- há 4 meses
Em entrevista ao Papo Antagonista com Claudio Dantas, na última sexta-feira (01), o pré-candidato do partido Novo à presidência da República, Luiz Felipe D'Avila, afirmou querer privatizar todas as estatais, criticou o modelo de federalismo no Brasil, o ativismo político no Judiciário e criticou a PEC kamikaze. Assista à íntegra.
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NotíciasTranscrição
00:00:00Muito boa noite, bem-vindos ao Papo Antagonista, que hoje recebe Luiz Felipe Dávila, que é
00:00:05cientista político, fundador do Centro de Liderança Pública, filantropo e pré-candidato
00:00:11à presidência da República pelo Novo. Deixa eu dar a boa noite e as boas-vindas ao Dávila.
00:00:17Bem-vindo ao Papo Antagonista.
00:00:19Muito obrigado, Cláudio. Boa noite a você e a todos vocês que nos acompanham aqui nesse
00:00:24Papo Antagonista.
00:00:25Muito bem. Nós nos encontramos em São Paulo há uns meses, quando o cenário eleitoral,
00:00:32pré-eleitoral, era absolutamente diferente. Você tinha o Moro ainda como candidato, enfim,
00:00:37de lá para cá muita coisa aconteceu. Eu tenho feito aqui com todos que se dispõem naturalmente
00:00:42a vir ao nosso programa e deixo o microfone aberto para você. Primeiro, se colocar, se
00:00:49apresentar aos espectadores que não o conhecem.
00:00:51Bom, Cláudio, eu sou, como você disse, sou formado em ciências políticas, tenho uma
00:00:58longa trajetória aí, não só como cientista político, com dez livros publicados, também
00:01:04no jornalismo político, né? Sempre fui editorialista do jornal Estado de São Paulo, fazia comentário
00:01:09político em televisão e rádio durante um bom tempo. Depois criei uma editora, a editora
00:01:14D'Ávila, que publicou uma revista de política chamada República e uma de arte e cultura,
00:01:19que era Bravo. Aí eu vendi a Bravo para a Editora Abril, me tornei diretor-superintendente
00:01:24na Editora Abril. Depois fui fazer um mestrado em administração pública na Universidade
00:01:29de Harvard, nos Estados Unidos, e ao voltar eu criei o Centro de Liderança Pública, o CLP,
00:01:34uma instituição focada na formação de lideranças públicas. Formamos mais de nove mil líderes
00:01:39públicos e depois trabalhamos também com a história de implementar políticas públicas
00:01:46nos estados e municípios. Sempre políticas públicas baseadas em dado e evidência. E
00:01:51você, Cláudio, como um conhecedor da política brasileira, sabe que essa é uma das coisas
00:01:53que mais faltam hoje no Brasil, ter políticas públicas baseadas em dado e evidência. E
00:01:58foi exatamente essa maneira de tratar a política pública e treinar líderes públicos que nós
00:02:06vimos grande progresso em boas políticas públicas nos estados e municípios. Então,
00:02:11se você quiser ter bons exemplos do Brasil que dá certo, você vai encontrar nos estados e
00:02:16municípios. E por essa trajetória, depois de 14 anos do CLP, ajudando a implementar políticas
00:02:22públicas pelo Brasil inteiro, eu aceitei o convite do Partido Novo para me tornar candidato a
00:02:27presidente da República. E na presidência da República eu vou fazer o que eu venho fazendo ao
00:02:31longo da minha vida, que é defender a liberdade individual, a economia de mercado, a nossa
00:02:36abertura econômica, desburocratização do Estado brasileiro, tirar esse Estado pesado
00:02:42das costas das pessoas que empreendem, geram emprego, rendem, querem trabalhar. E esse combate
00:02:48à corrupção, que é outra doença que vem contaminando o bom funcionamento das instituições
00:02:54democráticas. Saudosa Bravo, gostava muito. Que bom, que bom saber que você era um leitor lá, Bravo.
00:03:03Pô, era uma revista dedicada às artes, uma revista com conteúdo muito qualificado, que de fato faz
00:03:11falta hoje no nosso mercado editorial. Dávila, uma das questões assim que ela está presente em todo
00:03:22esse debate para além da polarização, é justamente como romper a polarização. Então já perguntei para o Ciro,
00:03:28perguntei para a Simone, estou perguntando para você que tipo de estratégia, que caminho você ainda
00:03:36enxerga? Estamos terminando, já estamos em julho praticamente aqui, então em agosto já temos o início
00:03:46formal da campanha, aí é setembro e outubro, já a fatura estará liquidada. É pouco tempo. De que maneira
00:03:55você pretende romper com essa polarização, ganhar projeção, ganhar espaço nas pesquisas,
00:04:03tentar expor as suas ideias e convencer o eleitor de que ele precisa escapar dessa armadilha de Lula e
00:04:12Bolsonaro? É, ele precisa escapar porque o Brasil precisa se livrar dessa armadilha Lula-Bolsonaro,
00:04:18porque senão nós estamos perdidos. Eu digo que a democracia está em risco, a economia está em risco e a
00:04:24crise social também. Então nós temos que, para livrar o Brasil desses problemas, precisamos romper com a
00:04:30polarização. A primeira coisa importante, Cláudio, é que quem vai decidir qual é o futuro do Brasil não são as
00:04:36pesquisas. É o eleitor, é a escolha do eleitor. O eleitor tem o poder de colocar no segundo turno quem
00:04:43ele quiser, não é Lula e Bolsonaro. Então esse é o primeiro ponto, assim, nós temos de ter o voto
00:04:48consciente. O Brasil está nessa situação dramática, Cláudio, porque o brasileiro vem fazendo esse voto do
00:04:54mal menor há muito tempo. E aí nós temos 20 anos de estagnação econômica, recorde de queda de renda,
00:05:01de aumento da miséria no Brasil, volta da inflação, desemprego alto. O que é isso? Isso é fruto dessa
00:05:08escolha do mal menor. Se nós entramos numa eleição com esse cinismo, ah, só dá Lula e Bolsonaro qual que é o
00:05:14mal menor, nós vamos continuar produzindo um Brasil terrível. Então, assim, o nosso Brasil de hoje é fruto
00:05:22das nossas escolhas. E nós temos o poder de mudar este Brasil escolhendo melhor, escolhendo melhor os
00:05:29nossos candidatos, entendendo as propostas, a história de cada candidato e escolher o melhor. E daí, Cláudio,
00:05:37eu digo que, na verdade, a nossa candidatura é a única, que é realmente diferente das demais. Porque eu digo
00:05:43que as outras candidaturas da terceira via que estão postas, é variação sobre o mesmo tema. Ah, não, não vão
00:05:50privatizar a Petrobras. Não, nós vamos melhorar aqui o nacional desenvolvimentismo. Isso aí não vai
00:05:54lugar algum. Isso vai manter o Brasil sendo uma das economias mais fechadas do mundo. Vai aumentar a
00:06:00nossa incapacidade de competir no comércio internacional. Portanto, vamos continuar patinando
00:06:06no baixo crescimento, como nós já estamos, Cláudio. Há 40 anos, 40, não é um, dois, é 40 anos o Brasil
00:06:13cresce menos de 2% ao ano. Então, assim, é uma escolha dramática que nós temos de fazer. Ou nós
00:06:21temos coragem de apostar na melhor escolha para tirar o Brasil desta cilada do baixo
00:06:28crescimento econômico, ou o Brasil está perdido. E não há outra alternativa senão a do Partido
00:06:34Novo. Porque nós estamos aqui dizendo que nós vamos privatizar todas as estatais, Caixa
00:06:38Econômica, Banco do Brasil, Petrobras. Porque nós queremos aumentar a concorrência. Precisamos
00:06:44aumentar a concorrência. Quanto mais concorrência e competição, mais preço cai. E você sabe
00:06:49disso melhor do que ninguém. Você lembra quando a gente privatizou a telefonia, que tinha a
00:06:52Petrobras do telefone, que era a Telebras? Telefone era produto de luxo que você declarava no
00:06:57imposto de renda junto com terreno, carro, etc. O que aconteceu? Privatizou, abriu, aumentou
00:07:03a concorrência. Hoje todo mundo tem acesso a telefone. E nós temos de fazer isso em todas
00:07:07as áreas. Nós somos a única candidatura que prega a abertura unilateral da economia.
00:07:13Ou o Brasil volta a competir no comércio internacional, ou não vai ficar rico, ou não vai crescer e
00:07:19não vai prosperar. E se não crescer a economia e prosperar, não tem como resolver a questão
00:07:24social do Brasil. Portanto, são pautas que nós temos de dar muita atenção para tirar
00:07:30o Brasil dessa camisa de força do baixo crescimento. E a terceira pauta que eu sempre defendo muito
00:07:35aqui é a questão do meio ambiente. O meio ambiente é um enorme potencial. O Brasil pode ser a
00:07:41superpotência dessa economia de baixo carbono. Isso vai atrair investimento, vai gerar o tal
00:07:46do emprego verde, que eu chamo. O emprego verde não só em serviços ambientais, como energia
00:07:51renovável, a bioeconomia, a silvicultura. Nós temos um enorme campo de investimento. E como
00:07:58você sabe, hoje 50 trilhões de dólares de investimento privado está carimbado com essas
00:08:02letrinhas do ASG. Ou o país se enquadra em respeitar uma política ambiental, social
00:08:08e de governança, ou não vai ter dinheiro para investir. Então, como romper essa polarização?
00:08:12O primeiro é isso, chamar para o voto consciente. Falar, gente, quem vai mudar o Brasil é a escolha
00:08:17de cada um de nós nas urnas. Para de achar que não vamos transformar o primeiro turno
00:08:22no segundo turno. O segundo turno é outra história. Tem escolhas, tem candidatos. Portanto, estude
00:08:27melhor as propostas, estude melhor a história desses candidatos e faça o voto consciente.
00:08:32O segundo ponto, que me chama muito a atenção, eu venho andando, Cláudio, pelo Brasil inteiro
00:08:37conversando com as pessoas. Eu digo para você, as pessoas não estão preocupadas com eleição.
00:08:42As pessoas estão preocupadas em pagar boleto. Aliás, é que boleto eu vou pagar no fim do mês,
00:08:47porque eu não vou conseguir pagar todos. As pessoas estão preocupadas com o preço no
00:08:51do supermercado, da carne, do feijão, estão preocupadas com o preço do botijão de gás,
00:08:55da gasolina. Então, assim, eleição não está no radar das pessoas. A maioria das pessoas
00:09:00está lutando pela sobrevivência do dia a dia. Então, eu vejo que é um enorme potencial
00:09:04quando a eleição entrar no radar dessas pessoas, que nós estamos preparados para apresentar
00:09:10as nossas propostas. A segunda coisa, a gente esquece de olhar a pesquisa, só quem está
00:09:15na frente, a gente costuma ver quem está na frente, Lula e Bolsonaro, mas esquece de ver
00:09:18também da rejeição dos dois. Os dois têm uma rejeição gigantesca. Quase metade do
00:09:23eleitorado está dizendo, não voto nesses caras de jeito nenhum. Então, assim, o que
00:09:27que nós temos de fazer? Apresentar essas propostas, chamar o leitor para a consciência
00:09:32que é o voto dele que vai mudar e é o voto dele que vai determinar o futuro que nós
00:09:36queremos no Brasil. Se nós queremos construir um Brasil melhor para os nossos filhos e netos
00:09:41e nós escolhemos Lula ou Bolsonaro, nós vamos deixar, na verdade, uma bomba nas mãos
00:09:45dos nossos filhos que vai implodir no colo deles. É isso que vai acontecer. Então,
00:09:50eu ainda acho que tem espaço para crescer e vejo que nessa reta de início de campanha
00:09:57é muito importante nós conseguirmos explicar essas propostas para as pessoas. E daí eu
00:10:03já te agradeço esse convite aqui do Antagonista, porque a gente tem muito pouco espaço para
00:10:07explicar as propostas. Como fica nessa profecia autorealizável, todo mundo só falando em Lula
00:10:13e Bolsonaro, parece que não tem outra escolha. Outro dia eu estava dando entrevista numa
00:10:16rádio do Piauí e o cara falava isso. Falei assim, nossa, eu estou escutando que tem
00:10:19um outro pré-candidato à presidência e nem sabia que tinha outro. Eu pensei que só
00:10:22tinha Lula e Bolsonaro. Então, é isso. Nós precisamos trabalhar, nós precisamos
00:10:27despertar o eleitor, que é ele que vai decidir o futuro do Brasil.
00:10:30Eu, inclusive, ouvi até de um colega recente, num debate na TV, dizendo que é um absurdo
00:10:39a mídia dar espaço para candidatos que só tem 1%, 2%. Eu acho o contrário. Eu acho
00:10:44que a obrigação da imprensa, de uma maneira geral, da mídia de uma maneira geral, é dar
00:10:49esse espaço, justamente para que as pessoas entendam que existe vida fora dessa polarização
00:10:56de Bolsonaro e Lula. Só que tem uma questão, você tem um discurso liberal, é um discurso
00:11:05ao qual eu me identifico, e dentro de todo o debate do liberalismo, a gente percebe claramente
00:11:15um distanciamento em relação a quem está na ponta, o eleitor. Então, quando você fala
00:11:23vou privatizar tudo, beleza. Só que o sujeito lá, mais humilde, ele ainda tem aquela cultura
00:11:31do patrimonialismo, aquela cultura do Estado paizão, né? Tanto é que é o Lula, desde lá
00:11:39do Vargas, é sempre o pai, é sempre o pai, o padraço normalmente, mas sempre essa figura
00:11:44paterna, paternalista. Então, existe um... O Brasil vive essa dualidade, né? Porque ele
00:11:53é feito de pessoas que têm um perfil empreendedor, pessoas criativas, pessoas que se colocam na
00:12:02vanguarda de muitos movimentos aí econômicos, sabe? Da economia disruptiva. Nós temos exemplos,
00:12:10vários exemplos e temos condição de, de fato, prosperar. Ao mesmo tempo, o mesmo brasileiro
00:12:22que se encontra em outra condição social, etc., ou com nível de esclarecimento menor, ele
00:12:30ainda mantém esse... É quase um vício, né? De que, olha, o Estado tem que dar uma ajuda. Então, é o
00:12:42sujeito, o mesmo ambulante, que é um empreendedor, que vai para o Sinal vender pipoca, ele também
00:12:50espera ajuda do Estado. Então, como tornar... E o discurso do Estado paterno, né? De vou
00:13:01ajudar, é o discurso do Lula, é o discurso do Bolsonaro hoje, vou dar auxílio, vou aumentar
00:13:06daqui, vou aumentar dali, vou te ajudar, vou te ajudar, vou te ajudar. E esse discurso é um discurso
00:13:12sedutor. Como é o discurso sedutor da esquerda, né? Romantizado, antissistema. E, na verdade,
00:13:18o que a gente tem é puro sistema. Você, como alguém que estuda isso há muito tempo,
00:13:27conseguiu achar um caminho para tornar esse discurso liberal mais tangível para esse
00:13:36eleitorado? Olha, Cláudio, acho que a conversa sempre começa fazendo a pergunta, a sua vida
00:13:43melhorou ou piorou nos últimos dez anos? E a maioria das pessoas fala, minha vida piorou.
00:13:47Eu falei, como é que você acha? Você é masoquista? Você vai votar em governos que pioraram
00:13:51a sua vida? Porque o PT teve 16 anos na presidência da República. 16 anos. 16 anos aumentou a sua
00:13:59pobreza, ao invés de ter mais oportunidade para você empreender, para você tomar conta
00:14:04da sua vida, para você ser dono do seu nariz, do seu destino. Então, assim, quando você começa
00:14:09a mostrar para as pessoas, você fala, eu não tinha pensado nisso. Porque eu falo, o governo
00:14:13que tem que dar ajuda, como tem que dar mesmo, quando você tem 33 milhões de pessoas passando
00:14:17fome, na verdade é um governo que fracassou. Aliás, quanto mais ajuda você tem que dar
00:14:22por causa de 33 milhões de brasileiros na miséria, significa que o seu governo foi um
00:14:27total fracasso. Você não pode dizer que isso é sucesso. Sucesso é uma economia crescendo
00:14:325%, 6%. As pessoas tendo problema de requalificação, recolocação profissional, porque todo mundo
00:14:40quer empregar. Está cada um pagando um salário mais alto, está te oferecendo cada vez a oferta
00:14:44melhor. Isso seria uma política de sucesso, está certo? Então, quando você começa a
00:14:48explicar para as pessoas, decodificar um pouco esse mito e que a vida delas piorou e vai
00:14:53continuar a piorar, se a gente continuar insistindo nesse modelo errado, elas param para começar
00:14:58a falar, bom, mas então o que a gente tem que fazer? Bom, o que a gente tem que fazer
00:15:01é isso. Nós temos de empreender, nós temos de criar emprego e para isso a economia precisa
00:15:05crescer e a economia não vai crescer enquanto a gente tiver o que a gente chama de reserva
00:15:09de mercado. Eu dou um exemplo, você quer reserva de mercado? O seu celular custar duas vezes
00:15:14mais caro do que você comprasse um celular nos Estados Unidos. Por quê? Porque isso
00:15:17é reserva de mercado. Faz com que o produto fique mais caro para o consumidor, faz com
00:15:22que você pague muito mais caro por qualquer bem e serviço e, além de tudo, não
00:15:26é um produto de qualidade. Você vai lá fora, você compra um produto muito melhor do que
00:15:30aqui. Então, você começa a explicar para as pessoas como que essas coisas afetam a vida
00:15:35dela no dia a dia. Você começa a explicar para as pessoas, eu falei, gente, olha aqui,
00:15:39você paga a conta de luz elétrica no Brasil hoje, 40% é imposto. Em qualquer outro país,
00:15:45no máximo que você pague é 15%. Então, as pessoas começam a ver que é aquela história,
00:15:50elas trabalham de janeiro a maio para pagar imposto e aí elas trabalham de maio a dezembro
00:15:55para contratar algum tipo de serviço privado para melhorar um pouco a vida dela. Então,
00:15:59tem que pagar a escola do filho, tem que ter algum mini planinho de saúde e, quando
00:16:04ela vai ver, no fim do ano, não sobrou nada. Ela trabalhou a vida inteira ou para ter um
00:16:07mínimo de serviço privado de qualidade e o resto para pagar imposto para sustentar
00:16:12essa máquina pública ineficiente, cara, em que juiz ganha 100 mil reais, em que tem
00:16:19penduricalhos, privilégios. É isso aí. Então, é isso que você está fazendo. Você está
00:16:23trabalhando para sustentar privilégios, tanto do setor público quanto do setor privado.
00:16:29Porque, Cláudio, você e eu conhecemos vários falsos liberais, aqueles que falam, acredita
00:16:34em economia de mercado, é isso que o Brasil precisa. Aí pega o avião e vai para Brasília,
00:16:38olha, mas dá para defender aqui um subsídio para o meu setor, uma proteção aqui, não
00:16:42podemos deixar os chineses entrarem aqui e arruinar a nossa empresa nacional. Então,
00:16:47assim, esse é o Brasil. Mas o que é legal, Cláudio, que eu venho percebendo, é que tem
00:16:52uma mudança geracional importante. O que eu chamo da meninada de 20 anos, 30 anos, eles
00:16:59não querem saber de estado mesmo, eles querem saber de empreender, criar o seu próprio negócio.
00:17:04Eu fui recentemente aqui em São Paulo, teve um encontro importante, a CUFA, a Central Única
00:17:10das Favelas, realizou uma Expo Favela. 800 expositores e empreendedores em favelas
00:17:16pelo Brasil inteiro. A economia movimenta 17 bilhões de reais. E uma pesquisa feita
00:17:22pelo Instituto Locomotiva mostra que 70% dessas pessoas querem empreender, ou já
00:17:28empreendem, ou querem empreender, ou já empreenderam. Ou seja, é uma outra geração,
00:17:34uma outra cabeça. Saturno não quer saber de auxílio de governo, assistencialismo estatal.
00:17:38O que eles querem é oportunidade. E eu conversava com jogos e falei assim, mas qual é a coisa
00:17:42que você mais quer aí na sua comunidade? Ele falou, sabe o que eu quero? Um programa
00:17:46técnico para eu aprender a ser programador, porque é isso que está dando dinheiro,
00:17:50eu quero trabalhar com game. Então é outra cabeça. Ainda tem esse assistencialismo
00:17:55atrasado aí, mas é uma coisa assim, de gueto geracional e de gente mais velha. Então tem
00:18:01uma geração mais nova, que eles estão com o nosso DNA aqui, e não importa a classe
00:18:05social. Então eu vejo com muita esperança esta nova geração que quer esse Brasil mais
00:18:12aberto para a economia global, que quer um Brasil mais liberal, que quer produzir, criar
00:18:17os seus negócios. Eu sei o que você quer falar, a pessoa que vende bala no trânsito
00:18:23é um empreendedor como qualquer outro. A que tem o pequeno salão de beleza na favela
00:18:27é uma empreendedora como qualquer outro. Então nós temos de valorizar esse pequeno, médio,
00:18:32comerciante, empresário, porque esses são, na verdade, os agentes transformadores do Brasil.
00:18:38Então assim, eu aposto muito nessa mudança geracional.
00:18:42Você citou essa coisa de incentivar os pequenos e médios e o Lula, que enriqueceu os grandes,
00:18:49fez lá os gigantes nacionais, agora está adotando esse teu discurso. Já se apropriou do discurso
00:18:56liberal, é um falso liberal, para tentar convencer, porque já identificou nas pesquisas internas,
00:19:03nas pesquisas nos trackings, nas pesquisas de opinião, esse movimento que você falou.
00:19:07Agora, também a gente percebe, através dessas pesquisas, que o Lula tem muita presença nesse
00:19:17eleitorado jovem, né? Não é um contrassenso, não continua sendo um contrassenso isso?
00:19:23Olha, eu vou dizer uma coisa que é triste no Brasil. Essas pessoas ainda veem no Lula a esperança.
00:19:31Mas esperança do quê? É isso que a gente tem que estar explicando. Lula é a esperança da desesperança.
00:19:37Esse cara arruinou o Brasil, criou o maior escândalo de corrupção do país, aparelhou as instituições
00:19:43políticas desde o primeiro dia de governo. Enquanto estava todo mundo ali comemorando aqueles meses
00:19:49iniciais de Palócio, olha o Lula, um cara de mercado, ele já estava corrompendo as instituições
00:19:54políticas, como mostrou muito claramente o Mensalão. Então, assim, é um cara que ele vai corromper as
00:20:00instituições como ele sempre fez, ele não sabe outro jeito de fazer política. E é o que você falou,
00:20:04ele ficou olhando a pesquisa, agora é falar bem de pequena empresa, dá certo. Mas não é por convicção.
00:20:10Aí, quando tem que enfrentar as brigas com o corporativismo público e privado, ele arrega,
00:20:16muda de direção, fala, não, agora calma aí, gente, não dá para brigar com os grandes.
00:20:21Então, assim, é essa falsidade que o Brasil precisa se livrar. E nós temos que livrar com
00:20:26voto consciente. Portanto, o que eu venho dizendo para as pessoas, assim, olhem a história dos candidatos.
00:20:32Se um partido que teve 16 anos no poder só criou um Brasil menos competitivo, contribuiu
00:20:40para o aumento da miséria, contribuiu para quebrar os empreendedorismo no Brasil, porque
00:20:45era só campeão nacional, como você falou. Você acha que esse cara vai colocar o Brasil
00:20:50no caminho do crescimento, apoiar a economia de mercado, abrir as fronteiras do Brasil para
00:20:56o comércio internacional? É óbvio que não vai fazer. Então, nós temos aqui uma missão
00:21:01importante, Cláudio, é livrar as pessoas do auto-engano. Porque se você ficar com esse
00:21:05auto-engano, nós vamos só produzir um país cada vez pior. Pior para nós e pior para os
00:21:11nossos filhos e netos.
00:21:13É curioso, né? Porque a gente vê a campanha do Lula falando do bolso caro, né? Então,
00:21:17a carne está mais cara por causa do Bolsonaro. A carne está mais cara por causa do Bolsonaro
00:21:20por causa do Lula também. É isso. Você teria um, dois gigantes de proteína animal que dominam
00:21:27o mercado e que, inclusive, por muito tempo foram financiados com recursos do BNDES, que
00:21:35é muito fácil, né? Você é amigo ali de quem está ocupando o poder, tem acesso
00:21:40privilegiado. Basta pegar o telefone, ligar para o presidente do BNDES e obter uma linha
00:21:45de um bilhãozinho aqui, um bilhão e meio, dois bilhões. O próprio Joesley Batista, na
00:21:48delação dele, disse que foi lá, comprou o Bertin a pedido do governo para salvar o frigorífico
00:21:57Bertin, no momento que ele estava comprando a Purins lá nos Estados Unidos, com dinheiro
00:22:02do BNDES. Então, usaram, liberaram mais grana. Ele falou, olha, então vocês me deem
00:22:05mais dinheiro. Aí deram mais dinheiro para ele. E quem intermediou e quem fez, inclusive,
00:22:10o estudo de mercado para isso foi o Palocci, que você citou aí. E aí ele obteve esse
00:22:17grande avanço no negócio dele. E é isso. Quando você cria monopólios ou oligopólios,
00:22:24você reduz a concorrência e as pessoas hoje pagam mais pela carne, pela picanha.
00:22:32Pelo assém, por causa do Lula também, por causa do Lula, por causa do Bolsonaro.
00:22:39Você tocou em dois pontos que são fundamentais, que assim, o risco de ambos os candidatos nos
00:22:45levarem a um colapso econômico e também democrático. Nós estamos discutindo, nesse
00:22:51momento, a PEC dos combustíveis, ou PEC Kamikaze, a PEC 16, que está lá tramitando no
00:22:59Congresso e que recebeu ali um texto final muito polêmico. Por quê? Porque ela faz com
00:23:10que seja decretado um novo estado de emergência, na canetada, em função dos preços altos do
00:23:18barril de petróleo. Embora o barril não esteja nem no seu pico hoje, já esteve a 140, hoje está em
00:23:25120. Está alto? Está alto. Está caro? Está caro. Mas uma situação de emergência é algo muito mais
00:23:32catastrófico. E aí eles estão usando isso, esse subterfúgio, para poder ampliar os gastos, as
00:23:39benesses, durante uma campanha em ano eleitoral, que é proibido pela legislação. Ou seja, se algo é
00:23:45ilegal, vamos mudar a lei para tornar legal. Essa é a síntese. E eu escrevi até um artigo sobre isso,
00:23:53ressaltando que, além de um problema econômico que essa PEC vai criar, também tem ali alguns trechos do
00:24:04texto, que abrem para você fazer qualquer tipo de interpretação, inclusive aquela, justamente em
00:24:13relação à democracia, que é quando você fala que pode fazer o que quiser, com a lei. Eu tenho até o
00:24:21termo aqui. O termo exato é o seguinte, está aqui no artigo, nos parágrafos 3 e 4 do artigo 2º,
00:24:32sobre disposições constitucionais transitórias. Um dos parágrafos garante a dispensa das limitações
00:24:41legais, inclusive quanto à necessidade de compensação, a criação e expansão ou aperfeiçoamento de ação
00:24:47governamental que acarrete aumento de despesa e a renúncia de receita que possa ocorrer. E o outro
00:24:53parágrafo fala da não aplicação de qualquer vedação ou restrição prevista em norma de qualquer
00:24:59natureza. Então, está muito estranho esse negócio. Qual é a sua opinião sobre essa PEC? E aproveito,
00:25:06já deixo a segunda pergunta. Se você hoje fosse o presidente, qual seria a sua solução para essa
00:25:13crise dos combustíveis?
00:25:15Bom, ótimas perguntas, Cláudio. Primeiro é isso aí. Você tem um problema emergencial e quer resolver com
00:25:21um mecanismo permanente, que é uma emenda constitucional. É um total absurdo. Uma questão emergencial.
00:25:27Você tem que resolver com armas que você tem para o dia a dia. Você não precisa ter
00:25:33de criar uma PEC. É um absurdo criar uma emenda constitucional para resolver um problema
00:25:38emergencial e momentâneo. Então, temos de combater essa PEC e não deixar ser aprovada
00:25:43de maneira alguma. Como é que nós poderíamos resolver essa questão momentânea do aumento
00:25:48do preço de combustível? Primeira, nós poderíamos ter criado o que eu chamo do fundo de estabilização
00:25:53do preço do combustível. Com que dinheiro? Com o dinheiro do Reut, do petróleo e das
00:25:58partilhas. Nós temos esses dois recursos somados, Cláudio, mais de 200 bilhões de
00:26:04dólares. Isso é dinheiro suficiente para criar um fundo capaz de amortizar a alta excessiva
00:26:11do petróleo. Dá para fazer isso. Por que o governo não faz isso? Por que o governo,
00:26:15por exemplo, não corta subsídios? Nós temos 450 bilhões de reais de subsídio no Brasil.
00:26:22Não é possível que você não consiga descobrir subsídios ineficientes. Aliás, a prova e a PEC
00:26:28do Pinduricalho, já economizamos 2 bi e meio. Corta aí o dinheiro do subsídio para a lei
00:26:34da informática, esse atraso do Brasil tecnológico, você arruma aí mais uns 2 bi. Tem dinheiro
00:26:40aí sobrando, porque esse governo não sabe administrar esse dinheiro, não sabe eleger
00:26:45prioridades. E aí sempre quer medidas extra constitucionais como essa aí para tentar
00:26:51resolver um problema momentâneo. Esse governo é de uma incompetência atroz. Portanto, existem
00:26:57sim soluções. Acabei de dar aqui dois exemplos. Cortar subsídios imediatamente e criar o fundo
00:27:02de estabilização com o dinheiro do Reut, do petróleo e da partilha. Só isso já resolveria
00:27:08o problema. Não precisa ficar criando esse fusoê todo, esse contorcionismo legal para
00:27:14tentar resolver um problema. Então, assim, nós temos de ter juízo, cabeça. E é evidente
00:27:19que o Congresso Nacional não pode dar poder emergencial para uma pessoa que é certamente
00:27:27um mal utilizador do poder público, como já mostrou. Nós estamos em véspera de eleição.
00:27:34Então, assim, nós temos de lutar. O Congresso tem que vetar isso. Nós temos de entrar com
00:27:41medidas de inconstitucionalidade no Supremo. Não pode deixar aprovar medidas emergenciais
00:27:47para resolver um problema momentâneo, principalmente que cria uma emenda constitucional.
00:27:52Muito bem. Qual seria a solução hoje concreta em relação a preço de combustível? A gente viu
00:27:59em outros países, até de governos muito mais liberais, esses governos tomando medidas emergenciais
00:28:08de retirada de imposto sobre combustível, entendendo que aquilo é uma situação emergencial.
00:28:18A gente aqui teve todo esse esforço para retirar o ICMS, ainda com muita resistência em relação
00:28:26aos governadores e tal. Aí, em São Paulo, o Rodrigo Garcia topou fazer. Mas, enfim, essa é uma discussão
00:28:32que já levou à interferência na Petrobras, troca de presidente a quarta vez, ameaça de mudança da
00:28:41política de preços. Essa política de preços de paridade internacional, de fato, foi útil para resgatar
00:28:49a Petrobras daquele prejuízo recorde planetário da gestão do PT, é bom que se lembre. Então, você
00:28:57precisou fazer uma política de desinvestimento da companhia, precisou adotar a paridade
00:29:02internacional, precisou, porque senão você ia quebrar, você ia à falência. Só que a Petrobras chega
00:29:09nesse 2022 e numa situação saneada, numa situação de uma dívida administrável, uma situação
00:29:15de contas com bastante lucro para os acionistas, etc. Não é o caso de modificar isso ou criando
00:29:25uma paridade internacional também para o petróleo que é exportado ou criando algum tipo de imposto
00:29:33de exportação que incentive o refino no Brasil. Nós temos refinarias, temos capacidade para refinar
00:29:42boa parte do petróleo, dos combustíveis que usamos aqui, mas a gente percebe também nas refinarias,
00:29:48às vezes, o uso, a subutilização, né? Refinaria operando com 40, com 60% de atividade, podendo,
00:29:55e aí, claro, porque aí, em função dessa questão da paridade internacional, é muito mais lucrativo
00:30:03ela importar, muitas vezes, esse combustível e fazer a venda aqui. Então, é um cenário complicado,
00:30:11complexo, eu queria que você pudesse detalhá-lo na sua perspectiva.
00:30:16Olha, Claudio, então, a primeira coisa, como eu mencionei na resposta anterior, é esse, eu criaria
00:30:21o fundo de estabilização, que é isso, você tem lá o dinheiro do Roth, do petróleo, da partilha,
00:30:24que pode criar esse fundo de estabilização, não mexe em Petrobras, não mexe em dinheiro
00:30:29do governo, mexe nessa verba específica do petróleo para poder diminuir o preço. Então,
00:30:34você junta esse dinheiro, você usa esse dinheiro justamente para intervir no mercado, derrubar
00:30:38o preço da gasolina momentaneamente, enquanto você tem uma oscilação muito grande do preço.
00:30:42O segundo ponto importante é o seguinte, com o aumento do barril do petróleo, aumentou a
00:30:47arrecadação, tá certo? Se o governo arrecadava ali sobre 95 dólares por litro, agora está
00:30:54arrecadando em 120, tem um delta aí, tá certo? 120 a 95. Esse delta pode ser usado para dar
00:31:02o que a gente chama do retorno para o consumidor. A Europa está fazendo isso, né? Portugal,
00:31:08Espanha, você vai encher o tanque lá num carro em Portugal e na Espanha e você tem lá
00:31:1425 centavos que o governo restitui imediatamente ao encher o tanque, porque é esse aumento
00:31:22da arrecadação por causa do aumento do preço. Então, existem mecanismos muito mais simples
00:31:29do que mexer com regras de governança, regras de preço, porque tudo isso manda um sinal errado
00:31:35no mercado de muita intervenção e distorção e manipulação de preço. Então, nós temos
00:31:41de tentar fazer, adotar medidas que sejam menos intervencionista possível. Então,
00:31:49tem excedente de arrecadação porque o preço do petróleo subiu e isso sim pode ser usado
00:31:53para dar o que a gente fala desse rebate, esse cashback para o usuário e ainda ter o dinheiro
00:31:58da partilha e do royalties para ser usado num fundo de estabilização. Então, essas são
00:32:02duas medidas que você poderia adotar no governo sem ter grandes mudanças traumáticas com políticas
00:32:10de preço.
00:32:16Muito bem. Olha só, nós temos aqui algumas perguntas que foram enviadas pelos nossos
00:32:23espectadores e eu vou naturalmente selecionar algumas aqui, são várias, dezenas, mas a gente
00:32:31vai selecionar algumas que possam dar um panorama mais geral. Até em função da repetição, né? Muita gente
00:32:40perguntando, Odávila, sobre por que o Novo optou por apoiar um candidato novo, né? Tendo o Amoedo
00:32:53obtido uma votação, ainda que pequena, mas ele performou ali uns 5%, né? Na última eleição, 4, 5%. Mas hoje
00:33:06há um entendimento que ele teria um recall maior do que você, por exemplo. Então, muita gente
00:33:12questionando sobre essas disputas internas, essas brigas internas, que às vezes acabam exteriorizando uma
00:33:18imagem de confusão, de conflito dentro do partido. Então, por favor, esclareça essa opção que o partido fez e
00:33:26exatamente como que isso está posto hoje.
00:33:30Bom, primeiro eu digo que nós temos sempre de honrar o João Amoedo, porque o João Amoedo foi o criador do
00:33:36Partido Novo. Ele teve um papel importantíssimo. Poucas pessoas conseguiram criar um partido que hoje já elegeu um
00:33:43governador de estado, um prefeito de uma cidade importante como Joinville, oito deputados federais e, ao
00:33:49todo, aí 45 mandatários entre deputados estaduais e vereadores. Então, ele merece, assim, todo o respeito
00:33:54por ter criado o Partido Novo e ter sido fundador do partido. Mas João Amoedo entrou na disputa da
00:34:02presidência da república e depois retirou sua candidatura. Ao retirar sua candidatura, o partido não tinha
00:34:09candidato. E aí o partido me convidou para ser o candidato do partido. É verdade que teve disputas internas no
00:34:16partido e o trabalho que nós fizemos, não só eu, mas todo mundo do partido, nesses últimos meses, foi
00:34:24justamente unir o partido, porque nós sabemos que é impossível entrar numa eleição com o partido desunido. E essa
00:34:31união hoje, Cláudio, ela está cristalizada. Nós vamos ter chapas completas aí em quase todos os grandes
00:34:40colégios eleitorais brasileiros. Estamos muito animados e com o objetivo de dobrar a nossa bancada no Congresso
00:34:46Federal. Estamos animados com a eleição do nosso governador Zema. Estamos muito animados com o nosso aumento de
00:34:54bancada nas assembleias legislativas e, quem sabe, eleger mais um ou dois governadores aí nessa eleição.
00:35:02Então, assim, o partido, aliás, é o único partido que vai entrar unido. Se você olhar os outros partidos, eles é que estão
00:35:08divididos e briga. Briga interna nos partidos. Você pode escolher qualquer um que está tudo dividido ou brigado.
00:35:14Por isso que não tiveram candidato a presidente da república. E nós, hoje, estamos um partido absolutamente unido,
00:35:19pacificado e preparado para atingir esses objetivos bem ambiciosos de dobrar a nossa bancada, reeleger o nosso
00:35:27governador e, talvez, eleger mais um ou outro governador pelo Estado. Então, assim, estamos muito animados com a eleição
00:35:33de 2022.
00:35:35O Amoedo vai estar na campanha? Vai apoiar a tua campanha? Como é que vai ser? Ou não? Ele preferiu ficar isolado?
00:35:42Olha, o Amoedo, por enquanto, está neutro e eu respeito. Ele quer continuar neutro por um tempo aí e tal, mas eu tenho certeza que o Amoedo
00:35:48vai votar na gente. Eu tenho certeza que o Amoedo não vai votar nem Lula nem Bolsonaro. Então, assim, mas se ele vai
00:35:55se empenhar ou não na campanha, essa é uma escolha dele, de forma íntima dele. Eu espero que sim, eu espero que em algum
00:36:01momento ele entre na campanha, porque, afinal de contas, isso seria um apoio importante e uma mensagem importante
00:36:08para outras pessoas.
00:36:11Você já tem vice?
00:36:14Estamos na reta final de escolher o vice, sim, já vamos anunciar, provavelmente...
00:36:19É uma pessoa muito importante de Minas Gerais. E aí você já pode fazer a conjuntura.
00:36:36Eu trabalho com fatos, então, assim, você está aqui para a gente. Eu sei que não está fechado,
00:36:42tudo bem, mas você gostaria que fosse?
00:36:47Eu gostaria que fosse, não. Vai ser. Então é mais fácil. O nosso vice vai ser o nosso
00:36:53deputado federal de Minas Gerais, Tiago Mitrô.
00:36:58Pronto. Aí, temos notícia fresquinha aqui no Papo Antagonista. É para isso que serve o programa.
00:37:04Davila, temos uma opção de perguntas aqui sobre judiciário. A gente tem vivido um debate
00:37:13sobre ativismo do judiciário, confusão entre os poderes, sobre critério de escolha
00:37:20de ministros do Supremo, inclusive até essa semana o Paulo Martins, deputado, que é candidato
00:37:26ao Senado lá no Paraná, apresentou um projeto para tentar modificar, inclusive estabelecendo
00:37:32idade mínima, ampliando, subindo a régua da idade mínima para 50 anos, limitando a um mandato
00:37:40de nove anos do ministro, restringindo o poder de decisões monocráticas. Enfim, o Supremo
00:37:51veio para o debate e talvez agora esteja sentindo a reação de se miscuir também em outros
00:38:00poderes, em atribuições e prerrogativas do Legislativo e do Executivo, que agora também
00:38:06querem ter a oportunidade de arrumar a casa. Claro, dentro de um debate cada lado tem o
00:38:14seu interesse. Eu quero saber a tua opinião, como é a avaliação que você faz sobre esse
00:38:18ativismo judicial e se você tem alguma proposta para melhorar, para otimizar a qualidade da
00:38:28nossa Suprema Corte, tanto da composição dela como da sua atividade tão importante que é
00:38:37guardar o estrito cumprimento da Constituição. É verdade, Cláudio. Aliás, nesse Brasil polarizado,
00:38:45o que acontece é que a fronteira de respeito dos poderes não é mais respeitada. Então,
00:38:51um poder avança na competência do outro. E, na verdade, o Supremo se tornou o terceiro
00:38:57turno das eleições porque a política vem judicializando as suas derrotas. Você perde
00:39:04uma matéria, perde no voto no Congresso, vai ao Supremo, recorre como uma medida inconstitucional.
00:39:11Então, parte deste ativismo do Supremo é fruto, sim, da política, que não consegue
00:39:19limitar as suas decisões, as suas resoluções ao âmbito do legislativo e tem esta monia
00:39:26de judicializar todas as derrotas. Então, eu acho que talvez uma mudança importante
00:39:31é, sim, certa limitação das adins, né? Porque essas ações diretas de inconstitucionalidade
00:39:38foram banalizadas. É inacreditável o número que nós temos. E aí, evidentemente, o Supremo
00:39:46se manifesta em assuntos que não deveria se manifestar. Eu vou dar aqui um exemplo.
00:39:51A questão da clausa de barreira. Esse é um assunto estritamente do legislativo.
00:39:55O Supremo não tinha que se manifestar nisso. Aliás, o que o Supremo deveria ter feito é falado
00:39:59e este é um assunto para ser tratado unicamente no âmbito do legislativo. E eu não vou opinar
00:40:04sobre isso. Não, mas o Supremo foi, opinou, mexeu na regra, alterou uma regra do legislativo.
00:40:10É um total absurdo essas coisas. Então, nós precisamos, primeiro, pacificar o país,
00:40:16restabelecer esse respeito dos limites constitucionais. Então, essa é a primeira coisa.
00:40:21Segunda coisa, é preciso, sim, fazer algumas reformas. Por exemplo, eu sou a favor de acabar
00:40:26com as decisões monocráticas. Isso é um absurdo. O Supremo Tribunal Federal é um colegiado
00:40:31que, como você bem disse, é guardião da Constituição. Ele tem que falar nos atos.
00:40:36Não é falar em entrevista, não é decisão monocrática, não é nada disso. Então, isso
00:40:41está errado. Isso não é o papel do Supremo. O papel do Supremo é se manifestar como um
00:40:46colegiado. Não há dúvida que uma decisão monocrática como a que o Fachin tomou de soltar o Lula
00:40:53é uma aberração. É um desrespeito ao poder judiciário, inclusive. Porque, afinal
00:40:59de contas, Lula foi condenado em primeira instância, foi condenado em segunda instância
00:41:04por um colegiado de juízes. Então, ao fazer isso, é uma desmoralização do processo.
00:41:10E isso enfraquece o Estado de Direito. Isso cria a insegurança jurídica no Brasil. E criar
00:41:16insegurança jurídica no Brasil é uma das coisas que mais compromete a retomada do investimento
00:41:21privado. Como é que você faz agora, encampa a linha amarela lá no Rio de Janeiro? Tem um
00:41:26contrato de 20 anos. Como é que você agora, o Ratinho Júnior derrubou todos os pedágios
00:41:32lá, abriu o pedágio. Como é que faz isso? Não é assim que se faz. Então, esta insegurança
00:41:38jurídica aumentou demais com, como eu digo, com essa politização do Supremo. Não pode.
00:41:46Isso tem que acontecer. Então, nós temos que fazer mudanças importantes. Agora, precisa tomar
00:41:50cuidado com esses casuísmos. Porque, assim, mudar a idade vai melhorar o Supremo? Não tem
00:41:56nenhuma correlação entre uma coisa e outra. Nenhum país do mundo tem uma correlação.
00:42:00Tem estudo mostrando que pessoas que têm mais de 60 anos são mais sábias do que têm 40,
00:42:0550. Não tem. Então, assim, a gente tem que tomar cuidado para não começar a criar outras
00:42:10deformidades. Vamos olhar para as outras Suprema Cortes, na Alemanha, nos Estados Unidos,
00:42:14em outros países, na França. Não tem nada disso. Então, assim, a gente precisa ter calma.
00:42:18Não é no afobamento, no assodamento da crise que você começa a propor um monte de mudança.
00:42:24Agora, se nós cumprirmos o que está na Constituição, o Senado aprovar com rigor as
00:42:30pessoas que vão para o Supremo, entender a sua história, fazer uma sabatina de verdade.
00:42:34Aliás, o Senado deveria pegar um pouco. Como é que a sabatina nos Estados Unidos,
00:42:38os juros da Suprema Corte, o calor que os senadores dão em todo mundo que é sabatinado,
00:42:43não tem moleza. Então, assim, precisa cada um cumprir o seu papel.
00:42:47A hora que o Senado tem que ser duro, rigoroso, é justamente na sabatina,
00:42:53é na avaliação, é colocar esses futuros candidatos ao Supremo na parede
00:42:59e questionar, pressionar para ver como ele reage a temas importantes.
00:43:04Isso não é feito. Então, assim, nós temos de usar os mecanismos existentes.
00:43:09Agora, é fundamental também, por exemplo, eu sou a favor, como várias pessoas que nós conhecemos
00:43:16também são a favor, de termos a defender. Eu defendo a segunda instância. A segunda instância
00:43:22começa a cumprir pena. Ah, mas no Brasil não pode aprovar a segunda instância porque se você
00:43:27cai na vara errada ou você vai ser solto ou você vai ser condenado. Bom, então vamos resolver
00:43:31o problema da justiça. Mas não dizer que não vai aprovar a segunda instância porque a justiça
00:43:36não funciona. Tem que melhorar a justiça. Então, vamos fazer com que a segunda instância
00:43:40tenha critérios para que o seu destino não seja decidido. Você cai na vara errada ou na turma
00:43:46errada. Isso não existe. Está certo? Então, a gente não pode trair princípios importantes.
00:43:53Fim de foro privilegiado. Outra mudança que a gente tem que fazer. Isso é um absurdo
00:43:59total. Como é que tem uma corte? Isso aqui parece a monarquia francesa antes da revolução.
00:44:06Não. A gente julga os nobres diferentes dos comuns. O que é isso? Não existe.
00:44:11Você já respondeu alguma outra pergunta que tinha aqui, que era justamente sobre
00:44:16visão em segunda instância e foro privilegiado, que tem tudo a ver com o debate sobre o Supremo.
00:44:21A Suprema Corte não pode ser quarta instância judicial. Ela não pode julgar esses senadores
00:44:27que vão sabatinar os ministros. Ela não pode ser a corrupção desses senadores, porque
00:44:32isso cria uma relação promíscua de interesses e sem que isso acabe, você não consegue.
00:44:41Pode criar o critério que for para a escolha de ministros. É preciso restringir a atividade
00:44:46do Supremo. Deixa eu te perguntar uma outra coisa.
00:44:48E Claudio, eu quero fazer um adendo, que é o seguinte, não é só o Supremo, não.
00:44:55Porque se você olhar hoje, você pergunta para um prefeito, prefeito, qual o seu maior
00:44:58problema? Ele fala, não, não é oposição, não é o Ministério Público, porque eu ganho
00:45:02eleição e o Ministério Público quer governar. Existe um avanço de competência entre uma
00:45:08coisa e outra que está tornando o Brasil ingovernável. Tribunal de Contas. Tribunal de Contas
00:45:14é um órgão consultivo. Não, agora o Tribunal de Contas decide, não é assim. Aliás, decide
00:45:20o Tribunal de Contas e é ocupado por políticos. Então, é uma distorção completa do papel.
00:45:26Então, assim, o que eu acho que é importante, nesse processo que eu falo de pacificação
00:45:31do país, é colocar de novo cada um na sua caixinha. Tribunal de Contas, você vai ser
00:45:36um órgão consultivo importante aqui. Ministério Público, você vai fazer a sua função.
00:45:40Supremo, você vai fazer a sua. Vamos primeiro determinar as fronteiras das coisas, porque
00:45:45se a gente começar a aprovar um monte de projeto fazendo remendo, nós vamos acabar deturpando
00:45:51ainda mais o funcionamento das instituições.
00:45:54Eu sempre destaco que, para você promover essas mudanças reais, o eleitor precisa estar
00:46:00muito atento na eleição proporcional, precisa eleger bons deputados.
00:46:05Então, assim, porque o presidente da República, ele não é um salvador, ele não tem poderes
00:46:13supremos. Na verdade, hoje, o ministro supremo manda até mais do que o presidente da República.
00:46:18Então, a gente precisa trazer esse debate, deslocar o debate sobre presidência para o debate
00:46:25sobre o legislativo. E uma outra coisa, né, Davila, que eu te pergunto aqui, porque você
00:46:32falou lá no iniciozinho da nossa conversa sobre município, a importância ali, acabou
00:46:38de citar novamente a questão de prefeito e tal. Então, é interessante a tua percepção
00:46:43sobre o papel do prefeito, o papel da prefeitura. E aí eu te coloco a questão, né, a gente
00:46:50não precisa urgente. Tem muita gente que fala assim, ah, urgente a reforma tributária,
00:46:54urgente a reforma administrativa. A federação, ela não existe, né?
00:47:00Então, assim, qual é a prioridade sua em relação, qual é a sua opinião em relação
00:47:08a essa necessidade de centralizar, empoderar os municípios, empoderar os estados, tirar,
00:47:15esvaziar esse hiper poder da União, que faz com que os prefeitos venham aqui todo ano,
00:47:22duas, três vezes no ano, passar a chapeuzinha aqui para o Pires, para poder ter recurso,
00:47:28ir bater na porta do deputado e acabar na mão de um intermediário, de um pastor,
00:47:34seja lá o que for, de um lobista, para conseguir aprovar um projeto, né, junto a um ministério
00:47:40para conseguir a emenda. Está tudo errado nesse país, assim. Qual é a tua prioridade?
00:47:44Qual é a prioridade, assim, de pauta legislativa que você poderia oferecer logo de cara?
00:47:52E qual é a tua opinião sobre esse problema, especialmente da federação, da nossa federação?
00:47:57Com certeza, Cláudio. Aliás, eu escrevi um livro, Os Dez Mandamentos, até vou pegar aqui depois
00:48:02para mostrar para vocês. O segundo mandamento é nós precisamos implementar o verdadeiro federalismo
00:48:07no Brasil, ou seja, descentralizar o poder, devolver poder para os estados e municípios.
00:48:13Porque, na verdade, quanto mais poder e autonomia o poder local tem, melhor para resolver os problemas locais
00:48:20de acordo com o contexto local. O Brasil deveria ter muito poucas leis federais,
00:48:26porque é difícil uma lei que valha para o Brasil inteiro. O Brasil tem muitas realidades diferentes.
00:48:32Então, essa história de devolver poder e recurso, não adianta só devolver poder sem recurso,
00:48:37poder e recurso para os municípios e para os estados para eles tomarem decisões importantes
00:48:42em áreas como aqueles que já é hoje da alçada deles, mas eles, evidentemente, como você falou,
00:48:48precisam fazer uma verdadeira romaria à Brasília para liberar emendas, porque se não libera emenda
00:48:53não tem dinheiro. Isso é um absurdo. Vou dar um exemplo. São Paulo aqui, cada R$10 que paga,
00:48:59um volta para cá. Santa Catarina, cada R$8 que paga, dois voltam. É um absurdo isso.
00:49:06Então, o dinheiro que acaba sendo arrecadado aqui não tem efeito local. Ele acaba sendo redistribuído
00:49:13em uma escala absurda. Mas este federalismo, para acontecer na prática, nós temos de fazer
00:49:19um projeto gradual para que as cidades foquem na sua vocação econômica local e aumente sua receita.
00:49:26Qual que é a ideia? Diminuir o dinheiro do fundo de participação dos municípios.
00:49:30Veja só que absurdo, Cláudio. Hoje, quase 90% dos municípios brasileiros têm como
00:49:37sua receita única o fundo de participação dos municípios. Vive de mesada do governo
00:49:42federal. Isso é um absurdo. Se você quiser ser um município, é que nem se você quiser
00:49:47ser um ser independente. Você tem que ganhar o seu dinheiro. Você tem que viver da sua receita.
00:49:51E município é a mesma coisa. Então, nós temos de fazer um trabalho gradual para que os municípios
00:49:57tenham metas de aumentar a sua arrecadação anualmente. E aqueles municípios que não atingirem
00:50:04esse aumento de arrecadação vão ter que fundir com outro município, até ter tamanho para poder
00:50:10ter a sua independência financeira. Então, nós temos que ter um problema, um programa de desmame
00:50:17desse único recurso, que é o fundo de participação dos municípios. Nós tivemos uma profusão de
00:50:23criação de município que não tem nada a ver com crescimento econômico local. Tinha a ver mesmo
00:50:28com criação de cargo político, mais privilégio para o poder público e que não tinha nenhuma razão
00:50:35de existir, a não ser político eleitoral. Então, nós precisamos, sim, implementar o verdadeiro
00:50:41federalismo, tirar o poder de Brasília. Eu disse que vou ser o primeiro presidente que vou tirar
00:50:45o poder do presidente para devolver poder para governador e prefeito.
00:50:50Muito bem. A gente, inclusive, correu o risco. Hoje temos mais de 5.500 municípios e chegamos
00:50:56a correr o risco. Uns anos atrás, eu me lembro, queriam que a gente chegasse a 7 mil e tantos
00:51:01municípios. E o caminho tem que ser o inverso. Olha só, eu vou já encaminhando aqui para o
00:51:08encerramento. Tem algumas perguntas muito específicas sobre segurança pública, sobre sustentabilidade.
00:51:14e também uma pergunta que eu acho que ela atinge mais o coração do eleitor, que é o seguinte.
00:51:20Você citou aí que está correndo o país inteiro e aí um dos nossos espectadores pergunta assim,
00:51:26ó, você alguma vez já foi no interior do Amazonas? Já foi no sertão nordestino? Já subiu o complexo
00:51:33alemão no Rio? Vou falar, Antônio. Não fui no complexo alemão, mas fui a Rocinha, subi a Rocinha.
00:51:40Aliás, vi um programa lá incrível de alfabetização das crianças, que me impressionou bastante.
00:51:47Fui sim ao sertão nordestino. Aliás, eu tenho... Petrolina é um exemplo de um lugar no sertão
00:51:54nordestino que exporta fruta, que deveria servir de exemplo para outros estados e outras cidades do Brasil
00:52:02de como é importante desenvolver uma vocação local com uma vocação exportadora, como é o caso de Petrolina.
00:52:09Estive recentemente, sim, na Amazônia e também ali vi que espetáculo a consciência das pessoas
00:52:18da preservação da floresta. Impressionante como eles entendem que isso hoje é fonte de riqueza.
00:52:24Aliás, as populações locais lá estão muito mais avançadas do que os ambientalistas,
00:52:30tanto do Lula como do Bolsonaro. Eles entendem a importância daquilo na floresta como um grande
00:52:36fator gerador de oportunidade, renda local e principalmente de um potencial extraordinário
00:52:45de explorar essa economia verde. Então, essas viagens que eu venho fazendo pelo Brasil,
00:52:51eu vejo o Brasil que dá certo. Você vê, por exemplo, em Pernambuco, um exemplo extraordinário
00:52:57do Compasso, um programa para a primeira infância impressionantemente bem feito
00:53:04nas comunidades mais pobres e violentas. Você vai ao Ceará, você vê um grande programa
00:53:08de alfabetização das crianças, que hoje já é copiado por três estados brasileiros,
00:53:14a história do ICMS educacional, transferir recursos do ICMS para a educação para os municípios
00:53:20que estão atingindo as metas de alfabetização. Então, você vê esse Brasil pujante, que dá certo
00:53:26em vários lugares, o oeste da Bahia. Você vai ali à região de Luiz Eduardo Magalhães,
00:53:32por exemplo, Barreiras. Você vai ver uma agricultura pujante, um dos maiores centros
00:53:39de produção de soja e algodão do Brasil. Então, é muito legal a campanha presidencial,
00:53:45Cláudio, porque te dá a oportunidade de ver o Brasil que dá certo. E é vendo esse Brasil
00:53:51que dá certo, é que me motiva a estar nessa campanha presidencial para poder replicar
00:53:56esses exemplos. O Brasil precisa aprender mais com o Brasil que dá certo. A gente só fica
00:54:01olhando que dá errado no Brasil, mas tem muita coisa dando certo. Você vai ao Porto Digital,
00:54:06lá em Recife, grande polo de tecnologia, fazendo um trabalho extraordinário. Então,
00:54:13assim, tem muita coisa que dá certo no Brasil. Vamos olhar o Brasil que dá certo,
00:54:17vamos aprender com esse Brasil que dá certo e, para isso, nós temos de livrar o Brasil
00:54:23das mãos desses populistas de direita e de esquerda que estão afundando esse país,
00:54:29estão arruinando a nossa capacidade empreendedora, gerar riqueza, prosperidade, fazer o Brasil voltar
00:54:36a crescer, aumentar a renda e emprego no país.
00:54:39Para encerrar, tem muito... A gente percebe no Novo, inclusive a pergunta também de alguns
00:54:46dos nossos espectadores, muitos integrantes tendentes ao bolsonarismo.
00:54:52Você acha isso natural dentro de um partido? Você vai chegar no segundo turno? Se você não chegar no segundo turno,
00:55:03você vai fazer essa opção pelo Bolsonaro como uma opção natural? Ou o seu voto é nulo?
00:55:10E a sua opinião sobre o voto nulo, como voto de protesto?
00:55:13Bom, primeiro, a minha visão é que não haverá um segundo turno de Lula e Bolsonaro,
00:55:19porque na hora que o eleitor cair a ficha e ver que Lula e Bolsonaro é variação sobre o mesmo tema,
00:55:24são duas pessoas incapazes de fazer o Brasil voltar a crescer, a gerar renda e emprego,
00:55:28e que a vida vai continuar pior. Olhando para os 10 anos anteriores, fala,
00:55:32minha vida piorou. Bom, se eu votar em Lula e Bolsonaro, minha vida vai continuar a piorar.
00:55:36Então eu não acho que isso vai acontecer. Mas o que eu digo é o seguinte, qualquer populista que esteja no poder,
00:55:43uma coisa é certa, vai piorar a economia, vai agravar a crise social e vai deteriorar a democracia brasileira.
00:55:50É certo isso. Isso aí é como um mais um é igual a dois. Não tem erro. Vai acontecer exatamente isso.
00:55:59Então se a pessoa ficar no auto-engano, achar que algum populista pode tirar o Brasil dessa crise atual,
00:56:04ele está contribuindo para a ruína do país. Então eu achei esse o ponto importante.
00:56:09Agora, quanto à votação do Partido Novo, eu queria dar uns números, porque eu gosto de número aqui.
00:56:14Quando você vê, o Partido Novo votou sim com o governo em várias medidas importantes,
00:56:20como foi o marco do saneamento básico, reforma da Previdência, novo marco das startups.
00:56:26Então teve um monte de matérias importantes que nós deveríamos votar, não importa o governo do dia,
00:56:31porque essas são matérias importantes para a modernização do Brasil.
00:56:34Agora, se você pensar essa história de alinhamento com o governo Bolsonaro,
00:56:39o Novo não está entre os partidos mais alinhados com o governo.
00:56:43Aliás, se você pegar lá MDB, Cidadania, Podemos, todos esses partidos têm um track record de votação,
00:56:52mas muito maior do que a do Partido Novo.
00:56:54Então isso não é verdade. Quando você olha os números das votações,
00:56:57o Partido Novo não é um desses bolsonaristas que vota sempre com o governo.
00:57:03Então nós votamos com o governo nessas matérias importantes e, aliás, fazemos oposição quando o governo vota essas matérias desastrosas,
00:57:11como emenda secreta, orçamento secreto, emenda de relator, tudo isso aí nós votamos contra.
00:57:16Então, assim, é importante separar uma coisa da outra.
00:57:20Se chamar de bolsonarista as pessoas que olham para nós porque votamos matérias importantes com o país,
00:57:25aí eu acho que é o rótulo errado.
00:57:30Então eu vejo o Partido Novo hoje muito preocupado com a polarização e lutando bravamente para rompermos.
00:57:40É por isso que a minha candidatura presidencial, desde o momento em que foi anunciada,
00:57:46estamos firmes e fortes e vamos até o fim.
00:57:49Enquanto você bem mesmo mencionou, Claudio, quantas outras candidaturas acabaram desistindo,
00:57:54pré-candidaturas acabaram desistindo da corrida, por várias razões.
00:57:57E não, nós no Partido Novo não, temos a convicção de que nós temos de apresentar
00:58:02uma alternativa crível de esperança para o eleitor brasileiro
00:58:08para tirar o país desta camisa de força da crise política, econômica e social que o populismo nos deixou.
00:58:16Então, nós, por isso que nós acreditamos, nós estamos nessa corrida,
00:58:21porque nós acreditamos que nós vamos furar esse bloqueio,
00:58:23vamos estar no segundo turno e vamos sim oferecer uma alternativa,
00:58:28um programa forrado de medidas concretas para fazer o Brasil voltar a crescer, a gerar renda e emprego.
00:58:36Fora isso é nulo.
00:58:38Não, fora isso é nulo.
00:58:40Não tem a menor condição.
00:58:41Populistas, a gente não pode votar em populista.
00:58:44Não tem a menor chance.
00:58:46E aí nós vamos ter que estar na trincheira da democracia,
00:58:49que é a imprensa livre, que é o Congresso Nacional,
00:58:52que são as assembleias legislativas,
00:58:54que são as organizações da sociedade civil,
00:58:56que são as empresas privadas.
00:58:58Nós vamos ter que estar ali na trincheira da democracia,
00:59:01porque o Brasil vai enfrentar, sim,
00:59:04o seu maior desafio desde a redemocratização em 1985 com qualquer populista que esteja no Palácio do Planalto.
00:59:12A pergunta mais difícil agora,
00:59:14se você for eleito,
00:59:16você vai transitar entre o Palácio do Alvorado e o Planalto de bicicleta?
00:59:20Eu vou, não sei se eu vou transitar,
00:59:24mas que eu vou pedalar toda manhã, eu vou,
00:59:26como eu continuo fazendo,
00:59:27porque é importante,
00:59:28tem que manter na forma física aqui,
00:59:30porque é isso que oxigena o cérebro.
00:59:32O pessoal não vai entender,
00:59:34porque quando eu te encontrei,
00:59:35você estava, inclusive,
00:59:36com a bicicleta parada do lado de fora do restaurante,
00:59:39botou a pastete,
00:59:41entrou na bike e foi embora.
00:59:43E com o Moro,
00:59:44e o Moro tirou uma foto comigo,
00:59:45lembra?
00:59:46O Moro estava comigo,
00:59:47a gente fez uma foto,
00:59:48e o Moro falou assim,
00:59:50olha,
00:59:50eu quero fazer uma foto com você ao lado da bicicleta,
00:59:53porque eu usava a bicicleta no tempo inteiro.
00:59:55Então,
00:59:56foi muito legal.
00:59:58Ficou arriscado para ele.
01:00:00É,
01:00:01foi arriscado.
01:00:02Sua participação aqui no Papo Antagonista,
01:00:04o programa permanece aberto para futuros debates.
01:00:07Muito obrigado, Claudio.
01:00:08É um grande prazer participar desse papo com você
01:00:10e com todos que nos acompanham aqui no Antagonista.
01:00:13E não esqueça,
01:00:14o nosso país é fruto das nossas escolhas,
01:00:18e você tem o poder de quebrar a polarização com o seu voto.
01:00:22O seu voto é que vai refletir a sua escolha do Brasil que queremos.
01:00:27Um grande abraço.
01:00:28Um grande abraço.
01:00:32Um grande abraço.
01:00:36Legenda por Sônia Ruberti
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