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Os EUA confirmaram a retirada das tarifas de 40% que incidiam sobre 269 produtos brasileiros de diversas categorias. Entre os itens beneficiados estão café, carne, açaí e cacau. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan News entrevista o diretor do Conselho Geral dos Exportadores de Café do Brasil, Marcos Antonio Matos.


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Transcrição
00:00Donald Trump removeu as tarifas de 40% sobre alguns produtos brasileiros.
00:06Entre os itens beneficiados pela medida estão café, carne, açaí e cacau.
00:11Confira mais detalhes com Fabrício Naysk.
00:14No anúncio feito pela Casa Branca, mais de 230 produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos
00:21foram beneficiados com o fim das taxas.
00:24A lista completa apresentada por Washington inclui café, carne bovina, açaí, cacau.
00:32A decisão é retroativa e vale para produtos que entraram no território a partir do último dia 13,
00:39mesma data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira,
00:45e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.
00:49A retirada das tarifas é referente à ordem executiva de 30 de julho.
00:54Quando o presidente Donald Trump ordenou uma ampliação em 40% das taxas contra o Brasil,
01:01alegando perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
01:07Na última semana, o republicano já havia reduzido a chamada taxa de reciprocidade,
01:13a tarifa base de 10% para diversos países, incluindo o Brasil.
01:18Na prática, com a soma das isenções, produtos como o café, a carne e diversas frutas
01:26ficam completamente livres das taxações, retomando o patamar anterior ao tarifaço
01:33lançado pela Casa Branca em abril deste ano.
01:36Na nova ordem executiva, Trump destacou os encontros com o presidente Lula
01:42e as negociações em andamento entre os países.
01:45Segundo o texto, as conversas com o governo brasileiro têm mostrado um progresso inicial.
01:51O anúncio de Washington vem em meio a uma preocupação com a alta de preços
01:56para os consumidores norte-americanos.
01:58A inflação oficial bateu a marca de 3% em outubro, retornando aos índices de janeiro.
02:05Já a carne e o café tiveram um crescimento de 14% e 19% desde o ano passado.
02:14E sobre esse assunto, nós recebemos o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil,
02:20Marcos Antônio Matos.
02:21Marcos, muito bom dia, muito obrigado por nos receber.
02:25Eu queria já emendar minha pergunta, queria que você falasse pra gente
02:27qual foi o impacto do tarifaço nas exportações de café aqui no Brasil
02:32nesse período tão turbulento, né?
02:36Qual que foi o impacto em relação ao valor?
02:40Paula, bom dia.
02:42Uma satisfação estar com você.
02:43Sempre acompanho todo o trabalho de vocês.
02:45Bom, pra nós foi um grande pesadelo.
02:48Um pesadelo que começou no dia 9 de julho,
02:50quando recebemos o aviso da ordem executiva
02:53que seria direcionado ao Brasil, efetivado dia 30 de julho,
02:56que começou a valer em dia 6 de agosto.
02:57Em agosto, as exportações para os Estados Unidos retraíram 46%.
03:01Em setembro, 52,8%.
03:04Em outubro, 54,4%.
03:06Nós estamos falando de um mercado de 2 bilhões de dólares.
03:10Um mercado maior consumidor global,
03:12sede das grandes empresas globais.
03:14E a gente viu o Brasil perdendo espaço nos blinds.
03:17Significa que os nossos importadores
03:19começaram a fazer contratos com os nossos concorrentes.
03:23E esse pesadelo ficou pior a partir do dia 13 de novembro,
03:26quando lá no dia 14 nós tivemos a isenção de 10% para todos os países.
03:31Ou seja, até países que já tinham acordo bilateral firmado
03:33acima de 10%, como o Vietnã, que tinha 20%,
03:36Indonésia 32%, Nicarágua duras 18%,
03:39outros com 10%.
03:40O Brasil se distanciou ainda mais em termos de competitividade.
03:44Então, o pesadelo ficou pior.
03:46Aí, finalmente, ontem, no dia 20 de novembro,
03:48tivemos a isenção dos 40%,
03:50o que nos dá um grande alívio.
03:52E vamos correr para recuperar os nossos espaços.
03:55Estamos em tempo para reduzir os impactos
03:57e recuperar os espaços nos blinds.
04:00Marcos, aparentemente, e até por essa decisão,
04:03o Brasil é um produto, o café brasileiro é um produto essencial
04:07para a economia americana também,
04:08porque houve muita pressão interna
04:10em relação ao consumidor americano,
04:12não só do café, mas também da carne.
04:15Por outro lado, o que dá para a gente aprender
04:17com esse episódio, Marcos?
04:19Até pensando em diversificação de mercados,
04:22para que não se tenha uma dependência de uma única economia,
04:24mesmo sendo uma economia tão forte quanto a americana?
04:29Bom, nós, no Ccafé,
04:31que representamos 97% de todas as exportações de café do Brasil,
04:35nós exportamos para 120 países todos os anos.
04:37Estamos aí crescendo os países árabes, asiáticos,
04:39a China vindo forte,
04:41a Rússia vindo muito forte novamente,
04:43Turquia.
04:43Então, nós diversificamos.
04:45É que o mercado norte-americano,
04:46que representa, em média, tirando o pelo das tarifas,
04:5016% e 17% das compras,
04:52ele é um mercado de poder aquisitivo muito grande.
04:55A grande lição que fica,
04:57e aí até um puxão de orelha para mim, no Ccafé,
05:00é que a promoção da imagem, da sustentabilidade,
05:04muitas vezes ela é focada na Europa.
05:06Todos os anos estou em vários eventos.
05:08A gente faz aí mais de 10 países europeus
05:10por conta das regras europeias,
05:12antidesmatamento,
05:14responsabilidade social corporativa,
05:15o carbono na fronteira,
05:17e aquele ambiente regulatório forte.
05:19E nos esquecemos de fazer ações de promoção,
05:22de estar junto em Washington,
05:24fazer participações muito importantes.
05:27A gente participa, obviamente,
05:28das convenções da National Coffee,
05:30que foi um exemplo de parceria nessa negociação.
05:33Então, nós temos coisas positivas,
05:35que foi, sim, uma atuação exemplar
05:38entre Ccafé e National Coffee Association dos Estados Unidos.
05:41Mas, ao mesmo tempo,
05:42a gente não pode só focar em questões regulatórias,
05:45a gente tem que fazer uma ação de promoção proativa,
05:48pensando pra até evitar esse tipo de situação.
05:51Os países são muito preparados pra negociar.
05:53Muitos dos nossos concorrentes têm prédios,
05:56têm estruturas de negociadores.
05:57O Brasil não tem.
05:58Então, é uma questão público e também privada
06:01de se fazer mais presente,
06:02de profissionalizar tanto a diplomacia oficial
06:05como também a diplomacia do setor privado.
06:09E, Marcos, agora um ponto também,
06:11modéstia à parte,
06:12o nosso café é bom.
06:13O presidente Donald Trump havia dito,
06:15inclusive, enquanto o tarefaço estava vigente,
06:19havia dito que sentia muita saudade do nosso café.
06:23Qual que é a expectativa de recuperação desse volume agora?
06:28Bom, sem dúvida nenhuma,
06:30o Brasil tem 39 regiões produtoras,
06:32todas as qualidades,
06:33todos os padrões,
06:33pra qualquer gosto de qualquer consumidor,
06:36o chinês ou o norte-americano,
06:37são padrões diferentes,
06:38a gente atende,
06:39com qualidade, sustentabilidade,
06:41diversidade e,
06:42uma coisa que é muito importante do Brasil,
06:44credibilidade.
06:46Olha, dado a questão da isonomia,
06:48o que a gente sempre buscou foi a isonomia.
06:49É estar na mesma condição de tarifas
06:52dos nossos concorrentes.
06:53Porque, na isonomia,
06:54o café brasileiro é o mais competitivo.
06:57Inclusive, nós medimos um índice
06:59que mede o preço de exportação,
07:01aquilo que a gente consegue exportar em valor,
07:03repassado ao cafeicultor brasileiro.
07:05O Arábica está em 92%
07:07e o Conilon 93%.
07:09Ou seja, uma menor margem
07:10para custos, logística, margens,
07:13mesmo o Brasil tendo custos logísticos
07:14muito pesados.
07:15Então, veja,
07:16na eficiência,
07:17a gente transmite,
07:19é organizado,
07:20é eficiente.
07:21Então, com certeza,
07:22nós rapidamente conseguimos
07:24recuperar os espaços.
07:25Seria ruim se estendêssemos isso
07:27para o ano que vem
07:27e o ano que vem
07:28com uma safra maior,
07:29que tudo indica
07:30pelos modelos meteorológicos
07:32e a lei de ter um ambiente
07:33de maior estoque
07:34sem acessar o nosso mercado,
07:36o maior mercado.
07:36E isso, sim,
07:37seria a tragédia
07:38e seria irrecuperável.
07:39Então, nesse momento,
07:40a gente consegue minimizar impactos
07:42e buscar ao máximo
07:43a nossa competência,
07:45a nossa competitividade
07:46com sustentabilidade,
07:48voltar a ocupar os espaços
07:49nos blends.
07:50E os nossos parceiros
07:51trabalharam muito por isso,
07:53os torrefadores,
07:54a National Coffee,
07:55porque a partir de 13 de novembro
07:57ficou muito evidente
07:58a falta de competitividade
07:59para o Brasil.
08:00E o trabalho foi muito focado
08:01em Washington
08:02em específico para o Brasil.
08:04Nós conversamos
08:07com o diretor-geral
08:08do Conselho dos Exportadores
08:10de Café do Brasil,
08:11Marcos Antônio Matos.
08:13Marcos, muito obrigado
08:13pela gentileza.
08:14Bom dia aí para você.
08:17Muito obrigado.
08:18É uma honra estar com vocês.
08:19oito horas.
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