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Rodrigo Loureiro explicou o pedido do Irã para Catar, Arábia Saudita e Omã intercederem junto a Donald Trump por um cessar-fogo imediato. Também detalharam a complexidade do Irã, seu regime teocrático e o desafio de uma mudança de governo, com análises sobre a estratégia israelense.

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Transcrição
00:00Daqui a pouquinho a gente vai falar de JBS, Rodrigo, mas nesse momento vamos para a CNBC Internacional, porque tem um break news importante lá.
00:07Olha só, o Irã pediu para o Catar, para a Arábia Saudita, para a Oman, é que peçam a Trump que pressione Israel para trazer um cessar-fogo imediato.
00:17É uma informação que a CNBC Internacional está passando nesse momento.
00:21O correspondente da CNBC em Israel, em Tel Aviv, ele está falando da estratégia dos israelenses para escapar dos bombardeios aí,
00:36como eles foram para abrigos quando começaram aí as sirenes tocarem, está falando sobre esse aspecto,
00:43mas o mais importante que a gente está trazendo aqui para vocês é esse pedido que o Irã fez para Catar, Arábia Saudita e Oman,
00:53que intercedam junto ao presidente americano Donald Trump para pressionar Israel a chegar em um acordo de cessar-fogo.
01:00A gente está vendo que o Irã está realmente empenhado em conseguir cessar-fogo, né, Rodrigo?
01:06Exatamente, Marcelo. A gente falou agora há pouco também sobre uma reportagem do The Wall Street Journal
01:11que mostra que o Irã sinalizou um desejo de encerrar essa hostilidade contra Israel.
01:19Israel começou a atacar o Irã, teve um contra-ataque.
01:22O Irã entende que esse conflito não vai dar em lugar nenhum.
01:27O Irã deseja encerrar esse ataque e pede o apoio agora da Arábia Saudita, do Oman e do Catar
01:34para que eles negociem com os Estados Unidos, peçam ajuda dos Estados Unidos.
01:39O presidente Donald Trump já indicou que prefere que os dois países cheguem a um acordo,
01:43mas se tivesse que apoiar alguém, apoiaria Israel.
01:49Ele está falando que o Israel começou com uma estratégia, Rodrigo, de atacar lugares com projetos nucleares,
01:56mas que isso foi ampliado e que agora o Netanyahu, que é o primeiro-ministro israelense,
02:01já está pedindo para que os iranianos se insurjam contra as autoridades do país,
02:06contra os ayatollahs, para tentar forçar uma mudança de regime.
02:11Como a gente estava discutindo agora há pouco, Rodrigo, essa coisa de mudança de regime
02:14é muito complicada num país como o Irã. Por quê?
02:17Porque o Irã é um país que tem instituições muito mais fortes e muito mais enraizadas do que, por exemplo, o Iraque.
02:24O Iraque tinha um ditador lá, que era o Saddam Hussein.
02:27Quando você derruba o ditador, você derruba toda aquela cadeia de comando dele.
02:30O Irã é um país mais sofisticado. O Irã tem uma população altamente educada.
02:36O Irã tem instituições fortes e tem uma parte da população que apoia esse regime dos ayatollahs.
02:42Uma grande parte também que não apoia, é verdade.
02:45Mas uma mudança de regime num país como esse é bem mais complicada.
02:49Não deve ser um objetivo militar de Israel esse, porque se esse for objetivo militar,
02:53provavelmente não vai ter muito sentido isso tudo que está acontecendo.
02:57Exatamente, Marcelo. A gente tem que lembrar, a própria história do Irã mostra que essas mudanças de regime,
03:04as sucessões de regime no Irã foram muito complicadas.
03:08Na década de 70, você teve a revolução no Irã, que foi muito complicada, enfim.
03:13E o primeiro de Israel já afirmou que o objetivo é acabar com um programa nuclear do país, do Irã, no caso.
03:21Só que se houvesse, por consequência, uma mudança de regime, isso aconteceria.
03:28Então não é o objetivo principal. Mas se houver, tudo bem.
03:33Vamos lembrar que em 1979 aconteceu a Revolução Iraniana, que era para tirar o Shah Reza Parlevi,
03:39que era o Shah apoiado pelo Ocidente, que tinha ali um regime laico.
03:43Falando assim, parece bonito, mas ele era um líder sanguinário, que matou muitos iranianos,
03:48que reprimia duramente os protestos, era um regime ali de terror mesmo.
03:53E nessa onda, para tentar derrubar o Shah, a população iraniana se entusiasmou,
03:59porque era uma luta, entre aspas, pela democracia.
04:02Isso uniu os mais diferentes atores da sociedade iraniana.
04:06Isso é muito interessante, porque tinha esse lado religioso com os ayatollahs,
04:10mas ninguém esperava que fosse virar o que virou.
04:11Os ayatollahs, naquele momento, eram admirados ali como uma liderança religiosa.
04:15Mas, ao mesmo tempo, Rodrigo, tinha alguns atores muito inusitados.
04:19Vou te dar um exemplo.
04:21Tinha, por exemplo, defensores de transexuais, de travestis na época.
04:25É por isso que o Irã tem uma contradição muito grande hoje.
04:28Por quê?
04:28Porque nessa época, o ayatollah Khomeini, que foi o primeiro ayatollah a governar o Irã,
04:32que até hoje é visto como líder supremo, já morreu, mas enfim, foi uma figura central ali,
04:39ele se aproximou desse movimento transexual.
04:41E, por causa disso, ele decretou uma fátua, que é um decreto religioso,
04:46que, no caso dele, não pode nem mudar, porque foi decretada por ele,
04:49dizendo que as pessoas poderiam fazer cirurgias de mudança de sexo.
04:54Então, hoje, apesar do Irã criminalizar, por exemplo, a homossexualidade,
04:58é o segundo país do mundo que faz mais cirurgias de mudança de sexo.
05:02Perde apenas para a Tailândia.
05:03Olha só.
05:04Essa é uma curiosidade do Irã.
05:05Outra coisa interessante que eu notei no Irã, quando eu fui lá,
05:08é que existe uma instituição chamada lá Casamento Temporário,
05:13que, na língua farsi, se chama sirre.
05:16Significa o quê?
05:17Tem toda essa formalidade de ter que se casar,
05:20de não poder ter relações íntimas antes do casamento,
05:24mas se você encontra uma pessoa na rua, uma mulher que você goste,
05:28se vocês dois combinem de fazer um casamento por três horas,
05:31aí tudo bem, vocês estão casados, está legalizado.
05:33E isso acontece muito com a prostituição, inclusive.
05:37A prostituição no Irã é praticamente legalizada por causa disso,
05:40porque a prostituta e o cliente, eles fazem esse casamento temporário,
05:44que, inclusive, não precisa de testemunhas, viu?
05:46Você recita lá os versos que precisa recitar,
05:48sem testemunha, fica legalizado.
05:50Por que eu estou contando tudo isso?
05:51Para dizer que o Irã é um país muito mais complexo do que as pessoas imaginam.
05:56A gente vê no noticiário, imagina apenas que é uma ditadura,
05:59mas não, o Irã é uma ditadura, de fato,
06:01mas tem um nível de democracia ali.
06:03As pessoas têm campanhas acirradas para a presidência da República, por exemplo.
06:07Mas você não consegue mudar as decisões dos ayatolás, do Conselho dos Guardiões.
06:11Aí é a parte que não é democrática.
06:13Eles tomam conta, inclusive, das forças armadas.
06:16Mas é um país muito complexo, Rodrigo, e é um país muito educado.
06:19Eu vou te fazer uma pergunta, então, Marcelo.
06:21Já que você esbanjou aqui sabedoria e conhecimento do Irã,
06:25a presidência do Irã é vista mais como uma figura decorativa?
06:30Não, não é.
06:30Poder?
06:31Não é.
06:31Porque não controla, por exemplo, as forças armadas, mas controla a economia.
06:36Então, nas campanhas eleitorais do Irã, você pode criticar.
06:40Tem uma oposição que critica o presidente lá.
06:42Isso é permitido.
06:43Você pode ir na televisão lá criticar o presidente.
06:45Você não pode criticar os ayatolás.
06:48Aí dá a diferença.
06:49Que é o puro do gato.
06:49E também, para ser candidato lá, você tem que ser aprovado pelo Conselho dos Guardiões.
06:53Então, assim, a disputa eleitoral, ela é acirrada.
06:57Tem crítica, tem debate, igual aqui.
06:59Só que, assim, para entrar na disputa, você tem que ser aprovado pelo ayatolá.
07:02Então, se eu tenho uma plataforma no Irã, estou entrando na política para derrubar esse regime teocrático,
07:08aí eu não vou ser nem autorizado a concorrer.
07:10Mas dentro daquele limite que eles permitem, ali tem alguma democracia.
07:14Por isso que eu digo que o Irã é um país complexo.
07:16E lá, as mulheres, apesar de serem reprimidas, de terem que usar véu na rua,
07:20muitas que não...
07:20Tem umas que querem, tem outras que não querem.
07:22São obrigadas.
07:23Mas hoje, tem mais mulher do que homem na universidade no Irã.
07:27As mulheres são altamente educadas, elas ocupam cargos importantes,
07:31têm restrições na vida, sim.
07:32Mas é como eu te falei, é complexo.
07:34É um país...
07:35É difícil de você chegar lá e falar, vamos mudar o regime.
07:38Porque é um país que tem instituições enraizadas
07:41e que tem muita gente que apoia um lado, que apoia o outro.
07:43Tem que ter negociação.
07:44Não pode ser nada na marra ali, Rodrigo.
07:46Exatamente, Marcelo.
07:47Olha só, então, uma democracia até a página 2.
07:50Exatamente, é.
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