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  • há 6 meses
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Em entrevista ao Papo Antagonista, o governador do Maranhão, Flávio Dino, comentou as demissões de ministros do governo e a reforma ministerial promovida por Jair Bolsonaro.
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Transcrição
00:00A minha ideia era começar, a gente começar falando de Covid, mas em função de todo esse noticiário quente de política,
00:06essa reforma ministerial aí, que preocupa porque você muda, ministro da Defesa,
00:13já se fala em ter um alinhamento maior aí das Forças Armadas, o que quer dizer isso, né?
00:20Ameaça aí dos comandantes entregarem seus cargos, muita coisa está acontecendo nesse momento,
00:25obviamente é muito quente para a gente analisar, mas eu não posso deixar de perguntar a sua impressão
00:30em relação a essas mudanças que estão acontecendo hoje em Brasília.
00:35Saída do Ernesto Araújo, aí agora a gente já tem uma troca no Ministério da Justiça e da Segurança Pública,
00:41o retorno do André Mendonça à AGU com a saída do AGU e também mudanças no Palácio do Planalto, né?
00:49Em função da saída do ministro da Defesa, do Fernando Azevedo e Silva, do comando da Defesa,
00:56você tem o remanejamento do Braga Neto, general do Braga Neto, que é de confiança do Bolsonaro,
01:02para o comando da Defesa, né?
01:04E o Ramos provavelmente sendo deslocado para a Casa Civil e a SEGOV, a Secretaria de Governo,
01:10que é a secretaria que faz a articulação com o Congresso, sendo entregue a um nome do Centrão.
01:16A gente ainda está apurando aqui, provavelmente, Rogério Marim,
01:19e aí é uma coisa que ainda está se sedimentando.
01:22Eu queria a sua impressão, obviamente, dentro do contexto político que nós estamos vivendo,
01:27a sua impressão em relação a essas mudanças.
01:32Claro que é algo surpreendente, inesperado.
01:36Por outro lado, é coerente.
01:38Ou seja, desde o início, desde praticamente os primeiros meses,
01:45o governo Bolsonaro é marcado por essas confusões.
01:50Então, há uma coerência nesta balbúrdia.
01:53Lembremos que, logo no início, já caiu o Bebiano,
01:57depois o Santos Cruz, depois o Joaquim Levy,
02:01depois os vários ministros da saúde, incontáveis vezes,
02:05depois o Sérgio Moro, Banco do Brasil, enfim,
02:11todas essas instituições de política econômica,
02:15a própria equipe do Guedes.
02:18Então, isso, Cláudio, que nós estamos vendo hoje,
02:21é a continuidade do caos.
02:23É a instabilidade política em grau máximo,
02:26porque, a bem da verdade,
02:28não há comando, não há projeto,
02:31não há programa de governo,
02:32não há equipe que se sustente
02:35no meio dessa confusão permanente.
02:38Então, isto vai ser assim até o fim.
02:41Caso o Bolsonaro conclua o mandato, vai ser assim.
02:43Daqui, semana que vem, muda outro, depois muda outro.
02:46O que é triste, é que quem paga o preço
02:49não é, obviamente, apenas o presidente da República.
02:53Quem paga o preço é a nação,
02:55com esse tipo de desagregação,
02:57que impede qualquer tipo de continuidade administrativa
03:02e, claro, conduz à ineficácia,
03:05conduz ao mau funcionamento da máquina administrativa.
03:11Está aqui a nota da demissão do ministro da Defesa,
03:16que eu acho que é importante.
03:18Ele, olha, está aqui,
03:20ao pedir a demissão,
03:21que era uma demissão inesperada,
03:23o Fernando Azevedo e Silva,
03:25que já foi assessor do ministro Dias Toffoli,
03:29escreveu o seguinte.
03:30Agradeço ao presidente da República,
03:31a quem dediquei total lealdade
03:33ao longo desses mais de dois anos,
03:35a oportunidade de ter servido ao país
03:37como ministro do Estado da Defesa.
03:39Nesse período,
03:40preservei as forças armadas
03:42como instituições de Estado.
03:45O meu reconhecimento e gratidão
03:47aos comandantes, marinha, exército e aeronáutico,
03:49suas respectivas forças,
03:50que nunca mediram esforço
03:51para atender as necessidades e emergências
03:52da população brasileira.
03:54Saio na certeza de missão cumprida.
03:56Essa frase aqui.
03:57Nesse período,
03:58preservei as forças armadas
03:59como instituições de Estado.
04:01A gente pode ver isso como um recado
04:03de que talvez o Bolsonaro se aproveite
04:06desta balbúrdia,
04:08como o senhor mencionou,
04:09para colocar, vamos dizer assim,
04:13as forças armadas
04:14a seu desejo ali,
04:17a sua vontade política,
04:19aos seus objetivos políticos
04:21e não aos objetivos,
04:22e não à missão institucional,
04:25à missão constitucional das forças armadas?
04:28É sempre, infelizmente, um risco.
04:32Acho que o ministro da Defesa,
04:34agora o ex-ministro da Defesa,
04:37consignou aquilo que nós precisamos
04:40sempre destacar,
04:41que as forças armadas
04:42não podem ser politizadas,
04:45ideologizadas.
04:46São instituições permanentes do Estado.
04:50E nós já vimos, em vários momentos,
04:52o presidente da República,
04:54por exemplo,
04:55e a porta do chamado Forte Apache,
04:59no setor militar urbano,
05:00em Brasília,
05:01para fazer comícios,
05:03politiqueiros, fora de hora,
05:04inclusive,
05:05pregando golpes de Estado,
05:07apoio à ICI,
05:09e coisas similares.
05:10assim como também,
05:12daqui da Colar,
05:13ele se refere ao Exército
05:16como sendo, abre aspas,
05:18o meu Exército.
05:20Acho que o Fernando Azevedo
05:22manifestou um incômodo,
05:24que creio ser majoritário
05:26nas forças armadas,
05:29porque já de algum tempo,
05:30corretamente,
05:32a execrável doutrina da segurança nacional,
05:35que, de triste memória,
05:36foi substituída pelo conceito
05:39de forças profissionalizadas,
05:43que estão a serviço do Estado,
05:45e não a serviço de governos.
05:48E quero crer, portanto,
05:50que essa parte da carta
05:51de demissão do ex-ministro
05:54Fernando Azevedo,
05:55foi uma satisfação ao público interno,
05:59que majoritariamente,
06:01não deseja
06:02que as forças armadas
06:03fiquem estigmatizadas
06:06para todos sempre
06:08como integrantes
06:09de um projeto
06:10de poder fracassado,
06:12que é o que nós estamos
06:13assistindo
06:15em relação ao Bolsonaro
06:16e ao bolsonarismo.
06:32no site
06:34deام
06:38o
06:39o
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