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  • há 2 semanas
Ingo Plöger, novo presidente eleito da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), explica as articulações que pretende liderar para aproximar o agro convencional e de grandes commodities da agricultura familiar, fortalecendo uma gestão mais integrada, eficiente e sustentável dos recursos naturais. Em conversa com Mariana Grilli, direto do Rio de Janeiro, ele detalha como criar pontes dentro do setor será fundamental para impulsionar inovação, competitividade e inclusão no agronegócio brasileiro.

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Transcrição
00:00E falando sobre pontes, é isso que Ingo Plogger, que vai ser o novo presidente da ABAG,
00:06da Associação Brasileira do Agronegócio, pretende fazer.
00:10A gente conversou com ele aqui no Rio e ele fala sobre os próximos passos que planeja para a ABAG
00:16a partir do dia 1º de janeiro de 2026, quando passa a ser presidente da ABAG.
00:23Ele fala desse fortalecimento da agricultura familiar,
00:26em comunhão com o grande agronegócio, das produções de commodities,
00:31fala desse planejamento de fortalecer a bioeconomia dentro do agronegócio
00:36e, claro, o fortalecimento das relações institucionais, da diplomacia,
00:41para a criação, para o fortalecimento também de mercados globais.
00:46E o Aragado Agro aqui na Jovem Pan News, direto do Rio de Janeiro,
00:49agora conversa com o Ingo Pologger, que é um nome, uma sumidade no agronegócio.
00:56Para você que frequenta o agro, ele já é um nome muito conhecido
01:00e atualmente, ele foi, na verdade, recentemente, ele foi eleito,
01:06novo presidente da ABAG, ainda não empoçado, né, Ingo?
01:09Vamos deixar isso claro, mas a posse acontece no dia 1º de janeiro,
01:13a gente está tendo a oportunidade de conversar aqui, direto do Rio,
01:17nesse ambiente que junta agricultura convencional, agroecologia,
01:22agricultura familiar, meio ambiente e até oceanos.
01:26Qual que é a importância de já estar como chapéu da BAG, vamos dizer aqui,
01:30mas mais do que isso, estar como um membro do agronegócio,
01:33circulando nesse tipo de evento aqui?
01:36Como que a gente consegue aproximar o agro mais convencional,
01:40o agro das grandes commodities, com essa agenda aqui, que tem tudo a ver?
01:45A gente precisa começar a criar mais essas pontes, né?
01:47Obrigada pela disponibilidade, Ingo.
01:50Muito obrigado, Mari, por este papo, este convite que você está fazendo.
01:57Na verdade, a BAG é muito sábia ao eleger um presidente,
02:03dar um tempo para a posse e não o fazer de imediato.
02:08E, no nosso caso, eu já faço tempo que eu faço parte da equipe do Caio Carvalho,
02:16que é o atual presidente, e ele é uma personalidade incrível,
02:21e nos deu muita liberdade de ação.
02:24Eu sou o vice-presidente hoje, responsável pela parte internacional,
02:28e a gente tem trabalhado intensamente juntos.
02:33E também estaremos trabalhando fortemente juntos no ano que vem.
02:38Ele assumirá um conselho de notáveis do agro, com personalidades incríveis,
02:45para discutir as grandes direções, as grandes visões do agro para o Brasil e também para fora.
02:54E a constituição nossa da diretoria e da presidência tem muita continuidade,
03:03mas também tem novidades.
03:05Então, estaremos focando em um ambiente bastante competitivo,
03:12no termo nacional, muito competitivo internacionalmente.
03:16Um ano de eleições, um ano de revisão de tarifas,
03:23um ano onde institucionalidade terá que ser novamente pensada.
03:31A gente reduziu muito, né, Mari, nos últimos um ano, dois anos,
03:38a institucionalidade internacional do convívio,
03:43ou com a parte como a gente viu agora na COP30,
03:47ou a gente está vendo nas Nações Unidas,
03:50e estamos tendo que fazer uma remodelação dessa institucionalidade.
03:57O que, neste momento, nos causa muitas inseguranças,
04:02mas, Mari, por outro lado, nos dão grandes chances.
04:04Talvez a gente possa corrigir coisas que já, na época, não gostávamos,
04:10porque eram injustas.
04:11Eu gosto sempre de olhar o copo meio cheio, assim,
04:15quem me acompanha aqui na Jovem Pan, nas outras plataformas,
04:19eu sempre sou otimista.
04:21Eu acho que é importante a gente manter o otimismo para o futuro,
04:25sobretudo olhando para o agro-brasileiro,
04:27que o mundo está sedento pela gente.
04:30E não estou falando somente das commodities, carne, soja, milho,
04:34mas de entender a tropicalização, e aí minha pergunta vai nesse sentido,
04:39de entender a ciência agronômica brasileira,
04:42que é completamente relevante para a América Latina como um todo.
04:46Então, a gente não está falando de um país isolado,
04:47a gente está falando de bloco, a gente está falando de influência.
04:51O que vocês, dentro da BAG,
04:53e nesse ambiente internacional do qual você circula, Ingo,
04:56tem percebido dessa união entre uma agenda agroambiental
05:02e essa aptidão do Brasil, então,
05:06se colocar mais dentro da...
05:09se promover mais e melhor na comunidade internacional.
05:13Porque é isso.
05:14Ao mesmo tempo que a gente vê uma UDR
05:16que pede mais comprovações, exigências sobre rastreadibilidade,
05:22eles, pelo que eu percebo,
05:24eles também estão querendo entender mais o nosso mundo.
05:26Não é só impor por impor,
05:29mas é uma imposição que, pelo menos, abre uma porta de diálogo,
05:32abre uma porta de entender essa tropicalização.
05:34É nesse sentido?
05:36É esse tipo de diálogo que vocês vêm tendo?
05:39Aí outros países vêm, como é o caso agora no Rio,
05:43e dizem assim,
05:43caramba, como é que vocês estão fazendo isso?
05:46Isso aí eu não entendi.
05:47Você pode explicar?
05:48E quando a gente explica, eles abrem os olhos e falam,
05:50uau!
05:51E como é que vocês financiam?
05:52Aí a gente começa a falar das cooperativas de crédito.
05:55Eles falam, poxa vida, mas isso é difícil de fazer?
05:57Eu falo, é, mas nós temos, certo?
05:59E como é que funciona?
06:00Então, temos um monte de soluções,
06:03e nós temos um hábito que não é muito bom,
06:05e a gente critica a gente muito mais do que deve.
06:07Sim, sim.
06:08Mas o agricultor também chora, não é?
06:11Então, esse é o momento agora, como você,
06:14é para sorrir e trazer mais esperança para nós em tempos mais difíceis.
06:19Exato.
06:20E aí eu só volto, então, na questão dessa aliança, então,
06:23entre falar mais do agroambiental,
06:26mostrar esse agroambiental para quem está fora do Brasil,
06:30como que vem se aproximando essa aliança,
06:34sem deixar o produtor para trás.
06:36Porque uma das coisas que a gente tem ouvido muito aqui,
06:39nessa semana, na conferência da OCDE,
06:42é esse lugar de que o produtor rural precisa estar incluído
06:47nas discussões,
06:49nos novos arranjos de produção, de financiamento,
06:53nas decisões do futuro.
06:54O produtor precisa estar à mesa.
06:56O produtor está à mesa nessa discussão agroambiental com a Europa,
07:01por exemplo?
07:02Ou é só de instituição para instituição?
07:04Quanto que a gente realmente também está conseguindo
07:07colocar produtores e produtoras rurais do Brasil
07:11como protagonistas dessa economia tropical que você falou?
07:16Pois é.
07:17Mari, essa discussão foi fascinante com a OCDE,
07:21porque aí você percebe que há um pensamento ainda antigo,
07:25porque o produtor rural é aquele que está trabalhando,
07:29é pobre, não tem condições e a gente tem que ajudar.
07:32Essa é a matriz.
07:34E a gente diz assim,
07:36e o Paulo Protasso, que estava lá,
07:38colocou uma frase de impacto,
07:40não tem diferença nenhuma entre o rural e o urbano.
07:44E está todo mundo usando a internet,
07:46está todo mundo olhando o Netflix,
07:48e qual é a diferença?
07:49E aí deu um choque em todo mundo,
07:51falou, é verdade.
07:53Quer dizer, está todo mundo olhando.
07:55E a parte da globalização,
07:59ela está na nossa mão,
08:00ela está na mão do pequeno agricultor,
08:03do grande agricultor.
08:04Aí entrou uma discussão cultural.
08:07E aí veio um outro falando assim,
08:09ah, vocês viram o seriado do Yellowstone?
08:13Todo mundo viu.
08:13Eu falei, pois é,
08:15você vê como os americanos estão preocupados
08:16em perder a cultura do cowboy,
08:18dessas coisas todas.
08:19Então, nós estamos compartilhando uma dor deles.
08:23Aí um outro falou assim,
08:25é, mas chama eles para Ribeirão Preto,
08:29ou chama eles para Agui Show,
08:31ou chama eles para Barretos,
08:33para participar do nosso show.
08:34E é verdade,
08:35cada vez mais você vê essa integração,
08:39é uma conjugação.
08:41E o urbano e o rural,
08:43essa diferença,
08:44ela está se mesclando pela parte da comunicação.
08:48Ela está se mesclando pela parte
08:49da gente estar vivenciando o outro na sua frente.
08:53Então, nós temos uma nova realidade
08:55nessa circunstância.
08:57A Europa, com o UDR,
08:59fez um erro estratégico gigantesco
09:01de internacionalizar os seus problemas do Green Deal.
09:05E a Seban, a mesma coisa.
09:07Eles não vão conseguir sustentar isso.
09:10Então, vão postergar esse ano,
09:11vão postergar o ano que vem,
09:12e não vai dar certo.
09:14Porque eles autoalimentam uma inflação,
09:17autoalimentam uma circunstância
09:19de não competitividade lá dentro.
09:21E eu, Mari, sou um convicto democrata,
09:26e democracias se fazem por ter opções.
09:29Não tem democracias que não tenham
09:32um mercado livre,
09:35onde você compete.
09:36A gente quer competir.
09:38A gente quer competir em campos iguais.
09:41Fair play.
09:41Fair play.
09:42É isso.
09:42O jogo é justo.
09:43Não que o gol deles seja pequeno
09:45em plano inclinado.
09:46Aí não dá.
09:47Nem com o Neymar.
09:48Então, o que a gente quer?
09:51A gente quer fair play.
09:52E a gente quer convencer eles,
09:54essa conversa que a gente está tendo aqui também,
09:57eles dizem assim,
09:58abra e você vai ver
09:59o que vamos ter para todos.
10:02O teu agricultor vai sofrer no começo,
10:04como nós também sofremos com outras coisas,
10:07em tecnologias,
10:08na parte de veículos,
10:10mas a gente ganha no todo.
10:13O Brasil hoje não tem
10:14uma indústria automotiva própria.
10:15E daí?
10:17Estamos piores ou melhores?
10:18Estamos bem, estamos mal.
10:20Por que?
10:20Tem brasileiros desenvolvendo engenharia automotiva
10:23para grandes multinacionais.
10:26Que bom que esteja.
10:27Sem problema.
10:28Assim como estrangeiros estão trabalhando
10:31no agro lá fora,
10:33com a gente,
10:34em várias coisas.
10:35Então, o mundo vai se tornando cada vez
10:37mais cooperativo.
10:39O que a gente tem que ver, sim,
10:40é que essa cooperação seja legítima.
10:42legítima e não nos impeçam
10:45em muitas coisas onde a gente é bom mesmo.
10:47Claro, claro.
10:48Com certeza, com certeza.
10:50E só para a gente encerrar, então,
10:51que o nosso tempo já estourou,
10:53mas eu vou aproveitar aqui.
10:55Você falou um pouco
10:56dessa estratégia
10:59para a sua presidência,
11:01na continuação desse trabalho
11:03que você já vem fazendo
11:04como vice-presidente.
11:05Mas o que a gente pode elencar
11:07como talvez
11:08três campos prioritários
11:10da ABAG,
11:11junto com o Caio Carvalho,
11:13como você falou,
11:14o que esperar da ABAG?
11:17A ABAG,
11:17para quem está assistindo aqui
11:19e não é do agro,
11:20a Associação Brasileira do Agronegócio.
11:22É uma das entidades principais,
11:25se não há principal,
11:26que congrega os setores,
11:28diferentes frentes,
11:29porque o agro tem vários braços,
11:32isso vai se destrinchando.
11:33Então, insumos, máquinas.
11:35E é isso,
11:36é um novo momento
11:38para o agro brasileiro,
11:39é um novo momento
11:40para o Brasil
11:40dentro dessa agenda
11:42que é COP30,
11:44que é palco para a OCDE,
11:46que fomos recentemente,
11:48recebemos G20.
11:50O mundo, de fato,
11:51está olhando para o Brasil
11:52como nunca.
11:53Como que vocês, então,
11:54olham isso para a ABAG
11:55e o que seriam
11:56essas três prioridades,
12:00de fato,
12:00pelo menos nos dois primeiros anos,
12:02seus dois primeiros anos ali na ABAG?
12:03Olha, eu vou dar continuidade
12:05com os meus colegas
12:06fortemente na biocompetitividade.
12:09E ela começa no nosso próprio campo
12:11para tirar os elefantes da sala.
12:13Nós temos um monte de elefantes na sala.
12:15Só tirando ali,
12:16a gente vai deslanchar.
12:18Isso é muito importante.
12:20A segunda
12:21é continuar a constituir alianças.
12:25Alianças com as entidades,
12:28as pessoas,
12:29as empresas
12:30que estão contribuindo
12:31nessa parte
12:32da biocompetitividade.
12:35Então, nós temos que trazer
12:36as regiões brasileiras
12:37mais próximas.
12:39Nós estávamos falando
12:39do norte,
12:40do nordeste,
12:41do sul.
12:42Temos que trazê-las mais próximas.
12:44Por outro lado,
12:44temos que trazer parceiros
12:46da América Latina,
12:47da África,
12:48da Indonésia,
12:48da Austrália,
12:49mais próximos.
12:50Trazer essa questão
12:52com uma aliança.
12:54E, por fim,
12:54ciência e tecnologia,
12:56dentro da parte
12:57da bioeconomia,
13:00da bioagricultura,
13:01ela tem que ser compartilhada.
13:02Nós não podemos fazer isso sozinhos.
13:04A gente tem que fazer isso
13:05com muitos outros.
13:06Então, aqui na COP,
13:07já houveram
13:08os primeiros avanços.
13:09O papo Roberto Rodrigues
13:10falou com a Austrália.
13:12A BAG tem o próprio projeto
13:14de Tropical Science
13:15para a gente buscar
13:16mais essa união.
13:17Aí o entendimento
13:19começa a trabalhar.
13:20E fundamental para nós
13:22é a aliança
13:23com o jornalismo.
13:26Nós, a BAG,
13:27fazemos um a dois seminários
13:29por ano
13:29com os jornalistas.
13:31Para quê?
13:32Para que a gente possa,
13:33em conjunto,
13:35trabalhar
13:36as grandes questões
13:37do entendimento.
13:38Porque o agro,
13:39a parte ambiental,
13:40a parte da indústria...
13:42Mário,
13:42só para você ter uma ideia,
13:44nós temos convicção
13:46de que o Brasil,
13:47hoje,
13:47tem uma agroindústria
13:50a céu aberto.
13:51Nós temos mais CAPEX
13:53no campo
13:54do que nos nossos galpões.
13:56Isso é um novo conceito.
13:57A gente tem que trazer
13:57a indústria junto com a gente.
14:00A gente tem que trazer
14:00os bancos junto com a gente,
14:02as seguradoras junto com a gente
14:03para entender essa parte.
14:05E aí,
14:05o jornalista,
14:06que às vezes só cobre uma parte
14:08e cobre outra,
14:08como é que ele entra
14:09nesse entendimento?
14:10Nós temos que conversar mais
14:11com essa parte
14:13do jornalismo.
14:14Eu sou muito grato
14:15para a gente estar
14:15aqui usando
14:16o prestigioso canal
14:19da Jovem Pan
14:20e a sua pessoa
14:21para dinamizar
14:23esse diálogo.
14:24É isso,
14:24exatamente.
14:25Inclusive,
14:25esse ano
14:26foi sobre mercado de carbono,
14:27que é um tema,
14:28essas oficinas
14:29que vocês fizeram
14:30da BAG
14:30para jornalistas.
14:31É isso,
14:32entender,
14:33desmistificar
14:34e pensarmos juntos,
14:35que no final das contas
14:37é a coletividade.
14:38Ingo,
14:38muito obrigada,
14:39muito obrigada
14:40pelo seu tempo.
14:41Espero que,
14:42após a sua posse,
14:43a gente possa ter
14:43uma nova conversa
14:44então também.
14:45muito obrigada.
14:46Muito obrigada.
14:47Parabéns a Jovem Pan
14:48e a sua pessoa.
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