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Com a retirada da sobretaxa de 40% nos EUA, o cacau brasileiro retoma competitividade e evita perdas de até R$ 200 milhões. Anna Paula Lose, presidente-executiva da AIPC, analisou o impacto sobre exportações, produção e estoque, e como o setor planeja recuperar espaço perdido frente a concorrentes como México e Ásia.

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Transcrição
00:00O cacau está entre os produtos brasileiros que saíram do tarifasto dos Estados Unidos
00:04por decisão de ontem à noite do presidente Donald Trump.
00:08A derrubada da sobretaxa de 40% reabre um mercado estratégico para os exportadores do setor
00:14que temiam perdas de até 200 milhões de reais.
00:18A expectativa é a de que a medida restaure a competitividade do cacau brasileiro no mercado americano.
00:24Para a gente entender como fica o setor,
00:26eu converso agora com a Ana Paula Lozzi, presidente executiva da AIPC,
00:31a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau.
00:35Ana Paula, boa tarde. Tudo bem contigo?
00:38Boa tarde, Fábio. Tudo jóia. Obrigada pela oportunidade.
00:42A gente que agradece pela sua disponibilidade aqui em conversar com a gente.
00:45Ana Paula, qual o tamanho do mercado americano para o cacau brasileiro?
00:50O mercado americano representa 20% da nossa exportação.
00:54representava antes do tarifácio.
00:57Nós temos dois grandes mercados,
00:59que é a Argentina, que é o nosso vizinho,
01:02e os Estados Unidos.
01:04Com as taxações, esse mercado ficou muito complicado,
01:09porque o nosso produto acabou perdendo a atratividade
01:12frente a outros países que não tinham a mesma taxação
01:17e com custo operacional muito menor.
01:21Então, realmente, é um mercado relevante para uma indústria
01:25que hoje necessita importar amêndoas de cacau
01:29para manter a sua indústria funcionando,
01:32para que a gente possa exportar os derivados
01:34para esses outros mercados, como a Argentina e os Estados Unidos.
01:38A gente conseguiu, nesse período,
01:39manter alguma coisa de venda para o mercado americano ainda,
01:42ou parou tudo?
01:43Não parou tudo, porque existem produtos específicos,
01:47como o pó preto, por exemplo,
01:49que não é um produto que é feito nos outros mercados,
01:54no volume que o Brasil faz.
01:56Fora que a gente tinha contratos que já haviam sido fechados
02:00e que foram mantidos.
02:02Mas a gente teve, principalmente entre agosto e setembro,
02:06uma queda de mais de 20% na exportação para os Estados Unidos.
02:10E a previsão daqui para o final do ano
02:13era que essas exportações verassem.
02:16Então, agora, com essa nova mudança,
02:20a gente retomar para os patamares anteriores,
02:23a gente espera que não de imediato,
02:26mas nos próximos meses,
02:29a gente retome o fluxo de comercialização
02:32para os nossos clientes americanos.
02:35E para o setor, qual foi o impacto,
02:37qual foi o baque desse período de vendas escassas
02:41para o mercado americano?
02:43O que a gente pôde notar
02:45foi uma queda abrupta na nossa moagem.
02:48A gente já vinha de uma moagem caindo no semestre,
02:52também por conta de um resultado de demanda interna.
02:56A gente tem um período de demanda em queda,
03:00mas com o problema dos Estados Unidos,
03:03a nossa queda na moagem chegou a mais de 16%.
03:07E isso causa um impacto grande no mercado,
03:10porque acaba que vai refletir nos outros elos,
03:14como no produtor de cacau,
03:16com uma queda grande no preço do cacau
03:18aqui no mercado interno.
03:20Você comentou que a nossa produção
03:23ainda depende de importação de amêndoa de cacau.
03:25Então, agora, a gente vai ter que demandar mais,
03:28importar mais.
03:29Qual é a velocidade possível para essa retomada,
03:32já que a gente vai depender
03:33de fornecedores estrangeiros também?
03:34Então, a gente tem que pensar
03:37que a gente está com uma demanda reprasada.
03:40Então, houve produção desses derivados
03:43que não foram exportados,
03:45que a gente tem em estoque.
03:46Então, muito provavelmente,
03:48nos próximos meses,
03:49os fluxos comerciais sendo retomados,
03:53a gente vai ter esse produto em estoque.
03:56Então, é um produto que não vai depender
03:59da importação para que seja exportado.
04:04E aí, a gente vai ter que fazer uma conta
04:08para verificar o quanto da nossa janela de exportação
04:12foi aberta e o quanto a gente vai conseguir exportar
04:16para poder prever a importação no futuro.
04:21Então, tudo que o Brasil importa de amêndoas hoje
04:23é para processar e exportar como derivados.
04:28Então, a janela de importação começa em novembro,
04:32de novembro a março, abril.
04:34Então, a gente ainda está em um período,
04:37que eu diria, de construção de cenários
04:42para tomada de decisão.
04:44Então, ter retomado agora é interessante
04:48porque a gente ainda tem tempo para fazer esses estudos
04:52e tomar a melhor decisão possível,
04:54tanto para o mercado brasileiro
04:55quanto para o mercado internacional.
04:57E nesse período, quais foram os concorrentes do Brasil
05:01que ocuparam esse espaço,
05:03fornecendo chocolate para os Estados Unidos,
05:06fornecendo cacau para os Estados Unidos?
05:08E quão desafiador agora vai ser recuperar esse espaço?
05:13A gente acredita que uma parte do mercado
05:16foi absorvido pelo México,
05:18em razão da proximidade,
05:20em razão dos custos logísticos
05:22e também pela Ásia.
05:24E o grande complicador é o quão a produção
05:30nesses países de derivados
05:32pode ser um pouco mais barata do que no Brasil.
05:36É o custo competitivo.
05:38Mas existem também qualidade no nosso produto
05:42que interessa aos nossos clientes.
05:46Então, a gente acredita que não foi um tempo tão longo assim,
05:51de agosto a novembro.
05:55Então, a gente acredita que nos próximos meses
05:57a gente tem chance de recuperar a nossa comercialização
06:01com esses clientes nos Estados Unidos,
06:04retomando aos patamares pré-taxação.
06:09Ana Paula, e dado que já houve esse baque
06:12de um período aí, de alguns meses de tarifácio,
06:14de vendas escassas para os Estados Unidos,
06:17para essa retomada agora,
06:18como é que estão as condições financeiras do setor?
06:22Não, o setor, ele é um setor muito sólido.
06:25As empresas que fazem parte desse setor
06:28são grandes empresas e estão muito sólidas
06:31aqui no país e, apesar desses impactos,
06:35estão todas muito bem estruturadas
06:37e conseguiram continuar.
06:40Tanto é que a gente continua comprando cacau
06:42no mercado interno,
06:43não houve parada de aquisição de produto,
06:47a gente continuou produzindo
06:49para que não trouxesse um maior desequilíbrio
06:52para a cadeia.
06:54A gente entende a função que a indústria moageira
06:58tem aqui no Brasil
06:59e que se a gente parasse de adquirir cacau,
07:02a gente poderia trazer um colapso para essa cadeia.
07:05Então, a gente pode entender
07:08que há um aperto no setor,
07:12a gente está pressionado de margem,
07:15mas a gente conseguiu passar por esse período
07:18sem grandes solavancos,
07:20e sempre acreditando muito
07:23que essa taxação ia ser retirada
07:27através das negociações
07:29e da diplomacia brasileira
07:31e das negociações entre os setores privados.
07:36Ana Paula Lozzi,
07:37presidente executiva da AIPC,
07:39Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau.
07:42Obrigado, Ana Paula,
07:43pela gentileza da sua entrevista.
07:45Bom fim de semana.
07:46Obrigada, Fábio.
07:47Bom fim de semana para todos também.
07:49Muito obrigado.
07:49Obrigado.
07:50Obrigado.
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