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Transcrição
00:00E o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada das tarifas adicionais de 40%
00:06sobre produtos brasileiros, incluindo café, carne bovina e suco de laranja.
00:12A decisão foi tomada após avanços nas negociações com o governo brasileiro.
00:17E para entender os impactos dessa alteração, eu converso agora com José Luiz Pimenta,
00:22diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da BMJ.
00:27Oi José, muito bom dia para você, seja bem-vindo aqui ao Agora. Tudo bem contigo?
00:34Bom dia, tudo bem? Vamos em frente.
00:37Prazer tê-lo aqui, viu? José, Mariana Almeida, nossa analista, também vai participar deste bate-papo.
00:43Eu queria começar essa entrevista perguntando para você, para a gente até entender e deixar bem claro.
00:4840% das sobretaxas foram retiradas sobre uma lista de 200 produtos, que inclui café, carne bovina, suco de laranja.
00:56Mas Donald Trump já havia retirado os 10%, que era aquela tarifa recíproca.
01:01Então, por exemplo, para esses produtos como carne e café, as tarifas estão zeradas?
01:07Queria que você explicasse isso para a gente, por favor.
01:09Certo, Eric.
01:12Na verdade, a lista de ontem, ela se soma àquela lista que foi colocada pelo Trump na semana passada.
01:21E a partir daí, sim, você tem uma redução substancial chegando a zerar algumas dessas tarifas.
01:27Algumas vão para o pé da tarifa nação mais favorecida, que a gente chama também,
01:31que é uma tarifa bem baixa, aplicada pelos Estados Unidos.
01:36Mas, de maneira geral, pode-se dizer que várias dessas tarifas estão zeradas,
01:40várias das tarifas desses produtos que entraram ontem estão zeradas, sim, para adentrar os Estados Unidos.
01:46Isso retoma a competitividade de vários produtos exportados pelo Brasil.
01:50A gente sabe que, com essa medida de ontem, aproximadamente 10% de tudo que foi exportado no ano passado para os Estados Unidos
02:00vai ter esse beneficiamento tarifário.
02:03Então, isso é a competitividade na veia e o Brasil vai estar competindo em pé de igualdade com outros países
02:07que também têm um acesso diferenciado para o mercado norte-americano, Eric.
02:13Bom, José, obrigada pela tua participação.
02:16Como é que a gente pode contar essa história no dia de hoje?
02:18Quer dizer, que, de alguma maneira, a colocação das tarifas ao Brasil,
02:22ela veio de maneira surpreendente para os produtores,
02:26veio fora de uma lógica que já estava no ambiente incerto com o tarifácio anterior, lá de abril.
02:33Agora, veio esse específico para o Brasil.
02:36E, nesse momento da retirada, o que acontece?
02:38Nós voltamos, você falou de competitividade, a gente voltou para o patamar anterior.
02:42Saiu barato, foi só um sopro, foi um equívoco mobilizado por questões políticas e a gente volta.
02:48não volta ainda para o patamar de abril.
02:51Como é que você acha, o que você acha que foi definidor desse processo?
02:56E, de novo, saímos bem?
02:58Foi um sucesso essa retirada dos 40%?
03:03Mari, bom dia.
03:04Bom dia, acho que é importante notar algo relativo a quais produtos foram, de fato,
03:12relativos a essa norma de ontem e da semana passada, né, Mari?
03:17Eu acho que, sim, nesses produtos agrícolas, principalmente, o Brasil começa a retomar uma competitividade,
03:23pode-se falar em pé de igualdade com outros países que têm acesso ao mercado norte-americano,
03:28porém, há uma série de produtos ainda que estão sofrendo a tarifação de 40%,
03:33de 50%, na verdade, né, 40% e de 50%.
03:36Até uns 65% de tudo que a gente exporta, mais ou menos isso, ainda é sujeito a algum tipo de tarifa.
03:43Seja o tarifácio de 40% para 50%, sejam só as tarifas recíprocas de 10%,
03:49sejam tarifas relativas à seção 232, que a gente também tem, aí afeta o mundo todo,
03:55mas afeta também o Brasil, como aço, alumínio, móveis, cobre, entre outros produtos, madeira, entre outros produtos.
04:04Então, assim, você tem um universo ainda de produtos muito amplo que ainda vai ser algo de tarifa.
04:09Há um longo caminho a ser negociado, né, mas a gente comemora, obviamente,
04:13aí eu entro na resposta para a sua pergunta, o que aconteceu ontem foi fruto, obviamente,
04:19acho que de três pontos fundamentais, ou três esforços fundamentais.
04:23O primeiro é a própria questão da inflação nos Estados Unidos.
04:27A gente sabe que, por praticamente replicar a lista que foi colocada pelo Trump na semana passada,
04:33são produtos que os Estados Unidos não têm uma produção nem substancial,
04:37às vezes nem têm produção, né, a verdade é essa.
04:40Então, são produtos, na maioria dos casos, agrícolas, né,
04:44há outros produtos também nessa lista envolvendo o Brasil,
04:47alguns bens industriais também, mas majoritariamente a gente está falando de bens agrícolas aí.
04:53Então, a questão da inflação nos Estados Unidos, da popularidade do Trump,
04:56sobretudo para quem votou no Trump, né, pessoas de médio poder aquisitivo,
05:02para baixo poder aquisitivo em alguns estados, estão sofrendo com a inflação.
05:05A gente sabe que a inflação, acostumada no Brasil, castiga, sobretudo, quem ganha menos,
05:09quem está menos favorecido socialmente, financeiramente na economia.
05:13Esse é um ponto.
05:14Segundo ponto que eu destacaria também é, sim, a retomada do diálogo, né,
05:19entre, em nível bilateral, entre os dois governos.
05:22Isso não tem nem como negar, porque está, inclusive, na manifestação, na ordem executiva do Trump, né,
05:28o avanço nas negociações com o Brasil.
05:30Isso é fundamental, foi fundamental você ter um diálogo.
05:34Vamos lembrar que lá em julho, né, agosto, não existia esse diálogo bilateral.
05:39E aí, um terceiro ponto que eu colocaria nessa equação é justamente a participação do setor privado, né,
05:47porque se teve um setor, uma ampla gama de setores, né,
05:53e aí a gente pode chamar tudo isso do setor privado, do setor produtivo,
05:57que começou ali quando a coisa realmente estava bem complexa,
06:00abrir alguns canais de comunicação, alguns canais de diálogo,
06:05ter uma, não é nem formação, mas ter uma cooperação muito forte com o setor privado norte-americano,
06:12foi o setor privado brasileiro, justamente para conscientizar,
06:15para mostrar que naquele caso o viés político tinha tido um peso muito maior do que o viés econômico.
06:21Então, acho que esses três pontos são fundamentais para a gente explicar isso agora.
06:26Inflação, setor privado brasileiro e, obviamente, o governo brasileiro
06:30tomando a frente da negociação agora e negociando o acesso.
06:34José, eu vou emendar duas questões numa pergunta só.
06:39A primeira em relação ao aço.
06:40O ferro e o aço foram taxados de forma global em 50%.
06:46O Brasil tinha recebido mais 50%, que era os 10% recíproco e os 40% de sobretaxa.
06:53Então, o aço e o ferro brasileiro custavam ou tinham aí uma tarifação de 100%.
06:58Com a retirada agora dos 40% mais 10%, queria saber, o ferro agora e o aço ficam só com 50%,
07:05se é isso mesmo, e outra coisa.
07:08Com esse recuo de Donald Trump, o presidente Lula sai fortalecido e o presidente norte-americano
07:15coloca um selo nessa medida de que estava adotando uma política tarifária errônea?
07:20Em relação ao aço, sim, a tarifa do aço é de 50% hoje por conta da 232, tá?
07:28Aço e alumínio e outros produtos que não são 50%, mas que estão lá também na 232,
07:33nessa seção 232, como móveis, madeira, cobre, entre outros.
07:37Isso é por um mundo todo e aí o Brasil também tem que pagar, de alguma forma,
07:43o importador norte-americano paga quando importa esse tipo de produto do Brasil.
07:48Essa é a primeira resposta.
07:49Em relação à segunda, Eric, é uma pergunta muito interessante,
07:52porque eu duvido aí, pessoalmente, que o Trump, não ter acompanhado isso,
07:58e lá na outra gestão do Trump também, o Trump não vai admitir nenhum tipo de erro
08:02na sua política econômica ou comercial, mas sim, acho que vai muito mais uma linha de correção de rota.
08:10Ele vai tentar classificar isso como medidas necessárias
08:15para que o programa como um todo de reindustrialização da economia norte-americana,
08:20que é o que ele almeja com as tarifas, ainda tenha sucesso.
08:24Então, acho que é muito mais nesse sentido, correções de rotas no nível pontual
08:29do que um fracasso retumbante de qualquer estratégia.
08:32Essa é a minha percepção em termos de narrativa.
08:35E, obviamente, pode falar, mãe.
08:38Não, desculpa, eu achei que você tinha concluído.
08:39Pode concluir.
08:41Não, não, só em relação ao presidente Lula,
08:44eu acho, a minha visão é de que a retomada do diálogo proposta por ele,
08:51promovida por ele, por os dois, é claro,
08:53mas tendo a iniciativa do presidente ali já na Assembleia Geral da ONU,
08:58e depois ter criado um clima, depois na Malásia,
09:01mas ter criado um clima interessante para que você tenha uma perencidade,
09:05que você tenha uma regularidade nas conversas,
09:08porque, de novo, não são os dois presidentes que vão negociar linha a linha os produtos,
09:12mas essa harmonia ou essa capacidade de diálogo entre os dois,
09:16obviamente, que abre caminho e abriu o caminho
09:19para que você pudesse ter conversas mais francas em nível bilateral pelos negociadores.
09:24Então, acho que esse é um ponto fundamental.
09:25Eu queria, sobre esse ponto, só mais uma pitadinha sua para finalizar,
09:30porque é isso, na negociação você pressupõe que tem uma,
09:33que os dois lados entram com algum pedido, né,
09:35e com alguma coisa que possa dar de interesse do outro.
09:38Então, o Brasil queria retirado das tarifas,
09:40e algumas vezes a gente levantou aqui, ao longo do processo,
09:43possibilidades do que oferecer.
09:45Ah, vai ter acesso a terras raras, vai ter uma mudança na legislação das big techs.
09:49A impressão que dá é que, no fim, na negociação,
09:52o Brasil não teve que oferecer mais nada,
09:54que ele só conseguiu convencer os americanos dessa saída.
09:58Foi isso mesmo?
09:59Você sente que é uma explicação, ou esse clima,
10:03e, de fato, o Brasil não teve que abrir mão de nada?
10:05Claro, tem as perdas, que você mesmo disse,
10:08do que se sustenta ainda como tarifa,
10:09mas não teve nada a mais que teve que entrar no pacote?
10:12Nesse momento, Mário, a questão principal foi, sim,
10:17essa combinação de elementos internos da economia norte-americana, né?
10:21Esse foi, claro, um motivador muito claro da importância do Brasil
10:25para o suprimento de alguns produtos na cadeia norte-americana.
10:29Café, carne, frutas, entre outros, que a gente falou lá atrás já,
10:33aviação civil, soco de laranja, entre outros produtos.
10:36Então, sim, esse componente interno, ele é visto e revisto sempre.
10:41Isso não quer dizer que o Brasil não esteja negociando, né?
10:45O Brasil tem, sim, colocado propostas à mesa,
10:48tem exercido ali alguns diálogos com os Estados Unidos,
10:52mostrando potenciais focos de acordos, né?
10:56Então, falo de terras raras, claro que isso já é noticiado amplamente, né?
11:00Tem a questão das big techs também.
11:01É que nesse momento especificamente, o que prevaleceu, é claro,
11:06foi esse bom diálogo, esse diálogo que ocorreu, né?
11:09E tem ocorrido juntamente com a questão da inflação.
11:12Acho que é uma questão dupla a ser examinada.
11:15Não quer dizer, e aí a minha visão, né?
11:17Que isso vá sustentar, vamos dizer assim, né?
11:21Até o final do governo Trump,
11:23até porque essas tarifas são revisitadas e revistas sempre, né?
11:27Então, é importante manter o bom diálogo,
11:29é importante manter canais abertos
11:31e é importante seguir com a negociação,
11:33colocando-se em propostas na mesa.
11:35Porque a gente sabe que, como eu falei anteriormente,
11:38praticamente 60% das exportações brasileiras,
11:41um pouco mais até,
11:42ainda tem algum tipo de tarifa sendo aplicada.
11:45Seja tarifas na casa dos 40%, 50%,
11:48na casa dos 10%, tarifa recíproca,
11:50ou nos 232.
11:51E não nos esqueçamos da também investigação da sessão 301,
11:55que ainda não acabou.
11:56E a gente tem que cuidar, obviamente,
11:58para promover também um bom diálogo,
12:02mostrando que o Brasil cumpre com regras e compliances
12:05em diversos aspectos que foram suscitados
12:08no âmbito da audiência pública.
12:10Então, respondendo objetivamente,
12:12acho que nesse primeiro momento,
12:14inflação mais a diplomacia,
12:16tanto empresarial quanto a diplomacia pública,
12:19conseguiram resultados,
12:20essa combinação deu resultados bons para o Brasil,
12:23mas ainda há muita coisa a ser negociada.
12:26José Luiz Pimenta,
12:27queria muito agradecer a sua participação aqui no Agora.
12:31Obrigado por nos explicar ponto a ponto,
12:34porque às vezes as medidas ficam um pouco soltas,
12:38falta um pouquinho mais de transparência,
12:40mas acho que a gente conseguiu esclarecer pontos fundamentais.
12:44Um grande abraço para você e um ótimo final de semana.
12:47Grande abraço, Eric, Mário,
12:49um bom final de semana a todos nós.
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