Solidariedade em ação: como 11 mil voluntários dos Amigos do Bem transformam vidas

Name: Solidariedade em ação: como 11 mil voluntários dos Amigos do Bem transformam vidas
Uploaded: 2025-12-01T15:04:28+00:00
Duration: 6 min 51 s
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Caroline Albanesi, vice-presidente de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da Amigos do Bem, explicou como a ONG mobiliza 11 mil voluntários e mantém projetos que impactam saúde, educação, moradia e segurança alimentar no Sertão Nordestino. Uma conversa envolvente sobre propósito e compromisso.

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00:00E há 40 anos, a Organização das Nações Unidas fixou, no dia 5 de dezembro, a celebração do Dia Internacional do Voluntário.

00:09Aqui no Brasil, grande parte das iniciativas é feita pela ONG Amigos do Bem.

00:14E quem vai contar para a gente sobre essa mobilização é a Caroline Albanese,

00:19que é vice-presidente de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da Organização.

00:25Caroline, muito obrigada por aceitar nosso convite e participar ao vivo aqui do Real Time.

00:31Paula, que alegria estar aqui hoje. Obrigada pelo convite.

00:33Olha que delícia a gente falar sobre solidariedade.

00:36Essa é uma semana muito especial para nós, Amigos do Bem, para o terceiro setor como um todo.

00:41Amanhã, dia 2 de dezembro, a gente comemora o Dia de Doar, que também é um movimento global de incentivo à cultura e de doação.

00:47E no dia 5 é o Dia Internacional do Voluntário. Então, é uma semana muito especial para a gente.

00:52Isso que eu ia perguntar, Carol. No dia 5 vem essa data tão importante que foi fixada pela ONU.

00:58E vocês são uma das ONGs que mais faz essa questão, essa ajuda ao voluntariado.

01:05O que essa data simboliza para vocês, Carol?

01:08Imagina o seguinte, Paula. A gente está há mais de três décadas no Sertão Nordestino.

01:12Começamos um projeto em 1993 com 20 amigos.

01:16Alcione Albanese, minha mãe, a fundadora da instituição.

01:19E hoje nós somos em 11 mil voluntários ativos.

01:22É o maior grupo de voluntários ativos do país.

01:24Então, nós temos aí uma experiência de muitos anos aprendendo a realmente transformar a vida das pessoas

01:30na região mais carente do Brasil, que é o Sertão Nordestino.

01:33E hoje isso é um projeto movido por pessoas.

01:36Eu falo que o nome Amigos do Bem é muito assertivo, porque é um projeto feito por muitas pessoas para cuidar de gente.

01:41E a gente vê que a miséria tem solução e que é possível mudar essa história com a ajuda de muitos amigos.

01:46Carol, você acabou de mencionar na sua resposta que a ONG é responsável por grande parte das ações de voluntariado aqui no Brasil.

01:54Como que vocês conseguem mobilizar tanta gente e de forma contínua?

01:59E se existe aí alguma estratégia central que vocês adotaram para que isso, de fato, faça sentido?

02:06Essa é uma pergunta de muitas empresas hoje, que eles têm programas de voluntariado interno.

02:10Como vocês conseguem mobilizar 11 mil voluntários, sendo que a maior parte deles está há mais de 15 anos no projeto?

02:16Então, não é só o movimento, é uma retenção de pessoas por uma causa.

02:21Eu acho que, primeiro, você tem que ter um propósito e um objetivo muito claro compartilhado com as pessoas.

02:27Segundo, a liderança tem que estar engajada.

02:29Então, a Alcione, a fundadora, é a primeira a chegar, a última a sair no projeto.

02:33Ela se mobiliza.

02:34Ela é 24 horas pensando em como ajudar as pessoas.

02:37Então, acho que a questão do exemplo é muito importante, da liderança mobilizada,

02:41uma comunicação muito clara sobre os nossos desafios, sobre as nossas metas e sobre a realidade que acontece no sertão.

02:48É muito importante também a gente levar as pessoas para conhecer o projeto que nós estamos apoiando.

02:54Conhecer as famílias, a realidade de...

02:56Quando a gente fala de sertão, nós estamos falando de regiões que têm IDHs inferiores a países da África,

03:01com IDHs baixíssimos no nosso país.

03:04Muitos de nós, brasileiros, nós não sabemos disso.

03:07Então, você levar, você movimentar, você ter materiais para mostrar essa situação,

03:12é fundamental para que aconteça a mobilização de todos os nossos voluntários.

03:16Carol, quais são hoje os principais projetos e setores também que dependem do trabalho voluntário que vocês prestam?

03:24Seria no ramo de saúde, de educação, de distribuição de alimentos, ou todos esses, além de outros, inclusive?

03:31Eu falo que o nosso projeto, a gente tem um grande desafio.

03:34Imagine que a gente fala transformamos vidas, mas para a gente transformar vidas no sertão nordestino,

03:39a gente começou levando alimentos, segurança alimentar é o básico.

03:42Depois nós vimos que as pessoas precisavam de água.

03:44Hoje nós distribuímos quase 2 bilhões de litros de água por ano para 300 povoados do sertão.

03:50Aí a gente constrói mais de 600 casas, 200 mil atendimentos de saúde que a gente leva para quem não tem nenhum recurso,

03:56nenhum recurso mesmo, gente.

03:57E a gente tem principalmente para mudar essa história de educação e trabalho.

04:02Hoje nós levamos educação para 10 mil crianças do sertão, todos os dias nossos ônibus escolares passam nos povoados,

04:08levando para o ensino regular, à tarde cursos profissionalizantes e 18 unidades produtivas

04:13para que homens e mulheres deixem a eixada, possam ter dignidade e sonhar com um futuro diferente.

04:19Então é um projeto 360 que atende 12 dos 17 objetivos da ONU.

04:24É completo e muito complexo.

04:26Muito bacana, Carol.

04:28Obrigada.

04:28Agora sim, na sua opinião, o voluntário de hoje, ele é diferente do voluntário de anos atrás?

04:34O que muda?

04:35Muda o perfil, o engajamento, a forma de motivação?

04:39Bom, a gente tem um desafio grande da continuidade, tanto para voluntariado como para doação.

04:45Você vê, ano passado, 50% dos brasileiros doaram para as catástrofes, para as ações emergenciais.

04:50Só 10% continuaram.

04:53Desafio da continuidade.

04:54Mesma coisa com o voluntariado.

04:56Eu acho que não é que o perfil, ele mudou.

04:58Hoje a gente vê uma procura maior por voluntariado.

05:01As pessoas buscam mais propósito depois do que aconteceu na pandemia.

05:05Mas a gente também tem um desafio de sempre olhar a continuidade.

05:09Eu gosto muito de uma frase da Alcione, da minha mãe, que é a fundadora.

05:12Ela fala, voluntário que não trabalha, dá trabalho.

05:14Então, entrou aqui para trabalhar, tem que se comprometer com o bem.

05:18Não importa, eu posso uma vez por mês, uma vez por semana, mas a gente tem que ter um compromisso com o bem.

05:23Assim como a gente coloca, um compromisso com outras, com uma dieta, um compromisso com a empresa, um compromisso com a família.

05:29Quando a gente começa um trabalho social, que seja uma vez por ano, uma vez por mês,

05:33mas a gente tem que realmente responder a esse compromisso com a nossa vida e com a vida do próximo.

05:38Isso é muito importante.

05:40O que vocês esperam, Carol, que o Brasil enxergue, então, nesse dia 5 de novembro, essa data fixada pela ONU,

05:48sobre a força do voluntariado?

05:51Eu falo de escolha uma causa.

05:54Nós temos um desafio muito grande, nós atuamos na região mais carente do Brasil, a menos assistida do Brasil.

06:00Não é fácil manter um trabalho como esse.

06:03Se não for amigos do bem, qual é a sua causa?

06:05Eu acho que todos nós temos que escolher um projeto, uma causa e abraçar, se comprometer com essa instituição,

06:11se comprometer com as pessoas que nós atendemos nessa instituição e começar um 2026 diferente,

06:16com olhar para o próximo, olha o nosso Brasil, olha o tamanho do nosso Brasil,

06:20olha a nossa desigualdade, é o nosso compromisso individual com o nosso país.

06:25Então, para falar sobre o dia 5, a minha mensagem é qual que é a sua causa?

06:30Perfeito.

06:31Muito obrigada, então.

06:32Lembrando aí que essa data é o dia 5 de dezembro, essa data que foi fixada pela ONU.

06:37Muito obrigada pela sua participação, Caroline Albanese,

06:41ela que é vice-presidente de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da ONG Amigos do Bem.

06:47Uma ótima semana para você, Carol, e até a próxima.

06:50Obrigada.

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