Ministros do governo Lula (PT) passaram a atuar nos bastidores para reforçar a articulação do advogado-geral da União, Jorge Messias, no Senado. O grupo é formado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), que também é Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Fernando Haddad (PT), que comanda a pasta da Fazenda, e Simone Tebet, ministra do Planejamento. Deysi Cioccari e José Maria Trindade analisam.
Assista ao Jornal da Manhã na íntegra: https://youtube.com/live/CUBglkhOetU Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal: https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
00:00do governo Lula passaram a atuar nos bastidores pra reforçar a articulação do advogado-geral da União, Jorge Messias, no Senado.
00:09O grupo é formado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, titular da pasta de desenvolvimento, indústria e comércio,
00:16e os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e também Simone Tebit, do Planejamento.
00:22Vamos conversar sobre esse tema com os nossos comentaristas mais uma vez.
00:26José Maria Trindade, bom, Jorge Messias segue com aquela campanha pra conseguir votos pra tentar aí se tornar ministro do Supremo Tribunal Federal.
00:37A sabatina aconteceria nessa semana, foi adiada, desmarcada, e agora essa ofensiva aí pode tentar quebrar essa resistência?
00:48Exatamente. Olha, Jorge Messias tem um currículo bom, ele se preparou pra isso, é um servidor público de carreira, né,
00:56que agora é ministro e tem uma forte ligação com o Partido dos Trabalhadores, né, trabalhou no governo Dilma e agora no governo do presidente Lula como ministro.
01:07Só que ele foi pego no meio de um tiroteio, um esforço ali na tentativa do presidente do Senado,
01:13senador Davi Alcolumbre, em ampliar sua participação no governo,
01:17de olho principalmente nas agências reguladoras, além de diretorias do Banco do Brasil.
01:25Davi Alcolumbre fica como aquele esfinge da história do Sófocles, né,
01:30decifra-me ou te devoro.
01:33E ninguém sabe exatamente o que é que ele está querendo para evitar aí esse confronto com o presidente Lula.
01:41A estratégia dele agora não é mais de votar rapidamente, mas atrasar.
01:46Isso vai ficar para o ano que vem e vai empurrando, como ele fez em outras indicações ao Supremo Tribunal Federal.
01:54O certo é que ele quer participar do processo.
01:57Só que é o seguinte, existe um movimento, e eu estou acompanhando esse movimento há bastante tempo,
02:03de evangélicos que lutam por mais espaço na política e na participação do governo.
02:08E isso é próprio. Hoje nós temos mais de 30, quase 40% dos brasileiros que são efetivamente evangélicos.
02:17Não é que dizem ser evangélicos, são efetivamente evangélicos.
02:21E existe um espaço muito curto, muito pequeno, até por preconceito dos evangélicos no governo.
02:27E aí esse movimento acaba beneficiando o ministro Jorge Messias.
02:32E ele está trabalhando, conversando com senadores um a um.
02:36E veja bem, não é saudável ter um ministro no Supremo adversário.
02:43Então é por isso que a situação dele está ficando mais fácil.
02:46O poder é assim.
02:47Se faz com o poder ou demonstração de poder ou expectativa de poder.
02:53Odeis, essa entrada em campo aí dos ministros tem peso?
02:58Tem impacto para tentar quebrar resistências?
03:00Tem impacto sim, Nonato.
03:02Mas eu chamo atenção para uma outra questão que eu vejo, inclusive, como um mal crônico da política brasileira.
03:10Que a gente, inclusive, fala muito aqui.
03:12Que é essa questão da qualidade técnica, do engajamento técnico da pessoa se sobrepor à lógica política.
03:22A lógica do poder e barganha.
03:23E aí o que a gente está vendo, quando esses ministros entram em campo para colocar o nome do Jorge Messias.
03:30Para que o Messias seja aprovado.
03:31E para além de tudo que o Zé Maria falou da qualidade técnica dele.
03:35Mas a gente vê o equilíbrio entre os poderes sendo claramente testado.
03:41E sem nenhuma vergonha no meio disso tudo.
03:44E aí me parece que o executivo está bem disposto a testar os limites desse equilíbrio entre os poderes.
Seja a primeira pessoa a comentar