Renê diz que foi coagido pela polícia a confessar

Estado de Minas

Renê da Silva Nogueira Júnior, réu pela morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, afirmou que confessou o crime após ser coagido por policiais civis. A informação foi dita durante o depoimento do empresário no segundo dia de audiência de instrução do caso. Renê foi ouvido por videoconferência do Presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde está detido desde a época dos fatos. O crime aconteceu em 11 de agosto, no Bairro Vista Alegre, na Região Oeste da capital.

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00:00Eu entrei no primeiro dia, no primeiro dia de fazer o depoimento,

00:03meu advogado me orientou para não morrar nada,

00:06porque ele não precisava ter tempo para acordar os fatos.

00:09Tá bom?

00:11Na segunda oitiva, quando eu cheguei no corredor,

00:15ele já falou para mim que não ia ser mais meu advogado,

00:19eu fiquei sem entender nada.

00:21Na minha cabeça só me veio a possibilidade de ele não ser mais meu advogado,

00:27porque ele era advogado de uma das pessoas que a Kenney me usou para me ameaçar,

00:33que é o Cristiano.

00:36Depois eu falo o sobrenome e explico a empresa dele.

00:43E ele falou que não ia ser mais meu advogado, porque eu menti para ele.

00:47Ele falou assim, não, porque eu menti para você.

00:48Eu menti para você, mas ele falou que eu não contato.

00:51E era o segundo contato com ele.

00:53A gente já tinha um outro advogado, o Lázaro,

00:56que ele ouviu, inclusive falou que um professor que é um advogado

01:01que está cuidando do caso da Ana Paula,

01:03que ouviu o Lázaro falando para eu não confessar.

01:06Mas eu confessei, sabe por quê?

01:08Porque eu digo, o delegado simplesmente,

01:10no corredor falou, já temos o exame da balística,

01:14já foi feita a perícia do projétil,

01:17foi a arma da Ana Paula,

01:18e se o senhor não confessar,

01:21a gente vai acabar com a barriga dela.

01:24Aí o Lázaro falou para mim assim,

01:26ou você se joga ou deixa a arma na frente?

01:30Eu falei, cara, então eu vou me ajudar.

01:32Eu vou falar o que ele só quiser que eu fale.

01:36Ele tinha um delegado na esquerda,

01:38um Zimbaba Ruiz, eu não lembro o nome dele,

01:40e um mais magro,

01:42dica pelo oponente dele,

01:43eu não lembro o nome dele.

01:45Esse delegado entendi tanto

01:46o que a Estuivã ia falando,

01:51aí ele falou,

01:51concorda?

01:54E assim foi,

01:57o Lázaro é testemunha

01:59desse acontecimento.

02:01Ele estava do meu lado direito,

02:03e ele assumiu o que aconteceu.

02:05Quem?

02:06É o advogado do Lázaro.

02:08Ah, o Lázaro Samuel Gonçalves.

02:10Exatamente.

02:12Então foi essa que aconteceu.

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