00:00Olá amigos do futebol e de sua arbitragem, Manoel Serapeu Filho conversando com vocês
00:06sobre três partidas que movimentaram a Série A do Campeonato Brasileiro deste ano 2025,
00:15ocorridas nesta quarta-feira, dia 19 do mês de novembro.
00:23O primeiro jogo foi entre o Vitória e o Palmeiras.
00:27Houve um lance em que o Palmeiras pediu penalidade máxima e que o jogador do Vitória
00:34tentou cabecear a bola e colocou seu braço numa ação de jogar para jogar.
00:43E a bola tocou no seu ombro.
00:47Então, quando a bola não toca no braço do jogador, não pode haver infração.
00:56E a bola tocou no ombro na parte em que a regra prevê que não há infração.
01:03Essa história de dizer que o ponto de contato é definitivo,
01:08que é a primeira coisa que o árbitro e o advívio video observam,
01:13é absolutamente sem sentido.
01:16Porque quando não há contato da bola com o braço, não há possibilidade de infração.
01:22Então, quando há contato da bola com o braço, a partir daí se olha o movimento
01:29para saber se o movimento foi por assumir risco, se foi mão deliberada ou se foi acidente.
01:37Então, neste caso, a bola não tocou no braço do jogador do Vitória,
01:42mas sim em seu ombro e não houve o tiro penal.
01:46A reclamação do Palmeiras não tem nenhum cabimento.
01:50O segundo jogo foi entre o Santos e o Mirasol,
01:56em que o Neymar, ao contrário do que deveria acontecer,
02:01fez um pênalti no Luciano, jogador do Mirasol.
02:06O Neymar foi para jogar a bola, fez um movimento para jogar a bola inicialmente,
02:10que não haveria infração,
02:11mas depois fez o segundo movimento e impulsionou sua perna contra a perna do Luciano,
02:18o calçando, o derrubando, pênalti absolutamente indiscutível.
02:24Depois nós tivemos o terceiro jogo,
02:27que foi no clássico carioca entre o Fluminense e o Flamengo.
02:31O primeiro lance foi um suposto pênalti do Thiago Silva no Bruno Henrique.
02:38Esse pênalti é claro, evidente, indiscutível a toda prova e pela cultura do futebol.
02:46O Thiago Silva, embora tenha feito um movimento para chutar a bola,
02:52o Bruno Henrique se antecipou a esse movimento,
02:57numa ação própria para jogar a bola,
03:00para colocar seu corpo à frente do Thiago Silva,
03:03o que é legítimo, o que é claramente possível,
03:08e recebeu o chute por trás, um pontapé,
03:13que não caracterizaria a ação temerária,
03:16por conta de que o Thiago Silva foi chutar a bola.
03:20Mas a infração se caracterizou porque Thiago Silva sabia que o seu adversário estava ao lado,
03:27sobretudo porque foi uma jogada em que ele foi para chutar a bola para o escanteio,
03:34e o Bruno Henrique se antecipou.
03:36O Bruno Henrique não colocou sua perna para o Thiago Silva chutar,
03:41que seria completamente diferente.
03:43O Bruno Henrique colocou seu corpo com suas pernas naturalmente
03:47e foi chutado por trás pelo Thiago Silva.
03:50Então um pênalti claríssimo, indiscutível,
03:53uma imprudência,
03:54porque a imprudência se caracteriza pela previsibilidade do acontecimento do fato.
04:04E o Thiago Silva, ao tirar sua perna para chutar,
04:08podia prever, pela distância sobretudo que a bola estava da sua perna,
04:13que o adversário poderia interceder.
04:15E foi o que aconteceu.
04:16O Bruno Henrique intercedeu e teve efetivamente o chute em sua perna,
04:23que o derrubou e caracterizou a infração completamente.
04:28O Bruno Henrique, inclusive, poderia fazer aquilo,
04:30não apenas para jogar a bola,
04:32mas até para ganhar o tiro de canto,
04:34porque a bola seria escanteio.
04:36Ele poderia interpor seu corpo entre o adversário e a bola,
04:41é um direito dele,
04:42e deixar a bola sair e ganhar o tiro de canto.
04:44Então não se pode dizer que ele buscou o contato,
04:47porque isso aí é um absurdo com aquela figuração,
04:50com aquele desenho daquele lance.
04:52Claro, o pênalti indiscutível e que não foi marcado.
04:56O outro lance foi o pênalti marcado,
05:00que também, mais uma vez, é necessário dizer, torcedor,
05:04o ponto de contato é apenas o elemento fático.
05:07Se não pegou no braço, não tem infração de mão.
05:11Se pegou no braço, é o ponto de contato.
05:14Ok, houve possibilidade de infração de mão.
05:18Então, não se analisa o ponto de contato,
05:20se pegou aqui, pegou aqui, pegou aqui.
05:23Se analisa o movimento do jogador.
05:25E o jogador do Fluminense fez um movimento de bloqueio,
05:29e ainda movimentou seu braço,
05:31demonstrando mais ainda uma ação de bloqueio,
05:34e a bola pegou no braço, nessa parte aqui,
05:39e a mão se caracterizou induvidosamente.
05:42Então, torcedor, houve erro nessa arbitragem
05:48do Flamengo e Fluminense,
05:50a não marcação do pênalti no Bruno Henrique,
05:52e o VAR deveria ter recomendado a revisão
05:56para salvar o árbitro de campo,
06:00que, infelizmente, o Davi Lacerda,
06:03que, infelizmente, não teve o pronto-socorro
06:06como era devido,
06:08como era de se esperar,
06:09e como o Lancer recomendava,
06:11pela sua clareza,
06:12pela até situação indiscutível
06:15de um pontapé sem bola,
06:17sem objetivar lesionar o adversário,
06:20mas praticando a infração por imprudência,
06:23porque era perfeitamente previsível,
06:25repito,
06:26que o adversário estivesse à frente,
06:28e o Bruno Henrique, mais uma vez,
06:29menciono,
06:31não colocou sua perna para receber o chute,
06:35não, ele praticou uma ação para jogar a bola,
06:37colocou seu corpo,
06:38pretendia colocar seu corpo,
06:40para ganhar ou a posse da bola,
06:42ou o tiro de canto.
06:44Primeiro, eu ganho o espaço físico
06:47do adversário,
06:49depois eu procuro a bola.
06:50Se é legítimo eu impulsionar meu corpo,
06:54fazer uma carga contra o adversário,
06:55para ganhar o espaço físico,
06:57muito mais legítimo,
06:59é eu colocar meu corpo na frente do adversário,
07:01que tem a bola bem distante de si,
07:04para tentar jogar,
07:05e se eu sofro o chute por trás,
07:07o pênalti é indiscutível.
07:10Torcedor,
07:11foi ótimo falar com você,
07:12e vamos até uma próxima oportunidade.
07:14e vamos lá.