Felipe Moura Brasil comenta a relutância do governo Bolsonaro em entregar laudo de exame de coronavírus, vídeo de reunião citada por Sergio Moro e evidências de fraude na eleição de 2018. Assista. -- Cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL
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00:00O que você acha que vai aparecer primeiro? O exame original de Bolsonaro para coronavírus, exigido por determinação judicial mantida pelo TRF3 e defendida pelo Ministério Público Federal?
00:11A íntegra do vídeo da reunião em que pediu relatórios de inteligência da Polícia Federal e ameaçou demitir Sérgio Moro, conforme o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública relatou em depoimento à PF?
00:22Nenhum dos dois ou alguma versão alterada do exame e ou do vídeo? Fiz essa enquete no Twitter que só permite quatro opções de resposta, o que me impediu de incluir as provas prometidas por Bolsonaro de fraude nas eleições de 2018, agora cobradas em ação popular sobre a qual o juiz federal José Vidal Silva Neto de Fortaleza cobrou manifestação de Bolsonaro.
00:45É como se a falta bolsonarista de transparência transbordasse, tanto que 58% dos meus seguidores votaram em alguma versão alterada.
00:55No caso da gravação, é exatamente o que o governo Bolsonaro, por meio do novo advogado-geral da União, José Levi, tentou fazer em seu segundo apelo a Celso de Mello.
01:04No primeiro, rogou, sim, o verbo utilizado no documento foi esse, sem brincadeira, vou até repetir, rogou que o ministro do STF reconsiderasse a determinação de entrega do vídeo,
01:16alegando que na reunião de 22 de abril foram tratados assuntos potencialmente sensíveis e reservados de Estado, inclusive de relações exteriores.
01:24Traduzindo, o governo não quer expor a briga ocorrida naquela reunião de ministros entre Paulo Guedes e Rogério Marinho,
01:31que disputam as diretrizes sobre os gastos públicos durante a pandemia, mas o governo quer menos ainda expor Bolsonaro cobrando relatórios da PF,
01:40então alega constrangimentos para evitar o maior de todos, e cita relações exteriores para dar a impressão de risco à segurança nacional em caso de entrega.
01:50Apelar ao STF para poder omitir a prova indicada por Moro já diz tanto sobre o governo Bolsonaro que o ex-ministro nem precisou comentar para ironizar,
02:00apenas postou a rogativa da AGU no Twitter.
02:03Como ela pegou muito mal para o governo, a AGU acabou apresentando a Celso de Mello um novo pedido para não entregar o vídeo da reunião ministerial,
02:11mas apelou para que, em caso de necessidade, possa enviar apenas trechos relativos ao objeto do inquérito, ou seja, do diálogo entre Bolsonaro e Moro.
02:22É como se José Levi, referindo-se ao presidente que queria apenas uma das 27 superintendências da PF,
02:28dissesse assim ao ministro do STF.
02:30Peraí, senhor juiz, que o alvo do inquérito vai alterar a prova para evitar maiores constrangimentos.
02:35O senhor já tem 27 provas, ele quer alterar umazinha só, tá ok?
02:40Vamos de meia prova dessa vez.
02:42Obviamente, é a Celso de Mello, não ao governo, que cabe avaliar qual trecho da prova será juntado ao inquérito e tornado público,
02:50e qual será inutilizado, justamente para impedir a alteração do conteúdo pela parte interessada,
02:56em nome de um filtro prévio dos assuntos relevantes.
02:59Para um presidente que vive citando o versículo e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará,
03:05a relutância em entregar exame, vídeo e prova de fraude é tão comprometedora
03:10quanto a naturalidade com que agora entrega cargos aos indicados do centrão, como Tiago Pontes, em troca de apoio político.
03:17Parir uma montanha entre a justiça e as provas é coisa de rato.
03:29Parir uma montanha entre a justiça e as provas é coisa de rato.
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