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Transcrição
00:00Eu tô precisando mesmo muito falar com você.
00:10Tá precisando falar comigo, Joga?
00:12Não é bem facada, hein?
00:14Sem nada decidido sobre a reeleição do Ari.
00:16Pra mim já era fato consumado, pô.
00:18Em política, Nozinho, a coisa só se consuma depois de consumada.
00:24Daqui pra frente, minha filha, vai ser um tal de gente tendo assuntos importantes pra falar com você.
00:29E aí sabe qual vai ser o tema?
00:31Din, din, bufunfa.
00:34Vai vir facada de tudo quanto é lado que você nem pensa.
00:37É, mas o Joga não é assim não, dona Sancha.
00:39Por aquele lá e bota as duas mãos no fogo se precisar.
00:42Vê se não estraga essa oportunidade que a vida está te dando, viu?
00:46Você já sabe.
00:47Se vacilar de novo...
00:50Ó.
00:54Querem ser filiado ao partido?
00:55Se filiou há uns dois anos.
00:57Que beleza!
00:59Se você quiser mesmo levar a sério esse seu desejo,
01:03essa sua missão de consertar o mundo, dê o primeiro passo.
01:07Conquiste a prefeitura de Ribeirão do Tempo.
01:10Mas, pô, quem é que vai votar em mim?
01:13O título advogado acabou de ligar.
01:15Ele conseguiu abrir as corpos.
01:16O Nilton sai hoje.
01:18Hoje?
01:18Não é maravilhoso?
01:20Isso é a melhor notícia que você podia me dar, mulher!
01:22Já já ele vai estar estourando por aí.
01:26Eu que vou estourar lá.
01:27O que é?
01:27Eu vou na delegacia, vou buscar o Nilton.
01:29Eu posso te garantir.
01:31A Amida é uma pessoa legal, de muito bom caráter.
01:34Ela tem aquele nariz empinado, mas é só a tal da aparência que engana.
01:37Se você está dizendo...
01:39Eu queria agradecer a sua gentileza e generosidade.
01:44Teria sido muito pior se eu não contasse com a sua presença.
01:49Imagina, é...
01:50Eu não fiz mais que minha obrigação.
01:53Fiz sim.
01:55E você sabe disso.
01:56Tudo bem?
02:17Tudo bem?
02:21E aí, tudo bem?
02:23Uhum.
02:26Posso sentar?
02:27É claro, senta.
02:31Isso é engraçado te encontrar aqui, não esperava que não agita.
02:33Por quê?
02:34Sei lá, imagina que a sua vida tenha mudado da água para o vinho.
02:37Não, não.
02:38Até agora mudou muito pouco.
02:39Filomena, como mudou pouco?
02:41Você é herdeira, milionária.
02:43Como é que as coisas podem estar na mesma?
02:44Não, não é bem assim, Tito.
02:46Não é nenhuma coisa nem outra.
02:47Herdeira meu pai, e até agora a gente não viu a cor dessa grana.
02:50Se bem que me disseram que se eu quiser passar no banco e pegar o dinheiro emprestado, eu posso.
02:54Disso eu não duvido não, hein?
02:55Você sabe que banco adora rico.
02:57É, mas a minha vidinha continua do mesmo jeito.
03:02Eu até quis dar uma reviravolta geral na minha vida, mas aí surgiu essa surpresa da herança, né?
03:07Você acredita que eu soube disso?
03:09A caminha da rodoviária com a passagem comprada para ir embora de Ribeirão?
03:12Imbora?
03:12É.
03:13De vez?
03:14É.
03:15Talvez eu ainda vá.
03:16Mas o que foi?
03:18Você canseou da cidade?
03:19Se eu cansei...
03:20Não foi bem isso, não.
03:23Eu não estava feliz aqui por várias razões.
03:31Filomena, me responde uma coisa.
03:33Agora, como é que você está?
03:35Eu estou...
03:36Estou bem, eu estou bem.
03:41E você?
03:42Bom, você sabe o que aconteceu com o meu avião, né?
03:44O acidente.
03:46Enfim, depois de tudo isso também, as coisas não ficaram muito boas, né?
03:50Está tudo fora de...
03:52Do normal.
03:54É.
03:55É, imagino, Tito.
03:56Foi horrível aquilo.
03:58Ai, eu fiquei chocada.
03:58Eu fiquei também muito...
03:59Muito preocupada.
04:02Por você.
04:02É.
04:03É um verdadeiro circo dos horrores.
04:05Em todos os sentidos.
04:06Foi e está sendo, né?
04:08Mas enfim, pelo menos hoje aconteceu uma coisa legal.
04:10É.
04:11O Newton foi solto.
04:12Mentira.
04:13Acabei de pegar na delegacia.
04:14Ele vai responder o processo em liberdade.
04:16Ai, cadê ele? Cadê o Newton?
04:18Ele foi ver o filho.
04:19É por isso que eu vim pra cá esperar.
04:20Vem cá, vamos tomar um suco.
04:21Pode ser?
04:22Eu não sei, Tito.
04:23Eu...
04:24Eu até gostaria, mas eu não acho uma coisa.
04:26Por causa da Karina.
04:27É.
04:28O Fernando, não precisa se preocupar.
04:30O que aconteceu, já aconteceu, já foi.
04:32Está enterrado com uma pedra em cima.
04:33Bom, se você está dizendo...
04:36Afinal, nós dois sempre fomos bons amigos mesmo, né?
04:41Podemos tomar o nosso suco.
04:43Aham.
04:45E quais são os seus planos daqui pra frente?
04:49Voltar a trabalhar e provar uma inocência.
04:51Trabalhar aonde?
04:52Na pousada.
04:53Se é que ainda existe pousada.
04:55Você e seu pessimismo.
04:56Eu só vejo as coisas como elas são, Newton.
04:59E não como eu gostaria que elas fossem.
05:02Eu posso te afirmar que a pousada não só existe, como está resistindo bravamente.
05:06O Tito tem esperança em reerguer o negócio.
05:09Ele está trabalhando duro pra isso.
05:10É.
05:11Pura perda de tempo.
05:13Aquilo não tem mais jeito.
05:15Como você pode saber?
05:16Não, é o que todo mundo diz, Newton.
05:18Os hóspedes sumiram.
05:19Não tem mais avião nem dinheiro pra comprar outro.
05:22Dívida pra tudo quanto é lado?
05:25O Tito tem esperança do quê?
05:26Eu não sei os planos dele.
05:28Bom, e se o negócio fechar mesmo?
05:31Procura outro lugar pra trabalhar como instrutor.
05:34Ué, mas...
05:35Aí você vai se mudar de Ribeirão?
05:36Espero que não, filho.
05:38Meu lugar é aqui.
05:38Será?
05:41Olha, Newton, sinceramente, eu achava melhor pra todo mundo que você fosse embora daqui mesmo.
05:47Homem, para com isso. Dá um tempo.
05:51Eu tô muito cansado pra discutir.
05:56E aí, como é que tá lá no colégio?
05:58Ah, normal.
05:59E a matemática?
06:01Agora eu vou poder te ajudar.
06:04Aí já é até comardinha, né? Você é o gênio da classe.
06:06Ué.
06:07Enquanto isso, eu tô estudando com um amigo meu que é super cobra.
06:11Hoje mesmo eu vou dormir lá na casa dele.
06:13Aí, você podia me levar, né? Aqui do lado.
06:15Claro. Você arruma lá que eu te levo.
06:17Valeu.
06:24Deus, a peça cozinheira pra fazer somente pratos saudáveis.
06:28Sempre com muitos legumes.
06:29E que sirva sempre uma salada.
06:31Não é porque nós temos uma criança em casa agora que ela vai passar a fazer bife com batata frita.
06:36Que isso fique bem claro.
06:38Sim, senhora, dona Arminda.
06:39Mas é que a menina já disse que adora um bife com batata frita.
06:43A senhora não vai deixar nem uma vezinha na semana?
06:45Elza, eu não quero que a Diana crie maus hábitos na alimentação.
06:48Nada de frituras.
06:50Estamos entendidas?
06:51Sim, senhora.
06:53Frutas.
06:53Tem muita fruta em casa.
06:55Por favor, sirva sempre fruta.
06:56Tô pronta pro rango, tia.
06:58Até tomei banho.
07:01Que que é isso, Diana?
07:03Que roupa é essa?
07:04Tia, eu só dei um jeito nas roupas que a senhora comprou.
07:07Ficou maneiro, não ficou?
07:09Tá horrível.
07:10Parece que você voltou pras ruas.
07:13Poxa, tia, eu só fiz um lance pra ficar mais no meu estilo.
07:16Você gostou, Elza?
07:17Bom, eu acho...
07:18Eu já vi que eu vou ter o maior trabalho pra te ensinar a vestir corretamente.
07:23Que desastre, meu Deus.
07:25E o rango?
07:26Tem bastante comida, né?
07:27Porque eu chamei um amigo.
07:28Bom, o primeiro que não é rango, é jantar.
07:31E segundo que nós combinamos que você iria sempre me avisar antes de convidar alguém.
07:36E não depois de ter convidado.
07:37Quem é o amiguinho que você convidou?
07:40É o Farinha.
07:42Quem?
07:43Viola, tia.
07:44Eu sei quem é o Farinha.
07:45Mas eu não falei pra você que eu não quero aquele traste aqui no solar?
07:49Eu sei que a senhora só tinha falado um pouquinho pra fora.
07:51Não, senhora.
07:52Você fez muito mal em convidar.
07:55Elza, por favor, você espere esse cidadão lá fora.
07:57E assim que ele chegar, você diga que nós...
07:59Que nós nos desculpamos, mas nós não vamos poder recebê-lo.
08:03E você vai perguntar por quê?
08:04Não tem que dar satisfação.
08:05Diga apenas isso.
08:06O importante é que você não deixe essa pessoa entrar de jeito nenhum.
08:09Sim, senhora.
08:13Coitado, tia.
08:14O Joca tinha ficado super feliz com o convite.
08:16O Joca sabe muito bem como são as coisas, Diana.
08:20Já tínhamos conversado sobre isso e eu deixei bem claro que eu não quero que ele frequente o solar.
08:24Eu pensei que a senhora podia dar uma relaxada.
08:27Poxa, o Farinha é um cara tão bacana.
08:29Me ajudou a beça.
08:30E deu a maior força pra eu ficar com a senhora.
08:33Eu queria ter ele por perto.
08:37Vem aqui.
08:39Diana.
08:39Procura entender.
08:45As coisas têm o seu lugar certo.
08:48A gente não pode sair misturando tudo.
08:50E aqui simplesmente não é o lugar do Joca.
08:53E eu?
08:55Será que meu lugar é aqui mesmo?
08:57Acho que não tô acertando uma.
08:58Gente, você só precisa se adaptar.
09:01É natural que você tenha alguma dificuldade no começo.
09:04Você estava nas ruas.
09:06Não tinha alguém pra te ensinar as coisas.
09:09Mas eu tenho certeza que você vai aprender tudo rapidinho.
09:13Eu prometo que eu vou me esforçar.
09:16Eu não quero que a senhora fique zanada comigo.
09:19Então agora me faça um favor.
09:22Volta lá no seu quarto.
09:24E coloca uma roupa decente.
09:27Pra gente jantar com pessoas civilizadas.
09:30Tá bom, tia.
09:31Eu vou lá me trocar.
09:39Saco.
09:40Saco.
09:43Ficou tão legal.
09:49A tia é muito careta.
09:57Coitado do Farinha.
09:59Vai ser esculachado de novo.
10:08Boa noite.
10:09Eu vim pro jantar.
10:10A dona Arminda e a Diana estão me esperando.
10:11Eu tava aqui justamente esperando pelo senhor.
10:14Mas não precisava esperar.
10:15Eu posso entrar assim mesmo.
10:16Desculpa, mas o senhor não vai poder entrar.
10:18Como é que é?
10:19A dona Arminda pediu pra avisar que ela não pode receber o senhor.
10:22Mas por quê?
10:23Aconteceu alguma coisa?
10:24A Diana tá bem?
10:25Não, não aconteceu nada.
10:26Tá tudo bem.
10:27Então, eu não tô entendendo.
10:28Não é pra entender, não, senhor.
10:30Aí olha só, desculpa.
10:31Mas eu tô só cumprindo ordem.
10:33Mas peraí, eu quero falar com uma delas, vai.
10:35Chama a Diana ou a dona Arminda.
10:36Eu só vim aqui porque eu fui convidado.
10:38Por favor, se o senhor insistir, quem vai acabar tendo problema sou eu.
10:42Agora, sem dar licença, eu tenho que entrar.
10:49Mas é muita arrogância, né?
10:52A Arminda tá passando dos limites.
10:53Ai, que troço estranho.
11:08Uma cara de bonequinha de bolo de casamento.
11:14Quantas vezes eu vou ter que ensinar como se coloca um guardanapo corretamente?
11:20Tô porra, um burro.
11:23Dona Arminda, com licença.
11:29É telefone pra Diana, mas é aquele rapaz que a senhora me mandou dispensar lá fora.
11:34Eu passo a ligação?
11:36É um sujeitinho insistente.
11:39A Diana tem que parar de ficar dando coda pra esse tipo de gente.
11:42O que eu faço?
11:42Eu digo que ela não pode atender?
11:44Não, não.
11:45Leva o telefone pra ela, deixa ela falar, senão pode ser pior.
11:48Vai que ele resolve invadir a casa pelo telhado.
11:51Pelo telhado?
11:53Vai, Elza.
11:54Leva o telefone pra ela e diga pra ela falar rápido e descer.
11:58Eu não quero atraso no jantar.
12:00Sim, senhora.
12:00Com licença.
12:01Que sujeitinho insistente.
12:08Insuportável.
12:14O que foi que aconteceu, Diana?
12:16Eu fui até o seu lar e não me deixaram entrar.
12:18Desculpa, Joca.
12:20Mas a tia ficou uma fera quando eu falei que tinha te convidado.
12:22Peraí, quando você me ligou, eu entendi que a Arminda tinha liberado.
12:25Eu arrisquei, né?
12:28Eu sei que ela podia dar uma relaxada e aceitar que você viesse aqui.
12:31Parece até que não conhece a fera, né?
12:33Bem que eu te confiei.
12:34Mas vem cá, ela não brigou contigo não, brigou?
12:36A rosquinha pega direto no meu pé, farinha.
12:39Não é o jeito que eu como, o jeito que eu falo.
12:41Não deixa nem me vestir do jeito que eu gosto.
12:43É, mas olha só, você tem que ter paciência com ela.
12:46A Arminda tá se esforçando pra cuidar bem de você.
12:48Ela só quer te ensinar a ser assim, uma dama, que nem ela.
12:53Ah, dama.
12:54E por acaso foi educado o que a tia fez?
12:57Mandar te dispensar que nem um cachorro molhado?
12:59É, isso foi uma desfeita mesmo.
13:02Mas o lance dela comigo é mais complicado, viu?
13:05O que importa, Diana, é que ela tá te dando uma oportunidade e você tem que aproveitar.
13:09Tá difícil, Joca.
13:11A tia é super legal, mas tem que ser tudo do jeito dela.
13:15Eu pensei que você podia me dar uma força pra amansar a rosquinha.
13:18Você sabe que pode contar comigo, não sabe?
13:20Olha só, fica numa boa e faz o que ela manda.
13:24Você ficou chateado comigo?
13:26Claro que não.
13:27Eu já tô acostumado com as patadas da Arminda.
13:29E quando é que eu te vejo de novo?
13:31A gente vai ter que dar um jeito, né?
13:32Só não vai poder ser aí no solar.
13:35Mas é melhor não enfrentar a fera por enquanto.
13:37Mas olha, fica tranquila que tudo vai acabar se ajeitando, viu?
13:40Você é um cara muito legal, Joca.
13:43Pena que a tia não veja isso.
13:44Um dia ela vai ver.
13:46A situação tá bem difícil.
13:48Pior que eu não acabei nem de pagar o avião.
13:51Ainda por cima é isso.
13:52Quanto falta, Tito?
13:53Mais da metade.
13:55No final do mês eu morro numa grana por um avião que nem existe.
13:59Sem dizer que cada dia que passa as dívidas aumentam mais.
14:04A pousada não tá dando pra você?
14:06Filomena, ninguém pousa na pousada.
14:09Ocupação de um quarto, dois, quando muito.
14:11O que foi, tudo bem?
14:14Tô te achando inquieta.
14:16Aí o assunto tá chato, desculpa.
14:17Não, não, não tem nada a ver com isso.
14:20Ah, Tito, eu não vou mentir.
14:22Eu fico pensando que a qualquer momento a Karina vai aparecer de repente, vai começar toda história de novo.
14:27Não, não, peraí, peraí.
14:27Filomena, calma, peraí.
14:28Já te disse, você não tem por que se preocupar.
14:30A gente se encontrou aqui por acaso, estamos conversando numa boa.
14:33Que mal existe nisso.
14:35A gente também não pode se privar da nossa amizade.
14:38Vamos lá.
14:39Bom, vamos tomar o nosso suco numa boa.
14:42Acho que não tem problema nenhum.
14:43Ah, tá.
14:44Desculpa, desculpa.
14:46Você tem razão?
14:46É isso.
14:48Continua o que você tava falando.
14:49Não tem um dia que eu não tente animar o pessoal, que eu não tente, enfim, levantar o astral, mas...
14:55Eu acho que, no fundo, no fundo, é uma esperança vã.
14:57Mas, cedo ou mais tarde, eu acho que eu vou ter que vender a pousada e a fazenda.
15:03Com tudo que tá lá dentro.
15:06Eu fui no banco, fui tentar um empréstimo e nada.
15:10É, não vejo saída.
15:14Botido.
15:16Não perde a fé, não.
15:21Oi.
15:22Ei.
15:23Oi, Filomena.
15:24Milton.
15:25Parabéns.
15:26Obrigado.
15:26Não aguentava mais atrás daquelas grades.
15:28É bom demais sair de lá.
15:30E essa aí é o amigo, ó.
15:31Que batalhou pra nos soltar.
15:33Que isso.
15:34Cassinha, tá aí.
15:34Toma um negócio com a gente.
15:35Não, obrigado.
15:36Deixa pra outra.
15:37Mas toma o seu suco, eu te espero.
15:39Não, imagina.
15:39Vai.
15:40Numa boa.
15:41Mesmo?
15:41Uhum.
15:42Quando eu digo que não quero mais você
15:46É porque eu te quero
15:49Vou te ver.
15:52Bem.
15:56Pra mim também.
15:59Boa sorte, viu?
16:00Obrigado.
16:00Sorte é tudo que eu tô precisando.
16:03Ó, vou deixar isso aqui pago no balcão.
16:04Imagina, Tito.
16:05Não precisa.
16:05Que isso.
16:06Não precisa, mas eu vou deixar.
16:09Tchau.
16:09Tchau.
16:09Eu não me afasto e me defendo de você
16:16Mas depois me entrego
16:20Como é que é?
16:25Tô pelado com a Karina?
16:27Ah, ela vacilou.
16:29Ah, o que aconteceu?
16:31Ah, o lance é esquisito.
16:32Eu não tô nem afim de falar disso
16:33Que eu vou ficar bolado, meu irmão.
16:35Quer saber?
16:35Acho que eu vou dar um tempo com ela.
16:37E a Filomeno?
16:39Ah, pô, Zé, né?
16:41Loucura, né, cara?
16:42Ela tá prestes a colocar a mão numa fortuna.
16:45Essa vida é muito engraçada, mano.
16:48É, bicho.
16:49É uma surpresa atrás da outra.
16:52Mas às vezes não tem graça nenhuma.
16:54Há menos de um mês atrás
16:55Quem poderia me imaginar?
16:57Suspeito assassinato do meu melhor amigo.
16:59Você aí, ó.
17:00O maior sufoco na pousada
17:01E a garçonete milionária.
17:03A vida é muito maluca.
17:05Mas o que eu ia perguntar da Filomeno
17:07E vocês não pintou mais nada?
17:10Não, aquilo já morreu.
17:12Bom, pode ter morrido pra você, né?
17:14Porque...
17:14Pra ela também.
17:15Que isso?
17:16Mas só não morreu pra Karina, né?
17:18Continua pegando no meu pé até hoje.
17:20Quem mandou contar pra ela?
17:22Eu te chitou na boa, cara.
17:24Você não tá enxergando bem, não.
17:25Você precisa de um oculista.
17:26Cara, a Filomeno, meu irmão.
17:28Ela te dá muito mole.
17:30Ela te devora com os olhos, cara.
17:31É isso, Nilson.
17:32Você tá vendo demais.
17:33Você tá maluco, cara.
17:34Tá bom.
17:35Fica combinado assim.
17:37A Filomeno é uma menina super legal.
17:39Mas não faz o meu tipo, não.
17:40Bora, vai.
17:41Falou.
17:41Agora sim está uma mocinha decente.
18:05Eu não tô acostumada a vestir desse jeito, tia.
18:08Me sinto meio esquisita.
18:10Eu posso garantir que você está muito elegante, Diana.
18:13Tá, e quem vim de jantar com a gente?
18:15Só nós duas.
18:16Talvez o Walter, mas eu espero que ele me dê o prazer da sua ausência.
18:21Vamos, eu já mandei servir.
18:26Tia, se é só a gente, pra que tanta preocupação com roupa?
18:29Uma mulher tem que estar bem vestida todo o tempo, Diana.
18:32Não só em ocasiões especiais.
18:34Uma pessoa com classe não perde a linha nunca.
18:36Tá me entendendo?
18:37Ai, tia, eu não consigo andar direito com esse sapato.
18:40Como é que tiver que ir em linha reta?
18:42Tô machucando.
18:44São os sacrifícios femininos pra ficar bonita, Diana.
18:48Com o tempo você vai se acostumar.
18:53Diana, Diana, não arrasta a cadeira desse jeito, meu anjo.
18:56E quando você for a um restaurante, espere até que o garçom afaste pra você.
19:00Aqui em casa você puxe delicadamente.
19:03Assim.
19:04Viu?
19:05Simples.
19:07Sentou?
19:07De novo.
19:10Vamos.
19:10Levante e sente-se novamente.
19:12Agora com classe.
19:13Tá bom assim?
19:28Muito melhor.
19:31Caraca, você tá morta de forma.
19:32Não, não, não.
19:34Espera.
19:35Espera que eles sirvam.
19:37Se for o caso de se servir sozinha, você coloca apenas poucas porções no prato.
19:42Mas eu tô morta de fome, tia.
19:44Mas não importa.
19:45E não fique usando essas expressões horrorosas.
19:48Esganada, morta de fome, caraca.
19:51Não fica bem demonstrar que está faminta.
19:53E se for o caso, finja.
19:56Por quê?
19:56Se fizer isso, não vamos dar comida.
19:58Por quê, Diana?
19:59Fica deselegante uma pessoa avançar na comida como se fosse uma morta de fome.
20:05Um animal.
20:06Na boa, eu não entendo.
20:08Pra que ter dinheiro pra tanta comida se a gente não pode nem comer à vontade?
20:12Diana, a gente come pra viver e não vive pra comer.
20:17Tira o braço da mesa, endireita a postura.
20:20Pouse o guardanapo no colo como eu te ensinei.
20:23Pode servir.
20:30Confere aí.
20:31Confere.
20:33Ô, filho.
20:35Chegou em boa hora.
20:37Senta aí, vai.
20:37Senta aí que tá faltando um pra completar a mesa.
20:39Ué, cadê o Querencio?
20:41Desfalcou vocês?
20:41Tu acha mesmo que Querencio vai querer entrar nesse jogo michuruca da gente?
20:45Pra ganhar esses caras amiguazinhos que não dá nem pra pagar uma pinga.
20:48Ah, nem isso.
20:49Querencio só perde.
20:51Ele vem aqui mesmo é pra encher a cara.
20:53Porque jogar mesmo que é bom.
20:54Tu bem gostava, né, Leia?
20:56Tirava o couro do pobrezinho.
20:58Ai, adianta ganhar do Querencio?
21:00Ele não paga a dívida de jogo.
21:01Nem de jogo, nem de bebedeira.
21:03O Lorota disse que se esticar a conta de pendura do Querencio lá do bar, dá uma trilha de papel daqui até Cabreira.
21:09Pois pode dizer pro Lorota pra ele pegar esse papel e botar no banheiro dos fregueses dele.
21:15Porque agora o Querencio, querido, só vai jogar naqueles cassinos lá das Europas, entendeu?
21:20Jogo alto, bebida fina.
21:22Não fala assim do meu amigo não, Xanxa.
21:24Eu garanto que o Querencio vai ficar fiel aos amigos.
21:27Imagina se vai dispensar o carteado da Leia, famoso em toda a Ribeirão.
21:33Gostei, Romeu, gostei.
21:35Por causa disso, você pode botar mais uma cachaçinha aí pra você.
21:38Olha isso, a outra gastando onda com a cachaça que eu trouxe.
21:45Você não vai sentar aqui pra jogar, não?
21:47Não tô com a cabeça pra jogo, não, mãe.
21:50Você não ia jantar fora?
21:52Pois é, eu desisti.
21:54Ah, sei.
21:55Então quer dizer que essa cara desanimada aí deve ser fome mesmo, né?
22:00Ô, Joca, toma uma branquinha pra nada, pra espantar a fome, então.
22:06Essa é boa mesmo.
22:08Eu acho que eu tô precisando de um trago.
22:09Aventa ver se essa cachaça espanta outras coisas também.
22:13Podemos começar?
22:14Bora, né?
22:15Bora logo, porque a sorte tá me comichando aqui, ó.
22:21Olha o orçamento, mulher.
22:23Que sorte comichando o quê?
22:24Vamos parar de papo furado e prestar atenção nas cartas?
22:37Tia, eu posso comer mais sobremesa?
22:41Mais um pouquinho, mas é a última vez que você repete.
22:44Pode servir.
22:47Tia, desculpa não ter falado com a senhora antes de chamar o farinha.
22:51Mas se a gente combinar tudo direitinho, ele vai poder vir um dia aqui, né?
22:56No dia do sol nunca, quem sabe?
22:59Diana, nós já conversamos sobre isso e eu não quero ficar repetindo.
23:03O lugar daquele sujeito não é aqui.
23:05Estamos entendidas?
23:07Não, não dá pra entender, tia.
23:09O Joca é meu amigo, mas também é amigo da senhora.
23:12Por que tem que ficar do lado de fora que nem um cachorro pulguendo?
23:14Pode sair, obrigada.
23:21Diana, de uma vez por todas, não é conveniente que as pessoas saibam da minha...
23:27Da minha relação com o Joca.
23:30Pra todos os efeitos, nós temos apenas assuntos profissionais em comum.
23:35Mas a senhora gosta dele, né?
23:36Assunto encerrado.
23:40Pode ser?
23:42Tudo bem.
23:43Desculpa.
23:45Como foi no teste da escola?
23:47Ela é aquela
23:49Ela é a tal
23:52Ela é a tal
24:07Ela é a tal
24:07O que você está fazendo, homem?
24:38Oi, Marizinha.
24:41Eu estava aqui olhando esse sinal que o manda-chuva lá de cima botou em mim.
24:47Que diabo será que ele quis dizer com isso, hein?
24:50É como assim, Cerencio?
24:51É uma marca de nascença, não quer dizer nada.
24:53Muita gente tem.
24:54Ah, duvido.
24:56Igual essa aqui, com esse desenho igualzinho o mapa do Brasil.
25:00Vai me desculpar, meu amor, mas não tem mesmo.
25:04Eu nunca vi uma igual nem soube de alguém que estivesse.
25:07Mas que seja, e daí?
25:09É só uma marca na pele.
25:10E se for mais que isso?
25:12Mais que isso?
25:13Como assim?
25:15Pensa bem.
25:17E se for um sinal do destino, um recadinho para eu lembrar da minha missão?
25:21Quanto é você já tomou hoje, Cerencio?
25:23O suficiente para iluminar as minhas ideias.
25:27Ó, raciocina comigo.
25:30Eu sou brasileiro e eu não me o país.
25:33Eu tenho o Brasil na pele.
25:34Isso não é só jeito de dizer, não.
25:37É verdade.
25:38Tá aqui, ó.
25:39Então, o meu destino e o destino do Brasil estão cruzados.
25:44Entendeu?
25:46Entendi.
25:48Entendi que você devia maneirar na bebida e tirar essas maluquices da cabeça.
25:53Maricinha, meu amor, você acertou em cheio.
25:58É exatamente isso que eu tenho que fazer.
26:01Eu tenho que pintar um quadro para tirar as ideias da cabeça e botar as ideias na tela.
26:09Obrigado, meu anjo.
26:10Obrigado.
26:11Muito obrigado mesmo.
26:13Olha, eu tenho certeza que as tintas vão me dar uma resposta.
26:18Esse quadro vai me dizer qual é o meu destino nesse mundo.
26:23Obrigado, meu amor.
26:26Obrigado, meu amor.
26:27Obrigado.
26:28Você me deu uma grande ideia.
26:38Oh, meu pai.
26:41Deve ser muito amor para você aturar toda essa maluquice, não?
26:45Muito obrigado, meu.
26:47Muito obrigado, por favor.
26:49Não se esqueça, hein?
26:50As portas da prefeitura sempre estarão abertas para o povo.
26:54Passar bem.
26:54Meu Deus do céu.
27:04Mas o que foi agora?
27:07O que foi, dona Virginia?
27:10Como é que é?
27:11O que foi?
27:12Mas o senhor está muito abatido.
27:14E a senhora desconfia a razão, não é mesmo, dona Virginia?
27:18Queria que eu fizesse o quê?
27:20Por acaso já se esqueceu da nuvem negra que se abate sobre a minha candidatura?
27:25Ah, sei.
27:28Olha, mas então, o senador não disse que o senhor não seria o candidato do partido.
27:33Seria apenas uma questão a ser pensada.
27:36Dona Virginia, eu sei muito bem, esse talvez é que vamos pensar.
27:41Eu conheço muito bem disso.
27:43O senador não disse que eu seria o candidato, muito menos que eu ia ser.
27:48O povo todo, todo mundo achando que eu seria.
27:51Dona Virginia, aprenda uma coisa em política.
27:54Quando uma coisa é certa e vira talvez, é porque esse defunto já foi para o caixão.
27:59Entendeu?
28:00Acho que não, mas tudo bem.
28:02Tudo bem, nada.
28:03Vamos pensar, pensar, dona Virginia, pensando, pensando, morreu um burro.
28:11Isso eu também não posso dizer, porque senão iam achar que o morto era eu.
28:16Dona Virginia, o que eu faço?
28:20A minha situação é agoniosa, pelo amor de Deus.
28:24Talvez fosse melhor parar de pensar.
28:26A senhora, por acaso, está de deboche?
28:28Não, longe disso.
28:30Aquilo de senhor se candidatar a deputado não é uma boa.
28:34Não, é uma péssima, uma péssima ideia, dona Virginia.
28:38Primeiro de tudo é que eu não seria eleito.
28:40Segundo de tudo é que eu não dou para ser deputado.
28:43O meu habitueiro natural é aqui.
28:45Fora daqui, eu sou zero vezes 0,0.
28:49Você está me entendendo?
28:50Agora, uma coisa eu lhe digo, dona Virginia.
28:53Se me impedirem de ser candidato a prefeito dessa cidade,
28:57eu vou pegar a minha cabeça e bater, bater na pedra até morrer.
29:01Credo!
29:02Isso lá é jeito de se morrer?
29:03E a senhora queria o quê?
29:04Que eu desse um tiro no meio do meu peito?
29:07Muito pior!
29:08Não daria tempo para eu me arrepender.
29:10Para com isso, prefeito!
29:12Para de dizer bobagem!
29:13Eu volto a fazer a pergunta.
29:16O que eu faço, dona Virginia?
29:18Ah, eu não sei. Peça conselho a mais alguém.
29:21Peça conselhos a quem?
29:22Quem seria essa pessoa, pelo amor de Deus?
29:25Quem sabe o senhor conversa com o meu marido.
29:27Talvez ele tenha alguma solução.
29:29O ajuricaba é uma boa ideia, dona Virginia.
29:34O ajuricaba é uma pessoa que tem tiro e sino.
29:37E ele vai me dar uma luz, sim.
29:39Tem o que dizer? Tirocinho.
29:41A senhora entendeu ou não entendeu?
29:43Eu entendi. Então vamos embora para casa.
29:48Eu não consigo imaginar por que o senador resolveu barrar a candidatura do coitado do Ary.
29:55Ah, quem sabe ele tem outra pessoa em vista. Obrigado.
29:59É, pode até ser.
30:01Agora, mas quem, Teixeira?
30:02Porque o Ary é um candidato forte, popular, fiel como um cachorro.
30:06Ou como um jumento.
30:09Não, sinceramente eu não consigo imaginar
30:11quem que o senador pode querer colocar no lugar do Ary.
30:14Eu não consigo imaginar outra pessoa melhor.
30:15É o mais burro.
30:17Vai ver, ele está querendo um candidato mais inteligente.
30:20Por quê?
30:21Talvez pegue mal lá no Senado
30:23um jumento como o prefeito da cidade que ele vive.
30:27Imagina, Teixeira, se alguém está se importando com isso.
30:30É cada anta que aparece por lá.
30:32Se você imaginasse o nível.
30:34Se ele, perto de uns e outros, lá, o Ary apareceu um Einstein.
30:42Não, gente.
30:43Pode apostar que o Ary saiu da preferência do Nicolau
30:46por motivos que vão muito além do que ir.
30:49Ué, vai ver que o senador tem outros planos.
30:51E eu preciso descobrir quais são.
30:53Nós precisamos, né?
30:54É fundamental que a empresa tenha um bom relacionamento com a prefeitura.
30:57Bom, que tal a gente deixar o jumento no pasto e cuidarmos da empresa?
31:01Sem problemas.
31:01Quando é que você vai ser empossado pelo novo cargo?
31:05Eu não sei.
31:05A Arminda disse que ia fazer uma solenidade logo.
31:08Amanhã, talvez.
31:09E o Walter já vai com você?
31:10O que você acha, meu assessor?
31:12Se é pra cutucar a onça, é melhor começar logo.
31:18O fato é, delegado,
31:21que o senador Colau quer acabar com a minha vida.
31:25Tá certo?
31:26Ele quer exterminar a minha carreira política.
31:30E eu não sei por quê.
31:31Ah, Ari.
31:33Ele nunca foi com a tua cara, rapaz.
31:36Lembra quando ele te puxou pelo nariz na frente de todo mundo?
31:40Lá na cerimônia em homenagem ao doutor Flores?
31:42Aquilo foi uma coisa horrível.
31:44Nunca antes na história desse país
31:47aconteceu nada parecido com o prefeito.
31:50Realmente aquilo foi um desatino, sabe?
31:52Eu tenho por conta que foi uma, sei lá, uma prevaricação momentânea dos sentidos.
32:00O fato é que depois ele pediu desculpas a mim publicamente.
32:05Só depois é que retomamos a amizade.
32:08Vamos falar a verdade, é que entre nós, o Nicolau nunca bateu bem da bola.
32:13Todo mundo sabe disso.
32:15Embora ninguém mais fale.
32:17Será que virar senador cura loucura?
32:19Eu não sei, dona Virginia.
32:23Realmente eu não sei de mais nada, viu, delegado?
32:26Eu tô obturado.
32:28O que eu sei é que eu quero ser prefeito dessa cidade.
32:32E ninguém, veja bem, vocês dois,
32:35ninguém tem o direito de me tirar esse direito.
32:39Claro, claro, Arir, claro.
32:42Eu sou do partido e não aceito outra candidatura.
32:45O seu apoio é uma bendita bengala do meu alquebramento, sabe?
32:50E eu quero saber, sabe, o que que eu faço, gente?
32:54Pelo amor de Deus, eu preciso de um apoio, eu preciso do conselho.
32:59Me ajudem.
33:00Vá ao local do crime.
33:02Ah, que crime, delegado?
33:04Essa eu não entendi também.
33:06Cara, você não é uma maneira de falar, é um vício profissional.
33:10Ele tem que ir onde a fera está escondida.
33:14E a fera é o Nicolau?
33:16É o Nicolau, claro que o Nicolau vai até a fazenda, rapaz.
33:20Conversa lá com a mãe dele, a dona Beatriz, com a irmã da dona Beatriz, com o Nicolau.
33:24Cara a cara assim.
33:26E tem que ser firme.
33:27E diz o que você está me dizendo.
33:29Ninguém tem o direito de impedir a sua candidatura.
33:32Eu falo como? Assim, na bucha?
33:34Na bucha.
33:35Ou seja, ele vai ter que se explicar.
33:38Se ele já tiver um outro candidato, ele vai ter que dizer quem é.
33:41E aí a gente vai saber.
33:43E aí vamos ver o que que a gente faz.
33:46É assim que funciona.
33:47E se ele não disser?
33:49Ai, pelo amor de Deus, prefeito.
33:52E se o sol nascer quadrado?
33:54Se o Ribeirão secar?
33:55Se a dúzia tiver onze?
33:57Para de inventar problema.
33:58Se ele não disser, você insiste até ele dizer.
34:03Com firmeza, que nem falou a juricaba.
34:05Com firmeza.
34:06Olha.
34:08Eu gostei, dona Virginia.
34:09Com firmeza eu gostei.
34:11Isso é muito bom.
34:12Eu vou falar com dona Beatriz também.
34:14A mãezinha de todos nós.
34:15Ah, isso aí você se vire.
34:18Eu não sou filhinho dela.
34:20Essa eu também tô fora.
34:27O senhor?
34:29Parece que vem um fantasma.
34:31Bom, eu sei que já tá tarde.
34:33Eu não queria incomodar.
34:35Não, não é incômodo nenhum, não.
34:37Posso entrar?
34:38É claro.
34:40É por favor.
34:41Só não repara na bagunça.
34:44Eu não tô vendo bagunça nenhuma.
34:45Muito pelo contrário.
34:47Seu apartamento é muito charmoso.
34:49É, desculpa.
34:50Eu não sei se você tá com alguém.
34:51Eu não queria atrapalhar nada.
34:53Não, não.
34:53Não tem ninguém, não.
34:55É, eu moro com meu filho Carlinhos.
34:57Mas ele foi dormir na casa de um colega.
35:00O que eu posso ser útil?
35:02Eu vou precisar de um grande favor, senhor.
35:05Se tiver o meu alcance.
35:08Eu acho que está, sim.
35:10Mas você é quem vai decidir se é conveniente ou não.
35:14Ai, moça, eu tô ficando curiosa.
35:16Bom, eu quero ver a Karina sem causar nenhum problema pra ela.
35:22Seria demais se eu te pedisse pra ligar pra ela.
35:26Pra ela dar uma passadinha aqui.
35:30Não.
35:31É...
35:32Eu ligo.
35:35Além de linda, você é muito simpática.
35:37Você devia ir pensando em ampliar a sua loja, Karina.
35:46Porque quando o resort fica pronto, o comércio aqui em Ribeirão vai explodir.
35:50De repente até abrir uma filial.
35:52É, eu acho que a Teixeira tá certa, viu, minha filha?
35:54Tomara.
35:55Gente, o jantar tá servido.
35:57Vamos pro suflê murcha rapidinho.
35:58Hum, que delícia.
36:00Suflê de quê?
36:00Pelo aroma, deve ser camarão.
36:03Vamos, minha filha.
36:05Obrigada, meu irmão.
36:06Se não desistir, fica a vontade de lhe ir.
36:07Aí, por favor.
36:08Obrigada.
36:09Ah, com licença.
36:10Já demora, por favor.
36:19Zuleide?
36:20Eu preciso falar com você urgente.
36:22Pode falar, tô ouvindo.
36:23É, não tem ninguém aí perto de você?
36:25Não.
36:26Não.
36:27Mas fala logo que eu tô ficando aflita.
36:29Não, é que o senador tá aqui em casa.
36:32Ele quer que você venha até aqui pra conversar com ele.
36:35Quê?
36:36Quer que eu repita?
36:38Ahn...
36:39Não, não, não precisa.
36:42Mas aconteceu alguma coisa?
36:43Diz que eu tenho um assunto muito importante pra tratar com ela.
36:46Ele disse que tem um assunto muito importante pra tratar com você.
36:53E aí, você vem?
36:58Tá aí o homem de volta.
36:59Ai, meu amigo.
37:01Que bom te ver aqui de novo.
37:02Ai, tanta saudade.
37:04Ai, Newton, tudo em paz.
37:06Tudo, Clorice.
37:07Agora tá tudo em paz.
37:08Ah, você fez muita falta, sabia?
37:10Grande instrutor.
37:12Agora a gente pode encarar o tranco numa boa.
37:14Com você por perto, tudo fica mais fácil.
37:19Ah, meu Deus.
37:19Bom, rapaziada.
37:22Agora é trabalhar, trabalhar, trabalhar.
37:25Vamos levantar essa pousada.
37:26E é isso aí.
37:27Vocês sabem que podem contar comigo pra tudo que rolar.
37:29Vou até o final.
37:30Estamos juntos.
37:31Estamos juntos.
37:32Sempre, sempre.
37:33Vamos abrir.
37:34Tá vendo?
37:35Tá com saudade de você.
37:37Ai, vamos chegar.
37:46E aí?
37:47Vocês já souberam?
37:48Já.
37:50O Newton foi solto, finalmente.
37:52Ele me telefonou, Filó.
37:54Você, você não imagina.
37:56É um alívio imenso.
37:57Claro que eu imagino perfeitamente, né?
37:59Ué, como é que você soube?
38:00Ah, conversando com o Tito lá no bar.
38:03Ah, muito bem, Filomena.
38:05De conversinha com o Tito no bar agito.
38:08Até rima legal, né?
38:09Tito agito.
38:11A conversa foi boa, amiga agitada?
38:13É, deixa de ser bobo, Carmen.
38:15Encontrei com ele por acaso.
38:16Ah, tá.
38:17Esse seu ar de tudo maravilhoso também.
38:20Não é nada disso, né?
38:20E aí, Carmen?
38:22Vamos parar, né?
38:23Quer deixar o Fila em paz?
38:25Olha só.
38:26Se você quer saber, Carmen,
38:27eu tô feliz, sim.
38:29Pelo Newton.
38:30E por ter também, finalmente, conversado com o Tito.
38:33Sem grilo, sem ressentimento, cara.
38:35Claro, isso é bom.
38:36Mas vem cá, ele tava fazendo o que lá?
38:38Tava esperando a Karina?
38:39Então eu fiquei com medo da Karina aparecer por lá mesmo.
38:41Mas ele me falou que não tinha mais grilo.
38:43Agora falando sério.
38:44Ele me contou a situação da pousada.
38:46É.
38:47Parece que tá terrível, assim.
38:48Parece que é assim.
38:50E olha, as pessoas tão dizendo que é quase impossível ele sair dessa.
38:53E o babaca do Lincoln ainda me publica aquela matéria cretina, agorenta.
38:58Fiquei triste pelo Tito, viu?
38:59Fiquei mesmo, porque ele se empenhou tanto com aquilo, sabe?
39:02Tanto trabalho ali, ele deu uma alma por aquilo tudo.
39:06Ai, não é triste.
39:08Tá me olhando assim por quê, garota?
39:10Nada.
39:11É...
39:11Eu...
39:14Amiga, eu só fiquei comovida pela sua preocupação com a alma do Tito.
39:21É.
39:22Calma, e deixa isso ridícula.
39:23Olha lá.
39:24Obrigado por ter vindo.
39:36Aliás, obrigado às duas.
39:38Carina, sua amiga, é uma pessoa maravilhosa.
39:41Tô sabendo, Nicolau.
39:43Mas me diz, o que é que te deu pra me chamar aqui?
39:46Bom, eu sabia que a Zuleide era sua melhor amiga, uma pessoa de confiança, então...
39:50Eu vou dar uma saidinha, vou na casa de uma amiga minha enquanto vocês conversam, tá?
39:55É, o Carlinhos foi dormir na casa de um amigo.
39:58Você me liga assim que sair.
39:59Valeu, Zuleide.
40:01Obrigada, hein?
40:02Liga, eu acho lá.
40:09Que doideira é essa?
40:11Você lembra o que me disse da última vez que nos falamos?
40:15O quê?
40:17Que não queria mais me ver, que achava melhor a gente se afastar.
40:23Lembro.
40:23E lembro também que eu te expliquei o porquê da minha decisão.
40:29Explicou.
40:31Explicou direitinho, gatinho.
40:34Só não explicou como é que eu faço pra viver sem você.
40:40Nicolau, por favor.
40:56Não, para, eu não posso.
40:58A Zuleide só volta quando a gente chamar.
41:01E a gente só vai chamar ela se a gente quiser.
41:03Não, por favor.
41:04Meu Deus, isso é uma loucura.
41:29Eu posso falar com você, Virgílio, um pouquinho?
41:49Claro, Glorice.
41:50Diga aí.
41:51Ah, eu não preguei o olho essa noite.
41:55Eu tô super angustiada.
41:58A volta do Newton não me tranquilizou em nada, muito pelo contrário.
42:02Porque atiçou no Tito essa esperança ridícula, né?
42:06Eu concordo com você, Glorice.
42:08Estou muito feliz com a volta do Newton.
42:10Mas isso vai alimentar ainda mais a ilusão do Tito sobre a pousada.
42:13Eu cheguei à conclusão que eu não posso.
42:16Eu não posso ficar aqui, de braços cruzados, vendo o circo pegar fogo.
42:21Eu tenho que tomar uma atitude.
42:23Eu tenho que agir, fazer alguma coisa.
42:25E que atitude seria essa?
42:27Bom, eu pensei em primeiro lugar em descobrir quem é essa pessoa que tá por trás dessa proposta de compra.
42:33Conforme for, entrar em contato com ela, encaminhar a negociação e aí sim, falar com o Tito.
42:40E como é que você vai descobrir o nome do proponente?
42:43Bem, eu vou lá no cartório, falar com o seu Nazinho.
42:47Muito bom.
42:48Vai lá, vai lá mesmo.
42:50Vai lá, vê se você consegue descobrir esse nome.
42:54Bom dia, muito obrigado.
42:56Dona Larissa, como vai?
42:58Minhas sinceras considerações.
43:01Bom dia, prefeito.
43:02Como tem passado?
43:03Bem, obrigado.
43:04Graças a Deus, passando, né?
43:06Passo a passo.
43:07Muitas coisas na prefeitura, muitas lidas, um monte de problema, enfim.
43:12Aquela loucura.
43:13Eu posso imaginar.
43:15É o senhor, é?
43:17Como está, prefeito?
43:19Bem, obrigado.
43:21E a nossa mãezinha, como tem passado?
43:22Prefeito, eu ficaria muito agradecida, mas grata mesmo, se eu só parasse com essa coisa de me chamar de mãezinha.
43:29Aliás, não é a primeira vez que eu peço, né?
43:31Então vamos ao que interessa.
43:34O que o traz aqui?
43:35É, desculpa.
43:37Na verdade, eu preciso falar muito com o senador.
43:40É um assunto muito urgente.
43:42Coisas da prefeitura lá, do partido, enfim.
43:45Nicolau chegou muito tarde ontem e deixou o recado para não ser acordado.
43:50E continua dormindo.
43:51Ah, eu entendo.
43:53Mas é que horas que ele acorda quando pede para não ser acordado?
43:57Ainda pode demorar, prefeito.
43:59Bom, eu espero o tempo que for necessário, se as senhoras me permitem, né?
44:04Enquanto isso, sabe, dona Beatriz, eu gostaria muito de trocar umas ideias com a senhora.
44:11Pedir uns conselhos.
44:13Eu sei que a mãezinha usa muito bem o meu.
44:15A mãezinha...
44:16A senhora me daria essa honra?
44:23Cloriz, veja bem, eu não posso responder a essa pergunta.
44:26A pessoa interessada me pediu sigilo.
44:28Eu não posso trair a confiança de um cliente ou de um amigo, entendeu?
44:29Mas, senazinha, eu quero saber justamente para evitar que o meu filho detone a negociação.
44:35Ah, entendo, mas...
44:36Eu quero viabilizar o negócio, me adiantar o título.
44:40Eu não sei se o senhor percebeu.
44:41Mas o meu filho não está nada propenso a fazer essa venda.
44:44Tá, e a senhora acha que saber quem é o proponente vai mudar a situação?
44:48Ah, eu acho que sim, porque assim eu posso saber maiores detalhes do negócio, conhecer a pessoa,
44:54sentar com o título depois numa mesa com um panorama mais definido.
44:58Eu conheço o meu filho.
44:59Quando ele perceber que houve um andamento, que o andamento é propício...
45:03Dona Cloriz, eu se fosse a senhora, eu pensava melhor antes de me arriscar.
45:09Ué, por quê? O senhor acha que é um negócio de risco?
45:14É, porque se o Tito souber quem é o proponente antes da hora certa, ele vai pular fora.
45:19Por quê? Quem é o proponente?
45:39Eu não sei se o Tito souber quem é o proponente antes da hora certa, ele vai pular fora.
45:44Eu não sei se o Tito souber quem é o proponente antes da hora certa, ele vai pular fora.
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