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A CPI do Crime Organizado ouviu o promotor Lincoln Gakiya, ao alertar para o faturamento do PCC, que explodiu em 120.000% em 15 anos, chegando a inacreditáveis R$10 BILHÕES anuais - valor superior ao orçamento de 18 capitais. O programa Morning Show debate a impotência do Estado e a falha da legislação em conter essa invasão criminosa na economia formal, destacando a importância da delação premiada de integrantes do "colarinho branco" do PCC, que pode ser o propulsor a abalar Brasília e mudar o jogo.


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Transcrição
00:00Agora eu quero falar, David Itarso, sobre o promotor de justiça do GAECO, do Ministério Público Paulista, o Lincoln Gakia.
00:07Ele que prestou depoimento pessoal durante a CPI do Crime Organizado.
00:11E nosso amigo David Itarso vai destacar pra gente quais foram os principais pontos trazidos por ele.
00:16Ele que é uma figura, enfim, acima de qualquer questionamento, pelo menos a importância dele no combate ao PCC nas últimas décadas, né?
00:26Palavra sua.
00:27É, exatamente, né? Ele fala bastante sobre a omissão do Estado em regulamentar leis que realmente pudessem evitar esse crescimento exponencial do PCC.
00:37E ele destacou que nos últimos 15 anos o primeiro comando da capital cresceu 120 mil por cento.
00:44Então, realmente é lamentável isso que a gente vê.
00:48Inclusive, estamos voltando pro pessoal do rádio e aí eu complemento.
00:51É isso aí, tamo de volta pra quem tá nos ouvindo pela rede Jovem Pan de rádio Lincoln Gakia.
00:55Enfim, um titã aí do Ministério Público Paulista, do GAECO, no combate ao PCC, convocado na CPI do Crime Organizado, prestando esclarecimentos, informações e trazendo um diagnóstico pesadíssimo sobre como as facções criminosas vêm se alastrando e criando raízes no Brasil.
01:11David, com os destaques.
01:12Exatamente, ele falou que nos últimos 15 anos o PCC, primeiro comando da capital, aumentou 120 mil por cento.
01:19Lá em 2010, o faturamento da organização criminosa era de aproximadamente 10 milhões.
01:25Atualmente, gira em torno de 10 a 12 bilhões.
01:30Olha só, a gente tava falando de milhões e agora de bilhões.
01:33E as últimas operações realizadas pelas forças de segurança demonstram justamente isso.
01:37No passado, eu lembro quando eu comecei, 15 anos atrás ali, a minha carreira, né?
01:42Inclusive com a atuação do Lincoln Gakia, com diferentes mobilizações que ele promovia.
01:49A gente falava de operações e se tratava de, ah, prendeu não sei quantos mil, aí depois passou pra cifra de milhões.
01:56E hoje a gente tá falando de bilhões.
01:58Então esse crescimento do crime organizado realmente preocupa bastante, mas ele fala que falta principalmente o rigor da lei
02:05pra que os presos, eles cumpram a pena na integralidade, ou pelo menos uma boa parte da pena, cerca de 80%.
02:13Mas é difícil até de você explicar pra muitos juristas de outros países como é que um preso, ele cumpre às vezes um sexto da pena.
02:22Então isso atrapalha bastante e outra questão também é a falta de regulamentação pra que as forças de segurança possam atuar e principalmente investigar.
02:30Porque ainda há muita barreira burocrática ali em torno da legislação brasileira.
02:35Se eles abrissem o capital, né?
02:37Tava melhor que a NVIDIA nos Estados Unidos pra investir.
02:40Exatamente.
02:411.200% é inédito.
02:43NVIDIA, pra quem não sabe, é a gigante multinacional que produz chips, semicondutores também, se não me engano.
02:50Lá nos Estados Unidos, chips principalmente, enfim.
02:52Mas é isso, PCC, a gente tá falando aqui, é de Paraisópolis, a Pensilvânia nos Estados Unidos, é de Portugal ao Paraguai.
03:02Moedas diferentes e os tentáculos cada vez mais fortalecidos, invasão na economia formal.
03:08Mas enfim, a gente tem até as próprias delações, né?
03:11O David Itaço, em relação ao Mohamed, certo?
03:16E o Beto Louco, confere, confere.
03:19No caso, obviamente, da Operação Carbono Oculto, que pode ter muita gente aí rodando nesse sentido.
03:25É, porque eles criaram um sistema, uma organização financeira também, que hoje atinge fintechs e tudo mais.
03:31E pra polícia conseguir identificar e fazer a rastreabilidade desse dinheiro, se torna muito difícil.
03:36Por isso que o Gakia enfatiza na questão da legislação que precisa avançar no nosso país.
03:41Pra que as forças de segurança tenham mais autonomia também nas investigações.
03:45Porque muitas vezes eles são blindados, aí quando se chega realmente às contas, essas contas elas são esvaziadas.
03:52E muitas vezes o processo também é esgotado por inconsistência, que são encontradas.
03:56E há barreiras que são delimitadas em torno da legislação, que a defesa consegue reverter.
04:03Por isso que a gente precisa avançar e muito no nosso país.
04:06E o principal é o cumprimento da pena, né?
04:08Porque se o preso não fica lá detido e ele volta pra rua e tem a oportunidade de voltar a cometer os crimes,
04:15de que forma que a gente vai combater isso?
04:17A gente mostrou recentemente aquele preso lá que ficou preso, aquele preso não,
04:21aquela pessoa que foi assaltar um banco ali, furtaram na verdade porque não tinha ninguém na agência,
04:26e ficou preso na porta giratória.
04:27Só que isso a gente viu naquela situação.
04:30Muitas vezes a gente não vê que é a porta giratória do crime mesmo que entra no sistema prisional,
04:34daqui a pouco tá de volta na rua e aí faz parte do crime organizado.
04:37Essa ala do colarinho branco engravatada do PCC na figura do próprio Roberto da Silva, vulgo Beto Louco,
04:43esse já tá fazendo inclusive a delação premiada dele, o Mohamed Mourad, vulgo primo,
04:48tá negociando os termos e a tendência é que haja ali um, eu acho que uma espécie de asteroide,
04:55enfim, atingindo Brasília nos próximos meses, né Mano Feira?
05:00Pois é, a gente vai precisar acompanhar esses desdobramentos.
05:04Eu diria que esses números mostram como a gente precisa avançar no enfrentamento do crime organizado
05:12para além de uma esfera específica.
05:14O problema é gigantesco e precisa de uma abordagem transversal.
05:21Ou seja, a gente tem que olhar a punição, é claro que tem que olhar a punição,
05:25mas a gente também precisa olhar de um ponto de vista econômico,
05:30como é que esse tamanho de lucratividade está sendo possível.
05:35O crime opera onde o Estado falha na sua regulação.
05:39A gente falou, quando explodiu o caso do metanol, do volume de falsificações no mercado de álcool,
05:49de bebidas alcoólicas, 38% do mercado de bebida alcoólica no Brasil é ilegal,
05:57seja por meio de falsificação, contrabando ou roubo.
06:02Então, é o tipo de situação que, quando a gente vai olhando,
06:06os tentáculos do crime organizado têm se expandido para muito além do mercado das drogas.
06:12E têm entrado no mercado de combustíveis, postos de gasolina,
06:16no mercado de fertilizantes na agricultura,
06:20no mercado de cigarros.
06:22Veja, os cigarros legais têm 57% do mercado de cigarros de tabaco,
06:27não estou falando aqui de maconha nem nada do tipo,
06:3057% dos cigarros de tabaco são ilegais no Brasil.
06:35Isso é uma insanidade, porque a gente está com uma regulação irrealista
06:40que não olha para o fato de que a informalidade opera
06:45nas brechas de uma regulação que é irreal,
06:49que é distante do mundo de como funciona a economia,
06:53o crime cresce e se agiganta e se aposta desses mercados.
06:59Então, precisamos mudar a forma de pensar a regulação dos diversos mercados
07:04para fechar espaços para a entrada do crime organizado.
07:10Complicadíssimo.
07:11Guilherme Sugimori, complementando então?
07:13Complementando exatamente as duas falas,
07:16algo que a gente esquece muito também e é efetivo
07:20é melhorar a qualidade prisional.
07:22Você mencionou, David, entrada e saída, pequenas penas,
07:26a pessoa entra e sai arregimentada pelo crime organizado.
07:30Olha, uma das formas de combater isso é melhorar a qualidade prisional.
07:34Você não deixa a pessoa sujeita ali a...
07:37Tem presídios que o crime organizado fornece os essenciais básicos
07:41que o Estado falha em fornecer.
07:43Então, a pessoa chega e ela não tem escova de dente,
07:45não tem roupa de cama, não tem shampoo e fornecem para ele.
07:48Ele fica devendo.
07:49Isso é o básico do básico, porque ter estudo,
07:52ter oportunidade de trabalho, aprender um ofício,
07:56tudo isso são coisas que, por um lado,
07:58todos os estudos que averiguaram isso,
08:00melhora de qualidade prisional tem efeito em reincidência?
08:04Tem.
08:04Diminui a reincidência.
08:06Se a qualidade do ambiente prisional é melhor,
08:08a pessoa sai, cometem menos crimes.
08:11Então, é uma forma de combater crime.
08:13E dois, isso eu não conheço nenhum estudo empírico numérico,
08:17mas me parece muito razoável presumir que a melhora da qualidade prisional
08:21diminui a regimentação pelo crime organizado.
08:25É mais um efeito, como o Mano falou,
08:27onde o Estado falha, o crime organizado, a organização paralela, ela cresce.
08:31Então, a gente fala em combater e sempre esquece desse aspecto,
08:34até porque é difícil você conseguir votos dizendo, né,
08:37eu vou gastar mais dinheiro com prisões.
08:39Mas é uma forma efetiva, sim, de combater o crime organizado.
08:43Ah, mas aí também tem um aspecto que a gente tem que observar
08:45que precisaria de um monitoramento maior.
08:47Mas hoje há um déficit de profissionais, de policiais penais,
08:51nas unidades prisionais.
08:52Aqui no Estado de São Paulo, por exemplo,
08:53nessa semana de ontem pra hoje,
08:56a gente viu em dois dias aí,
08:57dois incêndios sendo registrados.
08:59Até a última atualização, eu trouxe as informações,
09:01eu apurei agora há pouco essa informação, inclusive, na minha coluna,
09:04no site da Jovem Pan,
09:05que nove presos morreram durante um incêndio
09:08e policiais penais, pelo menos quatro,
09:11ficaram feridos na unidade de Marília.
09:13E tem também um outro aspecto que a gente tem que observar.
09:16Nessas duas unidades,
09:18um foi porque os policiais penais encontraram a Maria Louca,
09:21que é aquela bebida que eles produzem, né,
09:24que gera um teor alcoólico,
09:26e o outro é porque o preso que tinha acabado de chegar ali na detenção,
09:30ele colocou fogo no colchão,
09:32o incêndio rapidamente se alastrou
09:34e provocou todas essas mortes.
09:36Até a última atualização, nove pessoas,
09:37outras vinte foram hospitalizadas.
09:39Então, assim,
09:40de que forma que a gente vai conter,
09:42sendo que não tem nem profissionais suficientes
09:44pra que a gente veja uma evolução no sistema prisional.
09:47E principalmente o monitoramento que é feito.
09:49Porque os policiais penais,
09:50eles são extremamente importantes
09:51pra que esse monitoramento seja ali realizado.
09:54E aí, quando você identifica alguma situação,
09:56aí os presos se rebelam e se revoltam e promovem.
09:59Incêndios, mortes e, principalmente,
10:02prejuízos ao Estado, prejuízo a todos nós.
10:05Então, a gente tem que ter uma mudança
10:07de realmente colocar profissionais
10:09pra que possam fazer essa supervisão
10:11de forma mais efetiva,
10:13e aí a gente identificar
10:14quem são as pessoas
10:15que fazem parte do crime organizado,
10:17e dessa forma fazer com que eles compram
10:19ali na penitenciária
10:21toda a sua integralidade da pena.
10:22Mas investimento em qualidade é isso também.
10:25Mais profissionais, profissionais mais habilitados.
10:27Até porque, por exemplo, estudo.
10:29Muitos presos não conseguem estudar
10:30porque a cadeia não tem equipe
10:32pra acompanhar o tempo de estudo que ele fez,
10:35fazer um relatório e tal.
10:36Precisa de mais gente, sim,
10:37até pra melhorar a qualidade.
10:39Isso é parte do investimento em qualidade,
10:41não só em segurança.
10:42Mais equipe, mais médico,
10:44mais enfermeira, mais segurança.
10:46A gente tem que mudar o paradigma.
10:47A gente precisa privatizar os presídios
10:49e colocar os presos pra trabalhar.
10:51É isso que a gente precisa fazer.
10:52Não tem como manter essa estrutura
10:56da forma como está.
10:58Os incentivos políticos
11:00não trazem investimento em presídio.
11:04Fato.
11:05Não dá voto um político dizer
11:07que vai investir em presídio.
11:09Não dá.
11:10Então, a escolha é simples.
11:12A gente vai privatizar os presídios
11:14e trazer incentivos econômicos,
11:17uma lógica de lucratividade
11:18para criar um sistema
11:21que seja minimamente racional
11:22e onde não haja o controle
11:24do crime organizado,
11:26ou a gente vai seguir fingindo
11:28que está tratando de forma séria
11:31o sistema prisional
11:32enquanto ele é gerido, de fato,
11:34na realidade,
11:35pelo crime organizado.
11:36Na minha visão,
11:37essa é a escolha institucional
11:39que o Brasil tem a fazer.
11:40O mano veio forte agora,
11:42mas, sinceramente,
11:43se o mano tiver errado,
11:44uma coisa também é certa.
11:46Do jeito que está, não está legal.
11:48Ele está completamente errado.
11:50E aí eu já aciono aqui,
11:52Guilherme Sugimori,
11:53David e Tasco que estão aqui se contorcendo
11:54para poder rebater,
11:57mas mostrar por que o mano não está errado.
11:58Não, porque a privatização,
12:00em primeiro lugar,
12:01ela não realmente garante
12:02que a ordem vai ser cumprida ali.
12:04Porque se a gente tem já uma infiltração
12:06nos mais diferentes segmentos
12:07do primeiro comando da capital
12:09e das organizações criminosas
12:11fora das penitenciárias,
12:13imagine dentro,
12:13com privilégios que são concedidos.
12:15O que a gente precisa
12:16é, conforme eu já disse,
12:18do aumento da quantidade
12:19de policiais penais,
12:20uma capacitação maior
12:21para que eles possam atuar,
12:23até mesmo atribuições
12:24que são concedidas a eles
12:26para que possam fazer também
12:28um trabalho de investigação
12:29e contribuir
12:30com as forças de segurança.
12:32Agora, se você privatiza,
12:33aí você pode ter uma infiltração,
12:35até mesmo uma ONG
12:36ou algo terceirizado
12:37por meio da parceria
12:38público-privada
12:39que seja infiltrada
12:41do crime organizado.
12:42Então, de que forma
12:42você vai controlar isso?
12:43Se quem presta concurso público
12:45às vezes já acaba corrompido,
12:47que é um percentual mínimo,
12:48mas ainda ocorre, infelizmente,
12:50imagine com profissionais
12:51que têm só um registro de CLT.
12:54Então, você não vai estabelecer
12:55a ordem em relação a isso.
12:56Você cria pesos e contrapesos.
12:59Você faz com que uma parte institucional
13:02fiscalize outra parte.
13:03Ou seja, o Estado é fundamental
13:06na gestão dos contratos
13:08desse tipo de parceria.
13:10Então, mas a gente vê
13:11regularidades nesses contratos.
13:11Indicadores, claros.
13:13É preciso ter indicadores,
13:14é preciso ter transparência
13:16quanto aos resultados
13:17e é preciso ter cobrança.
13:19E aí é o Estado agindo.
13:20Agora, veja só,
13:21se tu tá dizendo
13:22que o Estado não consegue
13:23fazer a gestão de contrato,
13:26como é que, ao mesmo tempo,
13:27esse mesmo ente
13:28que não consegue sequer
13:29gerir um contrato,
13:30que é muito mais simples,
13:32vai conseguir fazer
13:33a operação na ponta?
13:34Esse argumento não faz sentido,
13:36porque é uma questão
13:36de construção
13:37de capacidade institucional.
13:39A capacidade institucional
13:41de gerir um contrato
13:42com indicadores claros
13:44é muito mais simples
13:45de ser desenvolvida
13:46do que a capacidade institucional
13:48de operar um presídio.
13:51Por isso, a gente precisa
13:52ter mais atores
13:54nesse processo
13:55com divisão de tarefas,
13:57com pesos e contrapesos,
13:59um fiscalizando o outro
14:00com transparência.
14:02É assim que a gente consegue
14:03diminuir corrupção
14:04e aumentar a efetividade
14:06na prestação do serviço.
14:07Posso fazer o papel do humano
14:08e ser ponderado aqui?
14:10Eu tenho minhas dúvidas,
14:12mas vamos ver.
14:14Vamos ver.
14:15Vamos ver se você é capaz.
14:16Eu tenho umas informações
14:18interessantes aqui
14:19para agregar,
14:19mas vai que vai.
14:20Essa questão da privatização
14:24dos presídios,
14:25eu sou, já adianto
14:26que eu sou muito contra,
14:27mas eu entendo
14:27os argumentos do humano.
14:29É que do meu ponto de vista,
14:31mano,
14:32ente privado,
14:33ente ou ente público,
14:35todos têm defeitos,
14:36são defeitos severos,
14:37e a gente tem que observar
14:39quais são os defeitos.
14:40Então, a imunidade,
14:41por exemplo,
14:42como você mencionou, David,
14:43existir corrupção,
14:45isso aí está dos dois,
14:46que é um exemplo grande,
14:47ente privado,
14:48FIFA,
14:49que é mais caso de corrupção,
14:51porque se dá muito poder,
14:52muito dinheiro,
14:53é uma grande bagunça,
14:54é complicado.
14:55Mas existem vantagens
14:57e desvantagens.
14:58Por que no caso da prisão
14:59eu sou contra a privatização?
15:01Porque a grande desvantagem
15:02do setor privado
15:03quando ele atua
15:04nesse tipo de coisa
15:05é o objetivo de lucro.
15:06Então, a gente tem,
15:07por exemplo,
15:07os Estados Unidos
15:08que privatizaram as prisões,
15:09tem muita prisão privada lá.
15:11Você tem desde questões menores,
15:13como prisões
15:14que possibilitam o pagamento
15:15e só para casos de menor,
15:17casos de pena baixa,
15:19mas possibilitam
15:20que o preso pague
15:20para ter vantagens,
15:22se ela é melhor,
15:23se ela é maior,
15:24tal, tal,
15:24que é meio criticável,
15:25mas problemas maiores.
15:26Por exemplo,
15:27o setor de prisões privadas
15:29faz lobby nos Estados Unidos
15:31para aumento de pena
15:32e encarceramento maior,
15:34mas não porque
15:35está tendo muito crime
15:36e sim porque
15:37eles ganham mais dinheiro
15:39e fazem isso abertamente.
15:41Eu vi faz uns meses,
15:42talvez um ano já,
15:44uma manifestação
15:44de uma prisão
15:45em um condado americano
15:46dizendo,
15:47ó,
15:47se vocês não prenderem
15:48mais gente,
15:49a gente vai fechar
15:50as unidades aqui
15:51e vocês vão perder emprego.
15:52Mas agora vamos
15:53para a realidade do Brasil,
15:55o lobby,
15:55quem está fazendo
15:56é o crime organizado,
15:56se infiltrando na política.
15:58E aí eu ia um brasileiro,
16:00e aí eu ia oferecer
16:01o contraponto.
16:01Repare muito bem.
16:02porque você começou dizendo,
16:04mas melhorar o presídio
16:06não traz voto,
16:08então a solução é,
16:09e eu te ofereço
16:10outra solução,
16:12vamos votar
16:13em quem propõe
16:14melhora de presídio
16:15como diminuição
16:16de crime organizado.
16:17Não funciona assim.
16:18Vamos ver a escandinávia também.
16:20As pessoas querem
16:20a sua vida melhor
16:22e as pessoas votam por isso.
16:23Eu não tenho a pretensão
16:24de mudar
16:25a forma como as pessoas
16:28entendem
16:28o que beneficia
16:29a sua própria vida.
16:30Então,
16:31de um ponto de vista
16:32de política pública,
16:33isso é utópico.
16:34É dizer,
16:34ah, não,
16:35então vamos todos
16:36dar as mãos
16:37e dançar a ciranda
16:38até que os presídios
16:39melhorem.
16:40Vamos lidar
16:42com o Brasil real aqui.
16:44Diversos estados,
16:46unidades da federação
16:47estão com orçamentos
16:47completamente contingenciados,
16:49policiais desmoralizados,
16:51cortando horas,
16:52reduzindo efetivos,
16:53presos em debates abstratos,
16:55com as mãos atadas
16:56por regras de engajamento,
16:58ditadas muitas vezes
16:59por sociólogos de pantufa.
17:01E aí a gente tem
17:01que analisar friamente
17:02isso.
17:03O crime é organizado
17:04investindo nos resíduos
17:06da lavagem de dinheiro
17:06em fintech,
17:07em bet,
17:08em contrato fictício,
17:10infiltrando a economia legal,
17:11como a gente pode ver aqui.
17:12Agora,
17:13vamos dar...
17:13Eu quero...
17:14Faço questão aqui.
17:15Vamos dar dimensão
17:16do tamanho do monstro
17:18que virou o PCC.
17:19Porque Lincoln Gackier
17:20acabou de declarar
17:21que o PCC chegou a faturar
17:23obscenos 10 bilhões
17:25de reais por ano.
17:27Sabe o que 10 bilhões
17:27representa,
17:28meu amigo e minha amiga?
17:2910 bilhões de reais
17:30é mais que o orçamento
17:31anual de 18 capitais brasileiras.
17:3418 capitais brasileiras.
17:35É maior que o orçamento
17:36inteiro da Polícia Federal
17:38por muitos anos acumulados.
17:40Ou seja,
17:40quem deveria estar
17:40combatendo o crime
17:41não...
17:43É completamente minúsculo,
17:44perto de quem
17:45perpetra o crime.
17:47É o dobro do orçamento
17:48do Ministério da Cultura,
17:49mas até aí
17:49não surpreende ninguém.
17:51É o equivalente
17:51a 12 anos,
17:5312 anos de arrecadação
17:54de IPTU
17:55numa cidade como Santos,
17:56que não é um vilarejo qualquer não.
17:59É só pra gente continuar aqui.
18:00Enfim,
18:01é avassalador.
18:03Ou seja,
18:03o problema,
18:04o inimigo é...
18:06Eu entendo a impotência
18:07que acaba contaminando
18:09todos nós
18:09nesse momento,
18:11mas com certeza
18:12a gente precisa
18:13de alguma inovação institucional,
18:15porque do jeito que está
18:16não dá.
18:16Não é por aí,
18:17Mano Feira?
18:17Exato.
18:18É o que eu penso.
18:19A gente vai seguir insistindo
18:20num modelo
18:21que é fracassado,
18:23que está sob,
18:24na prática,
18:25a gestão prisional
18:26do crime organizado,
18:28ou a gente vai
18:28inovar institucionalmente,
18:30trazendo novas formas
18:32de fazer a gestão
18:33e também de trazer
18:34recursos,
18:35de trazer dinheiro
18:36para o sistema
18:38conseguir ter
18:39um mínimo
18:39de estruturação.
18:41Na minha visão,
18:42já passou da hora
18:43da gente
18:44modificar
18:45essa estrutura
18:46e privatizar
18:47os presídios.
18:48Não, não tem
18:48que privatizar.
18:49Primeiro que o preso,
18:50eu concordo no ponto
18:51que o preso tem que,
18:52assim como o Michael Wesley
18:53mandou aqui pra gente,
18:55ele diz assim,
18:56o preso tem que trabalhar
18:57pra comer,
18:58pra dormir,
18:58pra pagar a pena dele.
19:00Isso é o básico.
19:01Eu concordo
19:01que ele tem que trabalhar ali
19:03pra realmente
19:04gerar uma receita
19:05e dessa forma
19:05haver a manutenção
19:06do sistema prisional.
19:08Só que isso não é feito,
19:08é facultativo.
19:09E aí quando o preso
19:10às vezes promove
19:11uma leitura apenas,
19:12ele tem ali
19:14uma redução da pena.
19:15Então isso é um absurdo
19:16o que acontece no Brasil.
19:17Porque todos nós
19:18temos que ser produtivos
19:19pra poder realmente
19:20fazer o sustento
19:21da nossa família
19:22e tudo.
19:23Agora o preso
19:24que tá ali detido
19:24às vezes não tem essa,
19:26às vezes não,
19:27não tem de fato
19:28essa obrigatoriedade.
19:29E se você privatiza
19:30todo o sistema,
19:32você cria fragilidades
19:33como a gente viu
19:34já acontecendo no passado
19:35e algumas unidades
19:36que são privatizadas
19:37ao redor do Brasil
19:39tem esses problemas.
19:41Problemas esses
19:42estruturais,
19:43de corrupção.
19:44então é muito maior.
19:45Por isso que você
19:46precisa desenvolver
19:47um modelo
19:48onde você tenha
19:48mais policiais penais
19:50pra que possa fazer
19:50uma investigação efetiva.
19:52Porque, por exemplo,
19:53a gente tá vendo ali na tela
19:54pra quem nos acompanha
19:55pela imagem
19:55o Lincoln Gakia
19:56foram os policiais penais
19:58que interceptaram cartas
19:59de advogados
20:00que funcionavam
20:01com uma espécie
20:01de pombo-correio
20:02levando e trazendo recados
20:04pra promover
20:05a morte dele.
20:06Então esses profissionais
20:07são fundamentais
20:08pra que a gente veja
20:09uma evolução
20:10e enfrentamento
20:10contra o crime.
20:11Marinho, eu tô rindo aqui
20:12porque eu quero ser
20:13ainda mais em cima do muro
20:15não vou ser nem o Mano
20:16e nem o Guilherme.
20:17Posso?
20:18Em Ribeirão das Neves
20:19em Minas Gerais
20:20nós temos uma penitenciária
20:22que ela tem
20:23ela é chamada ali
20:25de parceria público-privada.
20:27Então ela não é nem pública
20:28e nem privada.
20:29E ela tem dado certo
20:30porque pega um pedaço
20:32do que o Mano acabou de dizer
20:33de ter inserção privada
20:35e também a importância
20:37que se dá
20:38para o trabalho público.
20:40Então se a gente
20:41de repente
20:41fizesse esse meio termo
20:43talvez evitasse
20:45essa imensa enxurrada
20:47aí de reincidência
20:48que existe
20:49do preso
20:50sendo angariado
20:51pelo PCC
20:52pelas outras organizações
20:53criminosas
20:54porque lá tem dado certo
20:55lá o preso trabalha
20:56enfim
20:56é só aqui
20:57para colocar
20:57para a nossa audiência
20:58que talvez
20:59a gente pegar a ponta
21:01da corda
21:02do pedaço
21:03aí do percurso
21:04não seja o ideal
21:05que a gente tenha
21:06que trabalhar também
21:06como disse o Lincoln
21:07o Lincoln disse que
21:08não adianta nada
21:09você colocar o preso
21:10ter legislação
21:11e ter 13 mil
21:12policiais federais
21:14trabalhando
21:15então enquanto
21:15o crime organizado
21:16está cada vez mais organizado
21:18cada vez mais rico
21:19e cada vez mais com dinheiro
21:21esse déficit
21:22não só na polícia federal
21:23dos policiais penais
21:24a polícia penal
21:25por exemplo
21:26estabelece
21:26pelo menos
21:27a confederação nacional
21:28estabelece que
21:30a cada cinco presos
21:31você tem que ter
21:32um policial penal
21:33muitas vezes
21:33não chega nem
21:34a um quarto disso
21:35e aí
21:40e aí
21:40e aí
21:43e aí
21:44e aí
21:45e aí
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