Assessor de Lula diz que "última coisa que queremos é guerra na Venezuela"

Name: Assessor de Lula diz que "última coisa que queremos é guerra na Venezuela"
Uploaded: 2025-12-09T02:14:13+00:00
Duration: 4 min 54 s
Channel: Jovem Pan News

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O Assessor Especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, reiterou a posição do Brasil de que a "última coisa que queremos é guerra na Venezuela".

A posição do governo Lula busca manter o diálogo e a diplomacia como ferramentas centrais para a solução da crise política e econômica venezuelana.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/1yLk0Ig0rmA

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00:00As informações, quais os destaques dessa conversa dele com a imprensa internacional,

00:05clima tenso ainda, bem-vindo, boa noite pra você.

00:07Boa noite, Thiago, boa noite a todos que acompanham o Jornal Jovem Pão.

00:10O clima segue bastante tenso, a gente não teve nenhuma grande novidade

00:14sobre essa situação nesta segunda-feira, mas a entrevista de Celso Amorim

00:19ao The Guardian repercutiu bastante, principalmente aqui dentro do país.

00:24A gente até separou a manchete, o destaque que o jornal deu pra essa entrevista

00:29com o assessor especial da Presidência da República, tá aqui no nosso telão.

00:33O seguinte título,

00:35Ataque dos Estados Unidos na Venezuela pode virar conflito regional parecido com o Vietnã,

00:41alerta assessor de Lula.

00:43O assessor brasileiro diz que fechamento de espaço aéreo venezuelano por Trump

00:47é ato de guerra que pode escalonar.

00:50Em relação a essa questão do espaço aéreo, a gente já destacou isso aqui na semana passada,

00:54que não é legítimo que Donald Trump ordene o fechamento do espaço aéreo

00:59de um outro país.

01:01Não cabe ao presidente de um país estrangeiro decidir quem pode e quem não pode voar

01:05sobre um outro país.

01:07Agora, quando a gente fala da questão do Vietnã,

01:11esse é um tema que a gente também já trouxe aqui no jornal Jovem Pan.

01:15A possibilidade da entrada, da invasão terrestre dos Estados Unidos na Venezuela

01:20pode ser algo um pouco conturbado para os americanos.

01:24Não que eles não tenham superioridade militar aos venezuelanos.

01:27Eles têm.

01:28A questão é quanto tempo levaria para uma operação ter êxito, para uma operação

01:33ter sucesso dentro da Venezuela.

01:36Já que a expectativa é que, em caso de conflito, a Venezuela responda principalmente com a presença

01:43de milicianos, pessoas espalhadas por todos os cantos do país, que poderiam tornar a vida

01:49das tropas americanas mais difíceis.

01:51Isso aconteceu, como destacou o assessor Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores

01:56nos dois primeiros governos Lula, entre 2003 e 2010.

02:01Isso aconteceu no Vietnã, nas décadas de 60 e 70.

02:05Isso aconteceu, de certa forma, no Iraque, quando os Estados Unidos entraram lá no começo

02:10do século.

02:11Aconteceu também, de maneira parecida, no Afeganistão.

02:14Todas essas situações, os Estados Unidos tinham vantagem militar, mas esses países

02:20tinham uma resistência interna muito grande, que tornou o trabalho norte-americano muito

02:25mais difícil e muito mais longo.

02:27E isso custa dinheiro e também custa popularidade de políticos.

02:31Então, talvez, não seja a opção preferida por Donald Trump nesse momento.

02:36Por isso que talvez os Estados Unidos estejam um pouco ali cautelosos antes de iniciar esse

02:41tipo de ataque, esse tipo de invasão.

02:44Bom, o Celso Amorim afirmou isso tudo que a gente destacou e ele disse o seguinte, a última

02:50coisa que nós queremos na América do Sul é um cenário de guerra na Venezuela.

02:55A América do Sul é um continente conhecido por ser pacífico em relação a conflitos internacionais.

03:01Os países têm seus problemas internos, é verdade, ninguém discute isso.

03:04Mas em relação a guerras contra outros países, é raríssimo, quase nunca visto.

03:09A gente teve, em 1982, a Guerra das Malvinas entre Argentina e Reino Unido, mas foram nas

03:15Ilhas Malvinas que não ficam no continente.

03:18Então, é uma situação muito rara.

03:21Celso Amorim também comentou sobre as relações entre Brasil e Venezuela.

03:25Ele disse que o Brasil rejeita uma possibilidade de troca forçada de regime lá na Venezuela.

03:31E também destacou que as relações entre Brasília e Caracas não são mais as mesmas como

03:38eram antes, mas tão calorosas, tão próximas como eram antes, desde que o Brasil questionou

03:43a Venezuela pelo resultado das eleições presidenciais do ano passado.

03:47A oposição alega que a vitória foi de Egimundo González Urrutia.

03:51O Nicolás Maduro disse que a vitória foi dele e o Brasil não aceitou essa versão, pediu

03:56a apresentação das atas eleitorais.

03:58A gente lembra muito bem dessa história.

04:01Mas Celso Amorim também destacou o seguinte, que a questão do asilo político é praticamente

04:06uma instituição latino-americana.

04:09Muito tem se discutido sobre para onde iria Nicolás Maduro caso ele deixe a Venezuela.

04:14E Celso Amorim falou que se Nicolás Maduro entender que essa é a melhor decisão para

04:19ele e a melhor decisão para a Venezuela, então ele pode sim acabar fazendo isso.

04:24Mas aí Celso Amorim destacou, olha, muitos políticos nos últimos anos, tanto de esquerda

04:29quanto de direita, utilizaram desse artifício, vamos dizer assim, do asilo político.

04:34O Brasil recebeu, por exemplo, o ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que era de direita

04:39inclusive, e ficou aqui no Brasil por muitos anos até morrer em Brasília em 2006.

04:45Então esse de fato é um ponto a ser explorado, mas ele disse o seguinte, não vou falar que

04:49nós receberíamos Nicolás Maduro porque a gente não quer encorajar ninguém nesse momento.

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