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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu a Cúpula do Clima em Belém (PA), evento preparatório para a COP30, com um discurso de tom político e ideológico, afirmando que "é momento de impor uma nova derrota aos negacionistas".
Lula defendeu que o Brasil deve liderar o debate global e pressionar o Norte Global por financiamento climático, mas evitou entrar em detalhes sobre as metas domésticas de desmatamento zero. Reportagem: Patrícia Costa.

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Transcrição
00:00Como sempre, obrigado pela sua audiência, pela sua companhia.
00:03Os olhos do mundo estão voltados para a COP30,
00:06que finalmente começou nesta segunda-feira em Belém.
00:09Além dos chefes de Estado, 50 mil pessoas participam da conferência da ONU.
00:13Então, direto para a capital do Pará, Patrícia Costa chegando aqui com a gente.
00:17O balanço desse primeiro dia importante da COP, as discussões, os bastidores também.
00:24Tudo bem, Patrícia? Bem-vinda, boa noite para você.
00:26Oi, Tiago, boa noite. Boa noite à nossa audiência.
00:33Olha, hoje foi o primeiro dia, né?
00:35A COP da implementação começou com um tom político forte
00:38e também velhas promessas sobre o financiamento climático,
00:42transição energética e a urgência de se colocar isso em prática.
00:47Hoje, o tom político regeu toda a discussão nesse dia,
00:52mas ainda não houve muitos avanços, negociações.
00:55O presidente Lula, por exemplo, colocou novamente a questão de que o Acordo de Paris funcionou.
01:02E, realmente, se a gente não tivesse o Acordo de Paris nesse momento,
01:05a gente estaria caminhando para 4 graus de temperatura.
01:09E hoje, com as metas atuais, a gente tem uma projeção aí de chegar até o fim do século com 2,8 graus.
01:16Olha, o presidente Lula também disse que é preciso combater a desinformação
01:20e, principalmente, o negacionismo. Dá só uma olhada em que ele disse.
01:23É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas.
01:29Sem o Acordo de Paris, o mundo estaria afadado ao aquecimento catastrófico
01:43de quase 5 graus até o fim do século.
01:45Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada.
01:52No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a 1,5 grau na temperatura global.
01:59Olha, países aí...
02:09Eu não consegui ouvir o encerramento do Lula, mas eu queria reforçar aí
02:14que os países em desenvolvimento bateram o pé
02:17e quiseram transferir o financiamento climático para uma rodada autônoma.
02:21Então, o presidente da COP, o André Corrêa do Lago,
02:25ele informou que vai dividir os quatro temas principais,
02:29que são financiamento, manter a meta do Acordo de Paris
02:32para chegar até 1,5 grau, máximo 2 graus até o fim desse século,
02:37justiça climática e também transparência.
02:40Olha, nesse tema, justiça climática, é claro que quando a gente tem um desastre,
02:44por exemplo, por causa de uma enchente, um deslizamento de terra,
02:48ele atinge principalmente as populações mais vulneráveis.
02:51E foi sobre isso uma outra fala do discurso do presidente Lula.
02:56Convoca a comunidade internacional a colocar as pessoas no centro da agenda climática.
03:03O aquecimento global pode empurrar milhões de pessoas para a fome e a pobreza,
03:09fazendo retroceder décadas de avanço.
03:13O impacto desproporcional da mudança do clima
03:16sobre mulheres, afrodescendentes, migrantes e grupos vulneráveis
03:21deve ser levado em conta nas políticas de adaptação.
03:26E nesse impasse tem os poluidores que mais emitem gases do efeito estufa,
03:35como os Estados Unidos e também a China e outros países desenvolvidos
03:39que precisam colocar dinheiro para que os países em desenvolvimento,
03:44que precisam manter a degradação, conter essa degradação da natureza,
03:49possa fazer essa transição energética.
03:51É difícil, uma conta é difícil de se fechar.
03:54Ou a gente se desenvolve economicamente, imediatamente,
03:59ou a longo prazo, mas abrindo mão desse progresso econômico
04:02em prol da preservação ambiental.
04:06Então, é necessário que a gente faça essa transição energética,
04:09mas sempre há esse impasse sobre o financiamento.
04:12E essa diluição, vamos dizer assim,
04:14colocar esses quatro temas principais em mesas paralelas
04:18pode enfraquecer um pouco esse debate.
04:20Então, a carta principal será feita,
04:23mas os debates vão ocorrer de forma paralela,
04:26como se não tivessem o mesmo objetivo.
04:27E depois disso, vai se juntar todos esses assuntos
04:31para redigir a carta final de compromissos de todos,
04:34os 194 países que estão aqui na COP30.
04:38E uma coisa é clara,
04:40para a gente conseguir conter o aquecimento global,
04:43a gente precisa diminuir a emissão de combustíveis de gases,
04:47o efeito estufa, principalmente dos combustíveis fósseis.
04:50O presidente do Ibama falou um pouco sobre essa transição energética.
04:55Nós estamos na fase chamada fase de implementação,
04:58fase onde a gente precisa fazer a transição,
05:01onde a gente precisa sair do mundo dos combustíveis fósseis,
05:05a transição onde a gente continua produzindo alimento
05:08para todo o povo do mundo,
05:10mas sem continuar destruindo a floresta.
05:12Então, é uma COP, onde se espera muito,
05:14das ações de implementação, notadamente de financiamento.
05:18O governo brasileiro está trabalhando muito
05:21na construção de mapas do caminho
05:24para a transição de combustíveis fósseis
05:26e também, obviamente, para outras ações,
05:29como, por exemplo, setores que precisam avançar tecnologicamente
05:33para que também possam mudar.
05:38O presidente Lula também falou aí nesse sentido,
05:42que essa deveria ser o papel da Petrobras, por exemplo,
05:45virar uma empresa de energia.
05:47Mas o que se investe ainda em energia renovável pela Petrobras
05:51é um percentual ainda muito pequeno
05:53para que a gente possa chamar a empresa de uma empresa de energia.
05:57O que se vê nessa contradição brasileira,
05:59que existe também em outros países.
06:01A gente acabou de liberar pelo Ibama
06:03a liberação de exploração de petróleo justamente na foz do Amazonas.
06:08Isso acontece também na China, que explora carvão
06:11e, ao mesmo tempo, constrói muralhas de energia solar.
06:14Viu, Tiago?
06:15E, Patrícia, para nós que acompanhamos você
06:18todos os dias aqui na Jovem Pan, no Jovem Pan Sustentável,
06:21eu pergunto para você, o que você destacaria desse primeiro dia?
06:23Claro que ainda é muito cedo ainda,
06:25mas é possível, finalmente, que sejam fechados acordos promissores
06:30para que o mundo comece a reverter toda essa situação?
06:34Inclusive, hoje o presidente Lua citou o tornado no Paraná
06:37que nós noticiamos aqui de sexta para sábado na Jovem Pan.
06:40Patrícia?
06:43Pois é, os tornados, furacões, vão se tornar mais comuns
06:48justamente por causa do aquecimento global,
06:50porque o oceano fica mais quente, aí ele libera mais umidade,
06:54também tem o nível do mar que está aumentando isso,
06:57deixa tudo mais propenso.
06:59Os desastres naturais cada vez mais fortes
07:01também trazem prejuízos, além de vidas, prejuízos econômicos.
07:05Então, essa é uma conta que todos os países em desenvolvimento
07:08e também os desenvolvidos precisam fazer
07:11na hora de colocar essas metas em prática.
07:15Olha, a gente precisa de mais ou menos um trilhão de dólares
07:19nos próximos três anos para colocar todos os compromissos em ação.
07:24A gente já falou de muitos discursos, muitos acordos foram feitos,
07:28mas o que acontece é que nesses 30 anos, sabe-se dos problemas,
07:32sabe como conseguir atingir a solução, mas falta dinheiro.
07:36Quem coloca o dinheiro na mesa, quem paga essa conta.
07:40Então, amanhã vai haver mais uma rodada técnica,
07:43negociadores, diplomatas de vários países,
07:46as salas aqui, inclusive, que a gente nem pode entrar,
07:48porque ali eles estão debatendo esse assunto, viu?
07:51Primeiro, existe um rascunho, eles colocam ali o que estão de acordo
07:54e o que não querem nesse acordo e aí depois volta para a mesa de negociação
07:59para conseguir atingir um texto final.
08:02Então, a gente espera agora que os países desenvolvidos,
08:06que são quem deve financiar essa transição energética no mundo todo,
08:11fechar negócios, aqui também vai ser tratado muitos mecanismos,
08:14como o Fundo de Florestas Tropicais, que foi lançado pelo governo,
08:18que pode ser um ativo econômico em que os investidores tenham dinheiro de volta,
08:22não só em doações.
08:24Então, tem outros mecanismos, como também a descarbonização,
08:28a partir aí do carbono, da venda de carbono.
08:31Então, tudo isso coloca o Brasil numa situação privilegiada
08:34de ser um país que pode receber muitos investimentos
08:37e também por ter a floresta amazônica, a maior floresta tropical do mundo,
08:42a segunda maior em biodiversidade.
08:45Então, a gente tem um ativo natural e econômico muito forte
08:48para conduzir esse debate e chegar a um acordo até o fim da conferência.
08:53Né, Tiago?
08:54Patrícia Costa, direto de Belém.
08:56A qualquer momento, você volta.
08:58Fique à vontade para voltar com outras informações.
09:00E a gente vai continuar de olho na COP.
09:02Bom trabalho para você.
09:03Vou chamar já os nossos comentaristas,
09:05entrando aqui nos estúdios Deise e Seucari,
09:07no nosso telão, Nelson Kobayashi.
09:09Tudo bem, Deise?
09:10Boa noite para você, bem-vinda.
09:12E a expectativa é muito grande, né?
09:14Para que essa COP tire muita coisa discutida já em outras COPs do papel.
09:21Mas é saber.
09:21Agora, o presidente Lula fez um discurso, né?
09:24Sabertou um discurso lido e colocou, claro,
09:27todas as projeções que o Brasil defende
09:30e também da própria diplomacia, né?
09:32Boa noite para você.
09:33Boa noite, Tiago.
09:34Boa noite, Kobayashi.
09:35Audiência da Jovem Pan.
09:37Pois é, a gente não viu nenhuma surpresa no discurso do presidente Lula, né?
09:42Ok, foi um discurso lido ali, mas ele fez o que ele costuma fazer, né?
09:47Falou dos países ricos, de como que eles são, abre aspas, um inimigo em comum.
09:52Falou da possibilidade do Brasil liderar a questão de tirar os combustíveis fósseis.
09:59E falou também de negacionismo, né?
10:01Então, nenhuma dessas pautas, ela é alheia ao que a gente já ouviu no presidente Lula.
10:06Mas eu reitero aqui a contradição no discurso dele, né?
10:10Porque ele fala sobre a possibilidade do Brasil liderar a transição energética no mundo
10:16e existe essa possibilidade.
10:18Mas no mesmo momento em que ele anuncia isso, que ele fala dessa possibilidade,
10:23a gente está começando a exploração na foz do Amazonas, né?
10:28Então, existe uma contradição muito forte aí entre fala e discurso do presidente Lula, né?
10:33Para que aconteça essa transição energética que ele tanto defende,
10:38isso exige de um governo um posicionamento político, atitude, proatividade e investimento.
10:45E é tudo que o Brasil não tem feito.
10:46O Brasil, quando a gente olha, ele está fazendo um movimento exatamente o contrário, né?
10:50Ele vai explorar a margem equatorial,
10:53uma margem que tecnicamente já foi provada que tem uma sensibilidade muito grande.
10:58Então, o que a gente percebe nesse primeiro dia é que existe uma expectativa muito alta,
11:02um discurso que vai contra o que o Brasil tem feito em relação ao meio ambiente
11:08e aí fica naquela, né?
11:09O discurso é verde, mas a atitude, ela continua marrom.
11:13Ô, Cobar, separei alguns itens aqui do que foi discutido na COP e algumas questões de avanço já.
11:20O início da COP30 teve, até agora, 110 metas climáticas entregues.
11:25O número representa 71% das emissões globais.
11:28Poluidores como Índia, Irã e Arábia Saudita não submeteram o documento à ONU
11:33e a Alemanha considerou ser arriscada investir em um fundo de florestas, né?
11:37Esse fundo que está propondo o governo brasileiro,
11:39mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que até o fim do ano,
11:43ou seja, daqui a um mês, mais ou menos, a Alemanha já vai ter um posicionamento,
11:48ao contrário de outros países, como a própria Noruega e até Portugal,
11:51que nesse fim de semana fizeram sinalizações para esses recursos.
11:54Eu pergunto para você, é possível esperar algum avanço?
11:58Ou ainda a gente fica naquela expectativa?
12:01Porque a gente sabe que eventos como esse são importantes,
12:04mas na ponta não dão muito resultado, não trazem os resultados esperados.
12:09Bem-vindo, Cobaiacho. Boa noite para você.
12:12Boa noite, Thiago. Boa noite, Deise.
12:14Boa noite a todos que nos acompanham aqui no Jornal Jovem Pan.
12:16Olha, Thiago, melhor do que pedir doações mundo afora é vender.
12:20E vender lucrando muito.
12:23Acredito que o Brasil perdeu uma grande oportunidade em apostar no TFFF,
12:28mais um fundo a sair com pires na mão, mundo afora, pedindo contribuições para a preservação do meio ambiente,
12:36em troca de que esses países sejam considerados amigos do verde,
12:39e, portanto, países compromissados com as metas e as métricas e tudo que sai dessas cartas,
12:47dos encontros como o da COP, e, nesse caso, como o da COP30 sairá,
12:52eu acredito que o Brasil deveria apostar naquilo que pode colocar o país no topo da economia mundial,
12:58que é justamente o mercado de crédito de carbono.
13:00Melhor do que o presidente estipular um novo Fla-Flu, uma divisão, um nós contra eles,
13:06e agora, inclusive, atribuindo a quem não é muito afeto ao tema ambiental,
13:12o termo de negacionista, melhor seria ele conscientizar, principalmente o agronegócio brasileiro,
13:18que já avança muito, mas descoladamente do governo, em matéria de transição energética,
13:24porque, com isso, além dos lucros todos do agronegócio, também há os lucros todos do mercado de crédito de carbono,
13:31que precisa ainda de uma melhor regulamentação, principalmente em nível internacional.
13:37E aí o Brasil deveria liderar isso, deveria liderar nos blocos todos a melhor regulamentação,
13:43os critérios utilizados nesse mercado, porque não só há iniciativa privada brasileira
13:49no agronegócio e na indústria, e principalmente no agronegócio e na indústria,
13:53em outros setores da economia brasileira, mas também no poder público,
13:58com as áreas de preservação ambiental permanente, essas áreas poderiam todos lucrar com isso,
14:04e certamente o Brasil daria passos largos como ao topo da economia mundial.
14:08Mas o presidente escolhe um outro caminho, aquele da divisão e com mais um fundo.
14:15Existe o Fundo Amazônia, se celebra 33 milhões que a Suíça deu,
14:18e vai se celebrar cada dinheiro que for enviado ao TFFF quando perdeu uma oportunidade.
14:24Sobrepôs o principal tema de potencial do Brasil.
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