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Em entrevista exclusiva para a Jovem Pan, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), afirmou durante a COP30 que a "Amazônia é o paracetamol do mundo". O ministro também disse que a "crise climática é crise de saúde antes de mais nada". Reportagem: Bruno Pinheiro.

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Transcrição
00:00Vamos começar falando de COP30.
00:04Jovem Pan, na COP30.
00:08Na COP30, outras pastas do governo federal, além do meio ambiente, estão aproveitando a agenda climática para promover os seus programas.
00:15Hoje o governo federal está lançando um plano na área da saúde em Belém.
00:19Vamos conversar então com o Bruno Pinheiro, que está acompanhando todas as informações e vai trazer para a gente agora. Bem-vindo, meu amigo.
00:24Ótima tarde a você, Evandro, nossos analistas que nos acompanham, o José Maria, também na capital federal.
00:33Zé, estou quase voltando, estou com saudade já.
00:35Vou levar uma cachaça de jambu para você também para aproveitar os próximos dias aí no final de ano, viu?
00:42Agora falando sobre coisa séria, Evandro, sobre esse lançamento aqui do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, hoje um pouco mais cedo, de um fundo.
00:50O ministro, numa conversa exclusiva com a Jovem Pan, ele revelou a importância de também se ter um fundo para que possa investir na saúde,
01:00inclusive nessas situações de uma crise climática que possa complicar de fato essas ações e essas vítimas são socorridas, são levadas para um hospital.
01:12Há necessidade, então, de um fundo. E é o que tem se discutido aqui, justamente, essa iniciativa para que possa financiar algumas ações,
01:21não somente do governo federal, mas situações globais, ações globais, iniciativas que estão sendo discutidas aqui na COP30.
01:30Vamos ver, Evandro.
01:32A Amazônia brasileira, eu falo que ela é como se fosse o paracetamol do mundo.
01:36Se a Amazônia está protegida, a temperatura média do mundo cai.
01:41É como se fosse um antitérmico, para não permitir a febre na temperatura do mundo.
01:49Ainda assim, Evandro, o ministro também relembra as ações, como na região sul, como no Rio Grande do Sul, Minas Gerais,
01:56que os hospitais ficaram cheios, ou seja, às vezes não tinha uma estrutura para receber essas vítimas ou até mesmo a consequência de um desastre.
02:06A ideia do governo é conseguir alavancar esse fundo nos próximos dias e que, logo após esse evento, a COP30,
02:14o Fundo de Belém receba esses valores para continuar investindo na saúde. Vamos ver.
02:20A crise climática é uma crise de saúde, antes de mais nada.
02:26As pessoas estão morrendo, no Brasil e no mundo, por conta de tragédias climáticas,
02:32por conta do aumento de doenças respiratórias relacionadas, por exemplo, ao aumento de queimadas,
02:38dificuldade que as populações têm acesso aqui na Amazônia, quando tem a seca na Amazônia,
02:43as pessoas não conseguem ter acesso ao medicamento, a fazer a sua consulta.
02:47Não é só mitigação, a gente precisa adaptar já os sistemas de saúde para salvar vidas hoje.
02:57Evandro, são diversas ações que vão acontecendo.
03:00Só para se ter uma ideia, são cerca de 100 eventos diariamente, reuniões simultâneas,
03:05que vão acontecendo em diversas regiões aqui dentro da COP30.
03:09É uma sede muito ampla, muito grande, com várias salas, mas o nosso olhar também segue sobre essas negociações.
03:15A redução das emissões, o que será divulgado se lá no dia 21, na semana que vem, no encerramento,
03:22esse acordo será alcançado com as metas já divulgadas.
03:26Evandro Sine.
03:27Muito obrigado pelas informações, viu, Bruno Pinheiro.
03:29Um abraço para você.
03:30Não traga cachaça de jambu só para Zé Maria Trindade.
03:34Faça essa gentileza para todos nós aqui do nosso 3 em 1, meu amigo.
03:38Mande aqui para São Paulo também.
03:39Um abração para você.
03:40Ótimo trabalho.
03:41Isso vai evitar que o Bruno beba todas lá, né, e compartilhe com os amigos.
03:46Ô, Alangani, você entende que a Amazônia é o paracetamol do mundo?
03:51Você acha que essa região do país, ela se orgulha ou ela já está cansada de ser tratada assim?
03:57Olha, eu vejo que é o seguinte, a preservação pela preservação, Evandro, não faz muito sentido, né?
04:03Quer dizer, você tem que preservar, evidentemente, o meio ambiente,
04:06mas você também tem que trazer o desenvolvimento econômico para aquela região.
04:12Por quê?
04:13Porque as pessoas que vivem ali, elas estão numa situação muito diferente daquelas pessoas, né,
04:20do resto do Brasil, das grandes capitais, que se orgulham da Amazônia, né,
04:25e ao mesmo tempo estão nos seus confortos e aquelas pessoas que vivem naquela região
04:30acabam numa situação de extrema pobreza.
04:33Então, não dá para a gente ter esse discurso muito idealizado da preservação pela preservação
04:40sem levar em conta também o desenvolvimento econômico.
04:43É claro que, muitas vezes, conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental
04:48não é uma tarefa simples, mas eu acho que esse discurso está um pouco desgastado, sim.
04:53Você acha que está meio ultrapassado esse discurso, Piperno?
04:56Eu acho que o ministro, ele comete um equívoco.
04:58Veja, não é que a Amazônia, mantendo-se preservada e tal, ela vai reduzir, por exemplo, a temperatura do mundo.
05:08É, vai remediar o mundo. Vamos lá, então, aproveitando o mesmo termo.
05:11É, pois é. Então, eu acho que o ministro cometeu um equívoco.
05:14Eu diria que é importante, sim, para que a temperatura média não se eleve.
05:20Até porque há metas para isso, mas não que vá diminuir, pode, talvez, estabilizar.
05:26Agora, eu diria que, no caso da Amazônia, é preciso que a gente entenda que a Amazônia tem, pelo menos,
05:34dois tipos de realidade. Você tem populações urbanas, as cidades amazônicas,
05:38Belém mesmo é uma metrópole amazônica, da mesma forma que você tem populações indígenas,
05:44de povos originários, né, que eles defendem a preservação total.
05:50Eles querem que aquilo seja mantido e, inclusive, que os governos, as autoridades, os governos,
05:57porque aí eu estou falando das três esferas, ajudem a contêem.
06:01Por exemplo, os invasores, garimpeiros, sobretudo, né, e também os grileiros.
06:07Mas querem desenvolvimento econômico também, muitos deles.
06:10Olha, eu diria para você, Alan, é claro que se alguém oferecer dinheiro para eles, eles vão acabar sentando.
06:16Agora, eles não estão lá, por exemplo, querendo vender áreas onde seja possível extração mineral.
06:23Eles não estão, aliás, muito pelo contrário, né, eles lutam para preservar isso.
06:28Agora, então, uma população que mora, por exemplo, em Porto Velho,
06:33ela tem um interesse diferente dessa população que mora numa reserva indígena.
06:38Então, é isso que as autoridades, às vezes, não se atentam.
06:43É para isso que elas não, né, às vezes cometem equívocos.
06:46São realidades diferentes.
06:47Eu só faço uma distinção.
06:49É porque, assim, as autoridades têm mania de falar,
06:51nossa, essa é uma região grandiosa, que tem 50 milhões de habitantes, etc.
06:56Mas, normalmente, é o que eles dizem.
06:59É que você olhou de maneira e falou, eu falei o número errado?
07:02Será? Não, é isso mesmo, 50 milhões de habitantes.
07:03Mas, aí, ao fazer isso, eles generalizam, né?
07:07Porque, embora seja a região amazônica, e é justamente por ter 50 milhões de habitantes
07:13e muitas cidades e áreas diferentes dentro de uma mesma região,
07:17que você precisa olhar para elas também de maneira separada.
07:21Então, se você tem uma capital, provavelmente ali as pessoas busquem mais desenvolvimento,
07:26empregabilidade e outras situações.
07:28Se você tem as áreas maiores de preservação ambiental ou dos povos originários,
07:33aí você tem que focar com uma outra política pública.
07:36Mas, ao generalizar e colocar como o paracetamol do mundo,
07:40de certa forma, você também unifica e, principalmente,
07:44tira a responsabilidade daqueles que estão lá fora.
07:47Porque não dá para o Brasil também ficar remediando todo
07:49as cagadas que os outros países fizeram lá atrás e fazem,
07:53e, de repente, querem colocar ou sanar tudo isso com o nosso paracetamol.
07:58Fala, Gani.
07:59Desculpa, falei cagada.
08:00Não, não, Evandro.
08:01E só uma distinção rapidinho.
08:02É que é o seguinte, muitas vezes as ONGs acabam falando por uma população
08:07e ali é o discurso da ONG e não necessariamente também é o discurso da população.
08:13Então, a ONG lá, pela preservação, e vamos lembrar que isso é um grande negócio,
08:17porque muita ONG recebe muita grana em cima disso,
08:21e muitas vezes não representa o discurso da população.
08:25Porque o que a gente ouve da população que vive nessas regiões é que é justamente assim,
08:30ó, tudo bem, estão preservando, preservando, preservando, mas e a minha vida?
08:35Eu quero que minha vida melhore, porque também a pobreza não é uma degradação ambiental,
08:40mas é uma degradação do ser humano.
08:42É só uma coisa, eu tenho citado muito nos últimos dias a história da BR 319,
08:47que liga lá Porto Velho a Manaus, porque quem mora em Porto Velho e quem mora em Manaus
08:51que é essa ligação, até porque são cidades que ficam relativamente isoladas.
08:58Em compensação, as populações, sobretudo as populações indígenas
09:03que moram no meio da floresta em áreas mais ou menos próximas a essa rodovia,
09:10não querem. Por quê? Qual é a suspeita, qual é o temor deles?
09:13É que asfaltando, você vai levar um fluxo indesejável e aí, inclusive, facilitar o trabalho
09:20de quem vai lá atuar com garimpo, essa coisa toda.
09:23Então, são interesses divergentes.
09:25É, e a gente também tem que tratar todo esse tema com bastante bom senso,
09:27porque a gente vive numa bolha, né?
09:29É muito simples a gente aqui em São Paulo, capital, ou em Brasília,
09:33em outras regiões do país, querer dizer o que é bom ou não para determinada região.
09:38Então, por isso que a gente faz esse debate aqui no 3 em 1 também,
09:41para colocar opiniões divergentes, críticas, mas que façam as pessoas pensarem
09:46para além dessa bolha que elas e nós vivemos.
09:50Fala, seu Zé Maria Trindade.
09:52Olha, essa fala, ela é antiga, é uma visão de fora para pessoas que moram lá.
10:00Certa vez eu ouvi uma palestra muito interessante, né, de um cego, ceguinho,
10:04uma palestra bem-humorada aí em São Paulo, e ele explicando as dificuldades de um deficiente
10:09na capital, ele falando, inclusive, dos postos que a gestão de São Paulo,
10:14a prefeitura colocava na rua para proteger o pedestre,
10:17ele dizia que parecia que tirava a medida ali da intimidade do homem ao chão
10:22e colocava o poste que acertava direitinho o pobre do deficiente.
10:27E aí ele dizia, na palestra bem-humorada, que um dia ele parou no sinal
10:30e que as pessoas atravessaram ele para a Avenida Paulista para um lado,
10:35quando chegava do outro lado, ele pegava ele para o braço e atravessava para o outro lado,
10:39chegava do outro lado e ficou assim, parte do dia, atravessando isso,
10:43ele falando de uma maneira bem-humorada.
10:45O que é que eu quero, me lembrei disso?
10:47É preciso perguntar se o cego quer atravessar a rua,
10:51é preciso perguntar se os habitantes da floresta,
10:56se os moradores, se os ribeirinhos querem esse tipo de tratamento,
11:00paracetamol é para atacar o sintoma e não a causa.
11:07Em vez de paracetamol, é preciso antibiótico, é preciso vacina
11:10para impedir a doença vista aí.
11:14Essa doença existe hoje um ser humano na região amazônica,
11:18vale menos do que uma árvore, do que um animal.
11:22Por exemplo, eu tenho conversado muito com moradores da região,
11:26representantes aqui, governadores que me dizem o seguinte,
11:29o governador, por exemplo, da Amazonas, grande estado, maior estado do Brasil,
11:35sabe o que ele administra?
11:37Manaus.
11:37Saindo dali, o que é?
11:39Eu esqueci os números.
11:42Não sei quantos parques, não sei quantas aldeias indígenas, áreas,
11:46reservas indígenas, parques florestais, reservas florestais.
11:51Tem que existir isso? Tem que ter.
11:53Mas tem que pensar no povo, tem que pensar no ribeirinho que mora lá,
11:57que não sabe nem que diabo é copo.
11:59Acha que copo é um copo para tomar água do rio,
12:03porque eles não têm saneamento básico, eles não têm acesso à cultura,
12:08não tem nada e não pode ir progresso até eles e não pode trazê-los
12:12para o progresso para você ver o tamanho da complicação.
12:16Os governadores, sim, da região, dizem que administram menos de 20% do Estado.
12:22Exatamente, Zé Maria Trindade.
12:23E tem uma questão muito interessante, né?
12:25Que é você pensar que para esse tipo de evento,
12:28onde há discussões relevantes,
12:30você garante um investimento bilionário em pouco tempo,
12:34enquanto você tem nessas regiões e em outras partes do país,
12:38pessoas que sequer têm acesso ao saneamento básico.
12:41Exatamente.
12:42Morador, sim.
12:43Quer dizer?
12:43Esse dinheiro não chega no morador.
12:46Pois é, não chega.
12:47Então, assim, não faz nem sentido você propor tantas regras relacionadas
12:53à conservação do meio ambiente,
12:54sendo que você não oferece para essa população
12:57uma das primeiras, digamos, estratégias de combate
13:03ou de manutenção das propostas do meio ambiente,
13:09das políticas ambientais,
13:11que é o saneamento básico,
13:13porque ao garantir que você tenha acesso ao saneamento básico,
13:16você, de alguma forma, também garante a preservação
13:19daquela área onde você mora, Langane.
13:21Não, exatamente, né?
13:22Aliás, o saneamento básico,
13:24você acaba resolvendo uma série de problemas, Evandro,
13:26porque a falta de saneamento básico,
13:29primeiro, ela está ligada a uma questão ambiental,
13:32porque quando você não tem saneamento básico,
13:34evidentemente, onde é que você vai acabar jogando esgoto, né?
13:37Então, você polui água, você tem toda uma questão de lixo.
13:41Então, vai muito além do que a gente imagina.
13:44Depois, você tem também problemas de saúde,
13:48porque o saneamento básico, né?
13:50Falta de saneamento básico, você tem doenças, né?
13:54Como cólera, entre outras gravíssimas.
13:57E aí, se a pessoa também está doente, você tem problemas de escolaridade.
14:01Então, veja, saneamento básico não é um problema difícil de resolver,
14:05também não é um problema muito caro.
14:07O problema é que não dá muito voto,
14:09porque cano passa debaixo da terra.
14:12Mas o impacto, quando você resolve o saneamento básico,
14:16você tem um impacto altamente positivo, Evandro,
14:19na saúde, na educação e no meio ambiente.
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