O general Júlio César de Arruda prestou depoimento nesta quinta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha do tenente-coronel Mauro Cid. No depoimento, Arruda negou ter impedido prisões nos acampamentos montados em frente aos quartéis antes dos atos de 8 de Janeiro. O conteúdo faz parte das investigações sobre os eventos que culminaram na tentativa de golpe.
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NotíciasTranscrição
00:00Mas quero começar contando que o ex-comandante do Exército, Júlio César Arruda,
00:04negou ter proibido a entrada da Polícia Militar do Distrito Federal no acampamento durante o 8 de janeiro de 2023.
00:11O general prestou depoimento como testemunha de defesa de Mauro Cid na audiência do Supremo Tribunal Federal.
00:18O Bruno Pinheiro acompanhou e traz as informações agora. Fala, Bruno.
00:22Oi, Ivandro. Ótima tarde também a você, a quem nos acompanha aqui na Jovem Pan, nesta quinta-feira.
00:28A audiência iniciou às 8 horas da manhã no Supremo Tribunal Federal.
00:32Oitivas rápidas, na verdade, era por volta de 9 e meia da manhã.
00:36Já havia sido encerrado, ouvido todas as testemunhas que foram indicadas pelos seus advogados
00:44e por Mauro Cid também para o depoimento desta quinta-feira.
00:48O depoimento que mais chamou atenção foi do general Arruda, Júlio César Arruda,
00:53ele que tem uma ligação, uma amizade com Mauro Cid e com a sua família.
00:58Ele revelou, e entre os outros militares que também foram ouvidos nesta quinta-feira,
01:03que Cid nunca discutiu uma minuta de golpe de Estado, nunca disse sobre uma campanha eleitoral
01:09e sempre foi um militar exemplar, que sempre foi o 01 daquilo que ele sempre disputou, concorreu,
01:18se propôs a fazer dentro do exército e que também ele sempre foi um homem que seguiu ordens.
01:26Ou seja, quando repassavam a ele uma ordem, uma informação, ele sempre seguiu aquele regimento interno do exército.
01:35E também que após os atos do 8 de janeiro, duas situações.
01:38Ele estava decepcionado com um certo abandono ao longo dos dias daquele núcleo duro que sempre esteve ao seu entorno
01:46e também estava fazendo uma condenação sobre os atos do 8 de janeiro, de acordo com os militares.
01:54Esse é um entendimento unânime entre os outros militares,
01:58que é uma condenação sobre o que aconteceu durante o 8 de janeiro.
02:02Agora, o general Arruda foi interrogado entre os advogados e até mesmo entre o ministro Alexandre de Moraes
02:08sobre uma ordem do ministro relator Alexandre de Moraes na noite daquele emblemático 8 de janeiro.
02:14Evandro, a gente já tem inclusive uma arte que revela o que respondeu o general Arruda.
02:20Em resumo, a gente vai entender juntos agora aqui na Jovem Pan.
02:24Ele disse que naquele dia ele foi para o local, para esse exército, para o acampamento,
02:29que já durava alguns dias aqui na capital federal.
02:32E ficou acompanhando os acontecimentos.
02:35Quando foi à noite que os manifestantes estavam retornando para esta região onde eles estavam acampados,
02:42ele recebeu a informação que tinha essa ordem do ministro Alexandre de Moraes.
02:47Só que quando os homens da polícia militar, o comando da polícia militar,
02:51chegou no exército para executar esta decisão, para realizar de fato esta operação lá no acampamento,
03:00o general Arruda, de acordo com a investigação, disse que a sua equipe era muito maior do que a equipe dos homens da polícia militar.
03:10Não autorizou o acesso da polícia militar no acampamento.
03:14E aí foi necessário aguardar a chegada de alguns ministros, como a do ministro, então, da Justiça,
03:21ministro Flávio Dino, ministro José Múcio Monteiro, ministro Rui Costa, da Casa Civil,
03:26e outros chefes que também chegaram e começaram a ter uma discussão de como essa operação iria acontecer.
03:33A Arruda justificou hoje, durante a audiência, ao ministro Alexandre de Moraes,
03:38que era um momento muito tenso e que era necessário ter uma organização para ser algo que tivesse uma organização
03:48para executar este plano e esta ordem do ministro Alexandre de Moraes.
03:53E isso aconteceu na sequência, juntamente com o interventor, que era o Ricardo Rapelli, aqui do Distrito Federal.
04:00Mas, quando ele foi questionado se teve um confronto de Arruda com os homens da polícia militar,
04:07ele disse que não se lembra o que ele respondeu naquela noite do 8 de janeiro.
04:11Ainda sobre a discussão, esse relacionamento com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro,
04:19ele disse que tudo que Cid se propõe a fazer operacional e intelectual, ele sempre saiu muito bem.
04:27Disse que visitou Cid no batalhão de polícia do exército e que tem uma conversa, normalmente,
04:34com a família que, inclusive, reside em Niterói, no Rio de Janeiro.
04:39Ele disse que, de fato, nunca ouviu-se falar sobre um plano de golpe de Estado,
04:43nunca ouviu isso de Mauro Cid, nem mesmo relacionamento com os manifestantes.
04:48Mas, que sempre, o que a gente ouviu hoje dos militares, é que eles tinham sempre uma conversa com o Cid,
04:54já que Cid era quem organizava as reuniões com Jair Messias Bolsonaro.
05:00Evandro Cid.
05:00Muito obrigado, Bruno Pinheiro, pelas informações.
05:02Ótima tarde para você aí em Brasília.
05:04Alangani, como é que você vê as informações prestadas neste depoimento que foi arrolada pela defesa, no caso, de Mauro Cid?
05:12Olha só, o que eu vejo em relação ao comandante das Forças Armadas, que não prendeu imediatamente,
05:21ora, se ele está sendo investigado por isso, ele está sendo, de alguma maneira, julgado por isso, Evandro,
05:27então, por que o G. Dias também não está sendo julgado por isso?
05:32Porque, de alguma maneira, ele também, de acordo com as imagens, facilitou a entrada dos manifestantes,
05:39apontou a saída de emergência.
05:40Ora, por que também 33 órgãos, incluindo órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário,
05:47que também foram alertados para a ABIN, não estão sendo investigados,
05:52porque foram avisados e não fizeram nada para conter o 8 de janeiro?
05:56Por que apenas este comandante está respondendo por isso, por tentar impedir a prisão dos manifestantes?
06:05O que foi, Piperno? O que você olhou assim para o Gani?
06:06Não, é que ele, depois, na condição de testemunha do Mauro Cid, e ele tem uma ligação muito forte com a família do Mauro Cid,
06:17ele foi ministro do Exército do Lula por apenas duas semanas.
06:21Além da questão do 8 de janeiro, que muita gente dentro do governo questionava a atuação dele,
06:30o estopim para demissão foi o fato de que, quando terminou o governo Bolsonaro,
06:36o Mauro Cid teve a sua indicação encaminhada para chefiar o batalhão de elite que fica em Goiânia.
06:44E, na avaliação de muitos especialistas no Exército, aquilo faz com que o comandante daquela unidade
06:57passe por aquele destacamento como um trampolim já para o generalato.
07:07Então, seria o caminho natural para o Mauro Cid algum dia atingir o generalato.
07:12E vejam só, a gente está falando, a gente fala muito do Mauro Cid,
07:16mas não vamos esquecer que o Mauro Cid, independentemente do que ele disse, do que ele está falando,
07:21do que ele acusa e do que ele cumpriu durante o governo Bolsonaro,
07:25o Mauro Cid era, sim, um militar de ótima reputação, de formação intelectual sólida,
07:31conforme os vários depoimentos que a gente viu.
07:34Então, quando o general Júlio César Arruda, que já estava meio que na marca do pênalti dentro do governo,
07:44se recusa a retirar a nomeação do Mauro Cid, aquilo foi o estopim.
07:49Aí o presidente Lula falou, bom, então realmente não dá.
07:52Zé Maria Trindade, como é que você avalia essa linha do tempo,
07:56que foi construída aqui pelos nossos amigos e que, de alguma forma, mistura integrantes de ambos os governos?
08:01O general Arruda, ele é uma figura muito importante nesse processo
08:07e demonstrou uma grande força de defesa das instituições Forças Armadas, todas elas.
08:15Ele tem, sim, informações do que aconteceu nos bastidores e nas negociações.
08:21Mas é que existe um preceito muito forte entre os militares, que é a autodefesa.
08:27Isso ficou claro no depoimento dele,
08:29e ficou muito claro também no posicionamento e no depoimento do tenente-coronel Cid.
08:34O Iperno tem razão, um grande profissional, o tenente-coronel Cid,
08:39para ser 0-1 num curso qualquer, qualquer curso de Forças Armadas.
08:45Para você ser 0-1, olha, você tem que ser muito bom, porque a disputa é muito grande.
08:52E tinha um caminhão todo pavimentado para ser general, como pai dele.
08:58E o general Arruda é, inclusive, amigo do pai do Cid, que também é general.
09:06Então, ali há uma, vamos dizer, uma família muito forte, uma família militar,
09:12e eles devotam a vida para exatamente essa carreira.
09:17Uma carreira diferenciada, uma carreira que exige total e obstinado emprego do seu tempo
09:24e da sua família por isso aí.
09:27Toda família é dirigida, mulher, filhos e tal.
09:30É preciso ter, realmente, uma ficha muito limpa.
09:32E esse era o caminho do Cid.
09:33Fiquei sabendo também que o tenente-coronel Cid, ele quer agora limpar a sua honra,
09:41porque ficou a impressão de que ele deu facadas nas costas de antigos colegas.
09:47Isso não é verdade.
09:49Ele foi jogado nesse turbilhão.
09:52Ser, ocupar o cargo que o tenente-coronel Cid ocupou,
09:56de ajudante de ordens da presidência da República, isso não é fácil.
10:01Foi escolhido a dedo um grande profissional.
10:05E desempenhou tão bem essa função que ele ficou insubstituível lá.
10:09Então, eram três ajudantes de ordens sobre o comando dele.
10:14Mas o presidente, então o presidente Jair Bolsonaro, só procurava o Cid e ele era a ligação.
10:21E logo ele virou alvo.
10:23Para se ter uma ideia, ainda é presidente da República,
10:26Jair Bolsonaro me disse, numa reunião no Palácio do Planalto,
10:29olha, eu acho que quebraram o meu telefone.
10:32Eu falo, mas presidente, como?
10:34Quebraram o sigilo do telefone do Cid.
10:38Eu falo com o Cid o dia inteiro.
10:40Falo com o Cid de madrugada.
10:42Tudo que eu tenho que resolver.
10:43Então, assim, se eles estão de posse de informações dos telefonemas do Cid,
10:49sabem tudo que eu faço.
10:50Inclusive, questão de segurança nacional, me disse o presidente.
10:53E aí o Cid desenvolveu esse processo profissional.
10:57Ele é muito intenso em tudo o que faz.
10:59Não foi diferente como ajudante de ordens do presidente, do então presidente da República.
11:04Então, ele saiu chamuscato exatamente porque toda a cúpula do governo passado
11:09está sendo agora processada, perseguida.
11:12Esta é a realidade.
11:14Toda a cúpula.
11:15Quem foi cúpula no governo do Jair Bolsonaro está hoje no Banco dos Elves.
11:19Exatamente, Zé Maria Trindade.
11:20E aí, Gustavo Segreal, o que a defesa de Mauro Cid tem tentado fazer?
11:24A partir dessas características que o Zé nos contou sobre a atuação dele,
11:28de que ele era um exímio cumpridor de ordens,
11:31de que ele respeitava 100% a hierarquia
11:35e que, diante disso, apenas executou o que pediram para ele.
11:40Uma tentativa de tirar um possível protagonismo de Mauro Cid
11:45numa intentona golpista.
11:47E eu estou de acordo com isso.
11:49A hierarquia nas Forças Armadas é rígida.
11:53E o cumprimento de ordens também.
11:55Ninguém aí questiona.
11:56Se foi uma ordem dada, tem que essa ordem ir para frente.
12:00No âmbito, obviamente, das Forças Armadas.
12:04Agora, eu gostaria de abordar uma visão que tem a ver com a Ruda.
12:09Quando o governo ainda era do Bolsonaro,
12:13o então candidato a ser ministro da Defesa, José Múcio,
12:16se encontrou com o Bolsonaro,
12:20fez uma alegação de que os comandantes das Forças
12:23não estavam recebendo ele,
12:26e a partir daí, o Bolsonaro entra na intermediação,
12:29o José Múcio é recebido,
12:31e antecipa a nomeação dos outros comandantes,
12:35que seriam comandantes das Forças do governo seguinte,
12:38durante o governo Bolsonaro.
12:40Eu não consigo entender,
12:43e se a gente buscar na bibliografia de golpes de Estado,
12:46não vamos encontrar alguma pessoa
12:49que queira fazer um golpe de Estado
12:50que mude os comandantes das Forças Armadas,
12:54colocando os comandantes das Forças Armadas do governo
12:57que, em teoria, ele quer derrubar.
12:59Não existe isso.
13:01Mas vamos lá com a Ruda.
13:03Termina o governo Bolsonaro.
13:05Começa o governo Lula.
13:061º de janeiro, pessoas nos QG's,
13:09e discutimos isso várias vezes com o Piperno.
13:1260 dias até aí,
13:13mais 10 dias, números redondos,
13:15até dia 8 de janeiro.
13:17Nesse primeiro dia,
13:19o Arruda já era comandante do exército,
13:23ele poderia, se tivesse a ordem de alguém,
13:26ter pelo menos esvaziado
13:29essas manifestações nos QG's.
13:31Aí vem o dia 6 de janeiro
13:35e ele é ratificado pelo ministro José Múcio
13:38como comandante do exército.
13:41Então, foi nomeado do governo anterior,
13:44Bolsonaro,
13:45ratificado no dia 6 de janeiro
13:47pelo governo Lula,
13:48através do seu ministro José Múcio da Defesa,
13:52e no dia 8 de janeiro
13:53vem as consequências que nós já acompanhamos.
13:56E aí a minha pergunta é,
13:57por que as Forças Armadas,
13:59a polícia do Distrito Federal,
14:01tinha que esperar
14:02que pessoas que estavam na Praça dos Três Poderes
14:05e que parte delas foram vandalos
14:07que depredaram,
14:09voltassem ao QG?
14:10Porque aí me dá a suposição,
14:12muita gente que foi vándalo
14:14não necessariamente voltou no QG.
14:15Nesse caso, então,
14:17pode ter gente que participou da manifestação,
14:19que quebrou coisas e que não está preso.
14:22Da mesma lógica,
14:23pode ter gente que estava no QG
14:24que não participou da depredação.
14:26E nós vimos vídeos, inclusive,
14:28alertados, pensando,
14:29não, agora vocês vão para casa,
14:31e só entraram nos ônibus,
14:32e dos ônibus,
14:34ninguém foi para casa,
14:35foram na cadeia,
14:36eles foram enganados.
14:37Então, sempre ficará dúvida,
14:39e eu espero que a justiça possa perguntar,
14:41para a Ruda,
14:42ou para quem quer que seja,
14:44se alguém deu a ordem
14:45de tirar os manifestantes do QG,
14:48a partir do dia 1º.
14:49Se ninguém deu a ordem,
14:51a minha cogitação
14:52de que tudo isso foi de propósito,
14:55deixaram as pessoas aí,
14:57para que estou em algum momento
14:58estupindo o 8º de janeiro,
14:59se confirmará.
15:00Até que alguém me mostre
15:01que teve uma ordem que não cumpriu,
15:03ou que a ordem não existiu,
15:04como eu acredito que não existiu,
15:06então,
15:07esse plano vai ter
15:08muitas
15:08e futuras
15:10ramificações.