sabe que, assim,
07:47eu aqui adotei como linha editorial
07:49a publicação de todas as pesquisas,
07:52desde que registradas no TSE,
07:53justamente em função disso.
07:55Por dois motivos.
07:57Um, para mostrar a própria divergência
07:59entre as pesquisas,
08:00que é uma coisa que acaba levando
08:02justamente a esse debate.
08:04Você mostra a contradição
08:06e fomenta o debate
08:08com essas informações
08:10e dando a chance do eleitor
08:12de entender essas diferenças.
08:15Então, é muito curioso,
08:17porque a gente vê
08:18um certo monopólio
08:19de alguns institutos.
08:21Eu fui criticado até
08:22por colegas de profissão,
08:24porque publiquei a pesquisa
08:25de determinado instituto.
08:28Só que esse colega
08:30só está interessado
08:31no resultado
08:32de um determinado
08:34instituto de pesquisa,
08:35o que é uma grande manipulação,
08:38no fim das contas.
08:39Então, assim, claro,
08:41quem está certo?
08:43Eu não sei quem está certo.
08:44Eu até questionei no Twitter
08:46há um mês.
08:47Falei, ó,
08:47alguém vai se dar mal
08:48no fim dessa eleição,
08:50porque eu não sei quem está certo.
08:52Eu peguei pesquisa de São Paulo
08:53em que um instituto
08:54dava o Bolsonaro na frente
08:58do Lula
08:58com uma distância enorme,
09:00o outro dando empate
09:01e o outro dando o Lula
09:02na frente com uma distância enorme.
09:04Falei, assim,
09:04eu não sei que base científica
09:06é essa possível
09:07para a gente ter resultados
09:09tão díspares, né?
09:13O problema é que ninguém
09:14se dá mal, Claudio.
09:16Então, alguém tem que se dar mal.
09:17Esse que é o problema.
09:19Então, tudo bem,
09:19pode divulgar o que quiser,
09:21mas não conferir
09:22dentro da margem de erro
09:23tem que responder.
09:25Alguém tem que se dar mal.
09:26Menos o eleitor
09:27que está se dando mal hoje
09:28é o coitado do eleitor
09:29desinformado.
09:31É, e hoje tem uma coisa interessante, né?
09:33Esses institutos,
09:34alguns deles
09:35são contratados
09:36por veículos de comunicação,
09:37outros são contratados
09:38por bancos, né?
09:40Outros são contratados
09:41por empresas.
09:44O senhor pensa também
09:45em regular
09:46esse tipo de contratação
09:48de alguma maneira,
09:49justamente para evitar
09:51que uma pesquisa
09:52seja comprada?
09:55Não, eu não me preocupo
09:56se a pesquisa
09:57vai ser comprada ou não,
09:58porque vai ser a última vez
10:00que ele vai vender
10:01a pesquisa na vida, né?
10:03Então, quem quiser que venda,
10:05mas vai ser a última
10:06e vai para a cadeia.
10:07Aí nós acabamos
10:08com o problema.
10:09Não tem mais estatístico
10:10disposto a assinar a pesquisa
10:12arriscando,
10:13abrir a urna
10:14e ir para a cadeia.
10:15O profissional da engenharia,
10:19ele faz um projeto,
10:20caiu o prédio,
10:21ele vai para a cadeia.
10:21O médico faz uma cirurgia,
10:23se a pessoa,
10:25se ele errar o mesmo médico,
10:27vai para a cadeia.
10:28E o estatístico
10:29pode brincar
10:29com a nossa expectativa,
10:31com a informação da eleição
10:33e não vai para lugar nenhum?
10:34Não, vai para a cadeia também.
10:35Eu espero que a gente convença
10:37os demais deputados
10:37e senadores
10:38a votar esse projeto.
10:41Deputado,
10:41só para encerrar,
10:42eu sei que o senhor
10:43está com o horário apertado,
10:44eu estava conversando
10:46ainda há pouco aqui
10:46com o Andrei Romã,
10:47que é o CEO
10:48de um instituto
10:49chamado Instituto Atlas.
10:50Não sei se o senhor chegou
10:51já a ver alguma pesquisa
10:53desse instituto,
10:53mas ele faz
10:54uma metodologia diferente,
10:55que é uma metodologia
10:56por big data,
10:58por análise comportamental
11:00dos eleitores
11:01nas redes sociais.
11:03Então,
11:04ele conseguiu
11:06ter resultados
11:07bem mais precisos
11:08do que outros
11:09veículos de comunicação,
11:11porque
11:11desconsidera
11:13o tal do voto silencioso,
11:15o voto envergonhado.
11:16Muitas vezes,
11:16o sujeito
11:17entrevistado pelo instituto
11:18não quer dizer
11:20em quem vai votar,
11:20porque teme algum tipo
11:21de patrulhamento ideológico,
11:24de retaliação,
11:24ainda mais
11:25num ambiente tão polarizado.
11:27será que a gente também
11:29não tem uma discussão
11:30de fundo
11:30que precisa ser feita
11:32talvez até
11:33no âmbito
11:34da discussão
11:35desse projeto de lei
11:36ou no âmbito
11:36de uma CPI
11:37ou no âmbito
11:37de audiências públicas mesmo
11:39em relação
11:40à necessidade
11:43de uma atualização
11:44das metodologias
11:46desses institutos,
11:47já que hoje
11:48nós,
11:50efetivamente,
11:50muitos desses institutos
11:51usam a mesma metodologia
11:53de 30,
11:5340 anos atrás
11:54e a gente tem
11:56realidades diferentes,
11:57cenários diferentes,
11:58as pessoas se manifestam
11:59de forma diferente,
12:00a própria política
12:01é feita de forma diferente,
12:03a imprensa também,
12:04a gente tem redes sociais,
12:05tem a disseminação
12:06de informação
12:07através de grupos
12:07de WhatsApp,
12:08então tudo mudou.
12:09Você não acha também
12:11necessário discutir
12:12essa metodologia
12:12para entender
12:13onde está o erro,
12:15onde está a limitação
12:16e onde está,
12:17vamos dizer assim,
12:19a má intenção?
12:24Vejam bem,
12:25vamos admitir
12:26que as pesquisas
12:27de fato
12:28não conseguem
12:29fotografar o momento,
12:31porque o momento
12:33da pesquisa é ruim
12:34e o momento da urna
12:35é no dia seguinte.
12:37Bom,
12:37se elas não conseguem
12:38fotografar,
12:39então que não divulgue
12:40a informação.
12:42Eu estou defendendo
12:44o interesse do eleitor,
12:46eu não me preocupo
12:47com metodologia,
12:48desde que ele publique
12:49uma pesquisa
12:50que confira com o resultado,
12:52ele pode usar
12:53a metodologia
12:53que ele quiser,
12:54pode ser até sorteio.
12:57Agora,
12:57se não bater,
12:58tem que ter punição.
12:59Então,
13:00é isso que nós estamos discutindo.
13:01A liberdade é total.
13:03Hoje em dia,
13:04por exemplo,
13:05eu falo que eu sou engenheiro civil,
13:07antes você fazia um projeto
13:08e a prefeitura ia lá
13:10e conferia tudo
13:10que você fez.
13:12O profissional da prefeitura
13:13conferia tudo
13:13que o outro profissional
13:14que assinou o projeto fez.
13:16Hoje não faz mais isso.
13:17O profissional
13:18que assinou o projeto,
13:19ele tem o CREA dele,
13:20tem a responsabilidade técnica dele,
13:22ele assina
13:23e está valendo.
13:24se ele fez errado,
13:26na hora de entregar a obra,
13:27ele vai ser punido.
13:28A obra não vai ser autorizada
13:30e o proprietário
13:31que o contratou
13:31vai processá-la.
13:33Não precisa ter um profissional
13:34conferindo
13:34se o que o outro faz
13:36está certo,
13:36porque quando o tribunal
13:38registra a pesquisa,
13:40ele admite
13:41que aquilo
13:42que foi proposto
13:43está dentro das normas.
13:45E fica solidário,
13:47portanto,
13:47ao resultado
13:48daquele
13:49prognóstico.
13:51e o tribunal
13:52não tem que ser
13:52especialista em pesquisa,
13:54o tribunal simplesmente,
13:55nós todos
13:56só temos que conferir
13:57que o povo não seja enganado.
13:58Vai lá.
14:00Perfeito.
14:00Muito bem.
14:01Deputado Ricardo Barros,
14:02mais uma vez,
14:03obrigado aí
14:03pela participação aqui
14:04no Papo Antagonista.
14:05O programa permanece aberto
14:06para futuras colaborações.
14:08Estou sempre à disposição
14:09também
14:09para qualquer assunto.
14:10Um abraço.
14:11Um abraço.
14:12Tchau.
14:12Tchau.
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