O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, conversou nesta sexta-feira (13) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a importância de reduzir as tensões no conflito entre Irã e Israel. O correspondente internacional Luca Bassani traz detalhes do assunto.
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00:00Seguimos no assunto porque o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, conversou ontem com o presidente dos Estados Unidos, o Donald Trump,
00:07sobre a importância de reduzir as tensões no conflito entre Irã e Israel.
00:12Luca Bassani, nosso correspondente na Europa, participa ao vivo aqui com a gente nesta manhã, atualizando e trazendo detalhes dessa conversa.
00:21Pois não, Luca, bom dia, bem-vindo. O que é que os dois conversaram, o que é que os dois falaram a respeito de mais essa tensão envolvendo o mundo, Luca? Bem-vindo.
00:32Bom dia a você, Nonato, bom sábado a todos que nos acompanham.
00:35O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, ele, através da sua diplomacia, o seu próprio secretário de Relações Exteriores, David Lemming,
00:43também tem tentado buscar uma desescalada deste conflito.
00:47Primeiro, o seu chanceler conversou com o seu homólogo também do Irã e pedindo para que a retaliação fosse adiada ou simplesmente apenas de uma vez
01:00para que este conflito não chegasse a um ponto de uma nova guerra regional e uma nova catástrofe humanitária dentro do Oriente Médio,
01:07a exemplo de tantas outras que ainda acontecem, seja no Líbano, em Gaza, no Iêmen e também no Estado de Israel.
01:13Todavia, o chanceler iraniano disse que é obrigação do Irã responder ao ataque de Israel exatamente porque está no seu direito,
01:23de acordo com todas as leis que regem o direito internacional.
01:26No caso da conversa tida com o presidente Donald Trump, nós vemos que também eles, como parceiros regionais,
01:35têm tentado trabalhar para evitar ataques maiores em Israel.
01:40Inclusive, o Reino Unido é um dos países responsáveis pela defesa do espaço aéreo israelense, assim como os Estados Unidos.
01:48Ontem, nos fortes ataques iranianos, estes países, assim como outros países árabes também, Jordânia, Arábia Saudita,
01:54foram fundamentais para repelir certos drones, certos mísseis do Irã.
01:59Mas nós sabemos que a posição dos Estados Unidos e do Reino Unido, ela acaba sendo diferente em todos esses aspectos.
02:07Os Estados Unidos é muito mais próximos ao governo de Benjamin Netanyahu, o presidente Donald Trump é muito mais próximo ao primeiro-ministro Netanyahu,
02:14enquanto o Keir Starmer, enquanto um líder do Partido Trabalhista, um social-democrata, para todos os efeitos no aspecto europeu,
02:22tem fortes críticas ao Estado de Israel na sua conduta dentro da faixa de Gaza e poderia escolher um outro caminho.
02:29A gente sabe que as negociações que estavam marcadas para amanhã em Oman entre Irã e Estados Unidos sobre o novo acordo nuclear
02:36ainda não foram nem confirmadas, nem canceladas, mas talvez toda esta problemática bélica possa empurrar o Irã
02:44para, de fato, voltar à mesa de negociação e encontrar um acordo com os Estados Unidos,
02:50algo que Donald Trump tem pedido e dado prazos ao Irã há muitos meses.
02:55Obviamente que a gente tem monitorado toda a situação também dentro de Israel, até agora são três pessoas mortas confirmadas,
03:03uma situação difícil também com dezenas de feridos e muita destruição dentro das principais cidades,
03:09seja Tel Aviv, seja Jerusalém.
03:12Por enquanto, o número de pessoas mortas é muito menor do que em outros conflitos,
03:16porque Israel tem um robusto sistema de defesa aérea, antiaérea e também muitos banques,
03:22muita estrutura na sua característica urbana para proteger a população em detrimento de outras regiões de conflito.
03:30Mas tanto o Irã quanto Israel prometeram continuar com os ataques durante um tempo indeterminado.
03:36Nós vemos que da mesma maneira que, de forma corriqueira, ataques acontecem tanto em Jerusalém quanto em Tel Aviv,
03:44o Estado de Israel também fez ataques em Isfahan, Terã e Tabriz durante esta última madrugada,
03:50ou seja, a gente se prepara para uma guerra longa e também uma cobertura extensa aqui para toda a nossa audiência.
03:57E Luca, aproveitando a sua participação, bom dia, queria que você falasse um pouco pra gente do presidente Donald Trump,
04:04que logo que assumiu o mandato nos Estados Unidos, disse que queria pôr fim as guerras,
04:10fez discursos fortes sobre isso, mas tem falado bastante sobre a relação agora com Israel,
04:15sobre o fornecimento e a quantidade de armamento.
04:20Bom dia a você, Bia, também.
04:22A questão relacionada a Donald Trump é uma questão ambígua,
04:26porque como você bem disse durante a campanha e os seus primeiros dias de governo,
04:30ele sempre pregava a paz, dizendo que não quer que os Estados Unidos se envolvam diretamente
04:35em mais um conflito armado no Oriente Médio ou em qualquer parte do mundo,
04:38defendendo a América para os americanos, olhar para o lado de dentro.
04:42Mas, ao mesmo tempo, ele sabe que, como presidente dos Estados Unidos,
04:46tem um antagonismo automático com a República Islâmica do Irã.
04:50Desde 1979, os países são grandes inimigos,
04:53então esta também é uma janela de oportunidade,
04:56interpretada assim pela Secretaria de Estado norte-americana,
05:00para enfraquecer o regime dos ayatolás e até mesmo inviabilizar o projeto
05:05de construção de armas nucleares por parte do Estado iraniano.
05:10Então, provavelmente serão decisões difíceis que levarão muito tempo
05:14e, obviamente, sabemos que neste contexto, por mais que Donald Trump
05:18e o governo republicano não queiram atacar diretamente
05:22ou participar diretamente desse conflito,
05:25nós temos um alinhamento automático com Israel,
05:28a proteção do Estado de Israel e também o compartilhamento de inteligências,
05:32de operações militares.
05:33Então, esta relação muito mais próxima de Israel
05:36acaba deixando muito claro qual será o lado ocupado pelos Estados Unidos,
05:40por mais que não de forma totalmente explícita neste primeiro momento.
05:44Não sabemos como a guerra vai se desenrolar.
05:47O Irã ontem fez ameaças a todos os países que ajudarem a defender Israel
05:51e têm bases na região, podem ser também possíveis alvos,
05:55ou seja, uma mensagem indireta dizendo
05:56olha, os Estados Unidos têm várias bases em todo o Oriente Médio
06:00e têm ajudado a proteger Israel.
06:02Caso isso continue, nós também podemos atacar as bases americanas.
06:06Quando isso aconteceu, caso isso aconteça,
06:09aí os Estados Unidos são obrigados também a responder
06:11porque vão ter sido atacados no seu corpo militar
06:16e também em outras localidades fora da região controlada pelo Irã.
06:20Então, o espiral do caos pode ser muito grande
06:23e obviamente que muitos diplomatas têm trabalhado
06:26para tentar evitar essa escalada bélica,
06:29mas também os almirantes, generais, comandantes
06:32estão todos reunidos para pensar uma resposta militar contundente
06:37caso seja necessária.
06:38Luca Bassani, direto da Europa, volta daqui a pouco.
06:42Obrigado, Luca, por enquanto.
06:43O Luca estará durante toda essa edição do Jornal da Manhã
06:45atualizando para a gente as informações e repercussões
06:48lá em território europeu.
06:50Quem também está com a gente nesta manhã é a Mônica Rosenberg
06:53para que a gente possa ir analisando, comentando os temas que são levados ao ar.
06:57Ô, Mônica, antes de mais nada, eu queria saber qual é a tua impressão
07:01desse conflito agora entre Israel e Irã.
07:05Após o ataque israelense, o Irã respondeu
07:08e, infelizmente, a gente tem aí um cenário aparentemente de ataques mútuos.
07:13Mônica, bem-vinda e bom dia para você.
07:15Qual é a tua impressão do conflito até agora?
07:17Bom dia, Nonato.
07:18Bom dia a você que nos acompanha nessa manhã gelada aí no Jovem Pan.
07:23A minha impressão em relação ao conflito, muito mais do que uma impressão,
07:26eu como pessoa, como mulher judia, que tenho família em Israel,
07:30estou acompanhando muito de perto com os meus parentes que estão lá.
07:34Inclusive, eu tenho um sobrinho que mora lá, que é muito jovem,
07:37e que na primeira noite eu mandei, e aí, como é que está?
07:39Está com medo?
07:40Ele respondeu, tia, a pior coisa desta noite não foi ter que correr para o abrigo,
07:43foi o jogo do Corinthians.
07:45Então, lá dentro de Israel, realmente existe ainda uma proteção,
07:49esse domo de ferro que protege dos mísseis,
07:51ele protege também a população da sensação do medo,
07:55o que o povo em Israel está sentindo é a necessidade de se unir e de reagir,
08:02e o que nós aqui, especialmente eu, sinto, é que vai ser um conflito que vai ter um tempo,
08:07talvez não tão curto quanto nós gostaríamos, duas, três semanas,
08:11as forças de defesa de Israel, lembrando que são forças de defesa,
08:15mesmo quando fazem ataques como fizeram, e sim, sem dúvida invadiram a soberania do Irã,
08:20sem dúvida foram lá mexer com a onça, porém são forças de defesa,
08:25tudo o que fazem é pela defesa do Estado de Israel e da democracia israelense,
08:30e essas forças estão muito firmes, muito convictas, vai durar algumas semanas,
08:35já houve ataques, inclusive, aos mísseis, o Irã deveria lançar mil, lançou 200 mísseis,
08:41então, eles estão trabalhando para enfraquecer, para reduzir o tempo da guerra,
08:45e eu acho que vai ser um conflito de muita tensão, de infelizmente muitas mortes,
08:50mas que logo vai se acalmar, todos voltaram à mesa de negociação, porque não há outra escolha.
08:57Mônica, qual a importância de outras nações nessa tentativa de apaziguar e acalmar um conflito como esse?
09:05Diversos países já se pronunciaram, França, China, Rússia, o próprio Brasil.
09:10Então, o Irã hoje está muito sozinho.
09:13Em outubro, quando teve aquele conflito que parecia quase que uma simulação,
09:18o Irã mandou alguns ataques aéreos que demoraram 9 horas, 12 horas para chegar a Israel,
09:26então, realmente parecia que era só uma sinalização, não havia vontade de realmente causar estrago,
09:31e naquela época eu lembro que eu pensei, poxa, Israel vai revidar e atacar as instalações de enriquecimento de urânio,
09:37lembrando que não são bases nucleares, são instalações de enriquecimento de urânio, por enquanto,
09:43e eu acreditei que ali já iam acabar com a farra do urânio no Irã,
09:47lembrando, gente, que Israel já em outras duas situações teve que destruir instalações militares
09:54de enriquecimento de urânio pré-nucleares, tanto na Síria quanto no Iraque.
10:02Quando essas ditaduras começam a achar que vão ter bomba atômica, Israel age de forma pontual,
10:07não é a primeira vez.
10:09Então, novamente, eu achei em outubro que eles já iam fazer esse ataque aí preventivo,
10:13e o Biden segurou, então, não houve o ataque naquela época, certamente o Trump deu força,
10:19falou, pode ir, eles fizeram esse ataque, mas o Irã está muito isolado, está muito enfraquecido,
10:25os seus próxis, seus fantoches ali da região, o Hezbollah, os Houthis, o próprio Hamas,
10:32estão degolados, decapitados, sem força para agir, então o momento é muito preciso, é muito correto,
10:38e não acredito que haverá uma grande escalada, os outros países, fora os Estados Unidos,
10:44que nós sabemos o perfil do Trump, que deu força, falou, pode ir, vai para o ataque,
10:48e que, por enquanto, está só ajudando na defesa, não se manifestou se vai ajudar a atacar também,
10:54isso vai depender se vão efetivamente atacar as bases americanas que tem no Oriente Médio,
11:01por enquanto, ontem houve a notícia de que havia sido feito um ataque, mas no final não havia,
11:06então, vai depender desse ataque em cima dos americanos, e mesmo que venha,
11:10também acho que os americanos vão fazer uma resposta rápida, pontual,
11:14ninguém quer a escalada do conflito, os impactos econômicos já se fazem sentir,
11:19ninguém quer que isso piore, a Rússia está lá ocupada com a Ucrânia,
11:24a China está mais preocupada com as tarifas dos Estados Unidos,
11:26então, não acredito que haverá uma terceira guerra mundial, uma grande escalada,
11:31o próprio Trump já falou na sua finesse que lhe é peculiar, no seu tweet,
11:37que o que ele quer é que o Irã volte à mesa de negociação, e é isso, o que precisa,
11:42vamos lembrar novamente, o Irã está enriquecendo o urânio de forma a ter uma bomba nuclear,
11:47não é possível que os ayatollahs iranianos tenham acesso à bomba nuclear,
11:53esse é o objetivo, colocá-los de volta na mesa de negociação,
11:56para que eles cancelem ou esfriem o seu programa de nuclear,