Ullisses Campbell está parecendo vuvuzela em época de Copa do Mundo, porque está na boca de todo brasileiro! O jornalista e escritor entrou em Pânico (mas só quando entrou pelas portas do estúdio) para dar um raio-x completo do seu trabalho e da série documental que fez o país se Tremembé todo. Ele revelou os bastidores da prisão dos famosos, além de detalhar as entrevistas com Suzane, Elize e a polêmica com a juíza que imitou um jogador profissional de vôlei e tentou bloquear o livro - se pareceu mais comigo jogando vôlei e não bloqueou nada. Preparem-se para descobrir a verdade por trás do famoso caso da calcinha de Cravinhos e os absurdos privilégios que os "detentos celebridades" conseguem no xilindró. Esse xadrez faz um xeque-mate no bom-senso do brasileiro, viu?! Assista à entrevista na íntegra ou vai ser pego no trabalho por apresentar atestado falso! Você que o diga, Roger Abdelmassih!
Assista ao Pânico na íntegra:
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DiversãoTranscrição
00:00O programa de hoje, um dos maiores autores e escritores desse país.
00:05Tem muito documentário que mostra o lado do assassino.
00:10Você tá de sacanagem comigo?
00:12O cara sabe tudo o que se passa na mente e na vida das mulheres assassinas.
00:17Elas têm já a pecha de assassinas.
00:19O que tá acontecendo com o mundo?
00:20O roteirista da série Tremembé vem ao pânico revelar aos bastidores as gravações
00:27e dizer o que é verdade e o que não é.
00:31O Zagãozinho!
00:33Aqui está ele!
00:35Ulisses Campion!
00:39Olha o Ulisses aí, ó.
00:41Nosso sócio.
00:42Esse cara escreve espetacularmente.
00:45Muito bom, muito bom.
00:46É um craque.
00:48Aqui, ó.
00:48Ulisses Campion.
00:49Esse aqui é o livro que deu origem à série,
00:52que é o Tremembé, que tá todo mundo vendo aí.
00:54Tá fazendo o maior sucesso.
00:55Eu não tenho.
00:56E tem muita polêmica, né?
01:01Mas, te corrigindo, esse não é o livro que dá origem à série.
01:04Mas por que tá escrito aqui, ó?
01:06O livro...
01:06Você sabe ler.
01:07O Paulo Tadeu...
01:08Você sabe ler.
01:09Você é escritor.
01:10O livro que deu origem à série.
01:14É, então.
01:15O Paulo Tadeu...
01:16Que é o Bacalhau.
01:17Ah, o Bacalhau.
01:18Nosso querido Tadeu.
01:20Isso aí é um golpe de marketing.
01:21Ah, é?
01:22É, o que dá origem à série é Suzane, assassino e manipulador aí.
01:26E esse aqui é fantástico.
01:27Esse livro acabou de ser lançado.
01:29Como é que ele vai dar origem a uma série que...
01:31Mas o livro é seu.
01:32O livro é seu.
01:33Você escuta o marketing.
01:34Ó, ó.
01:34Pra você ver como o cara é honesto.
01:36Ele mesmo desmente.
01:38Esse livro aqui, ó, é fantástico.
01:40Esse aqui, eu já li esses dois.
01:41Agora eu vou ler esse aqui.
01:42Eu também.
01:43Esse aqui, ele faz uma pesquisa com as minhas.
01:47É maravilhoso.
01:48É muito bom.
01:48Que esse cara trabalhou pra fazer esses livros e o jeito que ele escreve é fantástico.
01:53É uma leitura muito legal.
01:56Eu considero o melhor pra fazer esse tipo de literatura é Ulisses.
02:00Sem dúvida.
02:01O livro que inspirou o Tremembé, que é da Suzane.
02:06E esse aqui está...
02:07Esse eu não tenho.
02:08Esse é o lançamento.
02:09Esse é o lançamento.
02:09Esse é o que está em primeiro lugar na lista dos mais vendidos da Amazon.
02:14É na categoria de casos reais.
02:17E ele está há nove semanas na lista dos mais vendidos da Veja.
02:21Chegou no primeiro lugar.
02:22Acho que agora está em terceiro.
02:24Está performando bem.
02:25Claro, catapultado pela série, né?
02:27Sim.
02:27Porque uma série no audiovisual, ela tem um alcance muito maior do que um livro.
02:32E eu estou super feliz.
02:33E a juíza?
02:36Qual juíza?
02:36A juíza falou que não tem calcinha.
02:39Ah, a juíza falou isso.
02:40A juíza.
02:41Não é a juíza?
02:42Não vi.
02:43Quem é a juíza?
02:44Eu estou...
02:44Ah, eu não estou sabendo.
02:45Não?
02:46Uma juíza está ligando a calcinha?
02:46Diz que você está inventando as histórias.
02:49Não, eu sei que tem uma juíza que é uma coisa, inclusive, que ela gravou, ela chamou
02:54o...
02:56A polêmica envolvendo essa juíza lá de Taubaté é sobre o livro Tremembé, que aí tem um
03:01capítulo que fala do Robinho e do Tiago Brenan, em que eu mostro que eles têm privilégios
03:07lá dentro, que eles são presos diferenciados, que eles são...
03:11Não que eles sejam mais bem tratados do que o outro, mas eles, como eles têm um poder
03:14aquisitivo muito alto, eles conquistaram ali uma...
03:18Um...
03:19Privilégio.
03:20Um status.
03:20É, exatamente.
03:21E aí, a juíza, para rebater, chamou os dois, os dois gravaram um vídeo, que esse vídeo
03:28foi divulgado em umas redes sociais de uma ONG, que essa juíza faz parte, e aí eles gravam
03:34um vídeo dizendo, não, a gente não tem privilégio, a gente é tratado como um preso qualquer,
03:38é, tudo...
03:40Cara, só o fato deles terem ido lá gravar esse vídeo já mostra que é um privilégio.
03:43Já é um baita privilégio.
03:44Então, é desse tipo de privilégio que eu estou falando, eles não têm uma regalia do
03:49sistema prisional.
03:51A direção da penitenciária realmente trata eles como um preso qualquer.
03:55Entendi.
03:55Mas eles têm o...
03:57O Tiago Brenan, ele não lava a roupa dele, ele paga para os presos lavarem a roupa dele,
04:02e isso é um privilégio, é desse privilégio que eu estou falando.
04:05Muito bem.
04:06Agora eu não sabia que ela tinha rebatido outra coisa.
04:08O que eu fiquei muito chateado com o vídeo que eu vi dessa juíza, é que ela diz que
04:13eu nunca entrei em Tremembé, porque para entrar em Tremembé eu teria que ter tido uma
04:17autorização dela, e ela nunca deu essa autorização, sendo que a Secretaria de
04:22Administração Penitenciária franqueou o meu acesso à penitenciária em três dessas
04:28penitenciárias, e eu passei o dia inteiro lá dentro.
04:30E uma coisa curiosa que eu vi, por exemplo, na penitenciária onde está o Rony Lessa,
04:36eu visitei essa penitenciária em março deste ano.
04:40E aí, eles eram perto da comemoração do Dia Internacional da Mulher, e tinha tido
04:47algum tipo de trabalho lá que eles pintavam rostos das mulheres que eles queriam homenagear.
04:53Tinha a Fernanda Montenegro, tinha a Frida Kahlo, e na mesma galeria onde estava o Rony
04:58Lessa, estava o da Marielle, que eu encarei como uma provocação para ele.
05:03Então é isso, o que me deixou chateado no caso da polêmica envolvendo essa juíza,
05:08é ela se dar o trabalho de gravar um vídeo dizendo que eu nunca fui lá.
05:11Mas você acha que, por conta de quê?
05:13Para descredibilizar todos os depoimentos que você captou, tudo que você colocou no
05:18livro, e que consequentemente saiu na série, você acha que foi por isso que ela falou uma
05:22coisa dessa, não?
05:23Olha, eu acho que é muito... a minha história com essa juíza, ela é muito antiga.
05:28Quando eu trabalhava na revista Veja, na mesma semana, ela deu aquela prisão domiciliar,
05:34que ela foi enganada por laudos, e com base nesse engano, ela deu aquela prisão domiciliar
05:40para o Roger Bedelma C, que o livro do Assi Filó depois veio e desmentiu, mostrou que
05:44aquilo era um laudo falso.
05:46Que mostra na série.
05:47Que mostra na série.
05:48E depois, na mesma semana, ela deu a liberdade para a Ana Carolina Jatobá, que ela deu o regime
05:55semi-aberto.
05:56E aí eu fiz uma reportagem na revista Veja, contando isso tudo, e o título é assim.
06:01Roger Bedelma C, Ana Carolina Jatobá estão indo para casa.
06:06Isso é justo?
06:07Ou seja, a gente já questionava.
06:08Já questionou, aham.
06:09E eu lembro que eu fiz uma entrevista com ela para esta reportagem, e ela disse assim,
06:13olha, esses presos são famosos para vocês da mídia.
06:17Para mim, ele é apenas um número.
06:18Então ela está aqui, vê que ele tem esse direito, ela assina e ele sai.
06:22E depois, ela que bloqueou o livro da Suzane.
06:27Esse livro da Suzane, ele ficou bloqueado há 35 dias.
06:30Pô, amigona só.
06:31Ela queria ter um juiz amigo assim.
06:33Aqui na orelha eu acho que está contando essa história que eu cita qual é a juíza,
06:37que é ela que bloqueou.
06:39Sendo que ela é uma juíza criminal.
06:41Sim.
06:42E ela bloqueou um livro, censurou um livro, que geralmente é matéria de direito cível.
06:47Sim, é birra.
06:48Ah, bom, aí eu já não consigo adjetivar o que é.
06:54O Brasil está assim, um ayatolá em cada esquina.
06:57É.
06:57Não é?
06:58Sim.
06:58Ah, beleza.
06:59Agora, me fala uma coisa.
07:00Mas, Emílio, só complementando.
07:02Enquanto ela criticar o meu trabalho, isso eu acho que faz paróquia.
07:05Sim, claro.
07:05Ela tem o direito de criticar, ela tem o direito de não gostar, de vir a público e dizer
07:11quais são as incongruências que tem no livro, o que é a desagrada.
07:16Agora, ela dizer que eu nunca entrei em Tremember, que isso desqualifica o trabalho do Jornalista.
07:20Exatamente.
07:20Como a juíza dizer, ele nunca entrou em Tremember, sendo que eu entrei três vezes.
07:25E aí, tipo, aí eu acho que...
07:27Mas, no final das contas, descredibiliza ela.
07:29Se você tem todos os acessos e tudo, ela está criando uma notícia falsa, já que você já teve acesso e tudo mais.
07:36Isso acaba descredibilizando o trabalho dela como juíza, não?
07:38É, e principalmente porque o Ulisses é um jornalista premiadíssimo e é um cara que faz esse...
07:45Que é um jornalismo literário, né?
07:47Acho que o nome é um jornalismo literário que chama-se...
07:49Show Crab.
07:50E muito legal e, claro, que a gente confia no seu trabalho.
07:54Agora, vou dizer uma coisa pra você.
07:56O Cravinhos de Calcinha.
07:58Não me conveniu.
08:00O jornalista bom trabalha com provas.
08:03E ele tem carta.
08:05Você publicou as cartas de amor entre o Cravinho e o cara que ele tinha a relação.
08:11O rapaz.
08:12Essa história toda começou, eu soube lá, muito tempo atrás, 2016,
08:17eu soube desses rumores desse caso do Cravinhos com a Duda.
08:22Aí eu perguntei pro Cravinho, pro Christian Cravinhos, ele negou.
08:26Aí depois eu achei a Duda.
08:28E a Duda confirmou tudo.
08:29Aí eu lembro que eu tava fazendo uma entrevista com a Duda,
08:32cinco da tarde, aqui em São Paulo.
08:35E aí ele começou a contar todos os detalhes,
08:37que esses que a gente tem no livro e tem na série.
08:39Que eles namoraram, que eles...
08:42Teve essa história da calcinha, que eles trocavam muita carta de amor.
08:46Como o Christian tinha negado o romance, e a Duda tava confirmando tudo,
08:50eu falei assim, olha, pra eu colocar no livro uma informação tão polêmica como essa,
08:55eu preciso de provas.
08:56Ele disse, você tope lá na casa da minha mãe, que é em Pindamonhangaba.
09:00Falei, vamos agora.
09:02E aí a gente foi pro debaixo de um temporal, Emílio.
09:04Caramba.
09:05O carro ia ser a 30 por hora na Dutra.
09:07Chegamos em Pindamonhangaba, 9 da noite, 10 da noite.
09:13Tava a mãe dele, a tia dele, que é a Célia Mendes, que é uma escritora conhecida.
09:19E aí a mãe dele tinha o baú.
09:21Aí a mãe dele que guardava isso.
09:24A calcinha era da mãe mesmo?
09:25Não, não era da mãe, é como a série mostra, o Christian queria a calcinha,
09:31aí pediu pra Duda arrumar a calcinha, na visita da mãe ele disse, tira tua calcinha que eu quero.
09:36E aí ele viu que era uma calçola de senhora, aí ele falou, não, não é essa, eu quero uma de rendinha.
09:42Aí ela sai, na outra visita ela chega com a calcinha.
09:46Fio dental.
09:46Porque além dessa história ter sido comprovada, pra eu pôr no livro, pela Duda, tinha a mãe.
09:52Que a mãe é uma testemunha importante, porque era ela que comprou a calcinha.
09:56A surpresa, que eu acho que é o que mais magoa o Christian nessa história toda,
10:02é que quem veste a calcinha é ele.
10:04Porque se a Duda tivesse levado a calcinha pra dentro da penitenciária,
10:10como ele imaginou que era ele que ia vestir,
10:12até porque a Duda, na cabeça do Christian, tá, não tô aqui rotulando nada nem ninguém,
10:19mas na cabeça do Christian, a Duda era a mulher da relação.
10:22Tanto que quando ele pede a calcinha pro Christian, ele diz que o argumento dele é
10:27eu tô precisando de um elemento feminino na nossa relação.
10:31E uma calcinha talvez resolva isso.
10:33Só que aí a surpresa, que é o plot twist, é que a calcinha não é pra Duda, é pro Christian.
10:39É muito louco.
10:39Ele falou bem de calcinha, né?
10:41É difícil você se acertar, cara.
10:44Gente, para de zoar.
10:46Ou um cravinho levando paulada, quem imaginaria isso?
10:50É.
10:51E me fala uma coisa, uma curiosidade.
10:53Podia ter ficado calado, né?
10:54Se ele não tivesse...
10:55É que ele foi na rede social e falou, acordem, acéreo bem de calcinha.
10:59Aí é que nem a juíza, né?
11:01Quando vem e diz que é mentira, aí eu tenho que me manifestar.
11:03Aí pega, exatamente.
11:04Até porque na hora que eu vi a calcinha, se você for ver a foto que eu coloquei no Instagram,
11:08a calcinha, inclusive, tá em cima do meu bloco de anotações, que tem até uma espiral do caderno no meio.
11:15Aí, ó.
11:16Não, essa é a calcinha.
11:19Eu queria fazer uma pergunta pra você, justamente até que o Morgado agora deu uma pontuada, que é o seguinte.
11:23A crítica é humanizar esses assassinos, ou as assassinas.
11:28A turma fala um pouco sobre isso.
11:30E eu vi a série, é espetacular.
11:32Eu adorei a série.
11:33Quando você fala da Suzane...
11:35Menos o Gugu Liberato.
11:37O Gugu não foi ele que escolheu, foi a diretora que ligou pro Paulinho Vileiro.
11:40Não, não, o Gugu não.
11:41Mas as falas, o tempo das falas, tanto do Gugu quanto da Elise, é perfeito.
11:47A atuação dos caras.
11:48Sim.
11:49Se você pegar, comparar os vídeos.
11:50Mas voltando é, você acha essa parte de humanizar esses assassinos?
11:55Você acha que isso acontece?
11:57Porque eu vejo que a Suzane realmente é manipuladora.
11:59Porém, a Elise, a Elise você coloca ela na questão da filha, na questão que ela quer se recuperar.
12:07Como é que você enxerga isso?
12:08Eu acho que a gente tem que, antes de entrar nesse debate, definir o que é humanizar.
12:15Porque, por exemplo, essas pessoas, elas são humanas.
12:17Exato.
12:17O fato delas terem cometido crimes extremamente brutais contra membros da própria família,
12:23não faz dela, faz dela até um monstro no sentido figurado, mas no sentido literal elas continuam humanas.
12:31O que a gente está mostrando, que eu acho que as pessoas não estão preparadas,
12:35por isso que gera toda essa polêmica, é descobrir exatamente, a gente jogou luz dentro da penitenciária
12:41e você descobriu, vendo a série, que essas pessoas continuam vivendo,
12:45elas continuam trabalhando, continuam transando, continuam namorando, a vida, ela continua.
12:50Elas continuam transando muito, é verdade, mas elas continuam.
12:57E eu acho que é essa crítica que a gente tenta fazer na série.
13:01A gente tenta fazer, mas eu acho que a gente faz porque ela gerou todo esse debate.
13:05Por exemplo, a série, quando ela mostra o triângulo amoroso, isso é humanizar.
13:09O que eu acho que a gente não está fazendo é glamorizar,
13:13não está colocando eles num pedestal, equivalendo eles a super-heróis.
13:19Não, não é isso?
13:21Eu acho que a gente está simplesmente mostrando a realidade.
13:24Por exemplo, eu acho que a série é muito eficiente na crítica,
13:28em que você vê aquelas cartelas dizendo o que a pessoa fez, o crime que ela cometeu,
13:33mas você termina o episódio 4 com eles saindo praticamente juntos da penitenciária.
13:41Então é essa crítica, como que pessoas que têm uma pena tão elevada
13:46saem sem ter cumprido pelo menos a metade?
13:49Isso é um absurdo.
13:52Em relação ao Paulinho e Vilhena, eu fiquei super satisfeito com a Vera Egito.
13:58Você gostou do Vilhena?
13:58Eu achei porque é o ponto fora da curva, né, a cara...
14:01Você pega a entrevista do gol que subiu no telhado.
14:06Cara, é igual, estou falando sério.
14:08Isso que eu ia comentar, sim.
14:10Como eu sou um dos roteiristas, a equipe de roteiristas é composto pela Vera Egito,
14:16que é diretora e a chefe da sala, a Juliana Rosenthal, a Thaís Berbe e a Maria Isabel Iorio.
14:25Como eu era o único jornalista na sala de roteiro,
14:29ficou a meu cargo tentar trazer o máximo de realidade para dentro da história que a gente queria contar.
14:36E agora que você faz essa observação sobre como a...
14:41As falas, né?
14:41Exatamente.
14:42A entrevista do Gugu é igualzinho.
14:45O que o Gugu perguntou na vida real, o Paulinho e Vilhena perguntam no personagem do Gugu.
14:50E isso foi uma condição que você falou.
14:52Eu quero que seja exatamente as mesmas questões.
14:55Isso foi uma exigência do canal, da Júlia Prioli.
15:00A Júlia Prioli, a executiva de não-ficção da Amazon, é a criadora do projeto.
15:07Certo.
15:07Ela é a dona da porra tola e a Júlia.
15:09A Vera Egito é diretora-geral do projeto.
15:12E aí essa orientação veio de cima para baixo.
15:14Quanto mais realidade, melhor.
15:17Que é isso que é o barato do...
15:19São fatos reais, dramatizados, mas eles estão todos calcados no texto na vida real.
15:26Muito bom.
15:27Deixa eu perguntar um negócio para fazer uma perguntinha discreta.
15:29Claro.
15:30Ganha muito?
15:31Você ganha uma grana legal para fazer isso?
15:34Porque é uma curiosidade que eu tenho, porque eu acho que é um projeto teu, né?
15:37Isso aí é uma coisa que, se não é você, difícil o cara ter...
15:41O backstage, né?
15:42Meu, é muito difícil o cara tem tudo isso aqui.
15:46E há quanto tempo você está...
15:48Você está há quanto tempo em cima do que...
15:50Começou em 2016.
15:52Olha aí.
15:53São...
15:53É.
15:53É, assim, eu estou satisfeito com o que eu estou ganhando.
15:57É muito mais em função da venda dos direitos autorais do livro para o audiovisual.
16:03Não é um projeto meu, é um projeto...
16:05A Júlia, que teve a grande sacada, a Júlia leu o livro da Suzane, leu o livro da Elisa Matsunaga,
16:11leu o primeiro Suzane, depois Elisa, e ela viu a interseção entre os dois livros.
16:16Ela, ué, Sandrão aparece no livro da Suzane e aparece no livro da Elisa, e outras personagens
16:23também aparecem.
16:24Então, ela teve a grande sacada que foi, vamos fazer uma série mostrando esses presos
16:29famosos convivendo juntos.
16:31Que essa é a sacada da série.
16:32Essa é a sacada da série, essa é a premissa da série.
16:35E aí, você escreveu esse aqui, que é o tremendo, é que está...
16:37Esse é o livro mais vindo.
16:39Lançamento.
16:40Aliás, o livro, o livro sempre é muito melhor do que a série.
16:43Opa!
16:44Muito.
16:44O livro...
16:46Emílio, eu acho que são produtos diferentes.
16:48O livro é um universo muito maior.
16:50A série, ela é um audiovisual, o livro é literário, aí a forma de contar é diferente.
16:56No livro, você consegue se aprofundar.
16:59Eu acho assim, leia o livro e veja a série.
17:02Que aí, quando você for assistir a série, já tendo o livro, você já vai com muitas
17:06informações de base.
17:08Sim, tem muito mais informação do que...
17:10Por exemplo, eu vou te dar um exemplo.
17:12Na série, a Suzane, ela chega em Tremembé e ela vai por...
17:18Todos eles chegam em Tremembé e vão para o regime fechado.
17:21Ou seja, eles ficam dentro de cela, cumprindo pena dentro de cela, com dois...
17:26horas de banho de sol.
17:28Depois, eles migram para o regime semiaberto, que é onde tem aquele galpão, que todo mundo
17:33convive junto naqueles beliches.
17:35Então, a série, ela mostra no semiaberto a convivência deles, porque para nós, para
17:40a nativa, é melhor, porque eles interagem mais, é onde eles namoram.
17:44Só que não dá tempo de explicar na série, olha, regime fechado.
17:48Até porque isso é chato, né?
17:49Regime fechado, progressão de pena, regime aberto, regime semiaberto.
17:54O livro, não.
17:55O livro, ele explica isso.
17:56Aham.
17:57Pô, legal.
17:57Pô, a série, eu assisti a série, gostei pra caramba.
18:01E alguma, algum dos personagens quis algum direito?
18:05Como é que é essa parte?
18:06Eles ganham alguma coisa por estar usando a imagem, o personagem ali deles?
18:12E se alguém também tentou, de alguma certa forma, um deles tentou barrar e falar, ó,
18:16não quero que você conte essa história.
18:17Como é que funciona?
18:18Eu quero saber se tu já recebeu a notificação dos meus advogados.
18:21O que é que tá se usando?
18:23Ai!
18:24Eu vou dar entrevista.
18:25A juíza ainda não mandou pra você.
18:28Não.
18:29Agora tem que mandar como o Zé da Manga, senão não chega.
18:31Alba, falando sério agora, a gente não teve nenhum...
18:35Pro livro, eu tenho que ter esses contatos, porque o livro é um trabalho jornalístico,
18:40eu tenho obrigação profissional de perguntar se eles querem participar.
18:43Nenhum quis, nem Robinho, nem Tiago Brenan, nem Suzane, a Flor de Lis foi a única que se manifestou
18:51depois que o livro ficou pronto, e eu incluí na versão ampliada lá do boxe Mulheres Assassinas
18:57uma entrevista com ela.
18:59Pra série, como roteirista da série, ninguém, em nenhuma fase do projeto, ninguém entra em contato
19:07com criminoso algum, desses que são retratados na série.
19:11Nem os atores, nem a direção, nem os roteiristas.
19:16Sendo assim, eles não ganham nada.
19:18Não ganham.
19:19Não.
19:19Mas eles podem processar?
19:20Com nome, eu uso o nome, eu uso...
19:21Ah, você tá usando ali?
19:22Processar, pode.
19:23Eu posso sair daqui agora e ir ali no fórum e dizer, olha, eu não tô gostando dessa imitação
19:27que o Alba tá fazendo, eu quero processá-lo.
19:29Posso processar, o Emílio disse que eu sou feio, eu quero processar.
19:32Tipo, o fórum tá ali pra isso, agora processar e ganhar, já é outra coisa.
19:38Só a Elise que fez um acordo de ter uma série também, que achei com a Netflix que ela faz
19:43um documentário, e ela mostra na série que ela ganha muito dinheiro.
19:45Aqueles valores da série, por exemplo, a entrevista do Gugu, foi 120 mil reais e o Sandrão
19:50deu um golpe na Suzane, é verdade?
19:52Foi, isso já tá até no livro, com mais detalhes ainda, tá no livro.
19:55Só que a indefesa, que é como a história conta no livro, esse acordo da Suzane foi
20:04que teve uma época que o Gugu, ele tinha um programa na Record, mas acho que era um
20:09espaço que ele comprava lá, que a produção toda do programa era da produtora dele.
20:13Sim.
20:13Então é a produtora dele que faz esse acordo com a Suzane.
20:17E a Record, ela só exibiu o programa.
20:22A entrevista, exatamente.
20:23E a Sandrão tinha um amigo que era produtor?
20:25Tinha.
20:26Olha só.
20:26Isso tudo é verdade.
20:27A última pergunta que eu tenho pra fazer é...
20:29Você gosta?
20:29Eu adorei.
20:30Eu adorei.
20:32Eu adorei.
20:32É sensacional.
20:34Muito boa.
20:34Quando você vê, realmente, são dois produtos completamente diferentes.
20:37Sim.
20:37Mas é muito legal de assistir.
20:38Sabe o que é legal da série?
20:40É saber que além desses crimes midiáticos, são crimes horrorosos.
20:43Tem coisa lá.
20:44Qual que é o crime de não famosos que mais te assustou pra você?
20:48E você dá um exemplo de alguém que tá lá.
20:50Tem gente que pegou criança, assediou, matou.
20:53Pior é muito pior.
20:54A mulher que matou o moleque no soco.
20:55Meu Deus.
20:56Então, assim...
20:57A gente sempre teve o desejo, a sala de roteiro, a gente queria surpreender alguém.
21:03É uma história muito curiosa.
21:05Eu levei as roteiristas pra conhecer ali a penitenciária.
21:09Aí, numa dessas visitas, a Juliana Rosental, que é uma roteirista da série, ela foi comigo.
21:16E aí, a gente tava ali misturado no meio das mulheres.
21:19Aí, a Juliana chegou pra mim assim, Ulisses, vamos ajudar esta senhora que ela acabou de sair na saídinha de Tremembé.
21:27E ela tá desesperada porque ela soube agora que os filhos dela foram espancados pelo companheiro e os filhos estão espalhados em vários abrigos.
21:38E ela tá desesperada.
21:39E aí, o que que ela quer?
21:41Só levar ali na rodoviária que tava chovendo já ajuda.
21:44Aí, a gente pegou, levou a mulher na rodoviária, a Juliana, que é mãe, tava bem compadecida.
21:49E aí, eu falei, Juliana, tu tá emocionada por essa mulher?
21:52Tu sabe o que ela fez?
21:53Porque pra ela tá em Tremembé, é só aquelas cartelas que a gente vê.
21:57Matou criança, estuprou criança, pedófila, que é cheio lá de mulheres que são pedófilos.
22:05E aí, ela levou esse susto.
22:06Não, realmente, pois é.
22:08Aí, a gente tentou trazer isso pra série e achava que era difícil causar essa reação que a Juliana teve, causar na plateia, no público.
22:17Porque todo mundo já sabe o que é a Suzane, o que é a Elise, o que todos os personagens, o que eles fizeram.
22:26E aí, a gente conseguiu fazer isso com aquela Poliana, que é aquela personagem que ela parece super companheira, ajuda a Suzane a entrar.
22:33Ela se se reunia, a Suzane, dentro.
22:37Mas aí, quando aparece a cartela dela, o que ela fez, a pessoa leva um susto de ter criado algum tipo de conexão com aquela mulher.
22:44E fora aquela cena absurda, né, do último episódio, em que a mulher tá se casando com um cara que matou.
22:51Que matou.
22:52Porra.
22:52Muito bem.
22:53Olisso, você é um craque.
22:54Maravilhoso.
22:54Olha, tá aqui a venda já.
22:58Esse é o livro.
22:59Ale, esse cara escreve.
23:01É demais, tá maluco, hein?
23:01Você vai se apaixonar pela lei.
23:03Você perguntou sobre o que mais me assustou de todos.
23:06Tá nesse livro aqui, que é uma mulher que simplesmente matou a filha, a própria filha, de fome.
23:12Isso aí, pra mim, rompeu todas as barreiras.
23:15É, o ser humano é um bicho.
23:17É um bicho.
23:18Dá pra ser complicado.
23:18Tem uma coisa, Emílio.
23:20A realidade, ela atropela a mais criativa das ficções.
23:26Sem dúvida.
23:26Tudo que é impressionante como a realidade, ela é imbatível quando comparada com a ficção.
23:33Sem dúvida.
23:34E você sabe escrever como ninguém.
23:36Tá aqui a venda já.
23:37Compre agora, pede aí, tem na Amazon, tem nas livrarias virtuais, você recebe na tua casa.
23:43Esse livro aqui, chama-se Tremembé.
23:45Você que não viu ainda a série, peça o seu livro.
23:48Você que assistiu a série, aqui você tem tudo muito mais completo.
23:53Tem fotos e tal.
23:54É muito bacana.
23:55Eu sou fã do Ulisses.
23:56Também.
23:56Eu já li tudo do Ulisses.
23:58Eu acho.
23:58Conta o Tremembé.
23:59Muito obrigado.
23:59Ulisses Campbell, no Instagram pra você, arroba, Ulisses com dois L's, Ulisses, dois L's e dois S's.
24:08Campbell, pra você seguir.
24:10Tem o Crimes do Brasil também, no Instagram.
24:12Obrigado, viu Ulisses?
24:13Quem quer saber onde tá Sandrão hoje, eu vou fazer um post no Instagram.
24:17Ali é de boa, né?
24:17Post no Instagram.
24:19Onde está Sandrão?
24:20Ah, por onde anda Sandrão?
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