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  • há 2 semanas
Confira como o desenvolvimento rural local pode fortalecer não só o abastecimento interno, mas também abrir caminho para mercados globais. No Rio de Janeiro, onde cerca de 50 mil produtores movimentam uma cadeia diversa com mais de 300 tipos de produção, conversamos com Felipe Brasil, subsecretário de Agricultura do estado, para entender como organizar e valorizar esses arranjos regionais pode impulsionar competitividade, sustentabilidade e novas oportunidades para o agro fluminense.

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Transcrição
00:00Como o desenvolvimento rural pode ajudar a fortalecer os mercados locais e globais?
00:07Isso foi discutido aqui no Rio de Janeiro, nessa conferência da OCDE que a gente comentou na abertura
00:13e uma das discussões é exatamente olhando aqui para o Rio de Janeiro como um exemplo.
00:19Aqui, só para a gente ter uma noção, são cerca de 300 produtos diferentes, de cultivos, de culturas diferentes
00:26que não só abastecem o próprio mercado e o estado do Rio de Janeiro tem uma autossuficiência, por exemplo, de frutas, verduras, legumes
00:36mas também existe a pretensão de expandir esses mercados, não só para outros estados, mas exportar os produtos fluminenses.
00:46A gente conversou com o Felipe Brasil, que é subsecretário de agricultura do estado do Rio de Janeiro
00:51e ele conta algumas estratégias para fortalecer esse mercado local, atingir mercados globais
00:58olhando muito para a agricultura familiar, a bioeconomia e essa relação entre campo e cidade.
01:05A gente está gravando diretamente do Rio de Janeiro, no Green Real Summit
01:10que é esse evento que acopla vários produtores rurais, a cadeia produtiva do Rio de Janeiro
01:17e que pretende, então, promover a agricultura que existe no estado
01:23e que precisa ser mais propagada, mais valorizada.
01:27Então, para falar sobre isso, a gente recebe, na verdade, ele que nos recebe
01:33a gente está com o Felipe Brasil, que é subsecretário da Secretaria de Agricultura do estado aqui do Rio de Janeiro.
01:39Felipe, muito obrigada por topar essa conversa aqui com a Jovem Pan News
01:44por abrir as portas do estado. A gente conversou com o Flávio esses dias, que é o secretário
01:49e vocês estão cada vez mais, então, nessa busca por reconhecimento do agro no Rio de Janeiro
01:57que ele já existe, mas ele precisa ser mais valorizado, mais propagado, inclusive para as pessoas do estado.
02:03Obrigada de novo, queria que você falasse um pouquinho, então, desse papel, dessa participação do agro aqui no estado.
02:10Olá, Mariana, olá, ouvintes.
02:13É fundamental, assim, quando a gente fala do Rio de Janeiro, a gente sempre lembra, nos outros estados,
02:20que o Rio de Janeiro é a capital do samba, a capital do futebol, das praias,
02:25da indústria do petróleo, também das indústrias químicas, mas a gente sempre tem que lembrar
02:36que o Rio de Janeiro foi a primeira capital do agro do Brasil.
02:40O Rio de Janeiro foi por onde iniciou a produção agrícola e por onde se escoava a produção agrícola
02:46no período colonial, no período do império, e o Rio foi a capital do café do mundo.
02:53Depois o café seguiu aí para os demais estados.
02:57E a agricultura fluminense, ela vem se mantendo desde sempre, ao longo dos anos,
03:03é claro que de uma forma meio invisível. Por quê?
03:07Porque a agricultura, ela acaba contribuindo para o PIB do estado um percentual muito pequeno,
03:16em torno de 1%, quando comparado, por exemplo, com a indústria do petróleo,
03:20ou quando comparado com o PIB agrícola do Brasil, parece inexpressivo, mas não é.
03:26Por que que não é?
03:28Porque nós estamos falando de uma agricultura que está muito próxima do segundo maior mercado
03:32consumidor do país.
03:34Ou seja, praticamente tudo que se produz se consome aqui dentro do próprio estado.
03:39Pouquíssimas coisas saem, obviamente, por conta da fronteira com o Espírito Santo,
03:44da fronteira com São Paulo, com Minas Gerais, mas a maior parte desses produtos são produzidos
03:50e consumidos no Rio.
03:51E o que que isso representa em termos de produtores, por exemplo?
03:56Estamos falando em torno de 50 mil produtores, uma população de mais de um milhão de pessoas
04:01que vivem em municípios do interior.
04:03E com uma coisa muito interessante, dos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro,
04:09os 92 têm produção.
04:12Ou seja, o próprio município do Rio de Janeiro, ele é urbano,
04:17mas com uma agricultura periférica, periurbana e urbana, muito expressiva.
04:23Sobretudo, se nós lembrarmos, por exemplo, da produção de mandioca aqui do bairro de Santa Cruz,
04:28que é muito famoso, flores, a parte de plantas ornamentais, nós temos olerículas, que são as hortícolas.
04:38Então, o Rio de Janeiro é um estado essencialmente agrícola.
04:42E, para complementar, eu acho que é fundamental lembrar que o Rio é um dos estados de maior agrobiodiversidade do país.
04:50Você não consegue falar, ah, Goiás, você lembra do quê?
04:54Você lembra da soja, você lembra da pecuária.
04:56E aí, é claro, tem outras agriculturas, mas que você, quase sempre, você define o estado agrícola com duas ou três culturas.
05:05Você fala de São Paulo, da cana-de-açúcar, do citros, da laranja, você fala do Paraná, da soja, do milho.
05:12Mas o Rio de Janeiro, a gente está falando de uma grande agrobiodiversidade.
05:16O que significa isso?
05:17Nós temos aí mais de 300 culturas dentro do nosso estado,
05:21desde plantas convencionais até plantas não convencionais, como é o caso das PANC, né?
05:27As plantas alimentícias não convencionais, a própria cadeia de produção de flores.
05:34Hoje somos autosuficientes em flores, no Rio de Janeiro.
05:37Somos, basicamente, autosuficientes também em verduras e legumes.
05:42A cadeia do FFLV, né?
05:43Exatamente.
05:44Flores, frutas, legumes, verduras.
05:46Exatamente.
05:47Para você ter uma ideia, o município de Friburgo é o maior produtor de couve-flor do mundo.
05:54E pouca gente sabe disso.
05:56O Rio de Janeiro tem uma produção de abacaxi, que é tão expressiva, terceira do país,
06:01que o pessoal confunde, acha que o abacaxi daqui é do Espírito Santo e não é do Rio de Janeiro,
06:06lá do município de São Francisco do Itabapuana.
06:09Então, se nós pensarmos, vamos lembrar dessa agrobiodiversidade como sendo uma diversidade de produção em pequenas propriedades,
06:19quase sempre menores que 10 hectares, mas, ao mesmo tempo, hoje nós temos um vetor de crescimento de grãos,
06:26que é o norte do estado.
06:28Aquelas áreas antigas de cana-de-açúcar estão sendo convertidas em soja, em milho, em pecuária,
06:35e também agora com os sistemas ILPF, integração, lavoura, pecuária, floresta.
06:41Então, essa é uma tendência do nosso estado, acoplar a produção multivariada ao segundo maior mercado de consumo.
06:50Eu digo sempre o seguinte, se o Rio de Janeiro consumir cada vez mais produtos do Rio de Janeiro,
06:58a gente não vai conseguir chegar a 2%, 3%.
07:01Nós somos importadores de alimentos.
07:04Então, qual é a estratégia que o governo do estado traçou e que vem fazendo através dos seus programas,
07:10das suas políticas públicas?
07:12É produzir um alimento diferenciado.
07:15A gente fala da agricultura boutique.
07:18O Rio de Janeiro tem investido muito na qualidade dos seus produtos.
07:22E você vai poder conhecer esses produtos, porque nos próximos meses a gente vai lançar aí o selo produto RJ,
07:31o selo produto Fluminense.
07:32Então, o que eu queria deixar de mensagem, né?
07:36Como a agricultura hoje vem crescendo muito e cada vez mais se associando ao turismo,
07:42o turismo do Rio de Janeiro tem sido cada vez mais um turismo rural,
07:47agroecoturismo, turismo de aventura, né?
07:50O turismo de meio ambiente, aquele ecoturismo associado à produção agrícola.
07:55Vocês vão perceber que o Rio está se preparando nos próximos anos para ter produtores em todos os espaços turísticos do estado.
08:05Isso já está acontecendo com as feiras, já com os grandes e mega eventos que tem aqui.
08:11Só para você ter uma ideia, Mariana, na Rio Innovation Week desse ano,
08:16que é a maior feira de inovação e tecnologia do país e uma das maiores do mundo,
08:22nós tivemos um pavilhão com mais de 40 produtores e recebemos mais de 80 mil pessoas
08:30circulando pelas nossas palestras, pelos nossos estandes e consumindo o produto RJ.
08:36Então, quando vierem ao Rio de Janeiro, eu costumo dizer sempre isso,
08:42lembrem de consumir e também conhecer os nossos produtos agrícolas.
08:47Muito interessante isso, porque é uma tendência que a gente está vendo aqui ao longo dessa semana
08:53por conta também desse evento da OCDE que está acontecendo aqui no Rio,
08:57que tem essa integração, então, de olhar para o desenvolvimento rural, né?
09:02Então, só para situar quem está aqui nos assistindo,
09:05esse evento é uma conferência de desenvolvimento rural com foco na América Latina,
09:10promovido pela OCDE, tem união com esse Green Hill que eu comentei no começo,
09:15onde estamos gravando, e pensa-se exatamente, então, nesse desenvolvimento rural,
09:20inclusive fazendo paralelos de como os mercados locais ajudam os mercados globais, né?
09:28O quanto que desenvolver esses novos arranjos, tanto de produção, mas de comércio,
09:33podem ser exemplos também para ganhar projeção para o mundo,
09:37para a gente olhar para esse local, né? O global com o local.
09:41Isso que você está falando sobre o Rio vai muito nesse sentido,
09:44inclusive porque tem muito turista aqui, né?
09:46Então, é promover a agricultura familiar, às vezes diretamente para consumidores
09:50da França, da Holanda, da Inglaterra, dos Estados Unidos,
09:54todos os turistas que circulam aqui, mas que agora também, como você está falando,
09:59não só ficar na capital do Rio de Janeiro, mas também entender esse agroturismo,
10:04esse agroecoturismo que o Estado está promovendo.
10:09Eu achei muito interessante a sua fala, Felipe, quando você destacou, inclusive,
10:13a atuação da Embrapa aqui, porque para quem conhece o agro brasileiro,
10:17seja em qual parte do mundo for, conhece a Embrapa, né?
10:21Assim, é uma unanimidade a empresa brasileira de pesquisa agropecuária
10:25ser reconhecida por essa excelência nas pesquisas.
10:29E aí você comentou que três unidades da Embrapa, de acho que cerca de 27,
10:33se eu não me engano, algum entorno assim, três estão aqui no Rio.
10:36Exatamente. Nós temos aqui, talvez muito por influência do Rio ter sido capital,
10:44capital do Brasil, nós temos aqui uma herança muito interessante
10:50em termos de instituições de pesquisa e centros de referência, né?
10:56E o Rio de Janeiro hoje cedia, hoje não, já de longos anos, né?
11:01Nós temos três centros nacionais aqui.
11:04A Embrapa Solos, que fica no Jardim Botânico,
11:07que é responsável aí por grande parte da pesquisa de classificação,
11:12levantamento de solos, né?
11:15Para também desenvolvimento de tecnologias de uso sustentável do solo.
11:20Então, é uma Embrapa muito ativa.
11:23Conversa muito com as universidades, conversa muito com a geografia,
11:27com a geologia, com as geossciências.
11:29Mas, dialoga também muito com essas novas tecnologias espaciais,
11:35o geoprocessamento, levantamento de campo.
11:39Recuperação dos solos é o que o planeta inteiro está falando, né?
11:42Exatamente. E a Embrapa Solos é uma referência, né?
11:45Inclusive com seus mapas de solos de todo o Brasil, né?
11:49Nós temos, só um parêntese associado a isso que eu falei da geossciência,
11:53nós temos o Departamento Nacional de Produção Mineral, que é o DNPM, né?
11:58Que agora é a AMN, né?
12:01A AMN, Agência Nacional de Mineração, ANM,
12:05que também tem um centro de excelência aqui, que é o CPRM, que fica aqui na Urca.
12:12Então, tem o Museu Geológico.
12:14Então, é só para mostrar que existe aqui um grande número de centros de pesquisa.
12:20A Embrapa Agrobiologia, que talvez uma das mais famosas do país, né?
12:25Por conta das pesquisas com a fixação biológica de nitrogênio.
12:29Ali nasceu quase todas as pesquisas com fixação biológica em soja,
12:35com a doutora Joana do Abenhain, que era a pesquisadora de referência dessa Embrapa Agrobiologia.
12:42Por exemplo, hoje a nossa querida premiada Mariângela Hungria, né?
12:46Nossa engenheira agrônoma, ela foi bolsista da doutora Joana, aqui em Seropédica.
12:51Olha só!
12:52E levou para a Embrapa, soja, né?
12:55Para Brasília, uma série de conhecimentos que deu origem a toda essa pesquisa
13:01que ela foi premiada com o nosso, entre aspas, o Prêmio Nobel da Agricultura, né?
13:07E a Embrapa CTA, que é o Centro de Tecnologia de Alimentos, né?
13:13A Embrapa Alimentos é aqui no Rio, em Guaratiba.
13:16Todas as pesquisas na área de agroindústria, de desenvolvimento de tecnologias para produção de alimentos,
13:23conservação, né?
13:24Então, só para você ter uma ideia, com esses três grandes centros de pesquisa,
13:28dialogando com o Brasil inteiro, o Rio de Janeiro também mantém um banco de germoplasma muito forte aqui.
13:37Você imagina, a PESAGRO, que é a nossa empresa estadual de pesquisa agropecuária,
13:42ela também tem centros espalhados pelo Estado,
13:45e que fazia estudos com muitas cultivares, que depois foram distribuídas para o Brasil.
13:52Eu vou dar um exemplo.
13:54No início da década de 70, nós começamos a estudar soja no Rio.
13:59Ninguém sabe disso, né?
14:00E a PESAGRO, a unidade de campos dos Goitacazes, começou a estudar e selecionar variedades de soja
14:07que não produziam no Rio, por conta de fotoperíodo, problemas de fotoperíodo.
14:12E hoje nós temos oito variedades produzindo no Rio, adaptadas, produzindo acima da média nacional.
14:18Nós temos um centro de referência em Macaé, que eu estou indo para lá agora,
14:23que é um centro de referência em fruticultura tropical,
14:26que durante anos nós desenvolvemos tecnologia com citros.
14:31O Rio foi um grande produtor e está voltando a ser produtor de laranja, né?
14:34A melhor laranja do Brasil, ela está aqui na região de Tanguá.
14:38Tem o IG da laranja aqui.
14:41Identificação geográfica.
14:42A identificação geográfica da laranja de Tanguá.
14:45E a gente percebe que com as novas tendências, a gente vai continuar produzindo centros de excelência.
14:53Por quê?
14:54Inauguramos agora, recentemente, um novo laboratório de café,
14:59de desculpa, de solos, em Itaperuna, no interior.
15:02Estamos inaugurando um Instituto do Café, lá em Varra e Sai.
15:08Está quase pronto para inaugurar um centro de excelência.
15:12E agora começamos a construir o Instituto da Uva e do Vinho.
15:16Todos da Pesagro Rio.
15:18Só para mostrar para os ouvintes que o Rio não perdeu essa tradição
15:22de investir em centros de pesquisa na área de agropecuária.
15:26E finalizando, isso é uma tendência também nas universidades.
15:32Nós acabamos de receber agora o terceiro curso de agronomia.
15:36Nós só tínhamos dois cursos.
15:38Um tradicional, que é um dos primeiros do Brasil.
15:40Não o primeiro, um dos primeiros, que é o da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
15:45O segundo curso em campus da UENF, que é a Universidade Estadual do Norte Fluminense.
15:50E vamos agora, para o próximo ano, formar a primeira turma de engenheiros agrônomos
15:54lá do Instituto Federal de Pinheiral,
15:57que é um dos colégios agrícolas mais antigos do Brasil.
16:01E que hoje tem um novo curso de agronomia.
16:05Então, isso faz com que o Rio tenha um simbolismo muito grande
16:10para todas as áreas de produção.
16:13Você vai encontrar um cultivar, vai encontrar um resultado de pesquisa,
16:17uma dose de calcário, uma dose de adubo,
16:20que foi desenvolvida pelos pesquisadores aqui no estado do Rio de Janeiro.
16:23Muito interessante.
16:25A gente está falando de ciência, tecnologia, educação, múltiplas culturas.
16:30Só para a gente encerrar, então,
16:32fico me perguntando aqui como que vocês estão desenvolvendo tudo isso,
16:37olhando para esse lugar de valorizar as culturas que estão aqui.
16:42Você citou a soja nesses dias do fórum ali da OCDE.
16:47Eu ouvi também algumas questões voltadas no sentido de
16:51o Rio de Janeiro também não virar um lugar somente de soja e milho
16:55e continuar com essa pluralidade de culturas, com essa biodiversidade que é riquíssima.
17:00Mata Atlântica, é importante lembrar também da recuperação dos biomas nesse sentido.
17:06Como que vocês dialogam em relação a isso,
17:09de ter um mercado garantidor para todas essas culturas,
17:13exatamente para não ter que ir para um lado de grandes commodities
17:17que têm mercado garantido, mas que não é o DNA do Rio
17:20e muitas vezes nem a topografia.
17:22Então, até no sentido de maquinário,
17:25como que esses agricultores familiares também têm trabalhado,
17:29se existe algum investimento,
17:31como que se dialoga nesse sentido também de a topografia
17:34não facilitar muito o maquinário nesse sentido.
17:37Então, essas duas frentes.
17:39E aí eu te libero, porque eu sei que a sua agenda também está concorrida.
17:42Olha, a sua pergunta foi excepcional.
17:45Quando a gente fala em soja,
17:47de maneira nenhuma a gente está falando aqui
17:49em virar um grande produtor.
17:52Nós temos o ZARC da soja,
17:54que é o zoneamento agroclimático.
17:56ele tem delimitado, no estado do Rio de Janeiro,
18:00300 mil hectares,
18:02em torno de 300 mil hectares.
18:04Nas áreas de melhor topografia,
18:07para nós fazermos uma mecanização.
18:11São áreas degradadas,
18:13áreas que já foram produtoras de cana,
18:16hoje estão com pastagem,
18:18quase a maioria em estágios avançados de degradação.
18:21Nós temos outras áreas já demarcadas
18:25para um distrito ou distritos florestais.
18:29O Rio agora vai se transformar também em produtor de eucalipto,
18:32que foi uma cultura muito polêmica no estado.
18:37A gente teve, inclusive, legislações aqui
18:39proibindo a cultura.
18:41E hoje a gente tem uma política de desenvolvimento florestal
18:44muito interessante.
18:45A gente já começa a ter o eucalipto chegando
18:48de duas formas,
18:50em monocultura,
18:51mas também pelo ILPF,
18:53Sistema Silvopastoriz.
18:55Recentemente lançamos,
18:56junto com a empresa Trimais,
18:58lá no Norte Fluminense,
18:59uma iniciativa privada,
19:01um sistema chamado Boi na Sombra,
19:04que é um sistema de recuperação
19:05de pastagens degradadas,
19:07utilizando também a silvicultura,
19:09o eucalipto.
19:10O bem-estar animal, né?
19:12Usando o bem-estar animal,
19:13a recuperação das áreas degradadas,
19:15a produção,
19:16e fortalecendo os agricultores locais e regionais.
19:20Agora, a sua pergunta,
19:22ela é muito importante, por quê?
19:24Nada disso mexeu no tabuleiro
19:26da pequena agricultura.
19:28Muito pelo contrário.
19:30O Rio de Janeiro tem hoje
19:31um protocolo,
19:33assim como São Paulo também tem,
19:35outros estados,
19:35de avaliação da transição agroecológica
19:39da nossa produção.
19:40Hoje nós temos,
19:43o nosso secretário Flávio,
19:45fala muito isso,
19:46grandes produtores de pequenas propriedades.
19:49Porque toda a produção,
19:51a gente tem trabalhado muito
19:52o conceito de recuperação de nascentes,
19:56fazer toda a proteção de rios,
19:59lagos, lagoas,
20:01trabalhar muito forte
20:02a restauração das nossas reservas legais,
20:06dentro daquele conceito
20:07de adequação ambiental,
20:09agroambiental legal,
20:11e também substituir
20:13tecnologias rudimentares
20:15de preparo do solo
20:16por tecnologias sustentáveis.
20:18É o caso, por exemplo,
20:19do sistema que a gente tem trabalhado
20:21em conjunto com o Estado de Santa Catarina,
20:24que é o sistema
20:25de plantio direto de hortaliças.
20:28E isso é muito interessante,
20:29porque nós estamos fomentando
20:31a cadeia de suprimentos
20:34a produzir equipamentos
20:36para o pequeno agricultor
20:37em áreas montanhosas,
20:39em áreas de morro.
20:40Usando tobata,
20:42usando moto,
20:43usando quadriciclo,
20:45usando pequenos tratores,
20:47e voltando a ter também
20:48tração animal
20:49dentro de um conceito
20:51de preparo de solo
20:53conservacionista.
20:54Então, eu acredito,
20:57e eu acho que essa mensagem
20:58é fundamental,
21:00que o Rio vai continuar investindo
21:02na multiplicidade
21:04da produção,
21:06nessa diversidade,
21:08com mais segurança alimentar,
21:10porque a gente tem
21:11muita produção agroecológica
21:13e orgânica,
21:14e ao mesmo tempo
21:15trabalhando a fixação
21:16e a sucessão do homem no campo.
21:18Mariana, só para você ter uma ideia,
21:20até bem pouco tempo,
21:21a idade média do nosso agricultor
21:22era maior de 65 anos,
21:26em torno de 70,
21:2770 e poucos anos.
21:29Hoje nós já vemos
21:30uma reversão migratória
21:31de jovens
21:33e principalmente de mulheres
21:34indo para o campo
21:35para produzir o café
21:38lá no noroeste fluminense,
21:40para produzir a uva
21:41aqui na região centro-sul,
21:43para produzir queijos
21:44de qualidade no sul fluminense,
21:47a cachaça de Paraty,
21:48que é muito famosa,
21:49mas nós temos cachaça
21:50em todos os municípios do Rio,
21:52e é claro,
21:54fazendo quase sempre
21:55com que esse campo
21:57tenha um modelo de produção
21:59cada vez mais ecológico
22:02e cada vez mais sustentável
22:04em todas as suas áreas,
22:07porque não adianta só
22:08você produzir floresta
22:11se você não tiver
22:12condições de sustento
22:14para aquela família,
22:15se você não conseguir
22:16ter qualidade de vida
22:17para aquela família
22:18e para o seu entorno,
22:19e ao mesmo tempo
22:20garantir
22:22uma moradia
22:24de qualidade.
22:26Então eu digo sempre o seguinte,
22:28o agro
22:28ele depende
22:29de cada vez mais
22:30ciência,
22:31conhecimento
22:32e não dá
22:33para ficar trabalhando
22:34só aqueles pacotinhos
22:35tecnológicos
22:36que existiam no passado.
22:38Então o Rio de Janeiro
22:39tem se preparado,
22:41quero agradecer muito,
22:42Mariana,
22:43a confiança do nosso
22:44governador Cláudio Castro,
22:46porque eu que venho
22:47da área acadêmica
22:48e também do setor privado,
22:51eu entendo que liderar
22:52uma transformação como essa
22:54precisa de muita segurança
22:57e de muita coragem,
23:00porque você não muda
23:01de um dia para a noite.
23:02e também
23:03o nosso secretário
23:04Flávio,
23:05que é médico,
23:07tem uma sensibilidade
23:08muito grande,
23:09mas é filho
23:10de produtor,
23:11foi agricultor familiar
23:12e atualmente
23:13é produtor rural.
23:15Então tudo isso
23:16tem caminhado
23:17junto
23:17e com certeza
23:19teremos
23:19grandes vitórias
23:21ainda para o agrofluminense.
23:22É isso,
23:23muito obrigada,
23:24muito obrigada
23:24por compartilhar isso,
23:26esse é o Felipe Brasil,
23:28ele é
23:29subsecretário
23:29de agricultura
23:30aqui do Rio de Janeiro,
23:31deu um gostinho
23:32do que é o agro
23:33aqui no estado,
23:34a gente precisa conhecer mais,
23:36vamos trazer mais entrevistas também,
23:38só vale uma última informação aqui,
23:40porque a gente ouviu
23:42numa das falas
23:43que vai existir aí
23:45inclusive
23:45uma inauguração
23:46de vinícolas
23:47a uma hora
23:48do aeroporto de Galeão,
23:50então realmente
23:51é mais do que um convite
23:53para conhecer
23:54essa produção
23:54que vai do campo
23:56até o produto final,
23:57valorizando a agricultura familiar,
23:59a biodiversidade,
24:00da Mata Atlântica
24:02e gerando renda
24:03para esses produtores
24:04que precisam
24:04se manter no campo.
24:05Daqui a pouquinho
24:06a gente volta
24:06com mais entrevistas
24:07aqui direto do Rio de Janeiro.
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