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O dólar subiu 0,57% e o Ibovespa B3 caiu 1,26%, pressionado por guerra comercial, petróleo em queda e expectativa sobre a Selic. Felipe Corleta, sócio da GTF Capital, analisou os impactos da política monetária dos EUA e do COPOM na movimentação dos mercados nesta segunda-feira (05).

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Transcrição
00:00Aqui no Brasil, o dólar fechou em alta de 0,57%, cotado a R$ 5,68.
00:08E o Ibovespa B3? Vamos ver agora como é que se comportou o índice em referência da Bolsa Brasileira.
00:14Ficou o dia todo aí no negativo, acabou fechando com uma queda de 1,26% aos 133.430 pontos.
00:23Vamos agora entender o que guiou os movimentos dos investidores nessa segunda-feira.
00:28Eu vou conversar com o Felipe Corleta, sócio da GTF Capital.
00:33Corleta, boa tarde para você, tudo bem? Foi bem de fim de semana?
00:37Boa tarde, Turci, tudo certo.
00:39Estamos de volta aí depois de um feriadão prolongado, para vocês aí também, uns dias de folga a mais.
00:45Agora, Corleta, temos hoje então as Bolsas nos Estados Unidos com uma queda moderada ali,
00:50aquele movimento com cara de cautela, não sobe muito, não cai muito, fica meio em torno do zero.
00:55Agora, aqui no Brasil, uma queda acima de 1%. O que aconteceu?
01:01É, Turci, a gente pode explicar o movimento todo de queda, tanto lá fora quanto aqui.
01:06Muito disso passa por declarações do Trump, de que não pretende falar com o Xi Jinping ao longo do final de semana.
01:12Mas a gente precisa trazer isso sobre um certo contexto.
01:14Quer dizer, é a primeira vez em 10 pregões que o S&P, a Bolsa Americana, cai.
01:18Aqui no Brasil, primeira vez desde o dia 16 de abril que a gente tem uma queda no índice da Bolsa Brasileira.
01:23Então, apesar de ter sido sim uma queda expressiva, é natural.
01:27Uma queda natural é o que acontece.
01:29Os mercados não andam em linha reta e sim em zigue-zague.
01:32Então, ainda não compromete a tendência técnica do mercado, segue uma tendência de alta,
01:38mas a gente tem sim alguns motivos para ajudar a explicar esse movimento mais negativo.
01:43Passa pela guerra comercial, passa pelo número que vocês há pouco comentavam aqui do PMISM de serviços,
01:50lá nos Estados Unidos, que mostrou a atividade ainda muito aquecida, especialmente no setor de serviços.
01:55A gente sempre lembra que o setor de serviços é algo acompanhado muito de perto pelo Banco Central.
02:01Quer dizer, então, quando o número de serviços vem aquecido,
02:04isso afasta a possibilidade de um corte de juros iminente lá na economia americana.
02:09Por aqui, o Brasil, como grande exportador de commodities, sofreu bastante diante da queda do petróleo.
02:15A gente teve, no final de semana, anúncio por parte da OPEP, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo,
02:22de um aumento na produção ao mesmo tempo em que esse tarifácio, essa guerra comercial,
02:28desafiam a demanda por petróleo.
02:30Quer dizer, então está aumentando a oferta ao mesmo tempo que a demanda está sob risco
02:34por conta dessa guerra comercial.
02:36Isso levou o petróleo a negociar nas mínimas, o menor fechamento desde março de 2021.
02:42A gente está falando quatro anos aí, o petróleo na mínima.
02:45Isso trouxe, inclusive, um corte anunciado no preço do diesel pela Petrobras.
02:51Então, a gente tem algumas notícias positivas aí para o cenário inflacionário.
02:55Apesar dessa queda nos mercados, essa alta do dólar, alta da curva de juros,
02:59hoje foi um dia que a gente teve esse corte nos preços de combustíveis
03:02e também a gente teve pela primeira vez, desde dezembro de 2023,
03:07o mercado projetando uma taxa Selic mais baixa do que projetava na semana anterior.
03:13E aqui eu me refiro ao boletim Focus do Banco Central.
03:16Até a semana passada, a projeção do mercado era que a Selic terminaria esse ano em 15%
03:21e agora a gente tem essa projeção em 14,75%.
03:24O primeiro movimento de queda em dois anos aí para essa expectativa da Selic.
03:29Então, sim, foi um dia de correção, foi um dia negativo,
03:31um dia onde Petrobras pesou muito, especialmente por conta dessa queda nos preços de petróleo.
03:36Outras empresas que estão ligadas ao comércio exterior,
03:39por exemplo, o setor de frigoríficos, foram muito mal na sessão dessa segunda-feira,
03:45mas é uma queda, a primeira queda desde 16 de abril,
03:48a gente segue com uma tendência positiva para o mercado.
03:51Pois é interessante, a gente falava mais cedo aqui do boletim Focus,
03:54e observava que essa edição do boletim, ela trouxe mais uma queda para o IPCA desse ano,
04:00trouxe um retorno de revisão para baixo na previsão para o dólar
04:05e trouxe esse dado que você salientou aí,
04:08de uma primeira queda em muito tempo na previsão para a taxa Selic.
04:12Quer dizer, o mercado parece cada vez mais estar concordando
04:15que, embora a inflação para esse ano já esteja basicamente dada,
04:19mas que a pressão inflacionária está arrefecendo um pouco.
04:24Exatamente, declarações de membros do Banco Central nas últimas semanas
04:28e as próprias projeções dos economistas ali,
04:31conjugadas no boletim Focus, elas indicam isso,
04:34de que há uma incipiente desaceleração da atividade,
04:37quer dizer, a gente teve na semana passada dados de emprego,
04:41desemprego subiu, ficou no menor nível para março em muito tempo,
04:43é verdade, mas subiu, e isso traz essa sensação
04:47de que o Banco Central aí na quarta-feira pode dar a chamada
04:51derradeira alta de juros, quer dizer, ele pode na quarta-feira
04:55fazer uma alta de juros, que o mercado tem como consenso
04:58uma alta de 50 pontos e sinalizar que não sobe mais os juros
05:01a partir daí, e isso pode ser bem positivo para a Bolsa,
05:05pode estressar um pouco o mercado de câmbio,
05:07vai mexer certamente com o mercado de renda fixa,
05:10mas essa expectativa para a quarta-feira aí do Copom
05:13vai ser o principal fio condutor dos mercados aí nesses próximos dias
05:19e esse petróleo para baixo, esse dólar comportado do jeito que a gente está vendo,
05:24se a gente lembrar, em dezembro a gente teve o dólar tocando 6,10, 6,15,
05:29hoje a gente trabalha com o dólar aí 5,70, chegou a 5,62 na semana passada
05:33nas mínimas, então o dólar bem mais confortável com relação ao que ele pode trazer
05:38de inflação aí para frente através do câmbio e essa expectativa grande
05:43como que o Banco Central vai se posicionar diante dessa situação
05:48e diante dessa expectativa aí de que a economia possa começar a esfriar
05:52a partir de agora.
05:54Quer dizer, aumentam as chances para o Copom estacionar nesse próximo aumento
05:59que já está dado, que vai ser anunciado depois de amanhã, deve parar por aí,
06:04pelo menos a chance para isso aumenta.
06:06Exato e até se tem uma dúvida, essa dúvida na sexta-feira era maior,
06:11a gente chegou em um determinado momento, vê o mercado precificar 30% de chance
06:15dessa alta de juros de quarta-feira ser uma alta de 25 pontos,
06:19não uma alta de 50, isso voltou novamente para perto de 20%,
06:23mas ainda tem esse mercado precificando, cerca de 20% de chance de uma alta moderada
06:28de 25 pontos, 80% de uma alta de 50 pontos para quarta-feira,
06:34mas apesar desse 25,50 estar vivo ainda de certa forma,
06:39a principal coisa que os investidores vão se atentar no comunicado do Copom
06:44é se ele vai encerrar esse ciclo de alta, se ele vai dar por encerrado
06:48esse ciclo de alta, se ele vai manter ali alguns graus de liberdade,
06:52se ele vai manter uma comunicação que o permita voltar a subir os juros,
06:56especialmente se a gente tiver um novo estresse inflacionário,
06:59um novo estresse cambial daqui até a próxima reunião lá em junho,
07:03mas é bem importante esse movimento que o mercado todo está vendo,
07:08essa Selic mais baixa do que previa antes, diretores do Banco Central
07:12já deram a entender ali que esse movimento do Banco Central de alta vigorosa
07:19dos juros que a gente vem vendo pode estar chegando perto do fim
07:22e a comunicação do BC na quarta-feira vai ser fundamental para a gente continuar,
07:25especialmente no mercado de Bolsa, a ver essa dinâmica mais positiva
07:30que a gente tem visto aí pelo menos desde a metade de abril.
07:34E aí, né Corleta, a gente fica de olho também na decisão do Fed nos Estados Unidos,
07:37porque os juros lá impactam diretamente a nossa economia aqui,
07:41sobretudo a questão da cotação do dólar e, portanto, inflação também.
07:46Lá dá para dizer que é a mesma coisa, mais do que a decisão em si,
07:49que já está basicamente dada, atenção total para indicações,
07:54eventuais indicações do que é que vem pela frente.
07:57Exato, a indicação futura vai ser o highlight, o destaque da decisão do Fed também.
08:03Se a gente olhar, os Estados Unidos estão apresentando dados muito ruidosos,
08:07dados econômicos com muito ruído.
08:09Ao mesmo tempo que a gente teve um payroll bastante forte,
08:12a gente teve hoje o PMI e o ISM bastante forte também,
08:15a gente viu um PIB do primeiro trimestre mostrando uma desaceleração,
08:19quer dizer, uma contração econômica com inflação alta.
08:23Quer dizer, então são sinais aí com muito ruído,
08:25especialmente indicadores que revelam expectativas,
08:29estão trazendo muita incerteza causada pela política econômica,
08:35especialmente do Donald Trump, guerra comercial,
08:39toda a política com relação à imigração também,
08:42que para muitos economistas é altamente inflacionário,
08:45você reduzir a entrada de imigrantes estrangeiros,
08:49porque, enfim, são mão de obra mais barata.
08:52Então tem vários fatores aí trazendo esses dados americanos com bastante ruído.
08:55E a posição do Banco Central tem sido de cautela,
08:58tem sido de vamos aguardar para ver,
09:01vamos ficar esperando até que a gente se sinta confortável.
09:04Apesar do mercado precificar três, quatro cortes de juros ainda esse ano nos Estados Unidos,
09:10isso não está no discurso dos diretores do Banco Central.
09:13A gente tem visto, de fato, eles trazerem esse discurso de wait and see,
09:17esperar para ver o que vai acontecer com a inflação,
09:21com os dados de atividade,
09:22a partir dessa nova administração que está trazendo bastante barulho para os mercados.
09:27Correleta, agora vai ser a primeira superquarta depois do tarifácio de Trump.
09:30A última reunião dos dois comitês de bancos centrais tinha sido em março,
09:34aí no começo de abril Trump anunciou o tarifácio.
09:37Então agora a gente tem pela primeira vez a superquarta de volta
09:40após essa onda toda de incerteza e instabilidade que Trump lançou pelo mundo.
09:46Para além dessas decisões em si,
09:48sobre política monetária, o que fazer com os juros e a indicação futura,
09:52a própria análise desses comitês pode balizar o mercado
09:56sobre esse terreno instável em que a gente está pisando nesse momento?
10:00Pode sim, também se a gente for ver nos Estados Unidos,
10:03a gente vai ter a entrevista coletiva do Jerome Powell,
10:05presidente do Banco Central,
10:06que foi protagonista de algumas rixas com o Trump,
10:10que disse que poderia trocá-lo,
10:12o mercado não gostou, ele falou, não, voltou atrás,
10:14disse que não ia trocar.
10:15Mas apesar de ser a primeira superquarta depois do tarifácio,
10:18a gente já teve algumas aparições do Jerome Powell falando em eventos,
10:23em entrevistas e sendo bastante crítico à política tarifária,
10:28dizendo que a política está sendo mais agressiva do que o Banco Central esperava,
10:32que isso pode trazer inflação, pode trazer desaceleração na economia.
10:36E esse deve ser o tom.
10:38Dificilmente a gente vai ver um Powell amigável à política comercial americana
10:41no seu discurso ali, na sua entrevista coletiva,
10:44após a decisão de juros na quarta-feira.
10:47Então isso pode sim ser um fator de estresse,
10:50os mercados vão estar atentos a qualquer palavra ali
10:53que o presidente do Banco Central possa falar,
10:57que indique que eventualmente esse corte de juros venha antes,
11:01mais cedo do que mais tarde.
11:03É isso que os mercados gostariam de ver,
11:05mas realmente a posição do Banco Central tem sido muito sobra e muito cautelosa.
11:10Estamos num bom nível de política monetária,
11:12o mercado de trabalho segue bastante dinâmico,
11:16não tem risco de recessão elevado nas nossas projeções,
11:20apesar de a gente ver o mercado projetar esses riscos de recessão crescendo bastante.
11:24O Banco Central não vê isso,
11:25segue vendo o setor de serviços muito aquecido,
11:28o consumo muito aquecido,
11:29o mercado de trabalho muito aquecido nos Estados Unidos.
11:32E nesse sentido, ele deve manter essa postura de cautela,
11:36de espera para ver o que vai acontecer a partir de agora,
11:39especialmente se finalmente sairão acordos comerciais mais robustos,
11:44se isso pode trazer, de repente, a curva de juros um pouco mais para baixo
11:49e abrir espaço para o Banco Central conseguir iniciar um ciclo de corte de juros lá nos Estados Unidos.
11:54Corleta, e para a gente fechar, então, amanhã,
11:57e não só amanhã, mas quarta-feira,
11:59tudo de olho nas decisões dos dois bancos centrais, né?
12:03Atenção absoluta para a política monetária,
12:05vai ser o tom que os mercados vão seguir.
12:09A guerra comercial certamente vai continuar,
12:11a gente precisa lembrar que a China vem de um feriado, né?
12:13Volta a negociar amanhã.
12:15Então, hoje, a gente sequer teve referência do minério de ferro na China,
12:19a gente tem ali os futuros de minério negociados em Singapura,
12:22que inclusive subiram,
12:24mas amanhã volta a China de um feriado prolongado,
12:28isso pode trazer uma volatilidade adicional para os mercados,
12:30especialmente se a gente vê a China abrir em forte queda em relação a essas tarifas,
12:37isso pode guiar também o sentimento dos mercados para amanhã especificamente.
12:41Mas é tudo super quarta, é tudo sobre Copom e sobre Fed essa semana,
12:45e a partir de quinta-feira, a reação a esses eventos tão importantes
12:50vai ser o fio condutor dos preços até o final de semana.
12:55Felipe Corleta, sócio da GTF Capital.
12:58Valeu, Corleta, tem muito assunto aí para a semana,
13:00vamos contando aí com a análise de vocês.
13:02Obrigadão, viu? Boa semana.
13:04Forte abraço, turso, e até mais.
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