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NotíciasTranscrição
00:00Muito boa noite, Afonso Celso Pastore, bem-vindo ao Papo Antagonista.
00:08Boa noite, prazer é meu.
00:11Muito bem, participa da nossa entrevista também aqui o Antônio Timóteo, nosso repórter de economia.
00:18Agradeço a participação, Antônio.
00:20Boa noite, Cláudio. Boa noite, professor. Tudo bem com o senhor?
00:23Tudo bem com você também, eu também.
00:26Tudo ótimo.
00:27Muito bem, deixa eu aproveitar aqui, vou também na onda aqui do Timóteo.
00:34Professor, eu estava conversando aqui com o Sérgio Pardelas da Cruzoé,
00:41que ele fez uma capa muito interessante sobre todo o poder do Artulira,
00:44derivado do controle dessas emendas secretas.
00:49É surreal a discussão disso, em pleno século XXI, você ter emendas secretas,
00:56esse poder discricionário, o sujeito usar.
00:59O senhor falou, acho que foi ontem, em algum outro veículo,
01:02comparou o mensalão com esse uso das emendas secretas.
01:07Isso é corrupção, professor?
01:08Deixa eu te dizer, eu falei isso na Câmara dos Deputados,
01:16numa sessão que havia lá, referente ao uso da teoria monetária moderna
01:22e as suas implicações sobre a dívida pública,
01:25com vários deputados que fazem parte de uma investigação que está sendo feita
01:30sobre se se aplica ou não se aplica a teoria monetária moderna, etc.
01:35É uma discussão técnica.
01:38Evidentemente, surgem discussões a respeito de problema fiscal, disso e daquilo,
01:45e, lá pelas tantas, a discussão seguiu o seguinte rumo,
01:52que eu vou reproduzir aqui a minha visão com outras palavras, obviamente,
01:56sobre o que eu falei.
01:57Nós tivemos uma destruição de uma âncora fiscal no Brasil.
02:03Quer dizer, essa pede dos precatórios...
02:05Bom, em primeiro lugar, você pega uma dívida judicial,
02:11transitada de julgado, legítima,
02:14que sempre foi paga pela União
02:17e multa a Constituição para postergar esse pagamento.
02:23Em segundo lugar, você precisava fazer uma ajuda
02:27emergencial, essa é a parte legítima,
02:30a parte que realmente qualquer governo teria que fazer.
02:34Uma ajuda emergencial, a economia brasileira,
02:37você sabe que está desacelerando o crescimento,
02:40o desemprego está muito alto,
02:41está muito difícil obter emprego,
02:44os salários estão caindo.
02:46Você tem uma transferência de renda,
02:48na qual o governo ia gastar alguma coisa com 30 ou 40 bilhões.
02:51Bom, entre a PEC dos precatórios,
02:54que mudou o indexador do tempo,
02:59e mais a postergação dos precatórios,
03:02você gerou 92 bilhões.
03:05Portanto, mais do que o dobro do que era necessário.
03:08Parte desse dinheiro foi usado para emendas do relator,
03:12que somam 16,2 bilhões,
03:16além de um certo aumento do fundo partidário.
03:20O que eu disse nessa reunião da Câmara é o seguinte,
03:23isso é um clientelismo de péssima qualidade.
03:26Isso não é política fiscal.
03:28Quer dizer, o que é legítimo,
03:30o que era legítimo naquele cavalo de Troia,
03:32que foi introduzido quando foi colocada
03:34essa PEC dos precatórios,
03:37era aquela parte que era transferência
03:40às pessoas que estão passando fome.
03:42Até aí, essa é a obrigação do governo.
03:45Não fazer isso para emendas de relator.
03:48De fato, eu acho,
03:50do ponto de vista de ter uma âncora fiscal,
03:53de ter um regime fiscal responsável,
03:57que seja algo que cria condição
04:00para o país retomar o crescimento econômico,
04:03nada disso foi feito.
04:04Pelo contrário, foram tomadas muitas ações
04:07que prejudicam a capacidade que a gente tem
04:10de retomar o crescimento econômico.
04:13Eu estou muito preocupado com o que pode acontecer
04:15e se o próximo presidente,
04:18o próximo ministro da Economia
04:19terá condições de recuperar a economia
04:24em um tempo factível.
04:29porque, é claro, a gente vive,
04:32o Brasil vive de décadas perdidas.
04:35Nós vivemos sempre nesses ciclos.
04:38O senhor que tem uma trajetória histórica,
04:43o senhor que é uma referência no mercado,
04:46o senhor que presidiu até o Banco Central,
04:49ali na segunda metade do governo Figueiredo,
04:52viu isso acontecer,
04:53passou projeto,
04:55plano lá do Sarney,
04:56plano real,
04:57toda aquela história do Collor.
05:01Eu queria que o senhor fizesse,
05:02desse para a gente aqui,
05:03um pouquinho de esperança,
05:04se é possível, né?
05:06Por que nós estamos sempre nesse ciclo,
05:09nesse círculo vicioso?
05:11A gente não consegue isso aí,
05:12parece que a gente está num loop infinito.
05:14A gente está vivendo sempre de crises,
05:16em crises, em crises, em crises.
05:17Por que isso acontece conosco?
05:19Deixa eu te dizer,
05:21teve momentos em que não foi assim.
05:24Eu não quero voltar muito para trás,
05:28eu não quero...
05:30Eu vivi dentro do governo uma crise muito séria,
05:33que foi a crise da dívida externa do Brasil.
05:36Só para dizer a gravidade daquela crise,
05:39quando eu entrei no Banco Central,
05:40o Brasil não tinha reservas internacionais,
05:43era zero, não tinha.
05:45Ele teve que suspender os pagamentos no exterior.
05:49Aquilo foi uma situação caótica.
05:51Bom, nós passamos aqui.
05:53Mas deixa eu começar com um governo disso,
05:56porque depois nós tivemos vários experimentos
05:58heterodoxos de congelamento de preço,
06:02do Sarney, Plano Verão, Plano Isso, Plano Aquilo.
06:06Mas teve um momento que o país avançou,
06:09que foi o governo Fernando Henrique.
06:11Ele se elegeu com uma coalizão
06:15de partidos.
06:17O PSDB, partido dele,
06:19o MDB, que se sumou ao governo,
06:23o PFL, você lembra que o Marco Maciel
06:25era o vice-presidente.
06:27Essa coalizão, esse presidencialismo de coalizão,
06:31foi feito para executar reformas,
06:34uma das quais foi a reforma do Plano Real,
06:37que realmente criou a condição
06:40para que o país voltasse a crescer.
06:42E, lentamente, o país foi retomando
06:44o crescimento econômico.
06:46Ali foram feitas inovações muito importantes.
06:51Por exemplo, você criou depois,
06:53foram liquidados os bancos estaduais,
06:56que estavam em crise.
06:58O governo atendeu os estados,
07:01assumiu a dívida dos estados.
07:03Os estados se comprometeram a pagar
07:06o governo federal.
07:07eles aprovaram uma lei
07:09de responsabilidade fiscal,
07:12que, no fundo, criava regras
07:14que os estados deveriam seguir.
07:16Quer dizer, houve uma consolidação fiscal
07:18bem feita,
07:20que deixou uma ponta solta,
07:22que era a ponta de que,
07:24desde a Constituição, de 1988,
07:26que criou uma série de direitos,
07:29alguns dos quais
07:30impossíveis de serem cumpridos.
07:33Por exemplo, você, um país
07:35que já tinha passado
07:36pela transição demográfica,
07:39de ter população vivendo
07:41uma esperança de vida
07:42muito mais longa,
07:43você continuava aposentando pessoas
07:46com 52 anos de idade
07:48e isso ia para cima da Previdência.
07:50Tinha que ter uma reforma da Previdência.
07:52Isso não foi feito pelo Comunidade.
07:55Quer dizer,
07:56esses gastos primários do governo,
07:59desde a Constituição de 1988,
08:01volto a insistir,
08:02tinha um crescimento de 6% ao ano
08:05e aquele governo,
08:06tanto o dele no primeiro,
08:08no segundo mandato,
08:09quanto o Lula no primeiro mandato,
08:11resolveram, entre aspas,
08:13essa questão com o aumento de impostos,
08:15com criação de impostos.
08:17Você se lembra que,
08:18temporariamente,
08:19foi criado uma CPMF,
08:21foram aumentadas alíquotas
08:23de impostos.
08:25Nós criamos uma âncora fiscal,
08:27que era a regra
08:29do superávit primário
08:30suficientemente alto
08:32para produzir o declínio
08:34da relação dívida-pívida.
08:37Naqueles anos,
08:37o Brasil cresceu.
08:39Não cresceu,
08:40que cresceu nos anos 50,
08:42a 80,
08:43em condições muito diferentes
08:45dos anos 50,
08:46a 80,
08:47mas o Brasil vinha recuperando
08:49o desenvolvimento econômico.
08:51Realmente,
08:52eu não posso dizer
08:53que nós nunca progredimos.
08:55depois houve uma fase
08:57na qual nós regredimos.
08:59A partir da crise de 2008,
09:02aí o governo começou a perder
09:03totalmente o controle
09:06da política fiscal.
09:07Isso virou um verdadeiro desastre
09:09no governo da Dilma,
09:11quando ela criou
09:12aquela nova matriz macroeconômica.
09:15E nós estamos nessa situação hoje.
09:18O Temer fez uma tentativa
09:20de resolver o problema
09:21com o teto de gastos.
09:22E essa última TEC dos precatórios
09:25foi o último prego
09:26no caixão da âncora fiscal
09:28chamada TEC de gastos
09:30e desapareceu.
09:31Isso vai ter que ser reconstruído.
09:34Isso é má notícia
09:35que foi tudo destruído.
09:36A boa notícia
09:37é que já foram construídos
09:39regimes no passado
09:41que tiveram um relativo sucesso.
09:43Eu tenho a impressão
09:44de que é impossível repetir
09:45essa experiência de sucesso
09:47com um governo que seja eficaz
09:49e que, no fundo, pense na população,
09:53não pense na reeleição,
09:55não pense no poder dos partidos.
09:58Perfeito.
09:59Bom, Timóteo.
10:02Professor, o senhor e Sérgio Moro
10:05anunciaram publicamente
10:06que estão conversando.
10:07O senhor vai ser
10:08o conselheiro econômico do Moro.
10:10Queria entender um pouco
10:11quais são as ideias
10:12que o senhor tem passado
10:13ao Moro nesse momento.
10:15Ele tem uma pauta de combate
10:17à corrupção muito forte,
10:18mas a gente ainda não conhece
10:20as ideias econômicas
10:21do Sérgio Moro.
10:22Mas, ao contrário disso,
10:23o senhor é um defensor
10:24do rigor com os gastos públicos,
10:28favorável a um banco central autônomo,
10:33milita muito sobre a necessidade
10:35de concessões e privatizações.
10:37Eu queria que o senhor
10:37nos dissesse um pouco
10:39como é que está essa conversa
10:41com o pré-candidato.
10:44Deixa eu te dizer.
10:45Você sabe como eu penso.
10:46A incógnita é que o Moro
10:48nunca disse de público
10:50o que ele pensa a esse respeito.
10:51Afinal de contas,
10:52ele até recentemente
10:54era um juiz.
10:55Quando ele largou o judiciário,
10:58ele virou ministro,
10:59aí ele falava
10:59como ministro da justiça.
11:01Depois ele se demitiu,
11:03entrou em quarentena,
11:04foi morar no exterior,
11:05também não falou mais,
11:07ele estava por ali.
11:09Evidentemente,
11:10eu converso sobre economia com ele,
11:12e principalmente depois
11:14que ele resolveu voltar à política,
11:17nós passamos a ter contatos
11:18muito mais frequentes.
11:21Se eu trabalho com ele,
11:23é porque nós pensamos parecido.
11:26Você não pode dizer
11:27que duas pessoas que se encontram
11:29e façam uma descrição
11:31do tipo de país
11:33que elas gostariam de ter
11:34na área econômica,
11:36elas talvez não consigam encontrar
11:38100% de igualdade.
11:42Mas existe uma igualdade
11:44nesses princípios básicos
11:46entre o que eu penso
11:46e o que ele pensa,
11:48que é muito grande.
11:49Eu vou tentar te resumir
11:51em algumas coisas.
11:52Em primeiro lugar,
11:54o país,
11:55nós começamos falando
11:56da inexistência hoje em dia
11:58de uma âncora fiscal no Brasil.
12:00Ela tem que ser reconstruída,
12:02isso significa ter responsabilidade fiscal.
12:05Alguma coisa que o Fernando Henrique
12:07havia começado lá atrás
12:09e depois foi interrompida.
12:11Você precisa ter regras
12:12para que obedeçam.
12:13Você não pode ter liberdade
12:16de emenda de relator.
12:17Você tem que ter um sistema
12:19que produza um orçamento
12:21começando de baixo para cima.
12:24O que são gastos importantes?
12:26Quanto o governo vai investir
12:27em educação?
12:28Quanto o governo vai investir
12:29em saúde?
12:31Organizar a escolha
12:34de quem for comandar a saúde,
12:36de comandar a educação
12:38para ter eficiência
12:40na prestação
12:41desse tipo de serviço?
12:43Você vai ter que olhar
12:44para uma sociedade
12:45que tem uma desigualdade
12:46na distribuição de renda
12:48que é gigantesca.
12:50Você não pode deixar
12:52os mais pobres à margem.
12:54Você tem que montar
12:55sistemas de combate
12:57à pobreza absoluta,
12:59de criar condições
13:00para quem está excluído
13:02da sociedade
13:03e seja incluído
13:04na sociedade.
13:06Vou dar um exemplo.
13:07Eu acho que nós demos
13:08alguns passos bons
13:09nessa direção
13:10quando foi feito
13:11o programa
13:12Bolsa Família.
13:14Ele é um programa
13:15que, no fundo,
13:16custa pouco.
13:17Ele tem recursos
13:19e esses recursos
13:20são transferidos
13:21à família
13:22com uma condicionalidade
13:24importante.
13:24A criança tem que ir
13:26para a escola,
13:26ela tem que ser educada,
13:28ela tem que receber comida,
13:30ela tem que, no fundo,
13:33ter condições
13:35que ela possa se mover
13:37na mobilidade vertical
13:39dentro da sociedade.
13:41O ajuste fiscal
13:43e o conjunto de regras
13:44que obedeçam
13:45à restrição orçamentária
13:47do governo
13:48é a condição necessária
13:50mais importante.
13:51E o programa de governo
13:52não pode ter só isso
13:54como sua finalidade última.
13:57O ajuste fiscal,
13:59se puder chamá-lo assim,
14:00é algo que é
14:02uma condição necessária
14:04para que você possa
14:05colocar políticas
14:06que estimulem
14:08o retorno
14:09ao desenvolvimento econômico,
14:11com justiça
14:12na distribuição.
14:14E aqui,
14:14eu tenho que falar
14:15de coisas.
14:16Por exemplo,
14:17nós temos distorções
14:18tributárias
14:19muito grandes.
14:21Existe, por exemplo,
14:22no Congresso,
14:23na mão do deputado
14:24Baleia Rossi,
14:26um programa
14:26que produz
14:27uma reforma
14:28no sistema
14:29de tributos
14:30de bens e serviços.
14:32Ele pega
14:32o ICMS
14:33dos estados,
14:34o IPI
14:35do governo federal,
14:37e Escofins,
14:38etc.,
14:38unifica
14:39todos esses impostos
14:40em um único
14:41imposto,
14:43cobrado
14:43sobre o valor
14:44adicionado,
14:45no princípio
14:46de destino,
14:47não no princípio
14:48de origem,
14:49com acumulação
14:50dos créditos
14:50tributários,
14:51liquidade em dinheiro.
14:53isso elimina
14:55a guerra fiscal
14:56entre governadores,
14:58isso impede
14:59que você
15:00não consiga
15:01recuperar créditos
15:03na exportação,
15:04portanto,
15:05reduz a penalização
15:06que esse sistema
15:08tem sobre a exportação
15:10de manufaturas.
15:12Diante de uma aprovação
15:13de uma proposta
15:14como essa,
15:15você tem condições
15:16plenas
15:17de tirar
15:18boa parte
15:19do protecionismo
15:20que hoje existe
15:21na indústria
15:22e cola mais
15:23a competição
15:24externa,
15:25fazendo com que
15:26o Brasil
15:26penetre mais
15:28nas correntes
15:28de comércio
15:29internacional.
15:31Isso é um tipo
15:32de exemplo,
15:32isso não esgota
15:33o número
15:34de coisas
15:35que você tem
15:35que fazer
15:36para promover
15:37o desenvolvimento
15:38econômico,
15:38mas é uma parte
15:39importante.
15:41Você tem que ter
15:41um belo programa
15:42de infraestrutura
15:43financiado
15:44com capital
15:45privado,
15:46com uma regulação
15:47bem feita,
15:49para que isso
15:50ocorra,
15:50o mercado
15:51de capitais
15:51tem que trabalhar
15:52com juros baixos.
15:54Para trabalhar
15:55com juros baixos,
15:56você precisa
15:57de uma política
15:57fiscal bem feita,
15:59senão os juros
16:00não serão baixos.
16:02Quer dizer,
16:02são princípios
16:04que, no fundo,
16:05determinam
16:06um modelo
16:08de prática
16:09de política
16:09econômica
16:10que pode ser
16:11executada
16:12com facilidade.
16:15Deixa eu interromper
16:16o senhor um minuto.
16:17Tem um ponto
16:18muito importante
16:18que o senhor
16:19mencionou no começo
16:20da sua fala,
16:22que é sobre
16:22a necessidade
16:23de não se ter
16:24por exemplo,
16:25emendas de relator
16:26e responsabilidade fiscal.
16:27Então eu entendo
16:28que a principal
16:29reforma,
16:29reforma
16:30no eventual
16:31governo Moro,
16:32que precisa ser
16:32aprovada
16:33num primeiro momento
16:35é uma reforma
16:35política,
16:36para acabar
16:37com esse
16:37presidencialismo
16:38de coalizão,
16:39essa quantidade
16:40de partidos políticos
16:41e todas essas
16:42manobras que existem
16:43para que se possa
16:44ter estabilidade
16:46para que haja
16:47governo
16:48e responsabilidade
16:48fiscal?
16:51Deixa eu te dizer
16:52o seguinte,
16:52na parte política
16:53você vai ter que
16:54conversar com o Moro,
16:55você não pode
16:55conversar comigo,
16:56eu estou conversando
16:57economia com ele.
16:59Eu vou te dar
16:59a minha visão
17:00sobre esse aspecto.
17:01Eu,
17:02está no mês atrás,
17:04eu publiquei um livro,
17:06eu tenho um capítulo
17:07nesse livro
17:08que se chama
17:09O Nosso Eterno
17:10Problema Fiscal,
17:11que faz uma
17:12longa descrição
17:13de como começou
17:14essa pandemia,
17:17esse pandemônio
17:18que é o nosso
17:20problema fiscal
17:20e como nós
17:21estamos hoje.
17:22E lá dentro,
17:24eu faço uma
17:25pergunta,
17:25por que é tão
17:26difícil você
17:27estabelecer,
17:29aprovar no Congresso
17:31regras
17:33que no fundo
17:34permitam você
17:35ter responsabilidade
17:37fiscal?
17:38Bom,
17:39eu comecei
17:40a descobrir,
17:40eu fiz uma elogia
17:41ao Fernando Henrique
17:42quando ele fez
17:43o plano real,
17:44eu acho que foi
17:45um excelente governo,
17:47mas eu aponto
17:48um erro
17:48que ele cometeu
17:49lá atrás,
17:50quando ele
17:50passou a emenda
17:52da reeleição
17:53do presidente.
17:55Eu,
17:55na minha visão,
17:56isso sou eu,
17:57Afonso Pastore,
17:58eu acho que é um erro
18:00você ter
18:01a capacidade
18:03do presidente
18:04de se reeleger.
18:05Toda vez que
18:06nós tivermos
18:07reeleições,
18:08no primeiro mandato
18:09o presidente
18:10passa a trabalhar
18:11para poder se reeleger
18:13e o Brasil
18:13que se lixe.
18:15Eu tenho a impressão
18:16de que,
18:17eu só não sei
18:17qual é a opinião
18:18do Moro
18:18a esse respeito,
18:20mas eu não tenho dúvida
18:22de que esse é um
18:23defeito do sistema.
18:25Segunda coisa
18:25que eu aponto lá dentro
18:27foi um erro
18:28que foi cometido
18:29lá atrás
18:30pelo Supremo,
18:31quando ele acabou
18:32com a cláusula
18:33de barreira
18:34que no fundo
18:35permitiu
18:36a generalização
18:37da criação
18:38de partidos
18:40que passaram
18:42a ser
18:42captadores
18:43de recursos
18:44na sociedade.
18:46Isso destruiu
18:47o presidencialismo
18:49de coalizão
18:50em torno
18:50de princípios.
18:52Essa é uma coisa
18:53que tem que ser mudada.
18:55Nós temos que ter
18:55um sistema
18:55com menos partidos.
18:58Eu acho
18:58que todos esses
18:59são entraves
19:00a um governo.
19:01Agora,
19:02aqui eu estou falando
19:02de coisas
19:03que têm que ser resolvidas
19:04pelo presidente,
19:06por um governo
19:07e no Congresso.
19:08E o que eu sou
19:09do Moro
19:10é um confidente
19:12econômico dele,
19:13um consultor
19:14sobre economia.
19:16Eu te dei
19:16a minha visão
19:17a esse respeito.
19:18Vocês vão ter
19:19que conversar com ele
19:20sobre qual é
19:21a visão dele.
19:23Deixa eu te perguntar
19:24uma coisa, professor.
19:25Como é que surgiu
19:26essa relação
19:26do senhor com o Moro?
19:29A relação
19:30começou
19:31há muito tempo.
19:32Eu sou casado
19:32com uma economista
19:33chamada Maria Cristina Pinotti
19:35e que,
19:38meio italiana,
19:39meio brasileira,
19:41tem uma filha
19:42que também é minha.
19:44Hoje é minha filha,
19:46minha quarta filha,
19:47que eu herdei
19:48quando casei com a Cristina,
19:50que tem um neto
19:51que eu também herdei
19:52quando casei com ela
19:53e, no fundo,
19:56estudou a manipulite
19:58na Itália.
19:58O que aconteceu
19:59aconteceu com aquele processo
20:01quando o Moro
20:02estava tocando
20:02o Lava Jato
20:03aqui no Brasil?
20:05Nós estávamos
20:06no CDPP,
20:07no Centro de Debate
20:08de Políticas Públicas,
20:09ambos lá dentro,
20:10onde nós continuamos
20:11até hoje,
20:13e ela resolveu
20:14fazer um seminário
20:14internacional
20:15comparando o manipulite
20:17com o Lava Jato.
20:18Evidentemente,
20:19com os contratos
20:19que ela tem na Itália,
20:20ela conseguiu trazer
20:21aqueles dois magistrados
20:23italianos,
20:24o Percamilo Davigo
20:25e o Gerardo Colombo,
20:27que foram os dois
20:28grandes protagonistas
20:30urbano e político,
20:32e colocou ali dentro
20:33uma contraparte,
20:34foi o Moro,
20:35que fez a exposição
20:37sobre o Lava Jato.
20:40Ali, evidente,
20:42nós tivemos que organizar
20:43aquele seminário,
20:44ele ainda estava fazendo
20:45o Lava Jato,
20:47e, depois,
20:47um pouco mais tarde,
20:48eu me envolvi
20:49em um outro projeto
20:50dentro do CDPP,
20:52onde eu organizei
20:54um estudo amplo
20:55sobre infraestrutura,
20:57investimentos
20:58de infraestrutura
20:58no Brasil,
20:59sobre leilões competitivos
21:01e etc.,
21:02e esse livro
21:04se chama
21:04Infraestrutura,
21:05Eficiência e Ética.
21:07Aquilo existiu
21:08no momento
21:09que existia o Petrolão,
21:11que nós vimos
21:11vários problemas
21:13de infraestrutura
21:14serem contaminados
21:15por corrupção,
21:17e eu pedi ao Moro
21:17que escrevesse
21:18o prefácio
21:19desse livro,
21:20esse livro está publicado,
21:21tem o prefácio
21:22do Moro.
21:23Quer dizer,
21:23isso nasceu
21:24uma relação
21:26que depois
21:27ele foi para o governo,
21:29depois ele saiu
21:30do governo,
21:31ele não podia falar,
21:32nunca mais eu falei
21:32com ele,
21:33ele foi lá
21:34para os Estados Unidos
21:35tocar para a vida dele,
21:36e quando ele resolveu
21:37entrar na política,
21:38ele pegou no telefone
21:38e me ligou,
21:39falou,
21:39vamos reatar
21:40uma discussão,
21:41começamos a discussão
21:42e foi assim
21:43que começou.
21:44Quer dizer,
21:45não é que ele me chamou,
21:46me contratou,
21:47nada,
21:47nós estamos no fundo,
21:48nós somos velhos
21:49conhecidos de longa data
21:51e que tem ideias
21:53parecidas
21:54sobre muitos problemas
21:56econômicos
21:57com os quais
21:58nós nos dedicamos.
21:59vocês defendem
22:01a mesma tese
22:02de que a corrupção
22:03nós abordamos aqui
22:04ontem,
22:04inclusive na entrevista
22:05que fizemos exclusiva
22:06aqui com o Moro
22:07no Papo Antagonista
22:08ontem,
22:09vocês defendem
22:10a mesma tese
22:11que é uma tese
22:13que precisa,
22:14ao meu ver,
22:15ser disseminada,
22:17massificada
22:17na cabeça das pessoas
22:19porque é a mesma
22:20que nós defendemos,
22:21porque a corrupção
22:22ela está na base
22:23das mazelas
22:23todas aí do Estado.
22:25O senhor,
22:26é difícil saber
22:27o segredo do Tostines,
22:28se é a corrupção
22:30que impede
22:30o desenvolvimento
22:31ou o contrário,
22:33ou se as duas coisas
22:34são parte
22:35de um mesmo processo.
22:38O fato é o seguinte,
22:41como massificar isso?
22:44Como o senhor pretende
22:45traduzir isso
22:47num programa
22:49de governo?
22:51Vocês têm um grupo
22:52com vários especialistas,
22:55quais são as prioridades
22:58que estão estabelecidas
23:01nesse grupo,
23:02considerando
23:03essa base
23:04de pensamento?
23:06Isso,
23:07por favor,
23:07voltou um pouco
23:08no assunto.
23:08Eu sei que vocês gostam
23:09do assunto de corrupção
23:10e eu tenho admiração
23:12pelo que vocês fazem
23:13na discussão
23:14do assunto.
23:14deixa eu ficar
23:16um pouco nisso.
23:17A gente não gosta
23:18do assunto
23:21corrupção,
23:21não,
23:21é o contrário.
23:24Vocês dedicam
23:26ao assunto
23:26corrupção
23:27o tempo
23:29que é necessário
23:30para convencer
23:30as pessoas
23:31de que isso
23:31não é bom.
23:33Exato.
23:33Eu aprendi
23:36com a Cristina
23:36quando ela estava
23:37começando a estudar isso.
23:39Há uma literatura
23:40internacional gigantesca.
23:42Quer dizer,
23:42organismos internacionais
23:43no fundo combate
23:45à corrupção.
23:45Banco Mundial,
23:46Fundo Monetário,
23:48OSD.
23:50Se for para a Itália,
23:52que é um país
23:53que no fundo
23:53não tem uma história
23:54muito boa
23:55sobre corrupção,
23:56mas agora tem
23:57o Mário Draghi
23:58lá dentro,
23:58que é um tigre
24:00no fundo
24:00do ponto de vista
24:01de produzir eficiência.
24:04Existe
24:05um ator,
24:07um autor,
24:08um turco,
24:09curioso,
24:10ele é professor
24:11na Universidade de Harvard.
24:12ele é chamado
24:14Daron Acemoglu.
24:16Ele escreveu um livro
24:17Why Nations Fail,
24:18porque as nações
24:19fracassam.
24:21E ele descobriu,
24:22ele e o James Robinson,
24:23que é um historiador,
24:25que olharam isso
24:27dentro da ótica
24:28de uma teoria,
24:30que é a teoria
24:31das instituições
24:33como geradoras
24:34da condição
24:35de gerar
24:35crescimento econômico.
24:37Instituições
24:38são as regras
24:39do jogo.
24:40Elas podem ser formais,
24:41podem ser informais,
24:43as leis
24:43fazem parte
24:44das instituições.
24:47Os três pilares
24:49de uma democracia,
24:50o executivo,
24:51o legislativo,
24:51o judiciário,
24:52são instituições.
24:54Há instituições
24:55políticas,
24:57há instituições
24:57econômicas,
24:59e o que eles colocam
25:00é o seguinte,
25:01há países
25:02que se desenvolvem,
25:04são aqueles
25:05que têm instituições
25:06políticas e econômicas
25:07que são inclusivas.
25:10Os países
25:11que têm instituições
25:12políticas e econômicas
25:14que são extrativistas
25:16não se desenvolvem.
25:18O que é uma
25:19política extrativista?
25:21Um ditador
25:22que rouba
25:23e leva tudo
25:23para a casa dele,
25:24ele está fazendo
25:25uma extração
25:26de riqueza
25:27das demais pessoas.
25:28No bruto,
25:30lá na África,
25:31é uma sociedade
25:32extrativista.
25:34Não tem instituições
25:35inclusivas.
25:37A Semov e o Robinson
25:38colocam
25:39num capítulo
25:41sobre Coreia,
25:42uma fotografia
25:43tirada por um satélite
25:45da Coreia,
25:46da Península inteira,
25:47está lá a Coreia do Sul
25:49toda iluminada,
25:50a fotografia
25:50foi tirada à noite,
25:52e a Coreia do Norte
25:53toda apagada.
25:55As duas saíram
25:56da mesma base,
25:57a etnia
25:58é a mesma,
25:59a geografia
26:00é a mesma,
26:01a língua
26:02é a mesma,
26:03tudo é igual.
26:04a Coreia do Sul
26:06foi porque criou
26:07instituições
26:08inclusivas,
26:09a Coreia do Norte
26:10não foi porque
26:11não criou
26:12essas instituições
26:13inclusivas.
26:15O que a Cristina
26:16descobriu?
26:17E isso
26:18ela descobriu
26:19sozinha,
26:20a literatura do mundo
26:21mostra.
26:23Países que têm
26:24instituições
26:25pobres,
26:26do tipo
26:26extrativista,
26:28não crescem,
26:29mas também são países
26:30que têm graus
26:31de corrupção
26:32mais alta.
26:33Países que têm
26:34instituições
26:35inclusivas
26:36e fortes
26:38e modernas
26:39são países
26:40que têm
26:40baixa corrupção
26:41e são países
26:42que crescem.
26:44Não é nem
26:44a corrupção
26:45que causa
26:46o desenvolvimento,
26:47nem o desenvolvimento
26:48que causa
26:48a corrupção.
26:51Não há uma relação
26:51de causalidade
26:52entre as duas.
26:53As duas
26:54são consequência
26:55da qualidade
26:56das instituições.
26:58Então,
26:59o que você tem
27:00que é tratado?
27:01Pois não.
27:03Por favor.
27:03O senhor poderia
27:05dar um exemplo
27:05de uma instituição
27:06extrativista
27:08aqui do Brasil?
27:11As práticas
27:12de assaltar
27:14a Petrobras.
27:15Isso é extrativismo.
27:17Quando os empresários
27:19se aproximam
27:20de um deputado
27:21ou de um senador
27:22para pedir
27:22uma isenção
27:23tributária
27:24que é enfiada
27:25como jabuti
27:26dentro de um
27:27processo de lei
27:28que não tem
27:29nada a ver
27:30com isenção
27:30tributária,
27:32alguém recebeu
27:33uma compensação.
27:35Isso é uma forma
27:35extrativista
27:36de fazer.
27:38Quer dizer,
27:38há formas
27:39extrativistas
27:40agora
27:40nas emendas
27:41dos relatores.
27:43Quer dizer,
27:44essa é a forma
27:44que alguns deputados
27:46estão encontrando
27:47de encontrar
27:47apoio de prefeitos,
27:48de governadores
27:50nos seus estados
27:51de origem.
27:52E essa é uma forma
27:53que não coloca
27:54o recurso
27:55para o bem-estar
27:56da sociedade.
27:58Coloca isso
27:59para o interesse
27:59privado
28:00de quem se beneficia.
28:02Você usar
28:03um BNDES
28:04500 bilhões
28:06para financiar
28:08a infraestrutura
28:09em outros países
28:10e não no seu próprio,
28:11isso é extrativismo?
28:14Isso não tem dúvida.
28:15Alguém, no fundo,
28:16extraiu alguma vantagem.
28:18No caso da Petrobras,
28:20isso ficou claro.
28:21Quer dizer,
28:21há diretores
28:22da Petrobras
28:23que tinham dinheiro
28:24sei lá onde
28:25e você...
28:27Desculpa,
28:27eu li o livro
28:28da Malu Gaspar
28:29inteiro.
28:29Eu sei o que aconteceu
28:30ali dentro.
28:31E aquilo não aconteceu.
28:32Aquilo foi financiado
28:34em todos os países
28:36da África
28:37e da América Latina
28:38em queijo.
28:39Quer dizer,
28:40as instituições brasileiras
28:43ajudaram
28:44a espalhar a corrupção.
28:46Quer dizer,
28:47vou dizer,
28:48você não precisa ser moralista
28:49para combater a corrupção.
28:51Você não precisa ser
28:52religioso
28:54que sai
28:55como se fosse
28:56um beato salu
28:59atrás do combate
29:01de uma coisa
29:01que todo mundo
29:02acha ridículo.
29:04Você apenas
29:04tem que reconhecer
29:05que as suas instituições
29:07são frágeis
29:08e você tem que melhorar.
29:10Na medida
29:10que você as melhora,
29:12você coleta
29:12um pouco mais
29:13de crescimento
29:14e um pouco menos
29:14de corrupção.
29:16O senhor citou
29:17uma prática
29:18do governo Lula,
29:19Petrolão,
29:20BNDES e tal,
29:21e também
29:22do governo Bolsonaro
29:23essas emendas secretas
29:25etc.,
29:26como práticas
29:26extrativistas.
29:27Então,
29:27posso dizer
29:28que o Lula
29:28e o Bolsonaro
29:29são extrativistas?
29:32Eu vou dizer,
29:33cada um ao seu modo.
29:35O livro
29:35do Tolstói,
29:38Ana Karenina,
29:40começa com
29:41todos são infelizes,
29:42mas alguns são,
29:43cada um é infeliz,
29:45todas as famílias
29:46são infelizes,
29:47mas cada um é infeliz
29:48ao seu próprio jeito.
29:51Quer dizer,
29:51eles são infelizes
29:52do seu próprio jeito.
29:55Tolstói,
29:55traduzido
29:56para a Ana Karenina,
29:58para a área política
29:59dentro do Brasil.
30:01Quer dizer,
30:01é uma coisa diferente.
30:03Quer dizer,
30:04um tem
30:04uma visão
30:05familiar,
30:07ele protege
30:07a família,
30:08a família
30:09tem um tipo
30:11de extrativismo,
30:12você pode chamar
30:12isso de rachadinha,
30:14como você quiser chamar,
30:16o outro tem
30:16um tipo
30:17de extrativismo
30:18no qual
30:18entrava,
30:19eu vi um depoimento
30:20do palote
30:22no qual
30:22alguém recebeu
30:24o prêmio
30:25que era um sítio
30:26ou um apartamento
30:27ou palote
30:29dizendo,
30:29não sou eu,
30:30ou
30:30malas
30:33com certa
30:34quantidade
30:34de numerário
30:35para poder
30:36atender
30:36despesas pessoais.
30:39Quer dizer,
30:39são formas
30:40de extrativismo,
30:41maiores
30:43ou menores,
30:43mas são
30:44semelhantes.
30:45Deixa eu mudar
30:46o assunto
30:47aqui para
30:47aproveitar
30:48a sua presença
30:49no programa
30:49que ela é
30:50inestimável.
30:51Saiu a pouco,
30:52ainda a pouco,
30:53a gente publicou
30:54no site
30:54o Campos Neto,
30:57Roberto Campos Neto,
30:59ele explicando
31:00para o Supremo
31:01que
31:03aquela ligação
31:04que ele fez
31:05para o André
31:05Esteves,
31:06para falar
31:07de juros,
31:08ele dizendo
31:08que é uma conversa,
31:09foi uma conversa
31:10formal,
31:10mantendo a mesma
31:11versão que o próprio
31:12André Esteves
31:13deu dias atrás
31:14que a gente
31:14também publicou.
31:16O senhor foi
31:16presidente
31:17do Banco Central.
31:19Na sua época,
31:21o senhor ligava
31:22para presider,
31:24para dono de banco,
31:25para banqueiro,
31:25para conversar
31:26sobre juros?
31:29Deixa eu lhe dizer
31:30o seguinte,
31:31todos os presidentes
31:32do Banco Central
31:33que eu conheço
31:34têm uma agenda
31:36pública.
31:37Eles fazem
31:38questão
31:39de deixarem
31:41em público
31:42todos os contatos
31:43que ele tem,
31:44a agenda é pública,
31:45é conhecida.
31:46Quando ele janta
31:47com alguém,
31:48por exemplo,
31:48teve um dia
31:48que eu,
31:49às vezes,
31:50voltei à Brasília
31:50depois que eu saí
31:51do Banco Central.
31:53Mas tem um amigo
31:54meu que,
31:55coitado,
31:55virou presidente
31:56do Banco Central
31:57numa certa época,
31:58com muito maior sucesso
31:59do que eu,
32:00que é o William Goldfein,
32:02enfim,
32:03amigo de longa data.
32:05E eu fui à Brasília
32:06por uma outra razão,
32:07eu tinha lá um seminário,
32:09internacional,
32:09eu liguei para o William,
32:10falei,
32:10vamos jantar hoje?
32:11Vamos.
32:13Quando eu fui lá
32:14na agenda do William,
32:15já fui eu,
32:16fui a Cristina,
32:17o William levou lá
32:18o Tiago Berrié,
32:20levou os diretores,
32:22o Viana,
32:24levou dois diretores dele
32:25e eu fui com a minha esposa,
32:27que também é economista,
32:28minha sócia.
32:30Estava lá na agenda do William
32:31que ele estava jantando
32:32conosco naquela noite
32:33no restaurante tal,
32:35igual,
32:36etc.
32:37enfim,
32:39essas coisas têm que ser públicas.
32:41Eu digo,
32:42se você tiver que falar com alguém,
32:44coloque na agenda,
32:46diga,
32:46e diga qual é o propósito
32:48do contato.
32:50Quer dizer,
32:50isso tem a ver
32:52com aquela história
32:53da mulher de César.
32:54Eu não posso dizer
32:55que a mulher de César
32:56não é honesta.
32:58Ela é honesta.
32:59Eu não tenho nenhuma razão
33:01para acusar o presidente
33:02Campos Neto
33:04e não ser.
33:05Mas, enfim,
33:06ali foi um descuido.
33:08No fundo,
33:08ele devia ter tornado
33:09um estudo muito público,
33:11muito claro,
33:11se é que ele fosse...
33:13E, na verdade,
33:16não.
33:17Enfim,
33:18essas coisas têm que ser
33:19muito mais transparentes
33:20do que de qualquer outra coisa.
33:21Eu não estou lhe ouvindo.
33:27Eu não estou lhe ouvindo.
33:29Ativou aqui?
33:30Está me ouvindo agora?
33:32Sim, agora sim.
33:33É.
33:34O Campos Neto,
33:35ele tem sido muito criticado,
33:37não por causa desse episódio
33:38pontualmente,
33:39mas em função
33:40da política monetária,
33:41em função
33:42de ter baixado demais
33:45a Selic,
33:46ter segurado ela
33:47muito tempo
33:48lá embaixo.
33:49a gente viu
33:52o dólar explodindo.
33:53Qual a sua crítica
33:55em relação
33:56à política monetária
33:58hoje
33:58do governo Bolsonaro?
34:00O senhor acha que
34:01o Banco Central,
34:03embora ele seja,
34:04hoje,
34:05seja independente
34:06de direito,
34:06ele já é independente
34:08de fato?
34:09Eu acho que ele é
34:10independente de direito
34:12de fato
34:12e um Banco Central
34:14que é independente
34:14de direito
34:15e, de fato,
34:16pode cometer erros.
34:18Todo mundo pode errar.
34:19Não temos que reconhecer isso.
34:22Eu acho que quando ele baixou
34:23a taxa de juros
34:23na pandemia,
34:25hoje em dia
34:26é possível dizer-lhe
34:28que aquela redução
34:29foi excessiva.
34:30Na hora
34:30que ela foi feita,
34:32as decisões
34:33não são tomadas
34:34sabendo lá na frente
34:35o que você não sabia
34:37lá atrás.
34:39Quer dizer,
34:39naquele momento,
34:40a ideia
34:41de que a recessão
34:42que ia ser causada
34:43pela Covid
34:44seria muito mais profunda
34:46do que de fato foi.
34:47seria muito mais
34:49persistente
34:50do que de fato foi.
34:52Quer dizer,
34:52como ela foi menos profunda
34:54e menos persistente,
34:56aquela redução
34:57de taxa de juros
34:58foi exagerada,
35:00mas eu não posso dizer
35:01que isso foi um erro,
35:02porque simplesmente
35:03ele não tinha informação
35:04sobre qual era
35:05a profundidade
35:06e qual era a extensão
35:07da recessão
35:08no momento
35:09que ele tomou
35:10a decisão.
35:11Então,
35:11vamos absorver isso.
35:12quando ele começou
35:14a normalizar,
35:16aí já ficou claro
35:17de que ele estava
35:19atrás da curva,
35:21ele primeiro começou
35:22com uma subida
35:24de taxa de juros,
35:25o juro estava negativo
35:26em termos reais,
35:28o juro neutro
35:29estimado por eles
35:30é positivo
35:31e bem escrito,
35:32em torno de 3% ao ano,
35:35nós estávamos com taxa
35:36de juros real negativa
35:37de 2% ao ano,
35:39era um estímulo
35:40muito grande,
35:41ele foi muito devagar
35:42nessa nova decisão,
35:44foi ficando
35:45atrás da curva
35:46no sentido de que
35:47uma inflação
35:48que começa
35:48com um choque de oferta,
35:50com uma depreciação
35:51cambial,
35:52com uma subida
35:53de preços de petróleo,
35:55com um rompimento
35:56de cadeias
35:57de suprimento
35:58que impede
35:58um aumento
35:59da produção industrial,
36:01que tudo isso
36:01vai para o preço,
36:03se você não dissipa
36:04os efeitos disso
36:06sobre os demais preços
36:07e sobre essas expectativas,
36:09essa inflação
36:10vai ficando generalizada
36:12e foi o que ela ficou.
36:14Quer dizer,
36:14no momento que ela
36:15ficou generalizada,
36:16você vai ter que fazer,
36:17e eles reconheceram
36:18isso finalmente,
36:20você vai ter que fazer
36:20uma política monetária
36:21restritiva.
36:23Restritiva significa
36:24que para baixar
36:25a inflação
36:26para a meta,
36:27e ela está em 10%,
36:29e a meta é em 3,5%,
36:30ele vai ter que,
36:32no fundo,
36:33elevar a taxa de juros
36:34para reduzir
36:35a demanda agregada.
36:37Quer dizer,
36:37esse negócio vai mexer
36:38no desenvolvimento econômico,
36:40vai mexer no crescimento.
36:41provavelmente você vai ter
36:43em 2022
36:44uma recessão
36:46em função
36:47da política monetária
36:48restritiva.
36:49Esse vai ser o custo
36:50que nós vamos ter que pagar
36:51para trazer a inflação
36:52para a meta.
36:54Professor,
36:55o senhor mencionou
36:56recessão.
36:57Recessão
36:57leva a mais desemprego,
37:01e há um debate
37:01muito forte no Brasil
37:02sobre a criação
37:03de um programa
37:04de renda mínima.
37:05Eu não quero aqui
37:06debater com o senhor
37:06o Auxílio Brasil
37:08ou a proposta
37:08do governo.
37:08Eu queria entender
37:09como é que o senhor
37:10avalia essa necessidade
37:12de construção
37:12de um programa
37:13de renda mínima.
37:15Ele passa
37:16pela unificação
37:17de benefícios
37:17que hoje já existem,
37:19por exemplo,
37:20o abono salarial,
37:23o seguro defeso,
37:24todos esses benefícios
37:25deveriam ser focalizados
37:27para criar
37:28uma nova versão
37:29do Bolsa Família,
37:30que foi uma evolução
37:31do Bolsa Escola.
37:32Como é que o senhor
37:33avalia isso?
37:33Bom, eu conheço
37:36economistas,
37:37eu vou te citar
37:37os nomes.
37:38Um se chama
37:38Vinícius Botelho,
37:40que foi assessor
37:42do Ministério do Trabalho,
37:43se não me falha a memória,
37:44hoje está no INSPER,
37:45aqui em São Paulo.
37:47Outro é o Fernando Veloso,
37:48que é da Fundação
37:51Getúlio Vargas,
37:51do Rio de Janeiro.
37:53E o outro é um sujeito
37:54muito conhecido,
37:56porque é especialista
37:56na parte fiscal,
37:57que se chama Marcos Mendes.
38:00Eles produziram
38:01um programa
38:02de renda mínima
38:03a ser
38:05a própria...
38:07De certo sentido,
38:08eu faço parte
38:10desse think tank,
38:11que se chama
38:11Centro de Debate
38:12de Políticas Públicas.
38:14Quem patrocinou
38:16o estudo
38:17desses três economistas
38:18foi o Centro de Debate
38:19de Políticas Públicas.
38:21Quer dizer,
38:22qual era o objetivo
38:23ali dentro?
38:24Era você...
38:25Em primeiro lugar,
38:27existe uma definição
38:28que é,
38:30em termos de números,
38:33qual é
38:33o limite
38:34de renda mensal
38:35que caracteriza
38:36abaixo do qual
38:36está a pobreza absoluta
38:38e acima do qual
38:39não está a pobreza absoluta.
38:40Enfim,
38:41isso é um critério.
38:42Mas o primeiro
38:43objetivo do programa
38:44era encerrar
38:45a existência,
38:46não ter ninguém
38:47abaixo da linha
38:48da pobreza absoluta
38:49no Brasil.
38:49Quer dizer,
38:50terminar com a pobreza absoluta.
38:52Em segundo lugar,
38:53você produzir
38:54extensões
38:55do Bolsa Família
38:56a partir do
38:58cadastro
39:00do Bolsa Família,
39:01tomando em consideração
39:02o problema de seguro
39:03quando o senhor está
39:04desempregado,
39:04isso e aquilo.
39:05O programa tem muitos detalhes
39:07que tinha
39:09uma melhora
39:10enorme
39:11na distribuição
39:12de renda
39:13no Brasil.
39:13Isso
39:13produzia
39:15naquela camada
39:18da população
39:19que é a mais
39:20sofrida,
39:21melhorava o nível
39:22de renda,
39:23reduzia a pobreza
39:24absoluta
39:25e, ao mesmo tempo,
39:27cumpria
39:27o teto de gastos.
39:30Esse programa
39:31foi encerrado,
39:32ele foi para a mão
39:33do senador
39:34Tasso Gereissati
39:35que propôs isso
39:36como um programa
39:37de ampliação
39:38do Bolsa Família.
39:40Esse programa
39:40estava lá esquecido,
39:41o governo
39:42sequer olhou para ele.
39:45Quer dizer,
39:45esse é outro,
39:46teve uma linha.
39:47Tem uma segunda linha,
39:48tem um outro economista
39:49chamado Ricardo Paes de Barro,
39:51nosso velho
39:52PB,
39:53que hoje está
39:54no INSPER,
39:55continuando,
39:56pesquisando
39:57as formas
39:57de você terminar
39:59com pobreza,
40:00resolver esse problema
40:02de renda mínima
40:03com um approach
40:04diferente
40:05do approach
40:05do Botelho,
40:06do Veloso
40:07e do Mendes,
40:09que também
40:10é uma forma
40:11alternativa
40:12de olhar,
40:13é um programa
40:14muito semelhante
40:15a um outro programa
40:16que foi executado
40:17com sucesso
40:18no Chile,
40:19que pode acabar
40:20com o renda mínimo.
40:21E qual é
40:22a conclusão
40:24que esses...
40:25Eu estou citando
40:26coisas existentes,
40:27eu não preciso
40:28entrar em
40:29concepções novas.
40:31Quer dizer,
40:31o que isso te mostra?
40:33Te mostra que você pode
40:34ter um progresso
40:34muito grande
40:35nesta área,
40:37melhorando muito
40:37a distribuição
40:38de renda,
40:39surprise,
40:40com pouco recurso,
40:42com recursos
40:43relativamente pequenos.
40:45Quer dizer,
40:45é claro,
40:46você não vai fazer isso
40:46com os 16 bilhões
40:48que foram dados
40:49com emendas
40:50parlamentares,
40:52mas você não precisa
40:54de 200 bilhões
40:56para fazer isso,
40:57muito menos.
40:59Quer dizer,
40:59os números
41:00estão aí disponíveis,
41:01se vocês quiserem
41:02entrevistar o senador
41:03Tasso,
41:04que está com esse projeto
41:04na mão,
41:05ou o Vinícius Botelho,
41:07ou o Fernando Veloso,
41:09ou o Marcos Mendes,
41:10eles podem te dar,
41:11ou o PB,
41:12eles podem te dar
41:13muitas ideias
41:14sobre como
41:15atacar o problema
41:17de pobreza
41:17no Brasil
41:18dentro de limitações
41:20orçamentárias
41:21razoáveis.
41:24O senhor acha
41:25que a gente consegue
41:26superar num mandato,
41:28num próximo mandato,
41:30se o Moro
41:30for eleito
41:31com todo esse planejamento
41:33que vocês estão fazendo,
41:35com as medidas
41:35que estão sendo pensadas,
41:38a gente conseguiria
41:39superar essa situação
41:42de pobreza extrema,
41:43de miséria absoluta,
41:45tentar...
41:46Vocês trabalham
41:47com metas?
41:48Você acha que
41:48isso poderia ser superado
41:50em quanto tempo?
41:53Vocês trabalham
41:53com meta
41:54em relação
41:55a essa questão
41:56da pobreza?
41:56Cara,
41:57peraí,
41:58vai devagar.
41:59Tem 15 dias
42:00que nós estamos conversando,
42:01você não vai querer
42:01que você tenha
42:02o plano de governo
42:03pronto e acabado
42:03e vai receber a meta
42:04minuto a minuto.
42:06Quer dizer,
42:06nem quanto vai ser
42:07a taxa de câmbio
42:08a cada segundo do dia
42:09daqui para frente.
42:11Enfim,
42:11essas coisas não são assim
42:12no mundo.
42:13O mundo real
42:14é um pouco diferente
42:15desse mundo.
42:16Você tem que começar
42:17com o diagnóstico,
42:18você tem que começar
42:18com as proposições,
42:20tem que descobrir
42:21qual é a estrutura
42:24global do processo.
42:26Houve um problema
42:27de implementação,
42:28de como montar
42:28o governo.
42:30Eu vou só
42:31até onde
42:32a economia vai.
42:34Eu tenho brincado
42:35muito.
42:36Eu fiz 82 anos
42:39em junho desse ano.
42:40Eu estou testando
42:42o senhor
42:43para ver
42:44se a gente
42:45está falando
42:47com o Guedes
42:48ou com o Pastore
42:49mesmo,
42:49porque se eu perguntasse
42:50para o Guedes
42:51ele ia dar
42:51uma meta qualquer.
42:52Ele ia falar
42:53em três anos
42:54a gente acaba
42:54com isso.
42:57Eu acho
42:58que a sociedade
42:59brasileira
42:59está cansada
43:00de populismo.
43:02então é tão importante
43:04a gente
43:04colocar o pé
43:06no chão
43:06e tratar
43:06as coisas
43:07com os fatos
43:09com esse
43:11ceticismo
43:12necessário.
43:13É preciso encarar
43:14a realidade
43:14apesar de ela ser
43:15dura.
43:16É preciso encarar
43:17essa realidade.
43:17Eu vou dizer
43:19isso não é tarefa
43:20para um ano
43:21para 15 dias
43:21para 20 dias
43:22não tem bala de prata
43:23para resolver
43:24esse tipo de problema.
43:26Tem uma tarefa
43:27dura pela frente.
43:28O que eu estou
43:29te colocando
43:29é o seguinte
43:30quando eu falei
43:32de idade
43:33esse trabalho
43:36que está sendo feito
43:37para o Moro
43:37o Moro está metido
43:39num outro
43:40problema
43:40que é
43:41uma tentativa
43:42de unificação
43:44da terceira via.
43:46Você tem vários
43:47candidatos
43:48na terceira via.
43:49Eu não sei
43:49se vai sair
43:50o Dória
43:51ou se vai sair
43:51o Leite
43:52pelo PSDB
43:53eu não sei
43:54se o Mandetta
43:55vai sair
43:56eu não sei
43:56se algum outro
43:58vai sair
43:59o problema
44:01é o seguinte
44:01se a terceira via
44:02algum deles
44:03quiser ter
44:05a pretensão
44:06de ganhar
44:07uma eleição
44:07essa terceira via
44:08tem que se unir
44:10mas é impossível
44:12unir uma terceira via
44:13porque cada um
44:13tem muito mais
44:15pensamento
44:16em comum
44:17entre as pessoas
44:18da terceira via
44:19do que pensamentos
44:20divergentes
44:21entre as pessoas.
44:22Você pode ter ambições
44:23pessoais diferentes
44:24mas esses são
44:25contornados.
44:27Quer dizer
44:27qualquer que seja
44:28o vencedor
44:29da primeira via
44:30da terceira via
44:31pode ser o Moro
44:32no caso
44:32eu não vou estar
44:34no governo
44:34quer dizer
44:35quando esse cara
44:36for eleito
44:37eu vou estar
44:37passando
44:38o meu
44:3883º
44:40para o 84º
44:42ano de vida
44:43eu estarei
44:45disposto
44:45a continuar
44:46trabalhando
44:4724 horas
44:48por dia
44:49mas eu jamais
44:50vou entrar
44:50dentro
44:51de uma tarefa
44:53executiva
44:54de um governo
44:55então isso
44:55me dá
44:56uma liberdade
44:57de poder
44:58discutir
44:59à vontade
44:59eu não tenho
45:00nenhuma ambição
45:01pessoal
45:02com relação
45:02a isso
45:03eu vou ajudar
45:04esses caras
45:04enquanto eu estiver
45:05vivo
45:05outro dia
45:06numa crítica
45:07que ele fez
45:08a mim
45:08o Guedes
45:10falou tudo
45:11que ele tinha
45:11que falar
45:11a meu respeito
45:12que eu não
45:13entendo bem
45:13de ter ido
45:14do equilíbrio
45:14geral
45:15ele disse
45:16esse cara
45:16devia calar a boca
45:17e ter uma
45:18velhice digna
45:20eu estou tentando
45:22começar uma velhice
45:23digna
45:24trabalhando pelo
45:25país
45:25e vou continuar
45:27envelhecendo
45:28dignamente
45:29trabalhando
45:30pelo país
45:31sou confiante
45:33de que esse país
45:33vai ter um futuro
45:34melhor do que ele
45:36está tendo agora
45:36mas não é uma tarefa
45:38fácil
45:38é uma tarefa
45:39que vai demorar
45:40algum tempo
45:40sem dúvida
45:42para encerrar
45:43a gente
45:44tem
45:45percebido
45:47tem acompanhado
45:49a gente tem
45:49essa curiosidade
45:51e tem feito
45:51um esforço
45:52para trazer
45:52para os nossos
45:53espectadores
45:53um pouquinho
45:54da nova economia
45:56que tem tanta
45:57que mexe tanto
45:59com a sociedade
46:00hoje
46:01a gente vive
46:02com a tecnologia
46:03a gente vive
46:04uma comunicação
46:05disruptiva
46:06a gente vive
46:06uma economia
46:07disruptiva
46:08vocês nesse projeto
46:09contemplam
46:12essa
46:12esse
46:13esse universo
46:16da nova economia
46:18criptomoeda
46:20fintech
46:22toda essa
46:23história de open bank
46:24vocês contemplam
46:26isso
46:26chegaram
46:28a esse momento
46:29ou ainda
46:30isso é
46:31para um momento
46:32posterior
46:32por enquanto
46:34vocês estão
46:34isso é
46:36para um momento
46:36posterior
46:37mas eu vou
46:37te dar uma opinião
46:38duas coisas
46:39que são muito
46:40importantes
46:40fintechs
46:42são
46:43companhias
46:44tecnológicas
46:46na área
46:46financeira
46:46que no fundo
46:48tem critérios
46:49de concessão
46:50de crédito
46:50que não é aquele
46:51velho comitê
46:52de crédito
46:52que reúne
46:53no banco
46:53ela tem
46:54formas
46:55tecnológicas
46:56de coletar
46:57informações
46:59de massa
46:59que permite
47:00ela ser
47:00muito mais ágil
47:01na concessão
47:02de crédito
47:02não tem um sistema
47:04bancário
47:05que é muito
47:06concentrado
47:07no Brasil
47:07quer dizer
47:09na medida
47:09que você
47:10abre
47:11as fintechs
47:12você aumenta
47:13a competição
47:14no sistema
47:14isso não é mal
47:15isso é bom
47:16isso é uma coisa
47:17que funciona
47:18você tem que ter
47:19uma certa
47:20regulação
47:20é claro
47:21que o risco
47:22sistêmico
47:23de um banco
47:24grande
47:24é muito maior
47:25que o risco
47:25sistêmico
47:26de uma fintech
47:27você não precisa
47:27ter a mesma
47:28regulação
47:29sobre os dois
47:29mas você tem
47:30que ter
47:30regulação
47:31o pendente
47:33e fintechs
47:34eu acho
47:35isso é um avanço
47:36extremamente positivo
47:38agora sobre
47:39criptomoedas
47:40deixa eu te dizer
47:41o seguinte
47:42eu realmente
47:42não consigo entender
47:43que raio
47:44que as pessoas
47:45tem dentro
47:46da cabeça
47:46quer dizer
47:48outro dia
47:48eu tomei um susto
47:50e eu vou até
47:51te contar a história
47:52os dados
47:54de importações
47:56no Brasil
47:57sempre foram
47:59apurados
48:00pela SESECS
48:01que é a Secretaria
48:01de Comércio Exterior
48:02do Ministério
48:03da Fazenda
48:04e eu
48:05profissionalmente
48:06eu sempre tive
48:07um sucesso
48:07muito grande
48:08na modelagem
48:09econométrica
48:10de modelos
48:11de previsão
48:12de exportação
48:13e de importação
48:14de repente
48:15esses modelos
48:16os dados
48:17que vêm do Banco Central
48:18não batiam
48:19com esses modelos
48:20que raio que está acontecendo
48:22aqui
48:22estava acontecendo
48:23duas coisas
48:24uma delas
48:25que não me interessa
48:25discutir
48:26aqui
48:26era esse negócio
48:28da reteto
48:29que permitia
48:30importação
48:30de plataforma
48:31de petróleo
48:32da Petrobras
48:33isso aquilo
48:34que gerava
48:34lá um ruído
48:35mas a minha surpresa
48:37é a seguinte
48:37quanto o Brasil
48:39paga
48:39de gastar
48:42para ter
48:43criptomoeda
48:44aqui dentro
48:45bom
48:46esse negócio
48:47vem crescendo
48:47nos últimos
48:48oito meses
48:49são 6 bilhões
48:51de dólares
48:52de pagamento
48:54de serviço
48:55para processamento
48:56de criptomoeda
48:57o que que é
48:58a criptomoeda
48:59bom
49:00primeiro
49:00ela não é uma ativa
49:01não tem valor
49:02intrínseo
49:04ela simplesmente
49:05é uma coisa
49:06volátil
49:06ela gasta
49:08uma quantidade
49:08de energia
49:09gigantesca
49:10quer dizer
49:11para os menininhos
49:12aqui brincarem
49:13de comprar
49:14e vender
49:14criptomoeda
49:15o Brasil
49:16está gastando
49:176 bilhões
49:18de dólares
49:19eu acho isso
49:20uma loucura
49:21você pode dizer
49:23o seguinte
49:23não mas moeda
49:24digital
49:25seria importante
49:26eu acho
49:26que o meio
49:27de pagamento
49:28a nota
49:28que você carrega
49:29no bolso
49:30poderia perfeitamente
49:31ser substituída
49:32por um cartão
49:33de crédito
49:33e o banco central
49:34podia ele
49:35emitir moeda
49:37eletrônica
49:38dentro de um sistema
49:40de computador
49:41o PIX
49:43é um passo
49:44nessa direção
49:44mas isso não tem
49:46nada a ver
49:46com a criptomoeda
49:48a criptomoeda
49:48é uma insanidade
49:49coletiva
49:50que custa
49:52muito para o mundo
49:53do ponto de vista
49:54de consumo
49:54inútil
49:55de energia
49:56e está custando
49:57para o Brasil
49:58e nós estamos
49:58só no começo
49:59da onda
49:59da criptomoeda
50:00já custa
50:016 bilhões
50:02de dólares
50:03por ano
50:03muito bem
50:06professor
50:07pastor
50:08muito obrigado
50:09pela sua participação
50:10aqui no papo antagonista
50:12espero que volte
50:13outras vezes
50:14tenho certeza
50:15que os nossos
50:16espectadores
50:17ficaram muito satisfeitos
50:18com a entrevista
50:18e estão curiosos
50:20para acompanhar
50:21o desenvolvimento
50:22de todo esse projeto
50:25que a gente espera
50:26que possa contribuir
50:27com o país
50:28seja com o Moro
50:30candidato favorito
50:31ou não
50:32dentro dessa alternativa
50:33de terceira via
50:34nós esperamos
50:36que as candidaturas
50:38se consolidem
50:40de uma maneira
50:40que a gente possa
50:41elevar o nível
50:42do debate
50:43e com certeza
50:44a sua contribuição
50:45enriquece muito
50:46esse debate
50:47eu agradeço
50:49eu agradeço muito
50:49é um grande prazer
50:50e eu volto
50:51outras vezes
50:52também com muito prazer
50:54quando for o caso
50:55quando vocês me convidarem
50:56muito obrigado
50:57e aí
50:58e aí
51:00E aí
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