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TVTranscrição
00:00O que é isso?
00:30O que é isso?
00:37Cadê a Sônia?
00:39Eu encontrei em São Paulo com o Rodrigo Faro
00:41Rodrigo Faro? Aquele da televisão?
00:44É, ele mesmo
00:44Bom, não sei se eu falei pra vocês, mas a gente é amigo desde o tempo de colégio
00:47Ah, eu me lembro
00:48E a notícia boa é a seguinte
00:50Ele aceitou participar de uma trilha ecológica aqui com a gente
00:53Dessa vez eu vou acabar com ele
00:56Inocente preso e assassinos e assassinos
00:59Até quando, governador?
01:03E a Lilian?
01:04O que aquela cadela tá fazendo lá que não impediu isso?
01:07Ela vai pagar caro
01:08Nicolau, você não vai fazer outra barbaridade com a moça
01:11Barbaridade?
01:13Bater numa vadia?
01:14É justamente isso que eu vou fazer
01:16Nicolau, por caridade não
01:18Cala a boca
01:19Você tá me andando calar a boca?
01:22Eu sou sua tia
01:23Estou
01:24Me respeita, Nicolau
01:26Ô, cala a boca
01:26Ô, apanha também
01:29Eu vim lhe trazer um recado da sua filha
01:33A Sônia pediu que o senhor não procurasse por ela
01:35Quando sua filha estiver mais serena
01:37E as coisas normalizarem
01:38Ela volta pra casa
01:40Então
01:42Você se concorda com isso?
01:46Você é fiscal de rua agora, é?
01:48Fiscal da casa do meu patrão, eu sou
01:50Não tem nada a ver com a casa do professor, viu?
01:53Eu tô aqui esperando uma namorada
01:54É isso
01:55E o professor sabe que a casa dele virou ponto de encontro?
01:58Agora Nicolau, tu tem que levar em consideração também
02:00Que o rapaz é filha do jornalista, né?
02:02Deve ter sido uma barra ver moleque preso que nem um delinquente
02:04Barra!
02:05É esse escrevinhador me desobedecer
02:07Eu quero que se dane aquele filhote dele
02:08Que apodreça no xilidró
02:10Sei lá
02:11Agora ele vai pagar caro
02:13Calma, rapaz, calma
02:14Tu vai assim nesse estado lá?
02:16É assim que eu funciono melhor, Nazinha
02:18No quente mesmo
02:19Aquele babaca vai ver quem manda
02:21Mas o Romeu, o que que tava fazendo lá?
02:27O que cê acha que ela tava lá?
02:28Dá um café aí, Loura
02:29Ô, seu limpo, é pra já
02:31Que honra
02:32Ô, te aviso
02:34A gente tava em Dagorinha
02:35Comentando o acontecido com seu filho
02:38É, seu limpo, como é que pode
02:40Entrar lá, né?
02:41Prender um menino, um estudante, um rapaz de família
02:44Dentro da sua casa?
02:45Isso é pra vocês terem ideia do tipo de indivíduo
02:47Que anda comandando a polícia de Ribeirão do Tempo
02:50Em vez de desvendar os crimes pavorosos que acontecem na cidade
02:53Fica prendendo gente inocente
02:55Hum, dá pra entender mesmo
02:56Essa do delegado
02:57Seu Ricardo é o rebotalho
02:59Da pior leva de representantes da ditadura
03:01Que insiste em circular entre nós
03:04A juricaba é o representante fiel da arbitrariedade
03:07Do desrespeito aos direitos humanos
03:10É, é, é, é
03:11E ele foi longe demais
03:12Onde é civil?
03:13Prender sem crime?
03:14Sem motivo?
03:15Isso é um absurdo!
03:17Tem um negócio que eu não entendi
03:18Quando eu li o jornal, seu limpo
03:20A filha do delegado estava fazendo o que na sua casa?
03:23Ô Luê, isso é assunto seu
03:24É assunto seu, é assunto seu
03:26Isso não interessa
03:27O que interessa é que foi uma prisão arbitrária
03:30Com o objetivo de vingança
03:31Contra a minha pessoa
03:33Porque o objetivo dele é se vingar contra a minha pessoa
03:36É isso
03:36Ô meu, isso é problema dos garotos
03:40Fica na tua, cara
03:41O seu limpo
03:42O que a gente tava querendo dizer é o seguinte
03:44É que, é, é, nós somos solidários com o senhor
03:48Porque deve, é solidário mesmo
03:50Obrigado
03:50Isso mesmo
03:51Tudo solidário
03:53Muito obrigado
03:54Acho que depois eu posso copar o galvão
03:56Bom serviço
03:57Olá, pessoal
04:02E aí, seu limpo
04:03Então eu, tudo tranquilo?
04:05Tudo
04:06Errado
04:06No dia que tiver tudo tranquilo na redação de um jornal
04:09É porque a redação perdeu a sua alma
04:11Não, o senhor tem razão
04:12Mas e a primeira página?
04:13Já ficou como o senhor queria?
04:15Ficou ótimo
04:15Agora vamos ver qual vai ser a reação
04:17Porque o assunto repercutiu em toda a população
04:20É verdade
04:21Não se fala de outra coisa na cidade
04:23Cadê a Lilian?
04:23Tá na sala do senhor
04:24Tô ansioso pra saber qual foi a reação do senador
04:27Em relação à mudança da primeira página
04:28Vamos ver qual foi a bronca
04:31Vamos ver qual foi a bronca
04:31Vamos ver qual foi a bronca
04:34Vamos ver a Lilian
04:35Olá
04:35Tudo bom?
04:37Tudo ótimo
04:38Escuta
04:40Eu tô ansioso pra saber qual foi a reação de sua excelência
04:44No que diz respeito à mudança da primeira página do jornal
04:47Eu imagino que ele deva ter comentado alguma coisa com você
04:51Ele ligou aqui e disse que tá vindo pra redação
04:53Como é que tava o tom da voz dele?
04:55Ai, Lincoln
04:55Vai de sempre
04:57Sim
04:58Com licença, senhor Lincoln
04:59Tem uma ligação pro senhor
05:00Quem é?
05:01É o professor Flores
05:02O senhor vai atender?
05:03Ótimo, manda passar
05:04Vem a noite
05:05Eu vou dar um pulo no arquivo, então
05:06Vai, vai, vai
05:07Com licença
05:08Quanta honra, professor Flores
05:12Como vai?
05:13Eu estou ligando para prestar a minha solidariedade, Lincoln
05:16Eu acabo de ler o jornal e fiquei estarecido com os fatos
05:21Ah, muito obrigado, professor
05:22Eu fico muito tocado com o seu interesse nesse assunto
05:26Porque além de ser pessoal
05:28É de interesse da sociedade que merece
05:30Sim, porque afinal de contas nós estamos à mercê dos mandos e desmandos daquele que deveria fiscalizar as leis
05:39Fiquei perplexo com a disfaçadez com que o delegado usou seu cargo para arbitrar um ato tão covarde
05:46Isso demonstra como o espírito da ditadura continua nos assombrando, Lincoln
05:52Concordo plenamente, professor
05:54Porque o Ajuricaba é mais um desses espíritos da ditadura que ficam vagando por aí impunemente
06:00Mas isso não pode continuar assim, meu amigo
06:03Se me permite o conselho, deveria acionar o delegado pela arbitrariedade
06:08Não, mas não se preocupe, porque eu não vou deixar isso passar em branco
06:12Os meus advogados já estão acionados
06:14Já estão resolvendo essa questão
06:16A batata do Ajuricaba está assando
06:19É isso aí
06:21Abraço, é um prazer
06:23Ivan, olha aí quem chegou
06:37É, não vai
06:39E aí, moça
06:41Que tipo de jornalista são vocês que não reparam a presença de um senador da república no recinto?
06:48Como é que vai? Tudo bem?
06:52Tudo bom, senador?
06:53Trabalhando muito?
06:54Espero que sim
06:55Tudo bem, senador
06:57Como vai, dona Líria?
06:59Como vai, senador?
07:00A gente conversa mais tarde
07:02O chefe está na sala?
07:04Está, está lá dentro
07:05Vou ter uma conversinha com ele lá
07:07Continue trabalhando, hein? Atividade
07:10Onde é a escala, senador?
07:17Então é uma conversa séria com o chefão
07:19Como vai, senador?
07:20Quer dizer que você volta das suas férias só pra me sacanear
07:23Desculpe, mas eu não estou entendendo
07:24Como não está entendendo?
07:26Eu dei uma ordem pra colocar uma notícia na primeira página com o governador
07:30Você volta e muda tudo
07:32Isso aqui é um bordel ou é o quê?
07:33O senhor leu a primeira página do jornal
07:35Claro
07:36Então o senhor percebeu que era o meu filho que estava preso
07:38Injustamente preso
07:40O que eu tenho a ver com o seu filho, Lincoln?
07:42Eu não investi nesse jornal pra você ficar usando ele pra resolver os seus problemas domésticos
07:46Mas pelo amor de Deus, não se trata disso
07:48O delegado extrapolou
07:50Foi um caso de arbitrariedade
07:53Que merecia ser denunciado e foi
07:55Não me venha com essa
07:56É notória, birra, que você e o delegado tem um com outro
08:00Você não pode trazer os seus problemas particulares pra cá
08:03Deixa eu lhe avivar a memória
08:04O meu acordo com o senhor nessa sociedade
08:07Me dava autonomia jornalística
08:10Eu mudei a primeira página do jornal sim
08:13Por motivos estritamente profissionais
08:17Era um fato que merecia ser denunciado
08:20A sociedade remerece
08:21Porque ela merece
08:23O fato, seu Lincoln
08:25É que você não estava aqui e eu dei uma ordem
08:28E essa ordem não poderia ter sido desprezada desse jeito
08:32Você me desrespeitou
08:35Olha, senador
08:38Eu entendo seus sentimentos e sinceramente eu lhe peço desculpas
08:41Mas o senhor há de entender que eu tenho o direito de publicar na primeira página
08:45Aquilo que eu achar conveniente
08:47Conveniente pra você
08:49É não me aprontar mais uma dessas
08:51Tudo bem
08:53Tudo bem
08:54Como foi um fato grave e de ordem pessoal
08:58Eu achei que o senhor era capaz de
09:00Ser um pouco mais sensível e aceitar
09:04Ah, tudo bem
09:05Dessa vez passa
09:07Mas nunca mais deixe de me consultar antes de trocar uma ordem minha
09:12Estamos conversados?
09:16Estamos conversados
09:17Não, não, não
09:47Eu diria que o Nicolau, ao contrário do que nós pensam,
10:16é um homem consciente, fez uma profunda autocrítica das loucuras da juventude
10:23e hoje é um cidadão correto, um cidadão acima de qualquer suspeita.
10:29Dessa vez, meu carujoca, a sua intuição te enganou redondamente.
10:36O senhor acha mesmo?
10:38Acho.
10:40Você errou o alvo e o problema está na mira.
10:44Mas eu não te pedi que ficasse longe dessas investigações?
10:49O senhor falou...
10:49Você está muito visado, meu caro.
10:52O verdadeiro culpado pela morte do piloto foi o mecânico.
10:57Parece que ele tinha um caso com a mulher do outro.
11:00É tudo uma história de sacanagem, entendeu?
11:03O senhor vai me desculpar, professor, mas eu acho que não é nada disso, não.
11:06Eu tenho caroço nesse amor.
11:07O senhor, senhor, senador.
11:28O senhor vai falar um tolmo.
11:31Senador, termina isso aqui pra mim, tá?
11:33E aí, senador? Tudo em cima?
11:39Mais ou menos.
11:40É? E aí? Deu uma prensa lá no jornalheiro?
11:43Dei, enquadrei o sujeito.
11:45E ele botou galho dentro?
11:47Completamente. Esperniou um pouco, tentou se explicar, mas depois abaixou a cabeça bonitinha.
11:54Isso aí, excelente. Tem que cortar as asinhas antes do primeiro voo, pô.
11:59E aí, qual é o problema, então, pô?
12:01Eu não tô satisfeito ainda.
12:03Na bolinha que eu fico de picuinha com o delegado, me desobedece, entendeu?
12:07Então, senão pode ficar barato. Eu acho que ficou.
12:10E lá, tô querendo sacanear o cara, velho. Me ajuda aí a bolar alguma coisa.
12:14Você vai comigo mesmo, né, rapaz? Deixa eu pensar aqui.
12:17Rapaz, o ideal era você arrumar alguma coisa por causa dessa bronca dele com a juricaba, né?
12:22O negócio ainda não tá fervendo entre eles?
12:25Deixa eu pensar aqui.
12:29Ah, rapaz.
12:31Vamos conectar os dois. Provocar um curto-circuito.
12:36Como é que faz isso?
12:37Pô, molinha. Você lembra daquela brincadeira que a gente fazia no tempo de moleque?
12:41Das ligações impossíveis, hã?
12:43Vamos promover uma, pô. Vai ser homenagem aos velhos tempos.
12:48Mas aí você é um gênio.
12:49Calma, modestamente, modestamente.
12:52E onde é que a gente faz isso?
12:52Vem cá.
12:54Sabe aquele hotel furreco que tem ali na rua do comércio?
12:57Oh, claro.
12:57Tá.
12:58Lá tem uma mesa telefônica daquela das antigas.
13:01Acontece, meu camarada, que a telefonista que trabalha lá costuma fazer umas ligações de outro tipo pra mim em certas ocasiões, tá entendendo?
13:09Ela vai topar, meu irmão. É mesmo?
13:14Rapaz, a vadia é uma graça, rapaz.
13:18Até porque o nome dela é graça, né?
13:22Vamos lá agora.
13:23Pô, pra já, né?
13:24Vai, Nadine, segura as portas que eu já volto, hein?
13:26Vai, vai.
13:27Tá, um abraço. Tchau, tchau.
13:29Gracinha, meu anjo.
13:42Pô, meu amor, tudo bem?
13:45Melhor agora, né?
13:47Excelência, essa aqui é a graça. Uma grande amiga.
13:50Gracinha, esse aqui é o Nicolau, ilustre senador ribeirense, hein?
13:55Vai, graça. Prazer.
13:57Prazer. Prazer é todo meu.
13:59Já conheço o senhor de nome, de ver assim, de longe.
14:01Quem não conhece?
14:03É, mas vai continuar vendo de longe, viu, minha mãe? Porque ele não é mole, né?
14:08Escuta, meu anjo.
14:09Eu vou te explicar direitinho o que a gente precisa, tá?
14:13Vem cá.
14:14Entendeu direitinho o que a gente quer?
14:17Mais ou menos. Dá pra explicar melhor?
14:19Claro, meu anjo. Eu tenho todo o tempo do mundo pra você.
14:21Presta atenção.
14:22Você vai ligar pra delegacia, chama o delegado, segura ele na linha.
14:25Aí você liga pro jornal, pra redação, põe o Lincoln na linha, conecta um com o outro.
14:31Só isso.
14:32Depois que ligar, coloca no VivaVoz.
14:35Mas, Nazinho, eu não sei não.
14:37Isso aí pode sobrar pra mim?
14:38Não, não vai sobrar nada pra você.
14:39Vem cá, vem cá, vem cá.
14:41Não vai sobrar nada pra você.
14:43Fica tranquilinha.
14:44Olha só, qualquer coisa, o senador garante.
14:46É ou não é, Celeste?
14:47Sem susto.
14:48Bom, então tá.
14:51Olha só, quando ligar, diz que é do Rio de Janeiro, que eles vão atender correndo.
14:54Isso, vamos lá então.
14:55Tá aqui, ó, os dois números, ó.
14:57E eu começo por qual?
14:59Ah, só igual, tanto faz.
15:00Ah, boa!
15:04Ai, ai.
15:11Folha da Corredeira?
15:14Sim?
15:16É, espera só um momentinho, por favor.
15:18No Rio de Janeiro.
15:20O que é?
15:20Não sei, tem que eu pergunte.
15:22Não, deixa o que eu falo.
15:24Pronto, alô?
15:31Com licença, delegado.
15:36Interessante esse costume de entrar primeiro e depois pedir licença.
15:42O senhor continua com bom humor.
15:45É telefone do Rio de Janeiro pro senhor.
15:47Vai atender?
15:48Do Rio de Janeiro?
15:49De quem?
15:49De onde?
15:50Bom, não disseram.
15:52Só pode ser a porra em ação.
15:55O B é um outro jornalista safado querendo provocar.
16:00Bom, então, o que é que eu digo?
16:02Ou eu digo que o senhor não está?
16:04É.
16:06Não, espera.
16:07Eu vou atender.
16:08Eu vou atender.
16:10Pronto, já estou na linha.
16:11Pronto, já estou na linha.
16:12Posso juntar os dois?
16:13Junta e bota no vivo a voz.
16:18Quem está falando?
16:19Eu é que pergunto quem é que está falando.
16:22Com quem está falando?
16:23O senhor liga pra mim e não sabe com quem está falando?
16:25Foi o senhor que ligou.
16:27Eu não liguei pra ninguém.
16:29Olha, rapaz.
16:31Diga logo o que quer ou eu desligo.
16:34Para com essa brincadeira.
16:35Eu acho que eu estou reconhecendo essa voz.
16:37Olha aqui, eu não tenho tempo pra gracinha, Zé.
16:40Também acho que estou reconhecendo essa voz.
16:44Não consigo acreditar nos meus ouvidos.
16:48Ai, é você, seu delegado de bosta.
16:51Delegado de bosta é sua mãe.
16:53Vai brincar assim com ela, lá na zona.
16:57Delegado, pelo amor de Deus, desliga esse telefone.
16:59É você que nem mãe tem.
17:02Sim, porque você foi gerado no esgoto.
17:04Por fermentação espontânea da própria bosta.
17:09Caralho, eu vou arracar o teu pelo.
17:11Capacho do senador.
17:13Eu vou acabar com você.
17:14Eu vou acabar com o seu filho.
17:16Mas antes disso, tu cuida daquela galinha.
17:19Daquela safada da tua filha.
17:22Como?
17:23O quê?
17:25Repete-se por homem.
17:28Safada.
17:31Safada.
17:31Você acaba de assinar a sua sentença de morte.
17:35Não.
17:37Você se engana porque eu acabo com você antes?
17:40Seu fascista.
17:41Mas é pecado.
17:43Seu gorila de bosta.
17:46Fascista.
17:47Eu vou acabar com a tua raça, Juricaba.
17:50Eu vou aí agora.
17:52Eu quero acabar com a sua raça.
17:54Você está com seus minutos contados.
17:56Não, não perco o seu tempo porque eu é que estou indo aí para te capar.
18:07É impossível.
18:08Eu vou para a praça agora, meu segundo round.
18:10Vamos embora, vamos embora.
18:11Vem também, vai, vai, vai.
18:12Nossa, meu amor.
18:12Ah, meu amor, obrigado, viu?
18:14Eu te adoro.
18:15Depois eu volto.
18:16Depois eu volto, hein?
18:17Tchau, obrigada.
18:17Não, não, não.
18:18Até mais.
18:19Obrigada.
18:19Eu vou fazer o que devia ter feito há mais de 30 anos atrás.
18:28Deligado, pelo amor de Deus, larga essa arma.
18:30Não vou largar, dona Marta.
18:31Eu quero despachar esse maldito jornalista para o inferno.
18:34Pelo amor de Deus, larga essa mina aqui.
18:36Cardoso!
18:37Defome, Cardoso!
18:38O que foi, Marcos?
18:39Deligado, larga!
18:41Não deixe ele sair armado, Cardoso.
18:42Larga, Deligado!
18:43O que foi, delegado?
18:45Me dá essa arma.
18:47Ouve o que a Marta está dizendo?
18:49É para o seu próprio bem?
18:51Para a sua família?
18:54Tá bom.
18:56Eu vou desarmado.
18:59Se me acontecer alguma coisa,
19:03os culpados serão vocês.
19:12Delegado, delegado, Cardoso, vamos atrás dele, vai.
19:16Cá, o delegado vem cá.
19:17O delegado!
19:19Para você.
19:24O amor da sua vida.
19:26Obrigada, Carmen.
19:27Tá.
19:32Oi, André.
19:33E aí, meu amor?
19:34Como é que você tá?
19:35Como é que você acha?
19:36Péssima, né?
19:37Mas eu quero saber de você, vai.
19:39Me conta.
19:39Bom, eu tô mais tranquilo agora.
19:41Parece que o pior já passou.
19:42É, ainda bem, né?
19:44Pelo menos agora eu acho que a gente consegue conversar um pouquinho com mais calma.
19:47É.
19:47Parece que sim, eu tô sozinho agora.
19:49É, eu também tô sozinho aqui.
19:52Mas me fala, André, meu pai não fez nenhuma violência contra você não, né?
19:55Não, meu amor, existe pior violência do que ser preso.
19:58Eu juro que eu nunca vou perdoar meu pai por isso, meu amor, nunca.
20:01Nem ele, Sônia, nem o meu pai vão conseguir separar o nosso amor.
20:06Mas o que a gente faz agora?
20:08Eu não sei.
20:10Eu só sei que eu te amo e você me ama.
20:14E nada vai mudar isso, entendeu?
20:17Nada.
20:18Eu também, eu também te amo muito, muito, meu amor.
20:20Eu já tô aqui morrendo de saudade.
20:22Eu também tô morrendo de saudade, meu amor.
20:24Ninguém vai impedir o nosso amor, entendeu?
20:26Ninguém, ninguém.
20:27Eu também, meu amor, eu te amo tanto, tanto que chega ela a doer aqui, sabe?
20:35Babou, meu amor, eu tenho que te ligar, tá?
20:37Chegou alguém aqui, depois a gente fala.
20:39Beijo.
20:50Oi.
20:54Tudo bom?
20:57Cadê a Sônia?
21:06Jéssica, calma, vamos voltar.
21:08Não vai pra Toca do Leão.
21:09Hoje eu vou arrebentar o pulseio daquele porco.
21:12O cara anda armado é perigoso.
21:14Ele anda armado.
21:15Ele é um covarde.
21:17Todo torturador é um covarde.
21:19Mas que covarde também atira, seu limpo.
21:20Não vai embora, foi bundão.
21:23Vai embora, tem medo, vai embora.
21:24Não, eu vou com você, mas calma, enfria a cabeça, calma.
21:27Calma.
21:28Quando você volta pra redação, porque milaca, cara, milaca.
21:32Milaca.
21:32Eu tô malando com você.
21:34Pelo amor de Deus, doutor, a chuva acaba, para enquanto é tempo.
21:36Isso vai acabar mal, doutor.
21:38Mal pra ele, vem pra mim.
21:39Aí tá vendo, Cardoso, não adianta.
21:41Não adianta.
21:41O miserado vai pagar o preço de telefonagem de Gozão.
21:48Delegado, volta aqui.
21:51A papo ainda tá saindo muito melhor que a encomenda, a papo.
21:54O que ele é esse é filmado?
21:55Tá, vamos tirar as fotinhas.
21:56Vai, vai, vai, tirar as fotinhas.
21:58Camara de generado, não vai sobrar um outro dinheiro que eu chego o veterinário, que o gorila tá solto.
22:06Pergosto de impotência, eu tenho que chegar ao bicho, ao crápula.
22:11Seu aguri bosta, aguri verde,
22:15bicho na mão, querido.
22:17Calma, calma.
22:19Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não.
22:22Para, cara.
22:22Milaca, milaca.
22:23Milaca, milaca.
22:24Já tinha que chegar a turma do Deixa Dito.
22:26Estragaram o espetáculo.
22:28A melhor da festa.
22:29A gente não é quanto?
22:30Milaca, milaca.
22:34Milaca, milaca.
22:35Milaca, milaca.
22:36Milaca, milaca.
22:36Deixa eu acabar com esse grelhinho.
22:39Milaca, milaca.
22:40Milaca, milaca.
22:41Cadê o senhor procurador? Acabaram! Seu verme!
22:44Verdito! Fústula! Esquedento!
22:48Deitido a tua mãe! Aquela safada!
22:51Do casalinha da casilha!
22:53Para! Segura!
22:55É que se solta!
22:56Não!
22:57Vem!
22:58Vem!
23:00Vem!
23:01Vem!
23:01Vem!
23:01Vem!
23:01Vem!
23:01Vem!
23:01Vem!
23:02Vem!
23:02Vem!
23:02Vem!
23:02Tito, pessoal, ficou amarradão com a nossa iniciativa e o patrocínio vai rolar.
23:12Pô, show de bola, maravilha, Yara.
23:14Eu vou lá pegar o kit pra você.
23:15Não, peraí, primeiro me dá um abraço, que isso.
23:18Pô, show de bola, hein? Obrigado.
23:22Grande Tito!
23:23Fala, Rodrigo!
23:25E aí, irmãozinho?
23:26Quanto teu!
23:28Tudo bem?
23:29Tudo bem.
23:30Tudo jóia.
23:30Essa aqui é a Yara.
23:31Oi, Yara.
23:32Trabalha com a gente.
23:34Prazer, tudo bem?
23:35Paraquedista profissional.
23:36É?
23:36Primeira.
23:37Mas vem cá, você achou que eu não vinha não?
23:38Achou que eu tava brincando?
23:39Pô, lógico que não, cara.
23:40Ó, muito bom ter você aqui com a gente.
23:43Tinha amigo desde os tempos do colégio, né?
23:45Muita história pra contar, né?
23:46Ô, nem fala.
23:47A gente tava falando agora da caminhada.
23:50Essa aqui correu atrás, arrumou um patrocínio irado, Rodrigo.
23:53É mesmo?
23:53Que maravilha, né?
23:54Vou lá buscar o kit pra vocês verem.
23:56Tá bom, tá bom.
23:57E aí, cara?
23:57Show aqui fácil, tranquilo.
23:59E o lugar é legal pra caramba, né?
24:00Pô, maravilhoso.
24:00Eu vou te mostrar depois.
24:01Olha só.
24:02Eles pretendem distribuir isso pra galera que vai fazer a caminhada.
24:04Olha, sabão assi.
24:06Patrocinador legal, hein?
24:07Bacana, hein?
24:08Eu me amarrei.
24:10Show?
24:10Show, show.
24:11Isso aqui correu atrás, mas é graças a você que a gente conseguiu isso aí, hein?
24:14Ah, e você acha que eu ia perder um evento teu?
24:15Pô, se a gente tiver um atento.
24:17Pô, cara, você tá doido?
24:18Pô, vai, eu te dou saudade.
24:20Bacana, bacana.
24:21E, ah, vem cá.
24:22Deixa eu te apresentar.
24:23Filomena, minha mulher.
24:23Oi, tudo bem?
24:24Tudo, muito prazer.
24:26Prazer, tudo bem?
24:26Tudo ótimo.
24:28Fica, você quer conhecer?
24:29Então, eu quero.
24:30Vamos ver?
24:30Vamos lá, me leva, vamos nessa.
24:31Vamos nessa.
24:32Não dá nada.
24:33Até já.
24:33Chega aí, chega lá.
24:39Estou muito impressionado com o brilho dos teus olhos, Serena.
24:43Faz muito tempo que eu não te vejo assim, tão animado.
24:46Pudera, padrinho.
24:47Eu tô me sentindo um verdadeiro estrategista de guerra.
24:51Então, conta logo tudo.
24:53A mobilização do Comando Invisível foi o protesto contra o Ressor.
24:57Tá pegando fogo.
24:58Ou melhor, já pegou fogo.
25:00E esse fogo se espalhou.
25:02Tá se espalhando mais do que incêndio na floresta amazônica.
25:05Você tá querendo dizer que houve um grande retorno aos teus e-mails?
25:09Essa rede complicada que você armou nas internets da vida?
25:12Muitos.
25:13Muitos de muitos retornos.
25:14Mais do que a gente podia imaginar.
25:16Ah, dá-lhe, Sereno!
25:17É, comigo é assim.
25:22Pediu, levou.
25:23Comigo não tem erro.
25:26Tá feliz comigo, padrinho?
25:27Muito feliz, Sereno.
25:29Professor, o senador está no telefone querendo falar com o senhor.
25:34Diga a ele que eu não estou.
25:35O senhor não vai falar com o senador?
25:37Não.
25:38Então tá, eu dou o recado.
25:39Agora a minha felicidade tá completa.
25:50Por quê?
25:50Porque o senhor despachou o Nicolau por minha causa.
25:55Não, eu despachei porque eu tinha que despachar.
25:57Não, não, não.
25:57Foi por minha causa.
25:58Eu sei que foi por minha causa.
26:00Foi por minha causa que eu sei.
26:01Foi por minha causa.
26:02Tá bom o que seja.
26:04Vem cá.
26:05Continua me contando sobre a mobilização.
26:07O negócio é o seguinte.
26:12O povo precisa se manifestar de maneira radical contra o resort.
26:19A invasão imperialista do sagrado espaço da natureza não pode continuar.
26:25Junte-se a nós na praça do enforcado no dia da audiência pública.
26:37Alô?
26:52Oi, eu gostaria de falar com o João Carlos, por favor.
26:55Não esquenta, padrinho.
26:57Tudo vai dar certo.
26:57A manifestação vai ser o maior sucesso.
27:01Mas...
27:01Eu não esquentei.
27:02Tá esquentando, sim.
27:04Esquentou.
27:04Que eu sei, eu sei, eu percebo, eu vejo, eu sinto essas coisas.
27:08Esquentou.
27:09Eu não me esquento nunca, Sereno.
27:11E eu sou otimista em tudo que eu faço.
27:15Guarde bem isso na sua cabeça.
27:18A revolução é um ato de felicidade.
27:21E o legítimo revolucionário é otimista pela própria natureza.
27:27Ah, bonito isso.
27:31Revolução, felicidade, felicidade, revolução, revolução, felicidade.
27:36Padrinho, deixa eu te perguntar uma coisa que tá aqui, ó.
27:39Martelando na minha cabeça.
27:43Certo.
27:44Pode perguntar.
27:45O senhor responde de coração?
27:48Claro.
27:50Promete que não vai rir?
27:52Certo.
27:53Promete.
27:54Peraí, eu tô começando a ficar preocupado.
27:55Não faz mal com essa pergunta.
27:56Eu, eu queria saber
27:58se esse que tá aqui na sua frente
28:01falando com o senhor,
28:03eu, eu, o Sereno,
28:05eu gostaria de saber se
28:07se eu sou um revolucionário.
28:13Olha aí, ó.
28:14Ó, ó.
28:14Prometeu que não é aqui, ó.
28:16Mentiu de novo.
28:17Estou rindo,
28:18porque essa é uma pergunta muito boba, Sereno.
28:21Mas boba por quê?
28:22Porque você é um revolucionário, meu camarada.
28:26E dos melhores.
28:28Dos mais audazes.
28:30Dos mais audazes.
28:34Eu não sei.
28:35Como é que você não sabia disso, Sereno?
28:38Você tem que se valorizar mais.
28:40Valorizar sua autoestima.
28:43Vamos, meu caro.
28:44Levante a cabeça.
28:45Levante a cabeça.
28:46E diga pra si mesmo
28:48todos os dias.
28:50Eu sou o audaz.
28:52Eu sou o audaz.
28:53Eu sou o audaz.
28:55Eu sou o audaz.
28:56Eu sou o audaz.
28:58Eu sou o audaz.
28:59Eu sou o audaz.
29:00Eu sou o audazes.
29:02Isso, Sereno.
29:04Agora eu tenho que ir
29:05cuidar da manifestação.
29:07Eu tenho que puxar o carro.
29:08Peraí.
29:09Onde é que você vai tão abraçado?
29:13É que eu tenho uma paquera.
29:15Ah, mas que coisa boa.
29:19E eu conheço?
29:21O senhor pode ficar tranquilo
29:23que não é nenhuma dessas coroas
29:24que o senhor está pegando, não.
29:25Eu já disse que não gosto
29:27que chame essas damas de coroas.
29:30Elas são mulheres admiráveis.
29:33Tá bom.
29:33Tá bom.
29:34Eu não falo mais.
29:36Não falo mais.
29:38Então, vá pra tua paquera
29:41e cuide bem do nosso
29:42levante de massas.
29:45Levante, avante, adiante.
29:49Massa!
29:50Levante, avante, adiante.
29:51Massa!
29:52Você tem que agir com a cabeça fria,
30:06com muita calma e cuidado.
30:08Mãe, mãe, não dá pra esfriar a cabeça
30:10com a loucura, comendo solta.
30:12Aliás, meu pai, quem mesmo proibiu
30:13meu namoro com o André?
30:14Ele vai ter que matar os dois.
30:16Porque se ele mata só um,
30:17o outro mata ele.
30:17A prova que você está descompensada
30:19são esses disparates que você disse.
30:21Eu só estou dizendo a verdade, mãe.
30:23É uma pena que você não acredite.
30:25Minha filha,
30:26diz pra mim francamente,
30:27esse rapaz, de alguma maneira,
30:28ele não te coagiu?
30:30De alguma forma,
30:31ele não te iludiu?
30:31Aí depois eu é que estou dizendo disparates.
30:34Né?
30:34Mas quantas mil vezes
30:36eu vou ter que repetir, mãe?
30:37Cuidado, hein?
30:38Que loucura, pega.
30:39Você está ficando igual ao meu pai.
30:40Assim não dá pra conversar.
30:41Ah, mesmo?
30:42Mãe, olha bem pra minha cara.
30:44Vê se eu tenho cara
30:45de ser coagida.
30:48Mãe,
30:49eu amo o André.
30:52Amo.
30:53Eu sou completamente apaixonada por ele.
30:55Se não dá pra entender,
30:57decora.
30:57Ah, só pode ser castigo
30:59você se apaixonar
31:00pelo filho do pior inimigo
31:02do seu pai.
31:03Isso pode ser uma provocação inconsciente.
31:06Quanta besteira, mãe.
31:07Quanta besteira.
31:07Eu não estou nem aí pro meu pai,
31:08pro seu inimigo.
31:09Eu quero que se danem,
31:10que se matem.
31:11Aliás, seria a melhor coisa
31:12que eles poderiam fazer.
31:13Que ponto se chegou?
31:15Ah, mas eu é que queria saber
31:17de que ponto se partiu.
31:19Mas quando você casou com meu pai,
31:20ele já era assim?
31:21Ou ele vai ficando pior com o tempo?
31:22Vamos parar com essa discussão
31:23que ele não está levando a nada?
31:24Mas por mim,
31:25ele não tinha nem começado.
31:27Aliás, mãe,
31:27eu vim aqui pra ter paz.
31:29Né?
31:29Que ilusão.
31:30Minha filha,
31:30eu vou te pedir um favor.
31:32Não vai logo dizendo que não.
31:33Que favor?
31:35Volta pra casa
31:36comigo.
31:36A gente resolve isso lá.
31:38Ai, a gente resolve como, mãe?
31:41Eu não sei.
31:43Deve haver alguma maneira.
31:45Deve, né?
31:45Deve estar muito escondida.
31:46Se você descobrisse, me avisa.
31:52Gente, vocês não imaginam
31:53o que aconteceu lá na praça?
31:54O quê?
31:55O Lincoln e o Ajuricaba
31:57saíram no braço.
31:59Mãe.
32:00Mãe.
32:06Tô de cabeça?
32:10De racha.
32:14Olha, delegado,
32:15toma isso aqui, vai.
32:17Toma.
32:18O que é isso?
32:20Isso aqui é um analgésico
32:21e um calmante, vai.
32:22Eu sou o homem
32:23de tomar calmante.
32:25Delegado,
32:25pelo amor de Deus.
32:26Então,
32:27faça uma exceção.
32:28Toma.
32:28Olha,
32:47Gadoso,
32:48se o delegado
32:49continuar assim,
32:50ele vai acabar
32:51tendo um infarto.
32:52Eu não tô ouvindo.
32:55Eu ouvi,
32:56dona Marta.
32:58morrer
32:59não é o pior
33:02que pode me acontecer
33:03agora.
33:11Eu ajuricaba
33:12parecendo um tomate
33:13caguido
33:14daqueles bem graúdos.
33:16E o Lio,
33:16rapaz,
33:17todo empombado.
33:18O dono da história,
33:20o guardião
33:20das liberdades democráticas
33:22e outras viadagens.
33:25Pô,
33:25apareceu dois campais
33:26enfurecidos, meu irmão.
33:27Mas, ó,
33:27bang bang
33:28muito do Mequetrefe,
33:30tá?
33:31Eu vim aqui atrás
33:32de sangue
33:32e só vi um picadeiro
33:33meia bomba.
33:34É, pô,
33:34também fiquei decepcionável,
33:35né, senador?
33:36Pô,
33:36foi um bang bang
33:38sem bang, né?
33:40Mas o que eu curti
33:41mesmo foi ver
33:42os dois babando.
33:43Quase que eu busquei
33:43um lençol
33:44pra não encharcar a rua.
33:45Tu devia,
33:46excelente,
33:47tu devia.
33:47Porque essa bronca
33:48dos dois aí
33:48parece, sabe,
33:49que é doença
33:50de cachorro louco,
33:51meu irmão?
33:51E tu sabe, né?
33:52Hidrofobia é contagiante.
33:57Nossa,
33:58vocês estão rindo
33:58com tanto gosto.
33:59Posso saber
34:00qual é a piada?
34:01Claro que pode,
34:02gostosa.
34:03Só que depois, tá?
34:04Agora eu tô conversando
34:05com o meu amigo aqui,
34:06como você pode perceber.
34:08Mais tarde,
34:08eu te levo ali atrás
34:09das caixas,
34:10vou te mostrar
34:10uma coisa
34:11que você vai gostar
34:12bastante.
34:13Ou melhor,
34:13vai chorar de alegria.
34:16Deixa a conta aí,
34:17vai pra trás do caixa,
34:18que é o teu lugar
34:18e não me enche o sábado.
34:20Com licença.
34:25O que que te deu, rapaz?
34:27Ah, não sei a política
34:28que eu tenho aí.
34:29Mas diz aí,
34:30você acha que os cowboys
34:32borraram as calças?
34:34Rapaz,
34:34nas calças
34:34eu não digo não,
34:36mas nas fraldas geriátricas
34:37com certeza.
34:43O papo tá bom,
34:44mas a gente tem o que fazer,
34:45vamos nessa.
34:46Apaga aí.
34:46Eu, pô,
34:47tá de sacanagem.
34:48Falando sério,
34:48apaga aí.
35:03Pô, Sérgio,
35:03chega aí, cara.
35:04Vai?
35:05Não, não,
35:05eu já disse,
35:06não tem problema nenhum.
35:07Não vou de jeito nenhum,
35:08André.
35:09A apiração tá rolando
35:10solta aqui, cara.
35:11Teu pai e o delegado
35:12piraram de vez.
35:13Não sei quem é o mais louco.
35:15É,
35:15eu já soube.
35:16Mas também, né, Sérgio,
35:17conhecendo os dois
35:18era de se esperar.
35:20Bom, cara,
35:20chega aí, vai.
35:21Eu já disse que não tem problema
35:22nenhum você pintar aqui.
35:23Não, André,
35:23sem condições.
35:24Eu quero me mandar
35:25da cidade.
35:26Também não é o caso, né, Sérgio?
35:28Aliás,
35:28o ideal era sair do país.
35:30É, Sérgio,
35:31tá com tanto medo assim, cara?
35:32Medo?
35:33Não,
35:34tô apavorado.
35:35Só esperando a minha hora
35:36pro pai da donzela
35:37me encontrar.
35:38Não.
35:38Oi, Rosa.
35:50Oi, Joca.
35:50E aí,
35:51o que você manda?
35:51Quer um chupinho?
35:52Não, não, não.
35:54Eu tô de dieta.
35:55Ah, é?
35:56Ordem do médico?
35:57Não.
35:58Do bom senso mesmo
35:59e do fígado.
36:00É,
36:01com esses dois
36:01não tem como discutir.
36:02Pois é.
36:03E você,
36:04como é que tá aí no trabalho?
36:05Ah, tá bem.
36:06A gente se acostuma
36:07com tudo nessa vida, né?
36:08Ih,
36:09mas será que tá tão ruim assim, é?
36:11O que foi?
36:12O prefeito anda te explorando.
36:14Não, pelo amor de Deus,
36:15tô brincando, hein?
36:16Vem lá,
36:17vê se não vai fazer fofoca
36:18pro meu tio.
36:19De jeito nenhum,
36:19pode deixar.
36:20E aí,
36:21o que você manda?
36:21Vai querer o quê?
36:22Tem sorvete de quê?
36:24Manga,
36:25torta de limão,
36:26chocolate amargo
36:27e banana caramela.
36:28Cuidado de chocolate,
36:29duas bolas.
36:30Tá bom,
36:30já te saco.
36:31Valeu.
36:35E aí,
36:36Joca?
36:38Oi,
36:38desculpa,
36:39te fiz esperar?
36:40Não, não,
36:41acabei de chegar.
36:42Ai, que bom.
36:42Vamos sentar?
36:43Vamos.
36:44Oi, Rosa,
36:44a gente vai sentar aqui,
36:45tá bom?
36:52E aí?
36:54É,
36:54Joca,
36:55eu,
36:56como eu te disse,
36:56eu queria ouvir a sua opinião,
36:57mas não podia ser pelo telefone.
37:00É uma honra,
37:00a senhora me pedir uma opinião.
37:02Não,
37:02por favor,
37:02Joca,
37:03não me chame de senhora.
37:03Eu já te pedi isso.
37:05Além do que,
37:06você sabe muito bem
37:07que desde que você resolveu
37:08aquele caso lá do sumiço da Diana,
37:10eu fiquei com uma ótima impressão
37:11ao seu respeito.
37:12Nossa,
37:13foda,
37:13ela é assim,
37:14a senhora vai me deixar encabulado
37:15ou vaidoso.
37:17Aquele caso da Diana
37:18até que foi simples de resolver.
37:20O difícil foi enfrentar
37:21o caminhoneiro,
37:22o sequestrador.
37:23O cara era quase duas vezes
37:24o meu tamanho.
37:25Nossa,
37:26imagina o barra
37:27que deve ter sido.
37:28Pois é,
37:29mas que opinião que você quer?
37:33Bem,
37:33eu não sei se você também recebeu
37:35o comunicado
37:36do tal Comando Invisível.
37:38Ah,
37:38eu,
37:39eu ouvi falar.
37:41Você recebeu?
37:42Recebia,
37:43eu e muita gente.
37:45Você não recebeu?
37:46Eu não,
37:47eu não,
37:47não.
37:48Foi um amigo meu
37:49que me disse.
37:50É,
37:50e o que que estava dizendo?
37:53Esse comando,
37:54ele,
37:54ele está convocando
37:55as pessoas pela internet
37:57para uma manifestação
37:58no dia da audiência pública
37:59do resort.
38:00manifestação contra o resort.
38:05Interessante.
38:05Muito estranho.
38:07É,
38:08tem razão.
38:09Bom,
38:10diante disso eu
38:10estava precisando
38:12ouvir a opinião
38:12das pessoas que eu confio.
38:14E você é uma delas.
38:16Diz pra mim,
38:17Joca,
38:18o que que você acha
38:19dessa tal convocação?
38:20Salve,
38:28senador.
38:29E aí,
38:29mestre.
38:30Como é que vai?
38:31Recebeu o seu recado
38:31e vim o mais rápido
38:32que pude.
38:33Fez muito bem.
38:34O assunto é meio complicado.
38:36Meio ou inteiro?
38:37Pela sua cara...
38:39É complicado
38:39pra valer.
38:41Tô ficando preocupado.
38:43E é pra ficar
38:44preocupado mesmo.
38:49O que que é?
38:50É o seguinte,
38:50senador.
38:52A partir de agora
38:53temos que tomar
38:53muito cuidado
38:55com o telefone.
38:56Por quê?
38:57Você vai ficar pasmo.
38:59Mas eu descobri
39:00que o meu telefone fixo
39:02está grampeado.
39:04Grampeado?
39:05Grampeado.
39:07Eu conferi pessoalmente.
39:08Conferiu como?
39:09Que loucura é essa?
39:10O grampo está lá,
39:11no fio,
39:12dentro da caixa.
39:12O senhor achou um grampo
39:15e não arrancou.
39:16Eu achei mais estratégico
39:18deixar ele lá.
39:18Não estou entendendo
39:19que tipo de estratégia é essa.
39:21Achou um grampo
39:21e deixa lá e não arranca.
39:23É melhor o grampeador
39:24continuar me monitorando
39:26sem suspeitar
39:27que sei de tudo.
39:29Se fosse eu,
39:29já tinha estraçalhado
39:30essa coisa na hora.
39:32O impulso
39:33não é um bom conselheiro,
39:34senador.
39:36É.
39:37O mestre
39:38sempre iluminando a gente.
39:39Mas e aí,
39:40já tem algum suspeito
39:42de quem seja o grampeador?
39:43Suspeito, não.
39:45Eu tenho certeza.
39:48Quem?
39:50O paspalho do choca.
39:52Esse babaca
39:53está falando muito perigoso.
39:54Esse negócio de grampo
39:55não é...
39:55Eu sei perfeitamente
39:56como contornar isso.
39:59Contornar
39:59e aproveitar.
40:02Vamos tomar uma cachaça
40:04que eu te explico tudo.
40:05Nosso peitinho.
40:15Obrigado, Rosa.
40:15De nada.
40:16Obrigado.
40:18Bom,
40:20pra ser franco,
40:21eu não tenho
40:22nenhuma ideia formada
40:23sobre esse tal
40:24comando invisível, né?
40:26Eu me lembro que
40:27na época do assassinato
40:28do doutor Érico,
40:30eu achei uma mensagem
40:31na casa da Eleninha,
40:32aquela outra vítima.
40:33Uma mensagem no computador
40:34de uma conspiração.
40:36Eu sei, eu sei.
40:37Eu lembro perfeitamente, joca.
40:38Eu ouvi essa mensagem
40:39lá no jornal,
40:40no computador do Lincoln.
40:41Pois é.
40:42Fui eu que passei pra ele,
40:43no pendrive.
40:44Mas e aí?
40:45O que que deu aquilo?
40:46Além da sua prisão, claro.
40:48Começo deu em cadeia, né?
40:50Eu fui suspeito
40:51de ter assassinado
40:52o doutor Érico
40:53e a Eleninha.
40:55Pois,
40:56virou piada.
40:58E o pior de tudo
40:58é que eu ainda corro risco
40:59de encana
40:59por causa desse lance.
41:01Mas eu me lembro
41:02que naquela época
41:03outras pessoas
41:04receberam mensagens
41:05desse tal
41:07comando invisível
41:08antecipando
41:09um ataque
41:10dessa conspiração.
41:11Ai, olha.
41:13Isso tudo me soa
41:14como uma grande loucura,
41:15eu sabia.
41:16Duas organizações
41:17clandestinas,
41:18inimigas,
41:19uma matando gente,
41:21a outra convocando
41:22pra manifestações.
41:23Bom,
41:24é...
41:24é verdade.
41:27Eu tô investigando
41:27toda essa história
41:28em sigilo absoluto.
41:30e o conselho
41:31que eu dou pra você
41:32é tomar muito cuidado,
41:34viu?
41:35Ai, Joca,
41:37no caso do resort,
41:38se houver mesmo
41:39uma manifestação contra,
41:41vai ser muito bom
41:41pra gente.
41:42Mas eu te confesso
41:43que eu tenho medo.
41:44Eu tenho muito medo
41:45do que possa ter
41:46atrás disso tudo, sabe?
41:47Olha,
41:47eu vou repetir pra senhora.
41:51Cuidado
41:51pra não entrar numa fria,
41:53ouviu?
41:54É melhor a senhora
41:55não se comprometer
41:56com nada.
42:02Ah, sinceramente,
42:03mestre,
42:03eu não entendi direito
42:05ainda por que
42:05que o senhor
42:05desistiu de dar cabo
42:06do panaca.
42:07Só porque errou
42:08uns tirinhos
42:09vai deixar o cara
42:09andando por aí
42:10criando problema
42:11pra gente.
42:12Eu refleti melhor.
42:14Já que ele conseguiu
42:15escapar daquela vez,
42:17eu resolvi
42:18mudar os planos.
42:20E quais são
42:20os planos novos?
42:22Ah,
42:23o Joca vivo
42:24pode ser
42:25muito mais útil
42:26pra nós?
42:27Útil?
42:27Aquele palhaço,
42:28como?
42:29No aniversário
42:30dos 250 anos
42:33da cidade.
42:34Nós já falamos
42:35sobre essa festa,
42:36esqueceu?
42:37Claro que não.
42:38Só não consigo
42:39ligar uma coisa
42:40na outra.
42:41Pensa.
42:42O presidente
42:43da república
42:44virá a Ribeirão
42:45do Tempo
42:45para os festejos.
42:49Quer dizer
42:49que o mestre
42:50ainda está
42:51com aquele
42:51pequeno projeto
42:52de...
42:53Pode ser.
42:55como pode não ser?
42:57Nem só
42:58de tiro
42:59se mata um homem.
43:01Isso é verdade.
43:02Há todo um
43:03leque de possibilidades.
43:06Eu não diria
43:08nem morte
43:09porque é uma palavra
43:10um tanto quanto
43:11sombria.
43:12eu diria
43:17que podemos dar fim
43:19a um presidente
43:20medíocre
43:21que se em vida
43:23não fez nada
43:24poderá ter um fim
43:25heróico
43:26e de alguma
43:28utilidade.
43:31Mas onde é que
43:32o babaquara
43:33do Joca
43:34entra nessa?
43:36A minha ideia
43:37é usar o imbecil
43:38na época
43:39da visita
43:40do presidente?
43:42O Joca
43:43não tem toda
43:43a pinta
43:44de
43:44matador
43:46de presidentes.
43:46do Joca
43:47não tem toda
43:48a pinta
43:50do joca
43:51do joca
43:51do joca
43:52do joca
43:52do joca
43:52do joca
43:53do joca
43:54do joca
43:54Transcrição e Legendas Pedro Negri
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