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  • 17/06/2025
O Documento JP mergulha no universo particular de Washington Olivetto para revelar as inspirações por trás do gênio. A reportagem mostra como as paixões, como o futebol e a literatura foram fundamentais em sua trajetória.

Assista à íntegra em:
https://youtu.be/khB9aJe5fT4

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Transcrição
00:00O futebol era uma das grandes paixões de Oliveto. Além do livro, Oliveto fez parte da diretoria e ajudou a criar a democracia corintiana.
00:11Hoje a gente não tem informações muito parecidas com essa, mas ele botava dinheiro no bolso. Só que ele era absolutista, ele queria tudo com ele.
00:20E aí eles começam a costurar uma situação que envolvia, na verdade, no primeiro momento, a liberdade no clube de movimentos e no segundo momento, falando com relação ao país como um todo.
00:33Mas era uma situação que eles criaram como se fosse um país à parte, um mundo à parte, onde todo mundo resolvia tudo coletivamente.
00:40Então era dessa forma que funcionava. Inclusive, vai ter concentração, não vai, vai todo mundo viajar, o prêmio vai ser dividido por quantas pessoas, horário de treinamento, era tudo feito de maneira coletiva.
00:55O mestre da comunicação criou campanhas, slogans e abriu um caminho sem volta da publicidade dentro do futebol.
01:02Então ele era o cara da propaganda. Ele era o cara que divulgava, que criou slogans, que criou logotipo. Ele era o cara do marketing.
01:13Havia um tabu, né? As camisas de futebol, elas não podiam ter propaganda. Com o passar do tempo, essas publicidades são liberadas.
01:21O amor de Oliveto pelo time não foi esquecido pela Gaviões da Fiel. O publicitário foi homenageado no carnaval.
01:29O Corinthians era tão importante para o publicitário que o primeiro presente que ele deu para a esposa foi uma carteirinha do time.
01:38Então ele era louco por esse Corinthians, apaixonado pelo Corinthians. Ele gostava muito de música, a gente tinha muito amigo, músico, então ele curtia demais músicas.
01:49A gente escutava música em casa direto quando estava em casa e em vários shows, entendeu? Sempre no Brasil ou fora do Brasil.
01:58A gente escutava muita música. Ele, a gente viajava muito. Uma outra coisa que a gente fazia muito quando dava, né?
02:07O espaço curto que a gente tinha sempre, a gente fugia, viajava muito.
02:11Ele era convidado para muitas palestras fora, né?
02:15Então a gente aproveitava esses momentos que ele era convidado a participar de palestras ou júris e aproveitava e viajava um pouquinho,
02:25curtia um pouquinho nos diversos países aí que ele era convidado.
02:30Ele também lia muito.
02:33Ele era ávido por conhecimento, né?
02:36Então ele lia demais. Gostava muito de ler, gostava muito de biografias, mais de livros de não-ficção.
02:44Ele lia bastante em casa também.
02:46Quando a gente viajava, o tempo inteiro o Austin estava ligado.
02:50A cabeça do Austin era, assim, realmente muito especial.
02:53Porque ele estava ligado em cada momento, em cada coisa que ele via, seja uma música, seja uma pessoa falando uma coisa.
03:00Ele ligava muito e, ah, Patrícia, olha, vi isso, tive uma ideia.
03:06Então a nossa vida era muito interligada.
03:08Hoje, Patrícia mora em Londres.
03:11Eles viveram juntos por quase 40 anos.
03:14Os primeiros anos da nossa vida, apaixonados, que a gente foi morar numa casa bola do Eduardo Longo, no Morumbi.
03:22Ali a gente teve momentos lindos, né?
03:26Momentos juntos, curtindo ali a nossa vida, a nossa paixão, chamando os amigos, conhecendo os amigos comuns.
03:34Aqueles primeiros anos foram muito gostosos pra mim.
03:38E em um determinado momento a gente falou, bom, agora vamos ter nossos filhos.
03:43E aí foi maravilhoso, porque isso foi muitos anos depois, né?
03:48Que a gente veio a ter filhos e filhos gêmeos.
03:50Então foi maravilhoso, foi um momento lindo pra gente isso.
03:54Um menino e uma menina, que ele falava que era a escolha do rei, entendeu?
04:00E ele ouviu falar que na França eles falavam, c'est le choix de roi, a escolha do rei.
04:05Que era um menino e uma menina que todo mundo quer ter, né?
04:07O Austin era uma pessoa muito leve, muito suave, muito divertida.
04:15Em casa era uma pessoa normal, sabe?
04:18A gente se dava muito bem, a gente se divertia muito, a gente trabalhava muito, mas a gente
04:23também, nos momentos que dava, a gente se divertia muito.
04:26O trabalho e a carreira do Austin eram muito interligados, muito.
04:32O tempo inteiro, a cabeça dele não parava, o tempo inteiro.
04:37E isso, assim, não nos incomodava, em absoluto.
04:41Então, assim, ele tava em casa e vinha super empolgado com os comerciais que ele tinha feito naquele momento.
04:50Patrícia, vem cá, olha, eu fiz isso, fiz aquilo, olha o comercial, o que você acha?
04:55Eu, como era de produção também, pra mim era uma coisa envolvente, era uma coisa gostosa, né?
04:59De analisar, algumas vezes eu tinha feito comercial com a minha produtora, outras vezes eram de outras produtores.
05:06Então, eu gostava muito disso também, ele sempre foi muito empolgado.
05:09Depois tinha as crianças, a gente chamava as crianças pra ver os comerciais, mostrar.
05:13Tudo lembra o Austin pra gente, tudo, tudo.
05:17Por isso que tá sendo bem difícil pra nós, bem difícil.
05:29Oliveto deixa saudades nos bastidores da vida e no palco da criação.
05:34O filme é bom.
05:35Não é ruim o filme.
05:36É, o filme é bom.
05:37Não é assim nenhum Brastemp, mas...
05:39Mas queiroquia também.
05:40Ah, é bom.
05:41É, é bom.
05:42Brastemp, não tem comparação.
05:44Ter conseguido fazer a nossa profissão e o nosso segmento ser respeitado e ser admirado
05:52nas relações pessoais com quem a gente se depara pela vida.
06:00Dizer que é publicitário é uma coisa, pra uma pessoa que é um médico, por exemplo,
06:06tem um impacto diferente porque o Washington, de alguma maneira, estabeleceu um padrão de
06:13percepção pra essa profissão que me dá a possibilidade de eu dizer isso sem precisar
06:19explicar o que é a profissão e muito menos sem precisar falar de respeitabilidade da profissão.
06:27Acho que tem muito a ver com isso que ele construiu lá.
06:29Quando ele entrava, ele entrava.
06:31A gente sabia que tinha o Washington na sala.
06:35Porque ele era muito...
06:39Ele falava muito, gostava de falar.
06:42Ele entrava e começava a falar.
06:44Ele era muito respeitoso da atividade dele, né?
06:51Sempre nas agências onde ele trabalhou, ele sempre tinha respeito pelos outros.
06:57Respeito e também era um bom ouvinte.
07:00Pessoas muito especiais sabem ouvir, eu acho.
07:05Ele sabia ouvir, mas ele sabia ouvir porque ele processava tudo que ele ouvia, ele processava,
07:13criava em cima daquilo.
07:14Em 2015, Oliveto pegou suas características marcantes na comunicação e decidiu criar um podcast
07:26onde entrevistou várias celebridades, entre elas, grandes amigos.
07:31Nas Reis eu não tinha o roteirista, então eu fui o quebra galho, fazia todo mundo.
07:35A primeira coisa que eu aconselhava era assim, não faça complicado, porque a produção não vai corresponder.
07:42E o momento que você começou a fazer essas coisas todas, você transformou aquilo que era um início de um conceito
07:51numa coisa real, você transformou o conteúdo numa coisa palpável e agradável e preservou a mensagem
08:00porque você evitou conspurcá-la com uma produção de má qualidade.
08:04É, depois foi melhorando, vamos melhorando.
08:06Aí você chega no primeiro sutiã e tal.
08:10Mas no início ela é simples, simples, simples.
08:12Eu sou apaixonado pelo seu trabalho, exatamente porque ele tem como tônica a criatividade e não a produção.
08:20Essas histórias todas, que são histórias emocionantes, eram de um tempo onde cada um de nós tinha caneta,
08:27tinha para fazer, onde a emoção superava todos os obstáculos.
08:32Hoje eu estou vendo, eu que ainda lido com a garotada que está lendo, as pessoas estão sem sonho,
08:38estão, sabe, com medo da vida, estão assustadas de...
08:42Mas não é isso, né?
08:44É estranho uma pessoa da nossa geração estar...
08:47Eu sou o disruptor da minha empresa hoje.
08:50Eu é que brigo para fazer uma coisa absurda.
08:54Ética era um tema que sempre estava no roteiro de Washington Oliveto.
08:58Em 2011, nesta entrevista com Antônio Abujanra no programa Provocações da TV Cultura,
09:04ele abordou o assunto que nunca passava batido.
09:07Muitos publicitários têm ética, têm sobre...
09:10A verdade é a seguinte, o que a gente precisa pensar, se você racionalizar, nós que fazemos
09:15publicidade, nós somos inclusive intromissão.
09:19Nós somos uns intrometidos, porque ninguém ligou uma televisão para ver o comercial.
09:26As pessoas ligaram para se divertir, para buscar informação.
09:30Ninguém comprou o jornal para ler os anúncios, não.
09:32Comprou para ler as notícias.
09:33E aí a gente vai lá e se intromete.
09:37Dentro disso, qual é a nossa busca?
09:40A gente tem que ser encantador, fascinante, sedutor, uma série de coisas, para poder fazer
09:46com que a nossa intromissão seja menos rejeitada e, às vezes, até extremamente sedutora.
09:51Ele foi considerado o publicitário mais criativo dos séculos 20 e 21 e entrou para o hall
09:58da fama da publicidade mundial.
10:01Oliveto foi o primeiro brasileiro a conquistar tamanho reconhecimento.
10:07E aí a gente tem que olhar para a história.
10:09Nada, nada, nada, nada, nada, para a época.
10:17Tudo.
10:21Oliveto atravessou décadas e enfrentou mudanças no mercado publicitário,
10:26sem deixar sua autenticidade de lado.
10:29O avanço da tecnologia como a inteligência artificial ainda era uma questão que Oliveto olhava de longe e resistia.
10:37Ele se adaptou excelentemente mal, porque ele foi resistente.
10:43A tecnologia traz o formato ruim e não é o cliente ruim, o veículo ruim,
10:52que se arrogam a trazer direto para as agências e para os criativos o formato ruim como solução.
11:01Não precisa nem pensar, é assim que faz.
11:03Bota aí um artista, um influencer famoso, entendeu?
11:07Bota nessa coisa e aí para o criativo não há estímulo nenhum, porque não há inteligência.
11:12Para o empresário, as ideias geniais não poderiam ser substituídas por tecnologia
11:17e que uma máquina nunca saberia entender a vontade do povo.
11:22O Austin sempre acreditava nisso, que propaganda era alguma coisa que tinha que entrar para o imaginário popular.
11:31Ele tinha que participar, ele tinha que virar fenômeno pop.
11:35A inteligência artificial que veio para ficar inexorável vai mudar muito mais o jeito de produzir,
11:41comercializar e distribuir produto e serviço e a administração e a gestão das empresas.
11:46A Amy Webb, que é uma futurista, falou recentemente no SXSW que vai ter 500 milhões de desempregados no mundo com a inteligência artificial.
11:55Mas nada vai substituir o talento humano e o elemento humano, principalmente quando se fala em criatividade, tecnologia e dados,
12:04que é hoje o alicerce da indústria da propaganda no Brasil e no mundo.
12:15O Washington Oliveto é mais do que um publicitário.
12:19Ele é um artista das palavras, um arquiteto de ideias.
12:23A influência dele marcou uma época porque ele fez campanhas memoráveis nessa época.
12:32Quando ele trabalhou, ele fez campanhas memoráveis.
12:36Isso marcou a publicidade brasileira com uma característica de criativo.
12:45A publicidade brasileira se tornou criativa graças à criatividade do Washington.
12:50Do Washington e de outros também, claro.
12:52Mas o Washington foi muito importante nessa coisa que criou essa criatividade da publicidade brasileira.
12:59Esse frescor na publicidade brasileira.
13:03Esse jeito de apresentar os produtos que era muito brasileiro.
13:08Com emoção, memória e identidade, ele construiu seu império de histórias inesquecíveis.
13:15Mas, talvez, seu maior feito tenha sido provar que é possível emocionar, vender e transformar tudo ao mesmo tempo.
13:29Dignidade, integridade e ética.
13:35Isso era o Washington.
13:36O primeiro conselho que eu daria é, mesmo para quem goste muito de mim, eu fico muito feliz de ser gostado,
13:50que não tente ser parecido comigo, não.
13:52Que tente ser muito melhor, fazer uma coisa a partir disso.
13:55E aí

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