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  • há 15 horas
No JP Ponto Final, o Secretário de Segurança do DF Sandro Avelar criticou a proposta inicial da PEC da Segurança, elaborada pelo governo federal sem diálogo com os estados. Ele explicou que todos os secretários, de esquerda, direita e centro, rejeitaram a versão original e apresentaram uma alternativa conjunta, depois endossada pelo Fórum de Governadores.

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Transcrição
00:00Pois é, o senhor é presidente do Conselho Nacional de Segurança Pública do Brasil.
00:10É nacional. Como é que é o nome mesmo?
00:14Concesp.
00:15Concesp.
00:16Por que os secretários têm que criar um conselho?
00:21Há divergências com o governo federal e com cada estado?
00:24Assim, naturalmente nós temos divergências, divergências que a gente procura contornar com o diálogo, com o debate construtivo.
00:35E sabe uma coisa que eu acho muito interessante, Zé Maria?
00:38A gente questiona muito aquilo que é certo ou que é errado em matéria de segurança pública.
00:43São ideias diferentes, mas que quando se consolidam ali no Conselho as ideias, os processos de construção,
00:53a gente sempre consegue construir importantes unanimidades em discussões importantes,
00:58independentemente da cor ideológica representada ali por aquele secretário.
01:04O senhor diria que há um ponto comum em todos os estados sobre violência e segurança pública?
01:10Eu não tenho a menor dúvida de que existem pontos comuns.
01:14E se fala a diferença entre segurança pública em São Paulo, no Ceará, aqui em Brasília?
01:20Então não tem isso? São sempre os mesmos problemas?
01:23Não, há problemas diferentes em algumas regiões.
01:27Você vai pegar estados da região de fronteira, por exemplo, eles têm as suas particularidades.
01:33Eles combatem o tráfico de drogas, o tráfico internacional de drogas,
01:37eles combatem o tráfico de armas.
01:39São problemas muitos tipos daquela região.
01:41Não tem a função da Polícia Federal, mas acaba sobrando.
01:43Sempre sobra para o estado.
01:46Você pega um estado como o Rio de Janeiro, tem as suas particularidades,
01:49inclusive geográficas que fazem com que a polícia tenha que fazer um trabalho muito específico.
01:55Ali é mestrado, pós-graduação é mestrado.
01:57Sem dúvida nenhuma.
01:58Sem dúvida.
01:59Você pega os estados da região norte, tem as suas particularidades, as hidrovias,
02:02os chamados ratos, que são aqueles que roubam combustível nas hidrovias.
02:09Tem muitas particularidades de quem convive com essa realidade dos grandes rios,
02:15que servem de transporte também para entorpecente.
02:17Conforme eu falei aqui, esses piratas chamados de ratos,
02:22que assaltam as balsas que transportam combustível.
02:25Então são particularidades.
02:27Mas de uma maneira geral, a gente também tem os pontos comuns.
02:30A gente percebe que a população no Brasil inteiro tem um anseio por segurança,
02:35por sensação de segurança.
02:36E nesses casos, o que se vê é uma preocupação maior com os chamados crimes contra o patrimônio.
02:43Os furtos, os roubos, que incomodam muito a população,
02:47preocupam muito a população no Brasil inteiro.
02:50Por isso que quando o governo federal fez uma proposta de emenda constitucional
02:54sem conversar com os estados,
02:57cuidando então de atribuições da Polícia Federal,
03:00da Polícia Rodoviária Federal,
03:02vindo com alguns conceitos que, de certa forma,
03:05num primeiro momento estavam distantes da realidade dos estados,
03:08houve um consenso por parte de todos os secretários de segurança pública,
03:14independentemente de serem de governos de esquerda, de direita ou de centro.
03:18Todos, unanimemente, decidiram que era a hora de a gente apresentar uma proposta alternativa.
03:24Essa proposta alternativa foi endossada pelo Fórum de Governadores,
03:29que reúne todos os governadores do Brasil,
03:31e deu em sejo a segunda versão que foi apresentada pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública,
03:39já levando em consideração algumas das observações que foram feitas por esse colegiado.
03:43Foi aprovado o projeto antifacção, mas essa emenda, essa PEG da Segurança Pública,
03:50continua em debate, né?
03:51O Mendoncinha, o Mendonça Filho, do deputado de Pernambuco, que é o relator.
03:58E existe a possibilidade de aprovação nos próximos, talvez nesse ano não dê certo,
04:05mas a ideia é aprovar também a PEG da Segurança, né?
04:08É modificada, não é modificar, mas é aprovar, né?
04:10A ideia é aprovar, ele tem nos ouvido, inclusive, fazer esse registro.
04:15O deputado Mendonça Filho tem feito audiências públicas tratando desse assunto,
04:21nós tivemos a ocasião de poder participar, e ele fez essa ressalva, ele fez esse destaque,
04:26para poder dizer que ele praticamente aderiu a todos os conceitos,
04:32a todas as ideias que foram trazidas pelos secretários no Conceito.
04:37O senhor hoje tem uma ideia muito nacionalizada da segurança pública.
04:42Primeiro, porque é delegado da Polícia Federal, passou pelo Departamento Penitenciário, né?
04:49E teve uma experiência muito forte em vários setores da Polícia Federal e no Ministério da Justiça.
04:54E há um debate forte sobre mudança no sistema.
05:00Há quem defenda a municipalização.
05:03Eu queria dizer para o senhor que eu conversava muito com o Romel Tuma,
05:07e ele tinha um projeto de criar o Xerife, ou seja, uma municipalização da segurança pública.
05:13E eu confesso que eu achei aquilo esquisito, e fui fazer a matéria até no sentido de uma matéria meio hilária,
05:19e vi que tem lógica.
05:21O que o senhor acha da municipalização da segurança pública?
05:24Eu acho que esse conceito já das guardas municipais, que vem funcionando,
05:29elas fazem parte daquele projeto do SUSP, do Sistema Único de Segurança Pública,
05:35eu já vi essa previsão.
05:37Então, a guarda municipal hoje é uma realidade.
05:42A gente tem que saber conviver com isso e administrar de uma maneira que não haja
05:45conflitos de competência, sobretudo com a polícia militar.
05:49Tem que haver um respeito mútuo, não pode haver uma invasão de competências,
05:55mas sobretudo em cidades maiores, como o próprio município de São Paulo,
05:58a guarda municipal já vem funcionando, e é preciso reconhecer o trabalho meritório que eles têm.
06:03Agora, eu tenho absoluta certeza que hoje o principal carro-chefe que move a segurança pública no país
06:14são os estados.
06:16Os estados, através das polícias civis e as polícias militares, têm uma responsabilidade muito grande,
06:21inclusive os investimentos são monstruosamente maiores do que os investimentos feitos pelo governo federal.
06:28Pois é, os Estados Unidos têm ali cerca de 21 mil tipos de polícias.
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