Um dia antes do evento, trabalhadores estavam empenhados em terminar a montagem das estruturas para a Cúpula dos Povos, que começará nesta quarta-feira (12) e se estenderá até o próximo dia 16, na Universidade Federal do Pará, em Belém. Uma barqueata, que reunirá mais de 200 embarcações, vindas de diversas cidades do interior do Estado, marcará o início da programação.
Reportagem: Dilson Pimentel Imagens: Carmem Helena Edição de vídeo: Marcelo Quadros
00:00Primeiro, que é maravilhoso que nós já temos inscritos para a Cúpula dos Povos mais de 23 mil pessoas.
00:06A nossa expectativa era ter umas 10, 15 mil, mas superou todas as expectativas porque está uma explosão de gente, cultura, diversidade e a voz da resistência.
00:18São mais de 1.200 organizações. A CUT, que eu tenho a honra de presidir, também está nesse processo,
00:25assim como várias outras organizações, como MST, MAB, MTST, FETAGRE, a CUT Brasil, várias centrais sindicais.
00:37Então, a Cúpula, a voz da resistência e dos movimentos já é uma explosão maravilhosa que vai dar o tom aqui,
00:47que é um processo que começa bem atrás, mas que se intensifica dos diálogos amazônicos de 2023 para cá,
00:56com muitas plenárias, muitos encontros, muitas reuniões.
01:00E fechamos seis eixos de convergência, que a partir desses seis eixos é como se a gente tivesse uma bússola,
01:06um farol da Cúpula dos Povos para discutir a questão das cidades, dos territórios, das negociações coletivas,
01:14das mulheres, da juventude. Enfim, é toda a pauta que os movimentos sociais têm de reivindicação
01:21para cuidar do planeta, mas cuidar também das pessoas, dos direitos sociais, dos direitos trabalhistas,
01:28entendendo que nós não teremos justiça climática se não tiver democracia.
01:33E não tem democracia sem sindicalismo forte, sem movimentos sociais fortes.
01:39Aí sim, esse corfo, essa renca de gente organizada, que dá o tom na resistência,
01:50puxa o Brasil e a pauta brasileira mais para a esquerda, para respeitar os territórios,
01:56para que não assassine as lideranças, como aconteceu recentemente, neste início de novembro.
02:02Tivemos três lideranças assassinadas, duas mulheres quebradeiras de coco,
02:07um companheiro ligado à agricultura familiar.
02:11Então, nós dizemos muito, seja no feminismo, seja no sindicalismo,
02:16parem de nos matar e essa voz, essa força estará presente em Belém de 12 a 16 de novembro,
02:25mas não encerra aí. Segue para 2026, quando nós também lutaremos para que o fascismo nunca mais entre nas nossas vidas,
02:35entre via eleições gerais, que nunca mais tenhamos redução de direita, reformas trabalhistas,
02:41que tanto afetam a nossa vida, que tanto afetam a classe trabalhadora.
02:45Amanhã vai ser um dia histórico, porque é a primeira vez que, em eventos organizados pela sociedade civil,
02:53mesmo que seja relacionado aos eventos oficiais ou paralelo autônomo com a Cúpula dos Povos,
02:59que nós teremos uma barquiata, que é uma expressão dos povos da Amazônia, uma mobilização no rio,
03:05mostrando a nossa diversidade, mas a nossa resistência a partir dos rios.
03:09Já temos mais de 200 embarcações confirmadas, a partir das 9 horas, vamos sair daqui da frente da universidade
03:16e vamos em comboio, digamos assim, de embarcações de todos os tipos,
03:21até aproximadamente a Vila da Barca e voltaremos.
03:24É como se fosse um sírio dos povos, mas dos povos de vários países.
03:29E aí essa é uma iniciativa que vai acontecer pela primeira vez em Belém, na Amazônia e na COP30 aqui no Brasil.
03:35Essas embarcações têm três perfis.
03:38Uma são embarcações dos nossos todos, os ribeirinhos que são ligados aos movimentos,
03:43como movimentos atingidos por barragens e outros.
03:46Tem embarcações, são das organizações que são na Amazônia, né?
03:49E tem embarcações que são de bandeiras internacionais, como a embarcação do Olimpista instalada aqui,
03:54e outras, as flotilhas que vieram para a Copa e se somaram na atividade de amanhã.
04:00Eu acredito que é uma mensagem de importância da preservação da Amazônia
04:04e que o Brasil precisa, o Brasil e o mundo precisam conhecer a Amazônia e seus povos.
04:09E para muitas pessoas parece que é uma coisa muito estranha a gente saber que tem grande,
04:15parte das nossas comunidades, a rua delas é o rio.
04:18E nós queremos mostrar através da barquiata que tem outras formas, né?
04:22de vida e de se locomover e que o rio serve para nós de muitas as formas.
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