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A Disney anunciou o maior acordo de IA do entretenimento e liberou a criação de vídeos com seus personagens. O especialista Arthur Igreja analisou como a parceria com a OpenAI reposicionou a empresa, abriu novos modelos de receita e trouxe desafios regulatórios.

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Transcrição
00:00Sobre esse assunto, eu converso com o Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação.
00:05Arthur, boa noite. Sempre um prazer ter você aqui com a gente.
00:10Arthur, o que essa parceria revela sobre a estratégia da Disney em inteligência artificial?
00:16E como é que isso pode reposicionar a empresa nesse mercado de mídia?
00:22Boa noite, Cris. É um prazer estar aqui.
00:24Olha, esse anúncio é gigantesco.
00:26Porque basicamente nós estamos vendo o primeiro grande anúncio da inteligência artificial no mundo do entretenimento.
00:32Então, o Bob Iger, CEO da Disney, ele já tinha dado uma pequena pista algumas semanas atrás,
00:38quando ele falou que a IA poderia ser a tecnologia mais transformadora da história do entretenimento nesse século.
00:45E ele falou que ele vislumbrava no futuro, inclusive, vídeos na plataforma Disney Plus,
00:51produzidos ou coproduzidos pelos usuários.
00:54Isso, inclusive, gerou reações ambíguas, um certo backlash, uma reação negativa por parte dos produtores,
01:03enfim, dos artistas, dizendo que a indústria não estava caminhando por um bom caminho,
01:08justamente com esse uso da inteligência artificial.
01:11Então, o que nós estamos vendo é o seguinte.
01:14A Disney, a partir do momento que ela estabelece essa parceria,
01:17ela sabe que ela vai precisar cada vez mais de inteligência artificial
01:20e que a OpenAI é, possivelmente, o melhor player nesse momento.
01:24Ou seja, o entretenimento contará cada vez mais com inteligência artificial.
01:28Segunda coisa, com essa possibilidade das pessoas criarem vídeos curtos de até 30 segundos,
01:34com esse catálogo espetacular que a Disney controla,
01:38a Disney é, possivelmente, a empresa que é a maior gestora de propriedade intelectual do mundo.
01:43Nós estamos falando aqui do universo Disney, Marvel, Pixar, enfim.
01:48Ela também coloca o consumidor como um produtor de conteúdo,
01:52que é algo que nós vimos na era das redes sociais e também com a chegada dos videogames.
01:57Ou seja, nós saímos dessa era do consumo passivo de conteúdo
02:01e quando o Sun Altman fala que a IA possibilita exatamente isso,
02:05com nenhuma ou uma curva de aprendizado muito curta,
02:09as pessoas passam a fazer coisas incríveis com o Sora e também com o ChatGPT.
02:13E só para finalizar, para além disso, o acordo é muito importante
02:18porque, além desse licenciamento, o que está previsto nesse acordo
02:23é o uso interno do ChatGPT e das ferramentas da OpenAI.
02:27Ou seja, o que a Disney também está mirando é a eficiência operacional,
02:31é o lado de dentro do negócio, não é simplesmente a produção de conteúdo.
02:35É a Disney, assim como qualquer empresa,
02:38buscando a possibilidade de oferecer IA para os seus colaboradores,
02:42não só criadores de conteúdo, mas para quem trabalha com vendas, finanças e etc.
02:48Ou seja, é um acordo bastante amplo.
02:49É, bastante amplo, como você disse, né?
02:51Maior acordo de IA nesse mundo do entretenimento.
02:55Isso significa, na sua opinião, Arthur,
02:57que esse tipo de acordo indica que novos modelos de receita no entretenimento
03:03devem começar a acontecer?
03:05Quer dizer, pode haver uma tendência de grandes estúdios
03:08fecharem alianças com empresas de IA?
03:11Não tenho dúvida nenhuma, porque basicamente,
03:14assim como nós tivemos uma revolução com o streaming e uma aproximação,
03:18quer dizer, as plataformas de streaming passaram a se tornar estúdios,
03:21passaram a produzir conteúdo, ou seja, tiveram que se conectar melhor
03:26na cadeia adjacente e subjacente ao seu negócio,
03:31passaram a incorporar mais lados do seu negócio.
03:33O que nós estamos vendo aqui é que a Disney, ao invés de simplesmente consumir
03:37os serviços da OpenAI, ela quer fazer parte do negócio.
03:41Então, eu não ficaria nem um pouco surpreso se nos próximos meses
03:45nós víssemos anúncios maiores, uma participação maior,
03:50até uma participação acionária nos moldes do que nós vimos com a NVIDIA
03:55investindo na OpenAI, já que a OpenAI, na medida em que ela cresce,
03:59ela gera demanda para a infraestrutura e para os chips da NVIDIA.
04:03Ou seja, a partir do momento que essa estratégia se consolidar,
04:07o que pode acontecer é que a Disney, ela pode aumentar essa fatia de participação
04:12justamente porque ela vai ser naturalmente uma enorme consumidora
04:16de inteligência artificial.
04:17E isso deve abrir caminho, volto a dizer, no mundo do streaming,
04:21no mundo da distribuição de conteúdo, no mundo não só do audiovisual,
04:25mas da música e de tantas outras facetas do entretenimento.
04:29Há riscos regulatórios de propriedade intelectual nesse movimento, Arthur, ou não?
04:36Claro que sim, porque nós estamos explorando novas fronteiras.
04:40Então, apesar de ambos falarem que tudo isso foi muito bem costurado,
04:45e até por isso que Bob Iger faz questão de dizer que o que está sendo licenciado
04:49são os mais de 200 personagens, mas não, por exemplo, as feições e as aparências dos atores
04:57e muito menos as vozes.
04:59Mas nós não sabemos quais serão essas consequências secundárias
05:03a partir do momento que pessoas comuns passarem a usar essas ferramentas.
05:08E eu coloco aqui só uma pergunta.
05:10Ok, a voz não vai ser licenciada, mas com as ferramentas que nós temos hoje,
05:16para qualquer usuário conseguir copiar essa voz e inserir no vídeo,
05:21simplesmente só está dando mais trabalho.
05:23Então, a questão é como que vai ser feito o tracking, o rastreamento dessa criação.
05:29Será que no futuro nós começaremos a ver os próprios usuários
05:33reivindicando direitos autorais?
05:35Porque, veja, se o Bob Iger fala que pessoas comuns vão poder gerar vídeos
05:40e colocar na Disney+, e aí, será que vai ter um termo de uso
05:44dizendo que isso não será monetizado?
05:46Ou teremos algo parecido com o YouTube?
05:49Ou seja, as pessoas submetem conteúdos e acabam monetizando isso.
05:54Mais uma vez, são novas fronteiras provocadas pela IA.
05:57Exatamente, vamos ter que ficar de olho para ver o que vai acontecer.
06:00Agora, como você mesmo disse, os vídeos gerados pela plataforma,
06:04eles vão poder ser compartilhados pelos fãs.
06:07Isso cria uma nova dinâmica para a interação com as marcas, Arthur?
06:13Com certeza.
06:14É o bom e velho mundo do prosumer, ou seja, o consumidor que se torna um produtor.
06:20Então, nós podemos ver agora o nascimento de uma nova fronteira
06:24dos, não só os criadores de conteúdo, mas também de influenciadores,
06:30ou seja, pessoas que vão usar esse tipo de ferramenta
06:32e vão conseguir ter uma audiência.
06:35Hoje, basicamente, isso é escoado em redes sociais.
06:38Hoje, tem muitas pessoas que criam, por exemplo, sátiras,
06:41até mesmo seriados utilizando inteligência artificial,
06:46mas basicamente estão em redes como o TikTok, como o Instagram.
06:49Nós podemos ver agora uma certa migração para essas plataformas.
06:53E, claro, onde tem audiência, tem relacionamento com marca.
06:57Então, pode ser que, nos próximos anos, esse canal de criação se torne, inclusive,
07:02um importante veículo para publicidade, para relacionamento com marcas.
07:08Arthur, vou pedir para você ficar comigo mais um pouco.
07:10Tem um outro assunto que eu queria que você comentasse.
07:13Vou trazer a reportagem e volto com você em instantes.
07:15Obrigada por enquanto.
07:16Eu vou voltar a conversar com o especialista em tecnologia e inovação, o Arthur de Igreja.
07:21Arthur, está ficando cada vez mais difícil superar as expectativas do mercado.
07:26A régua está cada vez mais alta?
07:28Essa é a questão?
07:31Certamente é isso.
07:32E também o bom e velho medo em relação à bolha de IA, se ela existe ou não.
07:37Então, alguns analistas falaram que os resultados da Oracle são nada mais, nada menos do que um belo trimestre.
07:43Então, quando nós lemos, por exemplo, frustrações acerca da receita,
07:48quando nós olhamos o breakdown nas categorias, a Oracle foi tremendamente bem.
07:52Ela teve um crescimento expressivo em relação ao ano passado, mais de 14%.
07:56E quando nós olhamos a expectativa do mercado, a Oracle superou essa expectativa no total
08:04e em algumas categorias ela chegou muito perto.
08:07Então, quer dizer, quando nós olhamos o negócio em si, não há motivo para pânico.
08:12Agora, claro, o que está acontecendo é que a Oracle, basicamente, desde o pico da ação,
08:17ela já teve um encolhimento, ou seja, basicamente devolveu tudo aquilo que cresceu.
08:23Lembrando que o seu principal, o Larry, ele chegou a ser, por um curto período de tempo,
08:29o homem mais rico do mundo.
08:30Então, nesse período, nós tivemos um encolhimento das ações.
08:34Agora, as dúvidas pairam em relação a dois aspectos.
08:36Primeiro, o que aconteceu é que no quesito CAPEX, ou seja, investimento em hardware,
08:42de fato, nós tivemos um número que é muito maior do que a expectativa do mercado.
08:47O que isso quer dizer?
08:48A Oracle está investindo em data centers num ritmo muito mais acelerado.
08:52E as receitas de curto prazo não estão acompanhando.
08:55Ou seja, a empresa tenta tranquilizar o mercado dizendo o seguinte,
08:58olha, a demanda futura, como ela vai ser explosiva, e nesse momento eu consigo, por exemplo, fazer duas coisas.
09:05Se eu não tiver demanda da OpenAI, eu posso rapidamente configurar meus data centers para outros clientes.
09:11Ou seja, a IA vai acontecer de qualquer forma.
09:14E nesse comunicado, eles também falaram que eles serão agnósticos do ponto de vista de chips.
09:20Então, eles sinalizam que eles vão comprar da NVIDIA, mas eles esperam um aumento da concorrência no mercado.
09:26Onde é que eu quero chegar com isso?
09:27O mercado está suspeitando que aqueles 300 bilhões que a OpenAI sinalizou e colocou em uma espécie de pré-contrato com a Oracle,
09:37que foi isso que impulsionou as ações da Oracle, a pergunta é se a OpenAI vai conseguir honrar isso.
09:44Ou seja, nós temos um endividamento crescente da empresa, ela vai precisar encontrar formas para refinanciar o seu futuro.
09:51As receitas no curto prazo não crescem na medida que o mercado espera
09:55e eles estão tendo que investir mais nesse futuro da IA.
09:58Então, nesse momento, é aquele medo da bolha e esse não casamento entre receita de curto prazo e investimentos de longo prazo.
10:07Só o futuro vai dizer se esse investimento vai se pagar ou não.
10:11Isso aí, quem viver, verá, né?
10:12Arthur, muito obrigada.
10:13É sempre um prazer mesmo ter você aqui.
10:16Volte em breve.
10:17Boa noite.
10:17Obrigado, boa noite.
10:19Até a próxima.
10:20Até a próxima.
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