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O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), José Velloso, criticou a decisão dos Estados Unidos de não contemplar seu setor na recente retirada de tarifas de 40% sobre produtos brasileiros.
José Velloso afirmou que "o setor de máquinas e equipamentos não foi contemplado", apesar de o segmento ter sofrido uma "queda de 42% das exportações" em função do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump.

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Transcrição
00:00Mas nem todos os setores tiveram alívio tarifário depois da decisão de Donald Trump.
00:05O nosso entrevistado agora é o presidente da ABIMAC,
00:07Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Veloso.
00:12Tudo bem, presidente? Como sempre, muito obrigado por atender a Jovem Pan.
00:15Muito bem-vindo. Boa noite.
00:17É sempre uma alegria estar com vocês aqui.
00:19Muito obrigado. Bom, eu sei que o setor que o senhor comanda
00:22não recebeu esse alívio do governo dos Estados Unidos.
00:26Qual é a situação no momento do setor? O que falta? Quanto está de taxa ainda?
00:32E o que vocês esperam, claro, né?
00:35Olha, o setor de máquinas e equipamentos, se a gente pegar a referência do ano passado, 2024,
00:42nós exportamos 3,6 bilhões de dólares para os Estados Unidos.
00:49Se a gente pegasse o tarifácio antes dessa exceção dada ontem pelo governo Trump,
00:55o setor de máquinas representava mais ou menos 20% daqueles produtos que estão super tarifados com 50%.
01:05Em nenhum momento nós fomos incluindo em qualquer ação, em qualquer lista de exceções.
01:12Então, o nosso setor está sofrendo com o tarifácio.
01:15O primeiro mês que tivemos quedas de exportação para os Estados Unidos foi em setembro,
01:23onde nós tivemos uma queda de 13% em relação ao ano anterior.
01:28Em outubro, nós tivemos uma queda de 42% das exportações dos Estados Unidos em relação ao outubro do ano passado.
01:37Então, a partir de setembro, pegou o tarifácio para nós e outubro foi grande
01:41e acreditamos que em novembro vai se acelerar ainda mais.
01:45Denise Campos de Toledo.
01:47José Veloso, boa noite. Obrigada pela sua participação aqui na nossa programação.
01:53E eu queria lembrar da nossa conversa desde o início da aplicação dessa tarifa,
01:58que é a questão da tentativa de Trump de estimular a instalação de unidades, Fabriz, nos Estados Unidos.
02:05Ele sempre demonstrou muito essa preocupação, a questão da concorrência, de competitividade.
02:11Mas o setor aqui tinha negociações diretas com empresários de lá, importadores que fizeram encomendas específicas.
02:19Como é que anda hoje essa relação? O senhor acredita que isso possa produzir resultados maiores?
02:24Porque o que se percebe é que talvez Trump estivesse mais preocupado com o impacto inflacionário
02:29e o custo da alimentação via subindo muito.
02:32No caso das máquinas, o que pode mudar a posição dos Estados Unidos?
02:36Olha, desde o início do tarifaço, eu já estive lá em Washington duas vezes, em maio,
02:44quando nós éramos tarifados em 10%, e depois voltei na primeira semana de setembro,
02:49depois daquele tarifaço de mais 40%.
02:52Nós contratamos lá nos Estados Unidos um escritório grande de advocacia,
02:57porque nós também entramos naquela sessão 301, fizemos a nossa participação lá junto
03:04ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a USTR, a representação de comércio,
03:10e também contratamos lobistas lá nos Estados Unidos.
03:14Temos contratos em vigor.
03:15Então, as nossas informações, elas sempre são baseadas, os nossos depoimentos,
03:21naquilo que a gente escuta lá nos Estados Unidos.
03:23O caminho que tem sido efetivo até o momento é o lobby junto às autoridades norte-americanas.
03:33Por quê?
03:33Porque os Estados Unidos colocaram as tarifas por vontade própria,
03:38e agora, percebendo o erro, porque isso é uma coisa que a gente dizia desde o início,
03:43embora tenha havido alguma controvérsia sobre essa opinião,
03:48é de que isso ia gerar inflação nos Estados Unidos, sem a menor dúvida.
03:51E essa forma de criar tarifas também não vai ter o condão de reindustrializar os Estados Unidos.
03:59Então, o que está acontecendo neste momento?
04:02Agora, meses depois de começado a tarifa dos Estados Unidos sobre todos os países do mundo.
04:09Uma carestia muito alta nos Estados Unidos.
04:11Se os Estados Unidos tinham antes uma tarifa média de 2,5% sobre tudo o que importava,
04:18e agora tem uma tarifa média em torno de 18% do que importa,
04:23ora, quem paga a tarifa lá nos Estados Unidos é o importador.
04:27Isso é repassado ao consumidor.
04:29Então, quem está pagando esse aumento brutal de preços é o consumidor.
04:33Então, percebido o erro, principalmente porque tarifaram produtos que não são produzidos nos Estados Unidos,
04:40e produtos que são alimentos e também produtos que são de consumo não durável.
04:46Então, os Estados Unidos agora estão voltando atrás porque perceberam que isso criou uma inflação,
04:53mas principalmente uma carestia lá nos Estados Unidos.
04:56Qual o nosso problema, Denise?
04:58Que máquinas e equipamentos não é bem de consumo, é bem de capital.
05:01Então, a gente, nosso produto não entra diretamente no cálculo da inflação.
05:07Então, como os Estados Unidos agora optou a combater a inflação,
05:11então o setor de máquinas e equipamentos não foi contemplado.
05:15Eu acredito que o setor de máquinas só será contemplado na hora que o Brasil e os Estados Unidos
05:20fizerem um acordo comercial, que isso ainda nós estamos enxergando com uma certa distância.
05:26Eu até me lembro, Denise, de uma fala do doutor Zé Veloso, que a BIMAC, pelo menos, fez a lição de casa.
05:32Agora, por ter toda essa característica, não é um setor de alimentos, por exemplo,
05:36os Estados Unidos estão sentindo a inflação, aí é talvez uma questão de esperar um pouco mais.
05:42Doutor Zé Veloso, o comunicado de Trump inicial em relação à aplicação das tarifas contra o Brasil
05:49colocava outras questões econômicas.
05:51Eu não estou falando dos fatores jurídicos, a tentativa de interferência na justiça,
05:55mas ele chegou a falar de PICS, ele falou de contrabando, de desmatamento aqui no Brasil,
06:01falou também do etanol.
06:03Talvez fossem essas as questões que ainda tenham de ser negociadas
06:08para que o setor de máquinas seja beneficiado.
06:11Eu queria aproveitar para perguntar também se continua a relação de entrega,
06:15de encomendas que foram feitas, se estão sendo entregues,
06:18mesmo chegando mais caras nos Estados Unidos por conta das tarifas.
06:24Então vamos lá.
06:24Essa questão do desmatamento, a questão do PICS, a questão de comércio ilegal do Brasil,
06:31enfim, todos aqueles seis temas que os Estados Unidos alegou
06:35no processo que eles abriram contra o Brasil, lá atrás, no mês de agosto,
06:42isso era parte daquela section 301, sessão 301, investigação de comércio ilegal.
06:49Por que os Estados Unidos fez isso naquela época?
06:52Porque uma coisa é o tarifaço, que eles alegaram para poder colocar tarifas acima de 15%,
07:00isso contra qualquer país, o presidente da República dos Estados Unidos só pode tarifar acima de 15%
07:07se tiver alguma questão de emergência nacional ou algum risco à economia norte-americana em função de comércio com algum país.
07:17Isso não existe, ainda mais em relação ao Brasil, que os Estados Unidos têm superávit comercial.
07:22E nós temos uma relação estável com os Estados Unidos há mais de 200 anos.
07:26Então, essa IEPA, que chama essa medida que os Estados Unidos usou para colocar o tarifaço sobre todos os países do mundo,
07:38essa IEPA, ela foi questionada na justiça.
07:43Então, se ela for questionada na justiça e perder o governo norte-americano,
07:47eles vão ficar sem amparo à colocação de tarifas.
07:50Então, eles abriram a sessão 301, alegando comércio ilegal,
07:55para que dê algum ar jurídico na questão.
08:00Então, são duas coisas em paralelo.
08:02A sessão 301, a gente acredita que só vai terminar essa investigação no ano que vem.
08:07E agora, nós estamos falando, então, das tarifas em relação ao Brasil.
08:12Então, uma coisa, eu não colocaria agora junto com a outra.
08:17O Brasil está caminhando, desculpa, os Estados Unidos estão caminhando
08:20para fazer um acordo com o Brasil.
08:24E a sua outra pergunta, desculpa, Denise.
08:27Se as relações comerciais, as encomendas que foram feitas lá dos Estados Unidos,
08:32se foi mantida essa relação mesmo com preços mais altos?
08:35Então, é o seguinte, nós tivemos uma queda de faturamento de 13% em setembro,
08:43em relação ao ano passado, e agora uma queda de 42% em relação ao ano passado também.
08:48Então, o que acontece?
08:49Com 50% de tarifa, isso é quase um embargo.
08:52Não tem como fazer negócios e fazer entregas.
08:56Então, a maioria das entregas, elas estão retidas nas expedições das empresas,
09:01esperando o fim do tarifas.
09:05Veja bem, agora, com esse distensionamento,
09:08a reunião na Malásia entre os dois presidentes,
09:10depois a reunião dos dois ministros lá no Departamento de Estado,
09:15e agora essa ordem executiva do presidente Trump,
09:18leva a crer, entre importadores e exportadores,
09:22que um acordo vai ser feito.
09:23Aí sim, equiparam todos os embarques.
09:26Por quê?
09:27Porque eu não vou pagar uma tarifa tão alta de 50%,
09:30vislumbrando que está mais perto se ter um acordo do que tínhamos a impressão anteriormente.
09:38Então, o que está acontecendo é o seguinte,
09:41nós tivemos uma queda grande de faturamento,
09:44isso vai aumentar agora quando sair a estatística no mês de novembro,
09:47e ainda mais porque existe a esperança,
09:53aumentou a possibilidade de um acordo comercial entre os dois países.
09:57Então, sim, a resposta à sua pergunta é,
10:01despencaram as entregas por causa da tarifa
10:05e agora a tendência é piorar ainda mais antes de um acordo.
10:09Então, só tomando mais um pouquinho do seu tempo, Denise,
10:12o Brasil pediu para os Estados Unidos uma trégua durante a negociação.
10:19Nessa ordem executiva do presidente Trump, nada se falou na trégua.
10:23Então, a nossa esperança é que,
10:26dando o início de uma negociação entre os dois países,
10:30que deve durar em torno de 90 dias,
10:32que haja por parte dos Estados Unidos a decretação de uma trégua.
10:37Se houver a trégua, que para nós seria a melhor das opções do momento,
10:41eu poderia entregar nos Estados Unidos tudo o que está parado nas nossas expedições
10:46e também poderíamos fazer transferência de estoques,
10:51porque 82% das nossas exportações para os Estados Unidos são intercompany.
10:55Aí eu faria transferências de estoque para lá.
10:59E rapidamente, doutor Veloso, para a gente fechar,
11:01nesse período em que está vigendo essas tarifas mais altas,
11:05o tarifácio, o setor sofrendo,
11:07foi perceptível já o aumento de negociações com outros países?
11:15Olha, nós tivemos um incremento de exportações esse ano,
11:20a despeito de que setembro e outubro tivemos queda para os Estados Unidos,
11:24as nossas exportações estão crescendo 1% esse ano.
11:27Porque nós aumentamos as exportações principalmente para a Argentina
11:32e também aumentamos as exportações para o México.
11:36Não tem ainda como fazer um nexo causal
11:38de que a exportação para o México aumentou
11:41em função de que talvez empresas norte-americanas
11:45estejam importando pelo México.
11:47Eu não tenho como fazer essa afirmação.
11:49Mas houve um incremento de exportações para lá.
11:52E pela Argentina, em função da melhora da economia,
11:56queda da inflação aqui nos nossos vizinhos.
12:00Então, os Estados Unidos, uma queda muito forte.
12:04Para você ter uma ideia,
12:05os Estados Unidos eram 25% das nossas exportações.
12:09Hoje ele é 15% das nossas exportações.
12:12Então, o que nós perdemos nos Estados Unidos,
12:15ganhamos em outros mercados,
12:17mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.
12:19Não tem como comprovar essa relação.
12:22Conversamos com o presidente da ABIMAC,
12:24Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos,
12:26José Veloso.
12:27Volto sempre, doutor, e sempre na torcida
12:29para que a situação do setor melhore
12:32na expectativa de uma reversão dessas tarifas.
12:36Bom fim de semana, grande abraço.
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