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O economista e professor de relações internacionais da ESPM, Roberto Uebel, analisou as novas salvaguardas para importações agrícolas e os entraves ambientais que ainda desafiam a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia.

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Transcrição
00:00E sobre esse assunto eu converso com o Roberto Ibel, economista e professor de relações internacionais da SPN.
00:05Boa noite, Roberto, tudo bem?
00:08Boa noite, Felipe. Boa noite a todos que estão acompanhando aqui a Ternes Brasil.
00:12Obrigado pela sua participação mais uma vez.
00:14Roberto, quais foram os principais pontos, se é que a gente pode chamar assim, de mudança no regulamento,
00:19a partir dessas salvaguardas, para as importações agrícolas, que agora, com essas mudanças,
00:25para esse acordo que há tanto tempo está sendo negociado e agora mais essa novidade das salvaguardas.
00:30O acordo do Mercosul e a União Europeia.
00:33Então, Felipe, são praticamente quase 20 anos de negociações e agora, finalmente, a gente se aproxima daqui 11 dias
00:40a expectativa para que o acordo seja assinado.
00:43Bom, a partir da reportagem que a gente acabou de assistir aqui, o que a União Europeia tenta hoje colocar,
00:49principalmente para esses países que são mais resistentes à aprovação do acordo,
00:55como a França, a Romênia, a Hungria, outros países também, que dependem muito da agricultura e da pecuária
01:04para a sua produção nacional, é a imposição de barreiras não tarifárias.
01:10Eu acho que esse é o mecanismo de salvaguarda que a gente identifica nesse documento de hoje.
01:14Então, colocar, por exemplo, a questão de um aumento da vigilância agro-sanitária,
01:20o aumento também do controle sobre a qualidade dos pesticidas ou agrotóxicos
01:26que são utilizados aqui nos países do Mercosul e que são proibidos nos países da União Europeia,
01:31e também um controle de qualidade no âmbito da circulação doméstica, ou seja, dentro do bloco europeu.
01:38Então, é uma maneira muito didática, digamos que o produto, essa comodidade saia de um porto aqui do Brasil,
01:44ou da Argentina, ou do Uruguai, chegue em um porto, por exemplo, na Alemanha, e vá para a Polônia, ou vá para a Espanha.
01:52Então, haverá um controle nos portos, mas também nas vigilâncias agro-sanitárias,
01:58vigilâncias agro-precuárias, desculpa, entre os países do bloco.
02:02Então, é isso que a União Europeia sinalizou hoje.
02:04Esse será o principal mecanismo de salvaguarda.
02:07E eu faço uma leitura pela tentativa de construção de uma barreira não-tarifária
02:11dentro de uma coisa que busca justamente flexibilizar as tarifas entre os países dos dois blocos.
02:20Agora, Roberto, uma das exigências, das maiores exigências da União Europeia
02:24é em relação à questão ambiental.
02:26E o Brasil, recentemente, o Congresso Brasileiro,
02:29acabou passando uma flexibilização em algumas questões, em uma legislação ambiental.
02:35Você acha que isso pode prejudicar esse acordo?
02:37Como é que isso pode ser visto pelos europeus?
02:39Eu digo que a costura do acordo, Felipe, ela já está praticamente pronta, né?
02:45Desde o ano passado, quando a gente vê, inclusive as imagens agora,
02:48o presidente da Comissão Europeia, o Solvão de Láin, foi a Montevideo,
02:52na reunião do Mercosul, o acordo já está costurado.
02:55Então, essas questões, por exemplo, a questão ambiental,
02:58a questão de responsabilidade climática,
03:01que é um termo que a gente ouve muito daqui para frente,
03:03quando a gente falar de acordo do Mercosul União Europeia,
03:06isso virá no momento de ratificação ou retificação do acordo pelo Parlamento Europeu,
03:13quando ele for analisado pelos membros do Parlamento Europeu,
03:17lá em Estrasburgo e também em Bruxelas.
03:19O que eu ouvi ano passado, quando eu estive no Estrasburgo,
03:23na França, na sede do Parlamento Europeu, de alguns eurodeputados.
03:26Mas se os países, e isso foi plural, não apenas o Brasil,
03:30se os países do Mercosul não se comprometerem,
03:34não assinarem acordos vinculativos à questão ambiental, à questão climática,
03:39o acordo poderá ser travado,
03:42o acordo poderá ser, inclusive, paralisado a sua tramitação.
03:45Então, de novo, eu tenho sido muito pragmático quando falo desse acordo,
03:49eu acho que é um acordo importante para as duas partes,
03:52é um acordo ganha-ganha.
03:53Claro que tem aquelas partes que talvez sentirão mais os efeitos,
03:57como o setor de produção de alimentos na Europa, na União Europeia,
04:02mas acho que isso é importante.
04:05Quando a gente tem essa perspectiva realista,
04:07se os países, principalmente no Mercosul,
04:09não cumprirem com essa agenda ambiental e climática,
04:13lá na frente esse acordo poderá ver a sua tramitação paralisada,
04:16até mesmo ser comprometida a sua aplicação na prática.
04:20Tem um último elemento, Felipe, que acho que é importante destacar,
04:23que a União Europeia quer colocar isso agora no dia 20,
04:27como tem sido anunciado,
04:29uma cláusula vinculante, ou seja,
04:33que obrigue aos países do Mercosul
04:35a se comprometerem com as questões ambientais
04:38que foram tratadas não apenas no acordo,
04:40mas também em fóruns multilaterais.
04:43Então, de fato, é uma agenda muito pesada
04:45que vem por parte da União Europeia,
04:47que se houver qualquer parte de violação dessa cláusula ambiental,
04:50essas cláusulas vinculativas,
04:52isso pode comprometer a aplicação do acordo lá no futuro,
04:55ou seja, quando a gente estiver efetivado.
04:58Agora, Roberto, a gente fica vendo essas exigências da União Europeia,
05:02é claro que eles tentam proteger um pouco o seu mercado,
05:05mas o próprio conceito de ter um mercado comum,
05:09de ter um acordo de livre comércio,
05:10é justamente você ter o mínimo possível de salvaguardas
05:13para você ter um equilíbrio.
05:15Quer dizer, a Europa vai exportar produtos industrializados,
05:18provavelmente carros e outros produtos,
05:20e o Brasil vai exportar mais produtos agrícolas.
05:23Se você cria muitas salvaguardas ali,
05:25você não prejudica o próprio funcionamento do conceito inicial do acordo?
05:29Exatamente, eu diria que isso é o grande...
05:33Eu não sei se ameaça é a palavra certa,
05:35mas eu acho que é o grande risco hoje
05:37para que esse acordo tenha 100% de plenitude,
05:42tenha 100% de aplicação prática.
05:44Mas o que eu entendo, Felipe,
05:46é que em algum momento,
05:47tanto os eurodeputados como os parlamentos aqui do Mercosul
05:51vão chegar a um denominador comum,
05:53porque, de novo, como eu ressalto anteriormente,
05:55é o acordo que é ganha-ganha, win-win,
05:58ou seja, as duas partes vão ganhar.
06:00Nós estamos falando aí de um...
06:02O último estudo que eu vi,
06:04aí uma cresce para o setor de agronegócio,
06:06está falando de 11 bilhões de dólares
06:08para o agronegócio dos países do Mercosul,
06:11mas também estamos falando de alguns bilhões de dólares,
06:15ou de euros, melhor dizendo,
06:17para as empresas, para a indústria
06:19que produz valor agregado
06:21e que vai exportar com uma isenção tarifária,
06:24uma redução tarifária
06:25para os países aqui do Mercosul.
06:27Então, eu entendo que, no fim do dia,
06:30essas questões,
06:31que ainda sejam barreiras não tarifárias,
06:33que sejam salvaguardas,
06:35elas vão chegar a um denominador comum
06:36e a gente possa ter um resultado
06:38que seja positivo para antes.
06:39Mas eu acho que é importante,
06:41principalmente as partes do Mercosul,
06:43estarem atentas,
06:44que a União Europeia,
06:46ela tem como exigência principal,
06:49requisito principal,
06:50esse cumprimento das normas ambientais
06:53e também das questões sanitárias.
06:55Roberto, só para a gente concluir rapidinho,
06:57o presidente Lula anunciou
06:58que pretende assinar esse acordo
06:59até o final do ano.
07:00Você acha que esse prazo está dentro da realidade?
07:05Como eu falei várias vezes aqui na TEMES Brasil,
07:07eu acredito que sim,
07:08ele pode ser assinado este ano ainda,
07:09há essa data do dia 20 de dezembro,
07:12mas, de novo,
07:13a ratificação por parte dos parlamentos,
07:15principalmente do Parlamento Europeu,
07:17e a entrada em vigor,
07:19isso ficará para 2026.
07:21E sendo muito cético,
07:22muito pragmático,
07:23provavelmente,
07:24a partir do segundo semestre de 2026.
07:28Vamos torcer, então.
07:29Eu conversei com o Roberto Ibel,
07:30economista e professor de relações internacionais da SPM.
07:34Roberto, superobrigado mais uma vez.
07:35Boa noite para você.
07:37Obrigado.
07:38Uma excelente noite a todos.
07:39Obrigado.
07:40Obrigado.
07:41Obrigado.
07:42Obrigado.
07:43Obrigado.
07:44Obrigado.
07:45Obrigado.
07:46Obrigado.
07:47Obrigado.
07:48Obrigado.
07:50Obrigado.
07:51Obrigado.
07:52Obrigado.
07:53Obrigado.
07:54Obrigado.
07:55Obrigado.
07:56Obrigado.
07:57Obrigado.
07:58Obrigado.
07:59Obrigado.
08:00Obrigado.
08:01Obrigado.
08:02Obrigado.
08:03Obrigado.
08:04Obrigado.
08:05Obrigado.
08:06Obrigado.
08:07Obrigado.
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