- 04/06/2025
Com mediação de Marco Antonio Villa, Visão Crítica promove uma análise aprofundada dos principais acontecimentos do dia. A cada edição, convidados com diferentes perspectivas se reúnem para debater os fatos mais relevantes do cenário político, econômico e social do Brasil e do mundo.
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NotíciasTranscrição
00:01Criado pela Constituição de 1988 e regulado em 1990, o Sistema Único de Saúde do Brasil é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo e responsável por avanços significativos no país, mas que também enfrenta desafios cada vez mais persistentes.
00:24A atuação do SUS nos diferentes níveis da administração pública em um país do tamanho do Brasil não é tarefa simples, sobretudo quando a qualidade do serviço prestado é alvo de questionamento por quem sofre com a estrutura precária, espera em filas e falta de profissionais.
00:44Não à toa, 62% dos brasileiros adultos que precisaram de atendimento médico no último ano, sequer buscaram ajuda, segundo pesquisa realizada pela Organização Global de Saúde Humane.
00:59Apesar dos retrocessos, o SUS mostrou força durante a pandemia e tem avançado em áreas como implementação de programas de prevenção e ampliação da cobertura vacinal, por exemplo.
01:11De acordo com dados da Lei Orçamentária Anual, só em 2025 o Ministério da Saúde deve receber 246 bilhões de reais para gerenciar o sistema.
01:24Mas a pergunta é, esse valor será suficiente?
01:28Diante dos desafios estruturais e escassez de recursos, o Visão Crítica desta noite debate os rumos da saúde pública no Brasil
01:37e quais são as ações necessárias para garantir a qualidade dos serviços prestados a milhões de brasileiros?
01:55Visão Crítica
01:56Olá, estamos começando mais uma edição do Visão Crítica, hoje discutindo os desafios da saúde pública no Brasil.
02:06Os nossos convidados aqui no estúdio, o doutor Luiz Henrique Mandetta, vocês certamente conhecem, ex-ministro da saúde, deputado federal, médico.
02:15O doutor Gengor Stein, vocês também conhecem, foi secretário de saúde aqui do Estado de São Paulo e atual secretário de saúde de São Bernardo do Campo, aqui no ABC Paulista.
02:26E, virtualmente, o doutor Gonzalo Vecina, médico-sanitarista e primeiro presidente da Anvisa.
02:32Bem, a primeira questão aos nossos convidados, agradecendo ter aceito o nosso convite, é uma questão, eu sei que pode ser uma espécie de Deus e sua obra.
02:40Mas, doutor, vamos começar com o doutor Vecina.
02:46Qual é o principal, se é possível dizer isso, doutor Vecina, qual é o principal desafio da saúde pública no Brasil hoje?
02:56Não entender de que sem SUS não tem solução.
03:01Nós precisamos de ter um sistema de saúde público, universal, com entrega integral de assistência à saúde.
03:09Tanto medicina preventiva, quanto medicina curativa.
03:14E esse modelo de assistência à saúde, ele tem que ser um dos instrumentos para resolver o maior problema do Brasil.
03:23E o maior problema do Brasil é desigualdade social.
03:28Eu moro aqui no Alto da Lapa.
03:29Aqui no Alto da Lapa, a expectativa de vida ao nascer é de 85 anos.
03:34Se eu morasse em cidade de Tiradentes, aqui na cidade de São Paulo, a 70 quilômetros de onde eu estou, a expectativa de vida ao nascer é de 65 anos.
03:44Como é que explica esses 20 anos de vida a mais que tem no Alto da Lapa?
03:50Pela desigualdade social.
03:53Então, o maior problema é a população entender.
03:56Neste momento, o governo está discutindo, e uma frase que eu tenho ouvido com muita frequência é
04:03os direitos sociais da Constituição de 88 não cabem no orçamento.
04:12Ou seja, nós temos que cortar direitos sociais.
04:16Temos que cortar o piso da saúde, o piso da educação,
04:20e a equiparação da correção da aposentadoria, dos benefícios de prestação continuada, do Bolsa Família,
04:30que estão vinculadas hoje ao salário mínimo.
04:35Será que é isso mesmo que nós temos que fazer?
04:37É isso que você que nos está assistindo acha que deve ser feito?
04:42Nós temos que diminuir direitos para caber no orçamento?
04:46É mais importante a saúde fiscal do que a saúde pública?
04:54Doutor Mandetta, o senhor que teve experiência lá no Ministério da Saúde, especialmente,
04:59no entender do senhor, qual é o principal desafio da saúde pública no Brasil hoje?
05:06Bom, Vila, primeiro agradecer o convite e parabenizar aqui nessa casa,
05:11aqui na Jovem Pan, toda a diretoria, Jean, meu amigo aqui de companheiro de luta do SUS
05:17durante a pandemia aqui no estado de São Paulo,
05:20e o Gonçalo Vecina, esse ícone nosso da saúde pública,
05:24que arquitetou e organizou a Anvisa, e que é aí uma referência para todos nós.
05:31O Brasil é uma complexidade até na sua sociedade,
05:37em parâmetros de igualdade e desigualdade, como o nosso senhor Gonçalo,
05:42mas você tem algumas bombas.
05:46A primeira, eu diria que é a virada e o envelhecimento da nossa população aceleradamente,
05:52o que a Europa levou quase 70, 80 anos para fazer, nós estamos fazendo um tempo muito curto.
05:57Nós já devemos ter, a partir de 26, matematicamente, mais pessoas acima de 60 do que abaixo de 20.
06:03Se a gente está fazendo discussões sobre reforma da previdência,
06:08porque você está tendo muitos idosos e poucas pessoas para trabalhar,
06:11para poder custear a previdência,
06:13na saúde, o período que você mais gasta também é na terceira idade,
06:18doenças degenerativas e etc.
06:20Então, a carga que vem pela frente nos próximos 15, 20 anos vai ser muito pesada.
06:25Eu sou nascido em 30 de novembro de 64, que é a geração do baby boom,
06:31foi um dos anos que mais nasceram crianças na história do Brasil.
06:36Portanto, nós seremos os maiores entre 56 e 64, agora chegou a nossa vez de sermos os idosos do Brasil.
06:45Esse é um ponto de muita pressão.
06:47O segundo é que o Brasil já deveria ter resolvido as doenças infecciosas,
06:52típicas de países de desenvolvimento.
06:54Então, é uma outra carga de doença.
06:56Cada dois, três anos, uma epidemia de dengue,
06:59que deveria já ter sido melhor enfrentada.
07:02É uma doença que nós deixamos de fazer um bom trabalho sobre ela.
07:05Agora que conseguimos uma vacina que o Butantan está sinalizando
07:09com uma dose única que parece que vem para ser um diferencial.
07:14O Rio de Janeiro ainda é a segunda cidade com maior índice de tuberculose.
07:18Nós temos na região centro-oeste, norte, nordeste, ranceníase,
07:22doenças que deveriam ter sido erradicadas com saneamento, com educação, com alimentação, com nutrição.
07:28Então, sofremos carga de doenças de países em desenvolvimento que não fez o dever de casa.
07:34E aí, dentro de uma cidade como São Paulo, você tem bairros sem saneamento básico,
07:38com índices baixíssimos de desenvolvimento humano,
07:41convivendo com bairros de altíssimo desenvolvimento humano,
07:44que explica a desigualdade de expectativa de vida.
07:47Isso também vai ser um peso.
07:49Depois, a gente tem dois sistemas convivendo.
07:52Um sistema privado, chamado saúde suplementar,
07:55que são os planos de saúde, que a classe média tem como um desejo.
08:00Se você somar todos, algo em torno de 45 milhões de pessoas,
08:04porque daí você conta os odontológicos, chega a 50 milhões.
08:07E você tem algo em torno de 170 milhões, que são 100% SUS dependente.
08:15Se você tivesse mais renda passível de você ter mais pessoas no sistema privado,
08:22mas não é o que está acontecendo.
08:23O sistema privado, o custo está assim e a renda da população assim.
08:27Então, a classe média não está conseguindo pagar o plano de saúde
08:31e está pressionando de volta, por razão econômica,
08:35refluindo para dentro do sistema de saúde.
08:38O orçamento público, você está vendo aí o governo indo atrás de IOF
08:41para arrumar o déficit,
08:43não tem capacidade de investimento nas necessidades de construção de hospitais,
08:48equipamentos, etc.,
08:49sem falar do custeio para os profissionais que você quer atingir.
08:53Então, a gente está trabalhando com uma pressão de financiamento no setor público,
08:59uma pressão de renda na classe média,
09:03que historicamente queria expandir o seu plano de saúde,
09:07com envelhecimento acelerado da população,
09:09convivendo com doenças infecciosas
09:12e enfrentando a alta complexidade.
09:16Nós temos UTI neonatal, nós tiramos criança de 700 gramas,
09:20nós fazemos cirurgias cardíacas, transplantes cardíacos.
09:24Nós agora incluímos o medicamento mais caro do mundo,
09:27foi incluído por o governo agora, com compartilhamento de risco,
09:30que é o Zolgesma para atrofia medular espinhal.
09:33Quer dizer, é um sistema extremamente forte,
09:39porque em termos de tempo,
09:41ele nasce de uma máxima que se colocou na Constituição,
09:45de que saúde é um direito de todos, um dever do Estado, de 1988.
09:51Em termos de tempo, o nosso sistema não tem 37 anos.
09:56É muito pouco para um sistema de saúde ser julgado.
09:59Você precisa de pelo menos um ciclo de vida, de 100 anos,
10:02para você falar, quem nasceu no SUS e morreu no SUS,
10:05100% da população,
10:06para você fazer a primeira medição,
10:08o primeiro centenário de um sistema de saúde,
10:10nós ainda temos 36, 37 anos.
10:13Nós temos pessoas que passaram a infância sem ter saúde pública,
10:17não tomaram vacina.
10:18Nós temos pessoas com sequela de pólio,
10:21vivendo atualmente dentro da sociedade,
10:23ainda da fase pré-sistema.
10:26Nós tivemos um país extremamente sem dente,
10:29nós éramos um país dos banguelas.
10:31Nós conseguimos colocar dentadura nos últimos 15 anos,
10:34mas a dentição se perdeu.
10:36Então, são tantos os pontos de atritos, desafios,
10:41e, ao mesmo tempo, são tantos os pontos de elogios ao sistema
10:46que fica uma coisa dúbia para quem olha.
10:49Aqueles que defendem e não querem a crítica
10:52e aqueles que só criticam e não defendem.
10:55É preciso equilíbrio.
10:56O sistema pode, sim, avançar.
10:58Tem, cada governo tem feito uma parte,
11:01agora precisa de um pacto nacional
11:03para enfrentar alguns dilemas
11:06que só um Congresso Nacional maduro e forte
11:08vai poder fazer essa discussão.
11:11Doutor Goura Gitaim,
11:12o senhor participou de um momento dificílimo
11:15da vida nacional recentemente
11:17como secretário estadual da Saúde.
11:18E agora está numa cidade das mais importantes do Brasil,
11:22que é a cidade de São Bernardo do Campo,
11:24para quem nos acompanha,
11:25ou no ABC Paulista.
11:26Como é que o senhor vê, então, essas questões,
11:28tanto com o levantado por doutor Mandetta,
11:30por doutor Vecina,
11:31como os principais desafios da saúde pública no Brasil?
11:34Eu acho que a primeira grande questão
11:37que se vê de forma clara
11:39é o subfinanciamento do SUS.
11:43Esse subfinanciamento não aconteceu
11:46durante a pandemia.
11:49E foi graças a isso,
11:51a injeção e colocação de recursos
11:54que permitiram a resposta
11:57que se teve naquela oportunidade.
12:00Rapidamente, ampliação de equipes,
12:02de leitos, de equipamentos,
12:05de investimento em vacina.
12:08Isso fez com que esse grande SUS
12:11pudesse dar a resposta
12:14que deu durante a pandemia.
12:18Só que naquele momento,
12:19nós focávamos numa única doença,
12:22que era o COVID.
12:23Nós deixávamos de lado
12:24todas as outras doenças.
12:28E esse foi o grande problema.
12:29Porque à medida que a pandemia acabou esvaecendo,
12:34por advento da vacina,
12:37nós passamos a aumentar,
12:39sobremaneira,
12:41doenças como o câncer,
12:42que sobrecarregavam os nossos sistemas de saúde,
12:46especialmente em condições muito mais avançadas.
12:50Porque aquele indivíduo que tinha
12:52um câncer numa fase inicial,
12:55que muitas vezes sequer sabia,
12:57era encorajado a ficar em casa.
12:59Fique em casa.
13:01E quando ele então procura um hospital
13:03já na presença de sintomas,
13:07claramente ele tem uma doença avançada,
13:09que quando não leva
13:11a uma insuficiência de tratamento,
13:14ou seja, riscos
13:15do seu tratamento em si,
13:19para a resolução do seu problema,
13:22acaba levando a um custo,
13:24um alto custo,
13:25para o erário.
13:26E é exatamente isso que a gente acabou entendendo
13:29do número de pessoas
13:30que saíram da pandemia
13:32com doenças graves,
13:35doenças em condições avançadas,
13:37e que necessitavam muito mais
13:41do nosso serviço de saúde do SUS.
13:46Então, a partir desse momento,
13:49isso acabou se acumulando
13:50por todos os 5.570 municípios,
13:55mas especialmente aqueles polos
13:57que poderiam dar a resposta
14:00para esses pacientes.
14:02E hoje, nós estamos trabalhando,
14:04o Brasil de forma geral,
14:07com um sistema que ele visa a doença,
14:11e não a promoção da saúde.
14:13A gente tem o nosso sistema de vacinação,
14:16o nosso plano de imunização,
14:19mas, por outro lado,
14:21o grande problema que nós temos visto hoje
14:25é a doença com a necessidade de hospitais,
14:29de tratamentos mais avançados,
14:32da alta complexidade,
14:34encarecendo muito mais.
14:36Por que eu digo que este olhar
14:38da prevenção e da promoção de saúde
14:41é fundamental?
14:42Porque é ele que vai olhar
14:44o envelhecimento de uma forma saudável,
14:48mas ele começa já na poericultura,
14:51já nas avaliações que são feitas
14:55ainda durante a gestação,
14:57a prevenção de doenças
14:58e acompanhamento dessas gestantes,
15:02mas olhando os nossos jovens
15:03no seu desenvolvimento
15:05para nós não termos crianças obesas.
15:08Nós temos já uma identificação
15:12de que em 10 anos
15:14nós teremos 50% da nossa população,
15:19incluindo adultos e crianças obesos.
15:24E quando a gente fala de obesidade,
15:25a gente não está falando
15:26aumento apenas de peso corporal.
15:30A gente está pensando
15:31que essas pessoas
15:34vão carregar juntamente
15:37com esse incremento de peso
15:39doenças.
15:41E essas doenças vão impactar
15:43mais e mais o nosso serviço de saúde.
15:46Então, é muito importante
15:49que a gente olhe
15:50que as secretarias da saúde,
15:52elas têm que olhar
15:53a saúde e a doença.
15:57Fazer a promoção e prevenção de saúde
15:59já desde a tenridade,
16:01ainda fazendo no intraútero,
16:05acompanhando essas mulheres
16:06durante a gestação
16:08e, ao mesmo tempo,
16:10acompanhando esses jovens adultos
16:13e também, através dos nossos programas
16:15de saúde da família,
16:17indo buscar essas pessoas
16:19em fases muito mais precoces
16:22para que elas saibam
16:23se elas têm colesterol aumentado,
16:25se elas têm triglicérides aumentados,
16:27se elas têm diabetes,
16:28se elas têm a pressão elevada.
16:32Porque hoje nós recebemos
16:34essas pessoas
16:34nos nossos hospitais
16:36que descobrem ter todos esses problemas
16:39porque tiveram AVC,
16:40ou derrame,
16:41porque tiveram infarto
16:44e assim vai.
16:45Então, nós temos que trabalhar
16:46com essas duas métricas.
16:48mas, se nós não voltarmos a ter um incremento financeiro
16:55no sistema, que ele é único na saúde,
17:00nós seguramente não vamos poder ter fôlego
17:03de dar a resposta necessária.
17:06Eu queria justamente explorar agora,
17:09doutor Vecina,
17:10pegando um gancho
17:11do que
17:12nossos dois convidados
17:14expuseram aqui.
17:16Eu até estou com o livro aqui
17:17do doutor Mandetta,
17:19aqui no...
17:20Vou lembrar...
17:20Você vai aí.
17:21É, eu estou citado aqui
17:23um paciente chamado Brasil,
17:25os bastidores da luta
17:26contra o coronavírus.
17:28Doutor Vecina,
17:29qual é, se é possível dizer,
17:31qual é a principal lição
17:32que a gente poderia tirar,
17:35ou lições, se o senhor assim preferir,
17:37em relação à tragédia
17:38que foi a pandemia do coronavírus?
17:41Bom, eu acho que nós enfrentamos
17:47a pandemia,
17:50o Jean já fez aqui a referência
17:53ao fato de que nós tivemos
17:54o apoio do Congresso
17:56redirecionando recursos
17:58através de uma lei de emergência
18:00que foi editada logo em fevereiro,
18:03mas o Brasil foi pego como...
18:08O mundo foi pego, né?
18:09De forma muito despreparada.
18:13O Brasil foi pego mais despreparado
18:16do que as nações mais desenvolvidas,
18:19Estados Unidos e Europa
18:22e mesmo a China,
18:24porque nesses países
18:25tem um sistema de vigilância
18:30da ocorrência de doenças.
18:32Nós temos aqui no Brasil,
18:34o Brasil é um dos países mais diversos
18:37que existem no mundo.
18:38nós temos seis ambientes
18:41naturais diferentes,
18:43seis biomas, né?
18:44Você tem o Pampa,
18:46a Mata Atlântica,
18:47o Pantanal,
18:49a Caatinga,
18:51o Cerrado
18:53e a Amazônia.
18:54Cada um desses núcleos
18:57de vida
19:00são diferentes dos outros.
19:02e nós não conhecemos a vida
19:04que existe, principalmente
19:05os micro-organismos
19:07que existem
19:08nesses seis biomas diferentes.
19:12Nesses seis biomas
19:13está acontecendo continuamente
19:15uma transformação muito grande
19:16de interação entre esses micro-organismos.
19:20Neste momento,
19:21nós estamos discutindo
19:22esse negócio da febre aviária.
19:24O que é a febre aviária?
19:26Ela é fruto da migração de aves.
19:28As aves no Hemisfério Norte,
19:31quando chega lá o inverno,
19:34vem para o Hemisfério Sul,
19:35as aves do Hemisfério Sul
19:36vão para o Hemisfério Norte
19:37e elas ficam viajando
19:39com seus micro-organismos.
19:42E, às vezes,
19:42acontece,
19:43como aconteceu aqui
19:44no Rio Grande do Sul,
19:45de um salto
19:48dessas aves migratórias
19:50para uma criação de aves.
19:52E, como aconteceu nos Estados Unidos,
19:54foi para a criação bovina
19:56e dos bovinos,
19:57nós já tivemos casos
19:58em seres humanos,
20:00tanto nos Estados Unidos
20:01quanto no México,
20:03com poucas mortes,
20:04mas já existiram mortes.
20:06Ainda não se comprovou
20:07uma transmissão
20:08homem-home
20:10do H5N1.
20:12Mas esse é o nosso grande temor.
20:15No dia que nós tivermos
20:17a transmissão homem-home,
20:18nós vamos ter uma nova pandemia.
20:21Agora,
20:21isso exige
20:22um estado de prontidão
20:25para identificar vírus,
20:27para fazer
20:28o mapeamento genético
20:31desses vírus,
20:34para a gente entender
20:35o que está acontecendo
20:36na natureza.
20:38E poder nos antecipar,
20:40por exemplo,
20:41fazer a vacina.
20:43O Butantan,
20:44neste momento,
20:45está se preparando
20:46para produzir
20:46uma vacina humana
20:48para o H5N1.
20:50Muitos outros países
20:51estão fazendo a mesma coisa,
20:53porque a chance
20:54de ter uma epidemia
20:56como essa
20:56é grande.
20:57Então,
20:58nós temos que aprender
20:59a fazer vigilância genômica
21:01nos seis biomas.
21:04Nós temos que aprender
21:05a trocar dados
21:06com outros países
21:08para saber
21:09o que está acontecendo
21:10lá na Europa
21:11e os europeus
21:12saberem o que está acontecendo
21:13aqui no Brasil.
21:14até na África
21:16existe um CDC,
21:19um Centro de Controle
21:20de Doenças
21:21com o qual nós temos
21:23que trocar informações.
21:26E temos que também
21:27tentar disponibilizar
21:29esse conhecimento
21:30para construir vacinas
21:32e conseguir disseminar
21:34essas vacinas.
21:35Nós temos que aprender
21:36que se eu não conseguir
21:39segurar a doença
21:41na África,
21:42a doença
21:43continuará circulando
21:45e produzindo
21:45novas variantes.
21:47Então,
21:48não adianta só
21:49acabar com a doença
21:50no Brasil.
21:51Tem que acabar
21:51no Brasil
21:52e nos países pobres
21:53que existem por aí
21:54para que não apareçam
21:56novas formas
21:58da disposição
22:00do vírus.
22:02O vírus
22:03que apareceu
22:04aqui em Manaus,
22:04a variante Gama,
22:06foi a grande
22:08responsável
22:08responsável
22:09por 400 mil mortes
22:11no Brasil.
22:11O vírus
22:12que apareceu
22:13lá na África do Sul
22:15foi o vírus
22:16que prolongou
22:17essa pandemia
22:19que nós tivemos
22:20aqui no Brasil,
22:22inclusive.
22:23Na Índia também
22:24apareceu
22:25a variante Delta.
22:27Na África do Sul,
22:29a variante Ômicron.
22:30Então,
22:31nós temos que olhar
22:32para o mundo
22:32como se fosse
22:33uma coisa só.
22:35Não dá para olhar
22:36ali é comunista,
22:37ali não sei o quê,
22:38e ali não sei quanto.
22:39Não.
22:40Do ponto de vista
22:41da saúde pública,
22:42nós temos que conseguir
22:43olhar para tudo
22:44e tentar acompanhar tudo.
22:46Essa que eu acho
22:47que é a grande lição
22:48que talvez
22:49nós não tenhamos aprendido,
22:51porque agora
22:52em Genebra
22:53tivemos as discussões
22:54para aprovação
22:55de um conjunto
22:57de decisões
22:58mundiais.
23:00Demoramos
23:01três anos
23:02para que
23:02130
23:03dos 180
23:04países
23:05chegassem
23:06a um consenso
23:07de que as informações
23:08têm que ser
23:09de todos
23:09e que
23:10se descoberto
23:12vacinas
23:12e medicamentos,
23:14eles devem ser
23:15facilitados
23:16para todos os países,
23:18em particular
23:18os países mais pobres,
23:20os países que não têm
23:21dinheiro
23:21para comprar.
23:23Na pandemia passada,
23:24Estados Unidos
23:25e Europa
23:26compraram
23:26cinco vezes
23:27as necessidades
23:28de vacina
23:29que o povo deles
23:31necessitava.
23:32E é lógico
23:32que faltou vacina.
23:33se o Brasil
23:34não tivesse
23:34conseguido
23:35produzir
23:36as vacinas
23:36aqui,
23:37nós não
23:38teríamos
23:38tido acesso
23:39a vacinas
23:40também como a África
23:41e parte da Ásia
23:42não teve.
23:43Então,
23:44existe um aprendizado
23:45local
23:46no Brasil,
23:46temos que ter
23:47uma vigilância
23:48epidemiológica
23:49com capacidade
23:50de acompanhar
23:50de Brasília,
23:52é um sistema
23:53centralizado,
23:54num SUS
23:55descentralizado,
23:56temos que acompanhar
23:57de Brasília
23:58o aparecimento
23:58de novas formas
24:00de micro-organismos
24:03que podem produzir
24:04um desastre sanitário
24:06como foi esse
24:07recentemente.
24:08E também temos
24:08que conseguir
24:09fazer isso
24:10no mundo inteiro
24:12com uma
24:12Organização Mundial
24:14de Saúde
24:15que seja
24:16mais ágil
24:17e que entenda
24:18o que é
24:19essa coisa
24:20do multilateralismo,
24:22multilateralismo,
24:24é uma coisa
24:24que nós temos
24:25que aprender
24:25a fazer,
24:26nós a humanidade.
24:28Doutor Mandetta,
24:30eu quero discutir
24:31daqui a pouco
24:32as questões
24:32bem contemporâneas
24:33que vocês destacaram,
24:35especialmente a questão
24:36da gripe aviária,
24:37vamos usar essa expressão
24:39aqui que está
24:39no meio de comunicação,
24:40mas antes disso
24:41eu tenho de perguntar
24:42para o senhor,
24:43afinal o senhor foi
24:44ministro da saúde
24:44e no momento
24:45acho que mais difícil
24:46da vida nacional,
24:47um dos mais difíceis
24:48da vida nacional
24:49no campo da saúde pública,
24:51no momento
24:52do coronavírus.
24:54O que o senhor
24:55aprendeu
24:55dessa experiência
24:57e o que poderia
24:58dessa experiência
24:59aproveitando
25:00as questões
25:00levantadas
25:01pelos nossos
25:02outros dois convidados
25:03ser utilizado hoje,
25:04mas especialmente
25:05a sua experiência
25:06nesse momento
25:06tão difícil
25:07da vida nacional
25:08e o senhor
25:08foi apresentado
25:09para o Brasil também.
25:10Na verdade,
25:12ali foi um grande
25:13aprendizado
25:14para a humanidade.
25:16A gente quando estuda
25:17no ensino médio,
25:19tem muito jovem
25:20escutando a gente,
25:21todo ano
25:22no vestibular
25:23cai a quebra
25:24da bolsa
25:24em 1929,
25:26isso é uma questão
25:27para lá de manjada,
25:29todo mundo
25:29vem saber
25:30o que foi aquilo.
25:31No século 21,
25:34a pandemia
25:35de 2020,
25:38ela está
25:39para a humanidade
25:40como a bolsa
25:41de Nova York
25:42em 1929.
25:44O impacto
25:45disso
25:46vai ser sentido
25:47durante todo
25:49o século 21.
25:50Você não para
25:51o porto de Rotterdam,
25:53Nova York,
25:54Califórnia,
25:56Paris,
25:56Roma,
25:57China,
25:58Brasil,
25:58você não para
25:59o planeta Terra
26:00inteiro,
26:00Japão,
26:01todas as linhas
26:02de produção
26:03sem que isso
26:05tenha consequências
26:06muito profundas.
26:08Nós deixamos
26:09dois anos
26:10as crianças
26:11do mundo inteiro
26:12fora da escola
26:13e elas depois
26:15quando voltaram
26:15foram aprovadas
26:16de ano,
26:17tem crianças
26:17que chegaram
26:18no quinto ano
26:19sem saber
26:19as operações
26:20matemáticas básicas.
26:22nós temos
26:22colegas médicos
26:24que fizeram
26:24o quinto
26:25e o sexto
26:25ano de medicina
26:26e receberam
26:27o diploma
26:27de médico
26:28sem entrar
26:28em um hospital.
26:31Então,
26:31a atipia,
26:33a falta
26:34de previsibilidade
26:35de como
26:36aquilo poderia
26:37se dar,
26:38nunca ninguém
26:39tinha feito
26:40um estudo
26:40simulando,
26:41vamos simular
26:42o vírus X
26:43que pode chegar,
26:44pode paralisar,
26:45parecia uma coisa
26:46de ficção
26:47científica.
26:49Ela foi
26:49uma novidade
26:50para todos,
26:51embora o Gonçalo
26:52chame atenção
26:52para as dificuldades
26:53do Brasil,
26:54mas as dificuldades
26:55foram de todos
26:56os países,
26:56nações como a Itália
26:58tiveram crise
26:59de abastecimento
27:00de oxigênio
27:01em Bérgamo,
27:02tanto quanto
27:03Manaus
27:04teve aqui no Brasil.
27:05Por total,
27:07falta,
27:08no caso de Manaus,
27:09de capacidade
27:10de gestão
27:10e a de Bérgamo
27:11pela novidade
27:13de uma doença
27:14que elevou
27:1538 vezes
27:16o consumo médio
27:17de oxigênio.
27:19o SUS
27:20naquele momento
27:21teve um movimento
27:23de muito fortalecimento
27:25no início
27:25e que eu era
27:27o porta-voz
27:28desse momento.
27:29Nós somos
27:30como um bichinho
27:31de três pernas,
27:32nós nos movimentamos
27:33federal,
27:34estadual e municipal
27:35através do
27:36Ministério da Saúde,
27:38do Conselho Nacional
27:39de Secretários
27:40Estaduais
27:41e do Conselho Nacional
27:42de Secretários
27:43Municipais.
27:43eu trouxe
27:44os dois
27:45entes federativos
27:47para a mesa
27:48do Ministério
27:49da Saúde.
27:50Eles se reuniam
27:51de manhã
27:52e de tarde.
27:53Então,
27:54a fala
27:54era uníssona.
27:57Quando o Ministério
27:58da Saúde
27:58sai desta fala
28:00e deixa
28:00governadores
28:01e prefeitos
28:02e passa a ser
28:03um crítico
28:04de governadores
28:05e prefeitos,
28:06o SUS
28:06deixou uma perna
28:08e ficou andando
28:09um pouco em círculo.
28:10Então,
28:11a capacidade
28:12da governança
28:14do sistema
28:14que se mostraria
28:16uma fortaleza
28:17frente aos outros países,
28:18nós acabamos
28:19perdendo uma perna
28:20e isso nos custou
28:22muito.
28:23Nos custou
28:24muito
28:25as assimetrias
28:26de
28:27prestação
28:29de serviços.
28:30Eu tive
28:30hospitais
28:31em São Paulo
28:32com taxa
28:33de mortalidade
28:33num CTI
28:34de 12%
28:36e eu tive
28:37não vou falar
28:38a cidade,
28:38mas na região
28:39norte,
28:4080%
28:41em algum hospital,
28:42a mesma doença
28:43com brasileiros,
28:44com profissionais,
28:45a mão de obra,
28:46médicos mal formados,
28:47enfermeiros mal formados,
28:49fisioterapeutas mal formados,
28:51baixa capacidade
28:52das escolas
28:53de profissionais
28:54de saúde
28:55entregarem profissionais
28:57com capacidade
28:58de assumirem
29:00pacientes críticos
29:01de uma maneira
29:01mais intensa.
29:03Nós vimos
29:03uma pandemia
29:06que pela primeira vez
29:07foi narrada
29:08pela internet
29:09no início
29:10uma das razões
29:12de nós irmos
29:13quase que diariamente
29:14falar a verdade
29:15na televisão
29:16é porque nós
29:17sabíamos que se não
29:18fosse dessa maneira
29:19a central de boatos,
29:22os malandros,
29:23os vendedores
29:24de ilusão,
29:26aqueles que querem
29:27se beneficiar,
29:28se você ler um livro
29:29chamado
29:29A Peste do Camus
29:30de 1946,
29:32é uma história
29:33fictícia
29:34de uma cidade
29:34que uma doença
29:35infecciosa chega.
29:36Então ele mostra
29:37como que o prefeito
29:38reage,
29:38como o cara
29:39que empresta dinheiro
29:39reage,
29:40como o médico
29:41reage,
29:41o charlatão,
29:42está todo mundo ali
29:43e é incrível
29:44como é igual.
29:47Nós não conseguimos
29:49naquele momento
29:50também
29:50da pandemia
29:53passar
29:54a situação
29:57de premência
30:00de cuidado
30:01à vida
30:02à frente
30:02da dualidade
30:04política.
30:05O Brasil
30:06politizou
30:07até o remédio,
30:08o que é
30:09um absurdo
30:10do ponto de vista
30:11de ruptura
30:13da liga social.
30:15Nós não vamos
30:16com esse conflito
30:17absurdo
30:18de direita e esquerda
30:19personalizado
30:20em pessoas,
30:21levando para momentos
30:22como esse,
30:24o país precisa
30:25mais do que nunca
30:26de pacificar,
30:27porque quando teve
30:27um problema
30:28que era acima
30:29das questões políticas,
30:30nós não conseguimos
30:31sequer
30:32ultrapassar
30:33essa ruptura
30:36para enfrentar
30:37algo que era,
30:38que dizia sobre
30:39vida e morte
30:40do meu pai,
30:40da sua mãe,
30:41da sua tia,
30:42do seu filho.
30:43Então,
30:44esses pontos
30:45me deixaram
30:46e me deixam
30:47até hoje
30:48muito impactados.
30:50E cinco anos
30:51após,
30:512020,
30:52em 2025,
30:53o país ainda
30:54não fez
30:55o seu grande
30:57debate
30:57de lições
30:58da pandemia.
31:00Lições que deveriam
31:01chamar a imprensa,
31:02os atores
31:03de internet,
31:04a indústria farmacêutica,
31:06os secretários
31:06da época,
31:08os ministros,
31:08para falar assim,
31:09não é,
31:10vê o que funcionou,
31:11o que não funcionou,
31:12porque não é se nós
31:14vamos ter ou não
31:15uma outra pandemia,
31:17é só quando.
31:18E a mutação
31:19do vírus
31:19pode estar se dando
31:20nesse momento
31:21como pode se dar
31:22daqui a 50 anos,
31:23mas que vai ter,
31:25vai.
31:26E se,
31:26eu ouso dizer,
31:27se fosse amanhã
31:28que anunciassem
31:29novo vírus,
31:30passando hidromana,
31:31cuidado,
31:32talvez o Brasil
31:33estivesse numa situação
31:34igual ou pior
31:36ao que estava
31:36de cinco anos atrás,
31:38porque não foi feito
31:39o dever de casa
31:40de ver quais foram
31:41as lições
31:42desta pandemia.
31:43E são muitas.
31:45Eu poderia aqui
31:46falar há muito tempo
31:47e ia ficar enfadonho,
31:48mas as principais
31:49são essas.
31:51Doutor Goura Chitain,
31:51o senhor estava aqui
31:52no estado de São Paulo,
31:54o estado,
31:54inclusive,
31:54que produziu a vacina,
31:56a importância
31:57do Instituto Butantan,
31:58dos Centros de Pesquisa,
31:59no Rio de Janeiro,
32:00o Fiocruz,
32:00foram fundamentais
32:02nesse momento.
32:04Do que o senhor viveu ali,
32:06que lições é possível
32:07tirar para o país?
32:09Eu acho que a gente
32:10tem que sempre olhar
32:10que a saúde,
32:12ela é a política.
32:14E quem fala de saúde
32:15são médicos conceituados.
32:18O grande problema
32:19é que no meio
32:19de toda essa história,
32:20a gente acabou vendo
32:21o surgimento de médicos
32:23que traziam exatamente
32:24condições e situações.
32:27e você fala,
32:27não, não pode ser médico
32:28falando uma coisa dessa.
32:30E eu acho
32:31que faltou também
32:33nós termos
32:34os conselhos
32:35se colocando
32:35e nos apoiando
32:37nessas questões.
32:38Nós olhávamos
32:39medidas e formas
32:41antiéticas
32:42e profissionais
32:42que estavam conosco
32:43e que talvez
32:44muitos desses
32:46políticos,
32:48governadores,
32:50acabavam se baseando
32:52nesses médicos
32:54que na verdade
32:55não teriam
32:56o direito
32:57de falar
32:58como falar.
32:59Porque foi exatamente
33:00isso que mudou
33:02a visão.
33:03Ora,
33:03é como se você
33:04fosse passar
33:06num médico
33:08para um determinado
33:09procedimento
33:10e você quer ouvir
33:11uma coisa.
33:13E aí você vai
33:13naquele médico
33:14que diz aquilo
33:15que você efetivamente
33:17quer ouvir
33:17e não aquilo
33:18que você precisa
33:20ouvir e seguir.
33:21E foi isso
33:22que aconteceu.
33:22Então,
33:23nós tivemos
33:24muita distócia
33:25das informações
33:26e foi isso
33:27que fez com que
33:28nós brigássemos
33:30a todo momento
33:31para levar
33:32a orientação
33:33correta,
33:34para orientar
33:35com que as pessoas
33:35tivessem o seu direito
33:37estabelecido
33:38que era de vacinar.
33:40Que era algo
33:41que todos nós
33:42na nossa geração
33:43sonhávamos
33:45em levantar
33:46as nossas blusas
33:47e sermos vacinados
33:49para sermos protegidos.
33:50E eu me lembro
33:51muito bem
33:51quando nós tivemos
33:53a primeira brasileira
33:56Mônica Calazan
33:57sendo vacinada.
33:58Aquilo era
33:59um gesto maravilhoso,
34:01era um gesto
34:01de esperança,
34:03era um gesto
34:03de agora
34:04nós sairemos
34:05dessa condição
34:08tão avassaladora,
34:11destrutiva,
34:12destruindo vidas
34:13e famílias
34:14e sonhos.
34:15Então, sem dúvida
34:16alguma,
34:18nós perdemos
34:20esse protagonismo
34:22à medida
34:22em que
34:22todas as pessoas
34:24tinham
34:25essas
34:26contradições
34:27nas suas falas.
34:28Então, eu não tenho
34:28dúvida que hoje
34:30nós precisamos
34:31reavaliar
34:32os nossos papéis
34:33com relação
34:34às ações
34:36que devem ser feitas.
34:37Professor,
34:38Vicina colocou
34:39uma coisa
34:39muito
34:39correta
34:41do quanto
34:41nós temos
34:42que nos preparar
34:43técnico e cientificamente.
34:46São Paulo
34:46é uma realidade
34:47à parte
34:48do que acontece
34:49em outros países.
34:50Nós temos
34:5070 centros
34:52que de forma rápida
34:53em 24 horas
34:54conseguem detectar
34:56um determinado
34:58surto
34:58de alguma doença
35:00e através
35:01do PCR,
35:02aquele PCR
35:03que nós fazíamos
35:04para a COVID,
35:05a reação de cadeia
35:06de polimerase,
35:07tem a condição
35:08de fazerem
35:09a identificação
35:11daquele agente
35:13e rapidamente
35:14proceder
35:15às formas
35:17de restrição
35:19da progressão
35:21de um determinado
35:22agente infeccioso.
35:23Só que
35:24essa realidade
35:24não vai acontecer
35:26na maioria
35:27dos nossos
35:27outros 27
35:29estados
35:30ou 26 estados.
35:32Então,
35:32seguramente
35:33nós temos
35:34a primeira questão
35:35é relacionada
35:37a uma
35:38não conformidade
35:41nas respostas.
35:43O segundo aspecto
35:44que hoje nós temos
35:45é o quanto
35:47nós temos
35:48os nossos profissionais
35:50da saúde
35:50que ainda estão
35:52desqualificados
35:53com aumento
35:54do número
35:54de faculdades
35:55que têm sido
35:56abertas
35:56em todo o país
35:58e formando
35:59profissionais
36:00cada vez menos
36:01capazes
36:03de dar a resposta
36:05que nós
36:06tanto
36:07precisamos.
36:08E por outro aspecto
36:09voltar
36:10como eu falei
36:11de início
36:12até um financiamento
36:14do SUS
36:15atualizado.
36:17Hoje
36:17o estado
36:17de São Paulo
36:18ele tem
36:20o SUS
36:22paulista
36:22uma tabela
36:23diferenciada
36:24mas que contempla
36:25infelizmente
36:26só
36:26os filantrópicos
36:28as santas casas.
36:29a maioria
36:30dos nossos
36:30hospitais
36:31infelizmente
36:32São Bernardo
36:33é um deles
36:33ele acaba
36:34sendo
36:35financiado
36:38pelo próprio
36:39município
36:40e por
36:41uma fração
36:42relativamente
36:43baixa
36:44do próprio
36:44ministério
36:45enquanto
36:46que
36:47nós deveríamos
36:48ter o preceito
36:49da tripartite
36:50fazendo
36:51esse fomento
36:52dessas
36:53unidades
36:56hospitalares
36:57não só
36:58para
36:59atualização
37:00de aparelhos
37:02de
37:02aumento
37:03de leitos
37:04contratação
37:06de
37:06recursos
37:07humanos
37:08pagamento
37:09principalmente
37:10dos pisos
37:12especialmente
37:12de enfermagem
37:14que são merecedores
37:15mas nós precisamos
37:16de recursos
37:17para que
37:18todos esses
37:19financiamentos
37:20sejam
37:21possíveis.
37:24Então
37:24sem dúvida
37:24alguma
37:25nós estamos
37:26olhando uma
37:26série de
37:26coisas
37:27tanto em relação
37:28a respostas
37:29no ponto de
37:29vista
37:29técnico
37:31e
37:31científico
37:34mas também
37:34operacional
37:35então
37:36nós estamos
37:37obsoletos
37:38tanto
37:39nos nossos
37:40recursos humanos
37:41estamos
37:41obsoletos
37:42infelizmente
37:44quando
37:44nos
37:44falamos
37:46em termos
37:47de equipamentos
37:48que nós
37:49precisamos
37:50é claro
37:51que existe
37:51ilhas
37:53de excelência
37:54mas a gente
37:55está falando
37:56de um
37:57grande
37:57sistema
37:58que
37:58deveria
37:59abarcar
38:00de uma forma
38:01equânime
38:02em todo o país
38:03eu queria
38:04tocar em duas
38:06questões
38:06mas primeiro
38:07passando
38:07para o doutor
38:08vecina
38:08o que aconteceu
38:09conosco
38:10doutor vecina
38:11nós éramos
38:12não sei se eu
38:12estou
38:13correto
38:13o país
38:14que mais
38:15vacinava
38:15no mundo
38:16há muito
38:17tempo atrás
38:18quando eu era
38:18adolescente
38:19faz um certo
38:20tempo
38:20eu lembro
38:21que tinha
38:22vacinação
38:22infantil
38:23paralisia
38:23infantil
38:24o doutor
38:24ceibe
38:24veio várias
38:25vezes ao
38:26brasil
38:26isso eu vi
38:26na televisão
38:27e havia
38:28campanhas
38:29que passavam
38:30pela televisão
38:30e todo mundo
38:31ia lá e vacinava
38:32era algo
38:32líquido e certo
38:34aí de uma hora
38:35para outra
38:35inclusive fortalecido
38:37creio eu
38:37por leituras
38:38negacionistas
38:40durante a pandemia
38:40a vacina
38:41passou a ser
38:42algo perigosíssimo
38:43ao invés de salvar
38:44a vacina
38:45entre aspas
38:46matava
38:46doutor vecina
38:47parece que isso
38:49continua até hoje
38:50por alguns índices
38:51ao menos que eu vejo
38:52acompanhando
38:52as notícias
38:53que os índices
38:54de vacinação
38:55no brasil
38:55caíram muito
38:56como enfrenta isso
38:57bom primeiro
39:00o modelo
39:01de vacinação
39:01brasileira
39:02é o chamado
39:03modelo campanhista
39:04a gente vacina
39:05fazendo campanhas
39:06os países
39:07mais evoluídos
39:09vacinam
39:10durante o período
39:11em que as crianças
39:12tem que fazer
39:13um negócio
39:13chamado
39:14puericultura
39:14que é ir no médico
39:16pediatra
39:17ou na enfermeira
39:18que faz assistência
39:19primária
39:19saúde
39:20nesses países
39:21e que examina
39:23a criança
39:23para ver se a criança
39:24está crescendo
39:25se a criança
39:26está tendo
39:26os reflexos
39:27que deveria ter
39:28está ganhando peso
39:30enfim
39:30se a criança
39:31está se desenvolvendo
39:32nesse momento
39:33que é o momento
39:34da puericultura
39:34ela toma vacina
39:36é desse jeito
39:37que nos países
39:38civilizados
39:38se consegue
39:39proteger a população
39:41infantil
39:41de maneira adequada
39:42no Brasil
39:43nós a partir
39:44de 1975
39:45resolvemos partir
39:47para o modelo
39:48campanhista
39:49por quê
39:49porque nós
39:49éramos pobres
39:50nós somos
39:51um país
39:52de renda média
39:53e nós não
39:54tínhamos dinheiro
39:55para fazer
39:55para ter pediatra
39:57em tudo quanto é lugar
39:58então nós fizemos
39:59o modelo
40:00campanhista
40:01o modelo
40:01campanhista
40:02dá certo
40:03se houver
40:04campanhas
40:05em 2016
40:07aqui no Brasil
40:09nós demos lá
40:10o golpe de estado
40:11e afastamos
40:12a presidenta
40:13Dilma Rousseff
40:13porque ela estava
40:14fazendo pedaladas
40:15fiscais
40:16e aí
40:17foi promulgado
40:18uma emenda
40:19constitucional
40:20emenda constitucional
40:2195
40:22que paralisou
40:24os gastos
40:25públicos
40:25no Brasil
40:26por 20 anos
40:28onde é que
40:29o ministério
40:30da saúde
40:31em 2016
40:32no governo
40:33Temer
40:34resolveu
40:35fazer
40:35economia
40:36nas campanhas
40:37acabaram-se
40:39as campanhas
40:39de vacinação
40:40acabaram-se
40:41as campanhas
40:42das doenças
40:43infectocontagiosas
40:45sexualmente
40:46transmissíveis
40:47acabaram-se
40:49as campanhas
40:49por segurança
40:50alimentar
40:51em 2022
40:53o Brasil
40:54voltou a ter
40:55casos de desnutrição
40:56grave
40:57que não tinha
40:58desde os anos 2000
40:59doenças como aquelas
41:00que a gente vê
41:01nos filmes da África
41:02nós não tínhamos
41:04mais
41:05voltamos a ter
41:06em 2022
41:06porque
41:07voltamos a ter
41:09insegurança alimentar
41:10no Brasil
41:10porque o governo
41:11resolveu
41:11não fazer mais
41:12estoque de alimento
41:14não pensar mais
41:15insegurança
41:16alimentar
41:17não ter
41:17políticas
41:18que garantissem
41:19que
41:20um mínimo
41:21de alimento
41:22chegasse
41:22à mesa
41:23dos mais
41:24pobres
41:24isso tudo
41:26fez com que
41:27se você pegar
41:27os gráficos
41:29de vacinação
41:30a queda
41:31começa em
41:322016
41:33e vem mais ou menos
41:35do mesmo jeito
41:36até 2022
41:37por que?
41:39porque deixamos
41:41de fazer
41:42campanhas
41:43além de deixar
41:44de fazer
41:45campanha
41:45apareceu isso
41:47que o
41:49Jean falou
41:49aí de médicos
41:50que falavam
41:52e ainda falam
41:53esses médicos
41:54que não tem
41:55que vacinar
41:55não precisa vacinar
41:57venha no meu
41:58consultório
41:59que no meu
41:59consultório
42:00eu tenho a solução
42:01para as doenças
42:03dos seus filhos
42:04custa um pouquinho
42:05mais
42:05porque afinal de contas
42:07tudo que é bom
42:07custa mais
42:08mas eu tenho a solução
42:10aqui
42:10que é a história
42:11dos negacionistas
42:12os negacionistas
42:13tem uma alternativa
42:15que eles vendem
42:16sempre
42:17então
42:18as notícias falsas
42:21o médico inglês
42:22que na década
42:23de 90
42:24resolveu dizer
42:25que sarampo
42:26vacina de sarampo
42:28dava
42:29dava autismo
42:30e o que que
42:31na verdade
42:32o que ele tinha
42:32era uma outra patente
42:33que ele queria
42:34colocar no mercado
42:35e colocou
42:36até
42:36a revista
42:38lancet
42:39despublicar
42:41o que havia
42:41publicado
42:42sobre ele
42:43então
42:43nós tivemos
42:45uma tempestade
42:46perfeita
42:47a falta
42:49de dinheiro
42:50para fazer
42:50campanha
42:51o modelo
42:53campanhista
42:54a questão
42:56dos
42:57negacionistas
43:01e particularmente
43:02essa associação
43:04chamada
43:05médicos pela vida
43:06médicos pela vida
43:07são 10 mil
43:08médicos
43:09que são associados
43:10a essa entidade
43:11mística
43:13essa entidade
43:14mística
43:15tem 10 mil
43:16médicos
43:16nós somos mais de
43:17600 mil médicos
43:18no Brasil
43:18mas é uma gota
43:20mas essa
43:21essa entidade
43:21alguns desses médicos
43:23fazem barulho
43:24até hoje
43:25dizendo
43:25que as pessoas
43:26não devem se vacinar
43:28que a melhor solução
43:29está no consultório
43:30deles
43:30com as fórmulas
43:32maravilhosas
43:33que eles têm
43:33lá para vender
43:34para quem
43:35for um
43:35incalto
43:36que caia
43:36num consultório
43:37desses
43:38então
43:39eu não tenho
43:40a menor dúvida
43:41sobre a explicação
43:42de por que
43:42a queda
43:43da cobertura
43:44vacinal
43:44e por que
43:45nós estamos
43:46recuperando
43:46porque já
43:47estamos
43:47com as vacinas
43:48mais importantes
43:49com uma cobertura
43:50hoje
43:50de 85%
43:52voltamos
43:53a fazer
43:54campanha
43:54não chegamos
43:55ao nível
43:56pré
43:572015
43:58mas chegaremos
44:00e eu espero
44:01que a gente
44:01caminhe
44:02para o modelo
44:03da poericultura
44:04saia do modelo
44:05campanhista
44:06na medida
44:06em que hoje
44:07temos mais de
44:0750 mil
44:08unidades básicas
44:09de saúde
44:10funcionando
44:11no Brasil
44:12doutor
44:13mandeto
44:13queria pegar
44:14a seguinte
44:15questão
44:16só para
44:16que nós estamos
44:17indo
44:17para o nosso
44:18último quarto
44:18do nosso
44:19programa
44:20a questão
44:21da febre
44:22aviária
44:23ou da gripe
44:24aviária
44:24podemos ter
44:26uma epidemia
44:27o estilo
44:28coronavírus
44:29exagero
44:30está sendo
44:31bem tratado
44:32bem divulgado
44:32as pessoas
44:33estão informadas
44:34qual a avaliação
44:35que o senhor faz
44:36é uma avaliação
44:38de ausência
44:40de informação
44:40porque imagina
44:42nós estamos aqui
44:43falando
44:44você tem pessoas
44:45técnicas
44:45tal janta
44:46eu
44:46tal vecina
44:47são pessoas
44:48esclarecidas
44:48nós estamos aqui
44:49nesse veículo
44:49imagina o cidadão
44:52comum
44:52ele liga a televisão
44:54está lá
44:54gripe aviária
44:55no Rio Grande do Sul
44:56vai ter que ser
44:57feito
44:58o extermínio
44:59de todas as galinhas
45:00que estão lá
45:01vão ter que ir atrás
45:01dos ovos
45:02tirar os ovos
45:03o cidadão comum
45:04olha e fala
45:04vem cá
45:04eu posso comer frango
45:05eu posso comer ovo
45:07essa gripe
45:09passa pra mim
45:10não passa
45:11o que que está acontecendo
45:13quando você tem
45:14uma situação
45:14como essa
45:15não existe
45:17a dissociação
45:18entre
45:19isto é
45:20uma doença
45:21do Ministério
45:21da Agricultura
45:22isto é
45:23uma doença
45:24animal
45:24e portanto
45:26não existe
45:26doença humana
45:27é uma saúde só
45:28é o conceito
45:30de One Health
45:30que o mundo todo
45:32tenta
45:33emplacar
45:34você quando tem
45:36um cachorro
45:37um gato
45:38um bovino
45:39um suíno
45:40doente
45:40usam os antibióticos
45:41que são os antibióticos
45:42usados pelos seres humanos
45:44às vezes você está
45:45criando resistência
45:46em cepas
45:47que amanhã vão infectar
45:48então nós temos
45:50que colocar o ser humano
45:51nessa história
45:52também
45:52está faltando
45:54esclarecimento
45:55sobre
45:55como é que está
45:57a vigilância
45:58em relação
45:58às pessoas
45:59o que que isso
46:01afeta
46:01as pessoas
46:02afinal de contas
46:03por que que tantos países
46:04param de comprar
46:05o frango brasileiro
46:07se isso não faz mal
46:08para os seres humanos
46:09o que que é que está
46:10acontecendo
46:11alguém tem que explicar
46:12olha eles não estão comprando
46:14porque eles têm medo
46:15de contaminar
46:16os seus aviários
46:17e terem que sacrificar
46:20também os seus aviários
46:21mas já há relatos
46:23de pessoas
46:24que trabalham
46:25trabalhadores
46:26que trabalham com aves
46:27dentro das granjas
46:28dentro dos
46:30dos frigoríficos
46:31de frango
46:32que contraíram
46:33a doença
46:34do animal
46:35doença que tem
46:36uma
46:37uma letalidade
46:38uma doença grave
46:40uma forma grave
46:41não há ainda relato
46:43de passar
46:43de uma pessoa
46:44para outra pessoa
46:45mas está todo mundo
46:47preocupado com isso
46:48então me parece
46:50que falta
46:51essa
46:51essa
46:52essa fala única
46:54de saúde humana
46:56com saúde animal
46:57falta esclarecer
46:58para a população
46:59para que ela possa
46:59se apropriar
47:00da boa informação
47:01e não cair
47:03daqui a pouco
47:04vai começar
47:05alguém vai pegar
47:06o microfone
47:06vai falar
47:07que já havia um caso
47:08começa
47:09o alarmismo
47:10começa
47:11a distorção
47:12essa questão
47:14que estava
47:15o Gonçalo
47:16falando anteriormente
47:17da questão
47:19da vacina
47:19o que que acontece
47:21em 2015
47:22em 2016
47:23é o início
47:24fortemente
47:25da internet
47:26o movimento
47:27antivacina
47:28ele não é um movimento
47:29explicável
47:29por impeachment
47:31de Dilma
47:31não
47:32não é ali
47:33isso acontece
47:34na Europa
47:34isso acontece
47:35nos Estados Unidos
47:36acontece no planeta
47:37terra inteiro
47:38o movimento
47:39antivacina
47:39não é um movimento
47:40made in Brasil
47:41ele não é um movimento
47:43da camada mais pobre
47:44da população
47:45a camada mais pobre
47:46continua vacinando
47:47seus filhos
47:47e procura sim
47:48muito a atenção primária
47:50ele é um movimento
47:51de uma
47:52de uma classe
47:53mais
47:55média alta
47:56que
47:56começa
47:57a
47:58a distanciar
47:59da realidade
48:00nós fizemos a pesquisa
48:02o que que
48:02o que que motiva
48:04essas pessoas
48:04quando você fala
48:05de pólio
48:06de paralisia
48:06as pessoas
48:09as mães de hoje
48:10nunca viram
48:11uma criança
48:12com pólio
48:13quando você
48:14era jovem
48:15que o Seibin
48:16veio aqui
48:16eu tinha
48:18oito anos
48:19a gente
48:20pô
48:21a Seibin
48:22era o nosso herói
48:24a gente ia
48:25a mãe da gente
48:26eu me lembro
48:27das campanhas
48:27gente saindo
48:28do fundo
48:29dos pantanais
48:29as avós
48:31preocupadas
48:31porque a doença
48:32deixava as crianças
48:33com a perna
48:33fina
48:34criança não conseguia
48:35andar
48:36não conseguia
48:36falar
48:37o sarampo
48:37elas viam
48:38as crianças
48:39ficar cega
48:39elas viam
48:40as crianças
48:40morrer
48:40a doença
48:41batia na porta
48:42o próprio
48:43sucesso
48:44do programa
48:45de termos
48:45eliminados
48:46uma geração
48:47que veio
48:47é como se
48:48falasse de
48:48varíola
48:49pra você
48:49você fala
48:50pô eu nunca vi
48:50ninguém com
48:51varíola
48:51realmente
48:51nós acabamos
48:52com varíola
48:52antes da gente
48:54ver
48:54então tem esse
48:56componente
48:56muito forte
48:57em 2019
49:00a maior
49:01campanha
49:02pró-vacina
49:03que nós
49:04iniciamos
49:04foi nos
49:05100 dias
49:05de governo
49:06nós iluminamos
49:06o Cristo
49:07Redentor
49:07nós lançamos
49:08o desafio
49:09mundial
49:10de vacina
49:11como um bem
49:12da humanidade
49:13lá em Genebra
49:14nós fizemos
49:15campanha
49:16com vacinômetro
49:17e mídia nacional
49:18dando dinheiro
49:19pras cidades
49:20que mais vacinasse
49:21os secretários
49:22eram chamados
49:22pelo nome
49:23em rede nacional
49:24pra melhorar
49:25os índices
49:25de vacinação
49:26e você não recupera
49:27porque mudou
49:28um governo
49:28não
49:29não é assim
49:29você recupera
49:31porque tem um
49:31somatório
49:32de esforços
49:33e que vão
49:34no tempo
49:35levando a recuperação
49:36pela doença
49:37então
49:38é uma situação
49:40na gripe aviária
49:41de falta
49:42de informação
49:42isso está
49:43quase como assim
49:45não vamos falar
49:47disso porque tem
49:47muitas implicações
49:49econômicas
49:50é como se falasse assim
49:51olha já acabou
49:52já acabou
49:52já acabou
49:52vamos embora
49:53vamos embora
49:53toca o barco
49:54mas a vigilância
49:56precisa ser
49:57nós chamamos
49:58na época
49:58era Wanderson
49:59era o secretário
50:00nacional de vigilância
50:01nós chamamos
50:02na época
50:02era a governadora
50:04em exercício
50:04de Santa Catarina
50:05o governador
50:06tinha sido afastado
50:07ela era vice-governadora
50:08fizemos uma reunião
50:09no Ministério da Saúde
50:11preocupados
50:12porque Santa Catarina
50:13e Rio Grande do Sul
50:14é onde mais tem
50:15pequenas propriedades
50:16familiares
50:18criando ave
50:19e suíno
50:20na mesma
50:21pequena propriedade
50:22é uma característica
50:23dos proprietários
50:24e da produção rural
50:25do sul do Brasil
50:27ali
50:27nós queríamos fazer
50:29com Santa Catarina
50:30um aumento exponencial
50:31para poder
50:32mapear
50:33vírus
50:34desse
50:35meio campo
50:38com laboratórios
50:38Paraná faz isso
50:40muito bem
50:40Santa Catarina
50:41precisava melhorar
50:43Rio Grande do Sul
50:43precisava melhorar
50:44mas a gente
50:46não pode impor
50:47ao Estado
50:47tem que construir
50:48com o Estado
50:48e num certo momento
50:50eles falaram
50:50não, não
50:51tá bom
50:51tá bom do jeito que tá
50:52nós não queremos
50:53descobrir muita coisa
50:55aqui dentro
50:55então o Brasil
50:56precisa ampliar
50:58sua presença
50:59nos lugares
50:59precisa
51:00sempre será difícil
51:0117 mil quilômetros
51:03de fronteira
51:04fronteira com os países
51:05mais pobres da América do Sul
51:07com Paraguai
51:07com a Bolívia
51:08a vigilância
51:11nesses países
51:11a Bolívia tem raiva
51:13humana
51:14por transmissão
51:15canina
51:15como bloquear
51:17as aves migratórias
51:18elas descem no Pantanal
51:19elas descem na Amazônia
51:20elas descem no Pampa
51:21o Brasil é um continente
51:22então vai ser sempre
51:24muito difícil
51:25para o Brasil
51:25mas a gripe aviária
51:27no momento
51:28me parece que
51:29falar de gripe aviária
51:30sem falar
51:31da condição
51:33humana
51:34nesse processo
51:35e sem pacificar
51:36isso para as pessoas
51:37é incrível
51:38como as pessoas
51:39me perguntam
51:40quando me encontram
51:40falam
51:40vem cá
51:41posso comer carne de frango
51:42posso comer ovo
51:43o que está acontecendo
51:44um total desconhecimento
51:46das pessoas
51:46sobre o impacto
51:47dessa doença
51:49doutor Gorshinei
51:50o senhor
51:50como é que o senhor
51:51avalia essa questão
51:52que envolve
51:53que passa pela questão
51:55das vacinas
51:56tem a questão
51:57da gripe aviária
51:58porque há uma dificuldade
52:00parece que há um problema
52:01que nós temos
52:01de circulação
52:02das informações
52:03nós somos tantos
52:04meios de comunicação
52:05como nunca tivemos
52:06na história do Brasil
52:07e é incrível
52:08questões tão importantes
52:10as pessoas não tem
52:11informação básica
52:12concordo muito
52:13com o Mandetta
52:14quando ele diz
52:14que isso tem
52:15a ver com a internet
52:17internet você fala
52:18o que você quer
52:19cria as verdades
52:21ou mentiras
52:22que você
52:23é exatamente
52:24então você vai fazer
52:25aquilo que quer
52:26nós seguramente
52:28estamos recuperando
52:30tudo aquilo
52:31em termos de vacinação
52:33do que perdemos
52:35no passado
52:35de anos
52:37isso não era
52:38não veio realmente
52:39na época da covid
52:41ele só
52:41se evidenciou
52:43com a covid
52:45então
52:45hoje
52:47as campanhas
52:47que tem sido feitas
52:48nos municípios
52:50elas tem trazido
52:52o desejo
52:53das pessoas
52:53em vacinar
52:54e realmente
52:56as pessoas
52:57que não querem vacinar
52:58na maioria das vezes
52:59são as pessoas
53:01de castas mais nobres
53:02que isso
53:04nós vimos muito
53:05por exemplo
53:06quando falava em sarampo
53:07nos Estados Unidos
53:08das pessoas
53:09terem
53:10porque lá sim
53:11o cuidado
53:13sanitário
53:15tem a ver com
53:15polícia
53:16e as pessoas
53:17eram
53:18presas
53:19se
53:19não
53:20tomassem
53:21as vacinas
53:22exatamente
53:23então isso era
53:24compulsório
53:26aqui nós temos
53:26uma vacina
53:27obrigatória
53:28mas que não leva
53:29a prisão
53:30dessas pessoas
53:31então sem dúvida
53:32alguma
53:32nós felizmente
53:34e eu acho
53:35que a própria
53:36covid
53:36trouxe
53:37esse reforço
53:39de que se nós
53:40estamos aqui
53:41sem máscara
53:42vivendo o nosso
53:43normal
53:43nós devemos
53:45isso
53:45a vacina
53:46que é
53:47feita de forma
53:48anual
53:49principalmente
53:50nos grupos
53:50prioritários
53:52quando a gente
53:53fala de
53:54gripe
53:56aviária
53:57nós temos
53:58que ter
53:58realmente
53:59um alerta
54:00se a gente
54:01voltar na história
54:02de 2009
54:03como foi o advento
54:04da gripe
54:06suína
54:06foi exatamente
54:07uma ave
54:08migratória
54:09que veio
54:10da região
54:10da China
54:11que aterrizou
54:12ali
54:13numa propriedade
54:15rural
54:15no México
54:16e que
54:18passou
54:19esse vírus
54:20da ave
54:21para um
54:22porco
54:23e do porco
54:24se adaptou
54:25muito bem
54:26e desse
54:27porquinho
54:27acabou passando
54:29para um ser humano
54:30e que se adaptou
54:32muito bem
54:33H1N1
54:34que foi o H1N1
54:35e o H1N1
54:37conseguiu
54:38passar desse
54:39homem
54:39para outro
54:40homem
54:41e tinha uma
54:41característica
54:42que nós chamamos
54:43alta infectividade
54:44que era a alta
54:45condição de
54:46transmissão
54:46de pessoa
54:48a pessoa
54:48a ponto
54:49de daquela
54:50localidade
54:51nós tivemos
54:52também uma
54:52pandemia
54:53qual foi a
54:55diferença
54:55a vacina
54:56veio rápido
54:56nós já
54:57tínhamos
54:58medicação
54:58que era
54:59o Oseltamivir
55:00que respondia
55:00muito bem
55:01e que tinha
55:02impactos
55:03dentro do pulmão
55:04muito diferentes
55:04do próprio
55:05do próprio
55:07covid
55:07então nós
55:08tivemos
55:09resposta
55:09dizer hoje
55:11que a gripe
55:12aviária
55:13pode
55:14ser uma
55:16condição
55:16de transmissão
55:17pessoa a pessoa
55:18sim
55:19não neste
55:20momento
55:21mas em algum
55:22momento
55:22nós
55:23vamos
55:24ter
55:24essa
55:25condição
55:26e por que
55:26porque naturalmente
55:28o vírus se adapta
55:29o vírus depende
55:30do organismo
55:31para continuar
55:32vivo
55:32e dessa maneira
55:33ele vai se
55:34adaptando
55:35e quanto
55:35menos letal
55:37ele for
55:37por exemplo
55:38hoje ele tem
55:39o seu poder
55:40de letalidade
55:40de levar
55:41uma doença
55:41mais grave
55:42mas se ele
55:43matar menos
55:45ele vai viver
55:46mais
55:46e aí ele vai
55:47conseguir transmitir
55:49de pessoa
55:50a pessoa
55:50isso é uma
55:51questão
55:51de tempo
55:52mas
55:53por outro
55:53lado
55:54ele também
55:54responde
55:55ao
55:56ozel tamivir
55:57então nós
55:58temos uma
55:59medicação
55:59para isso
55:59diferente do
56:00covid
56:00nós temos
56:02já o
56:03desenvolvimento
56:03de vacinas
56:04vacinas que
56:05estão
56:05desenvolvidas
56:06que são
56:06usadas
56:07hoje
56:07em
56:08aves
56:09mas que
56:10podem ser
56:11adaptadas
56:11para
56:12os homens
56:13então
56:13sem dúvida
56:14alguma
56:15essa visão
56:16de história
56:17é a história
56:18é olhar
56:18para a história
56:19o nosso
56:20passado
56:20e vislumbrar
56:21o futuro
56:22daquilo
56:22que nós
56:23devemos
56:23fazer
56:24para garantir
56:25que nós
56:26devamos
56:26ter uma
56:27trajetória
56:28diferente
56:28do que
56:29nós
56:29tivemos
56:29eu
56:30eu queria
56:31olha
56:31nós
56:32discutimos
56:32questões
56:32importantíssimas
56:34eu queria
56:34antes de
56:35agradecer
56:36aos nossos
56:37convidados
56:38lembrar que
56:39a vacina
56:39e aí
56:40é uma
56:40questão
56:40de justiça
56:41histórica
56:41nós devemos
56:42a iniciativa
56:44e levar
56:44até o fim
56:45do governador
56:46João Doria
56:46podemos
56:47discordar
56:48ou concordar
56:49do governador
56:49sobre outras
56:50questões
56:51que não é
56:51o caso
56:52mas
56:52esse
56:53nós temos
56:53uma dívida
56:54histórica
56:54em relação
56:55a essa questão
56:56e o governador
56:56levou isso
56:57o governador
56:58então
56:58até o fim
56:59e teve um preço
57:00político
57:00muito alto
57:01por isso
57:01então acho
57:02que devemos
57:02registrar
57:03e agradecer
57:04e agradecer
57:05a todos
57:06que nos acompanharam
57:08agradecer muito
57:09aqui a presença
57:11do doutor
57:11Luiz Henrique
57:12Mandetta
57:13agradecer o doutor
57:14Jean Gorenstein
57:15e agradecer
57:16o doutor
57:17Gonzalo Vecina
57:18e a você
57:19que nos acompanha
57:20mais uma vez
57:21certamente
57:22aprendeu muito
57:23sobre a importância
57:24da saúde pública
57:25no Brasil
57:25os seus dilemas
57:26e voltaremos
57:26claro
57:27outra vez
57:28ainda a esse
57:28a esse tempo
57:29nos encontramos
57:30amanhã
57:31no mesmo horário
57:32visão crítica
57:33às 22 horas
57:34muito obrigado
57:35a opinião
57:37dos nossos comentaristas
57:38não reflete
57:39necessariamente
57:40a opinião
57:41do grupo
57:41Jovem Pan
57:42de comunicação
57:43Realização
57:48Jovem Pan News
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