A COP30 em Belém avançou na adaptação climática e nas novas NDCs, com destaque para o pacote de Belém e o fundo FFTS de preservação das florestas tropicais. Kátia Abreu, comentarista do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, explicou os próximos passos e como transformar anúncios em ações concretas.
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00:00A COP30 em Belém encerrou as discussões sobre a adaptação climática, as novas metas nacionais e também caminhos para financiar a transição.
00:10E o Brasil ganhou espaço com o pacote de Belém e com o fundo voltado à preservação de florestas tropicais.
00:17Agora o debate vira para como transformar anúncio em execução.
00:22Sobre esse assunto eu converso com a nossa comentarista, nossa notável Kátia Abreu, sobre os próximos passos.
00:28Oi Kátia, bem-vinda aqui ao Real Time, tudo certo por aí?
00:33Olá Paula, tudo bem? Belíssima matéria agora sobre a Apple.
00:37Acho que se faltou um detalhe, um pequeno detalhe, imagina o salário desse novo CEO, a remuneração desse cidadão que vai comandar uma empresa de 4 trilhões de dólares, imagino.
00:50Longe de imaginar na realidade o que ele vai ganhar.
00:53Mas vamos lá ver o que nós ganhamos na COP, esse é o nosso assunto e vamos à frente.
01:00Na realidade, Paula, nós não podemos dizer que essa COP foi a COP Kyoto ou foi a COP Paris,
01:08que durante todos os anos foram as duas COPs que mais se destacaram no mundo.
01:13Mas também dizer que não foi uma super COP seria injustiça com a COP30, com o Brasil, com a nossa Amazônia e com Belém.
01:24Foram milhões de investimentos, milhares de reais investidos nessa COP para receber todas as comitivas do mundo inteiro e tivemos avanços extraordinários.
01:36E eu gostaria de começar aqui mencionando, para mim, um dos mais importantes.
01:41Nada que você deixa de medir não tem valor.
01:46Então, todos esses avanços, todas essas NDCs, os compromissos dos países, não tinham um formato regular ou unânime de medição.
01:59Então, agora nós temos 59 indicadores universais para avaliar os avanços, os progressos das NDCs e da adaptação climática.
02:13Para que serve isso?
02:14Serve para comparar, serve para saber se nós estamos chegando nos nossos objetivos,
02:20mas serve principalmente para direcionar os investimentos, para orientar para onde que vai o dinheiro,
02:28para o caminho certo, quer seja nos países, nas regiões, nos municípios, nos estados, enfim.
02:36Então, essas medições, na verdade, a proposta era um de 100 indicadores, mas nós aprovamos 59
02:42e isso vai significar uma nova era daqui adiante para as NDCs.
02:49Outra questão importante são as novas NDCs.
02:53Por quê?
02:53Porque nós queremos ser mais ousados.
02:56Por que mais ousados?
02:57Não é só por nossa vontade própria.
03:00É porque nos últimos dois anos, o planeta, ao invés de recuar, nós aquecemos mais do que o esperado.
03:07Então, nós temos que correr contra o tempo para alcançar um grau e meio,
03:11retroagir a esse limite que nós tínhamos imposto ao mundo.
03:18Se nós extrapolamos nesses últimos dois anos, então nós temos que correr atrás do prejuízo.
03:24Como o pacote de Belém, que é um dos pontos importantes, que é acelerar essas NDCs lá de Paris.
03:32Nós teremos novas NDCs, mas nós queremos correr atrás do prejuízo, acelerando as NDCs que foram feitas em 2010,
03:42que é a COP15 de Paris.
03:44financiamento continua os mesmos, sem nenhuma clareza muito forte, muito detalhada, de como aquele um trilhão e meio de dólar vai ser disponibilizado, como e quando.
03:58Esse é uma das falhas, mas temos que reconhecer que o Brasil inovou, arrojou, foi ousado ao criar o FFTS.
04:09Por que arrojado?
04:11Porque não é mais um dinheiro temporário.
04:15Transformou-se num fundo eterno, que vai ficar lá.
04:20aplicado no Banco Mundial, que é o banco que foi escolhido, que vai cobrir e proteger um bilhão de hectares em 70 nações,
04:29e que diz o seguinte, ele será aplicado em fundos de investimentos, vai ter uma remuneração,
04:36e o que sobrar, além do que disser respeito ao spread, vai servir para remunerar os produtores que deixaram de destruir floresta.
04:46Então, se eu entender que eu vou ganhar dinheiro com a floresta em pé, eu não vou destruir a floresta,
04:52eu não vou desmatar, eu vou proteger ela do fogo, eu não vou tirar madeira, porque a remuneração vai vir para mim.
04:59Então, o principal desse dinheiro, que é a meta, são 125 bilhões de dólares, sendo que 25 bi de fundos soberanos,
05:10ou seja, fundos públicos dos países, e 100 bilhões da iniciativa privada.
05:15Ela não vai dar esse recurso, ela vai aplicar, a iniciativa privada vai ser remunerada,
05:22e uma pequena diferença vai para esses países que cumprir e não desmatar.
05:28Mas vai ser o quê? Só verbal? Não.
05:31Eu disse agora há pouco que nós teremos instrumentos mensuráveis por satélites,
05:36por instrumentos rigorosos, com tabelas muito fortes, de observar se o país cumpriu ou não,
05:45com relação à manutenção da floresta.
05:48E o país, por sua vez, que receber aquele dinheirão, se Deus quiser, receber o total do recurso,
05:55ele vai buscar, através de satélite, os seus produtores daquela região e vai remunerar por hectare.
06:02Então, esse é um formato novo. Antigamente era dação.
06:07Todo ano acabava, alguém tinha que encher o pote. O dinheiro acabava, tinha que encher o pote.
06:12Não, agora o pote vai encher, vai remunerar quem doou eternamente,
06:18e os donos dessas florestas serão remunerados economicamente por contribuir com o mundo todo
06:26e com o resfriamento do planeta.
06:28E por último, Paula, pela primeira vez, entre todas as cópias desde que foi criada,
06:34o nosso querido biocombustível foi mencionado.
06:38Foi pauta.
06:39E nós fomos, mais uma vez, ousados.
06:42E nada mais do que 40 países, inclusive o Canadá, o México,
06:48também aderiu à proposta nossa de aumentar em quatro vezes até 2035
06:55a produção dos biocombustíveis, que é o etanol de milho, o etanol de cana, o biodiesel,
07:03enfim, todos os biocombustíveis, o biogás.
07:06Então, todas as alternativas, como hidrogênio verde,
07:09todos eles nós queremos aumentar em quatro vezes no mundo inteiro.
07:14Então, essa foi uma rota voluntária, privada, mas um acordo de alto nível voluntário.
07:21Isso significa que não é obrigatório, mas moralmente nós fizemos esse compromisso,
07:2740 países, e nós esperamos que esse seja uma rota concreta de redução do combustível fósforo.
07:36Outro dia eu ouvi uma expressão muito interessante, Paula,
07:39que a idade da pedra acabou.
07:41Não foi por falta de pedra, as pedras continuam por aí.
07:45E o petróleo, o uso do petróleo vai deixar de ser feito,
07:49não porque o petróleo vai acabar, mas porque nós vamos encontrar outras alternativas
07:54que façam menos mal ao planeta ou que não façam mal nenhum ao planeta.
08:00E os biocombustíveis, onde o Brasil é protagonista, é pioneiro, sabe fazer,
08:06a nossa energia é limpa, nossa energia elétrica quase 90% limpa,
08:11a nossa matriz energética é 50% limpa, nós estamos aqui para contribuir com todo o planeta
08:18para que nós possamos levar toda essa tecnologia para as nações,
08:24não só na produção própria, mas exportar para outros países.
08:28Essas aí são as novidades da COP e nós temos então que louvar por ela ter acontecido
08:33lá em Belém, no coração da Amazônia brasileira.
08:37É isso mesmo, Cátia Abreu.
08:39Muito obrigada pelos esclarecimentos, pelas opiniões e por todas essas informações.
08:45E até a próxima, Cátia.
08:46Uma ótima semana para você.
08:48Obrigada para você também, Paula, e para todos que acompanham a CNBC no Real Time.
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