- há 2 dias
- #jovempan
- #jornaldamanha
A gerente de meteorologia do Simepar, Sheila Paz, explica os fatores que tornaram o tornado que atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, o mais letal em três décadas no estado.
Sheila Paz detalha que o fenômeno, classificado inicialmente como F2 na Escala Fujita, teve ventos que ultrapassaram os 250 km/h em diversos pontos, o que o eleva para a categoria F3, considerada severa. A intensidade dos ventos, combinada à área atingida (cerca de 90% das edificações em Rio Bonito do Iguaçu foram afetadas) e à densidade populacional, resultou em 6 mortes e mais de 770 feridos.
Assista ao Jornal da Manhã na íntegra: https://youtube.com/live/nKgGYqq1sJY
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalDaManhã
Sheila Paz detalha que o fenômeno, classificado inicialmente como F2 na Escala Fujita, teve ventos que ultrapassaram os 250 km/h em diversos pontos, o que o eleva para a categoria F3, considerada severa. A intensidade dos ventos, combinada à área atingida (cerca de 90% das edificações em Rio Bonito do Iguaçu foram afetadas) e à densidade populacional, resultou em 6 mortes e mais de 770 feridos.
Assista ao Jornal da Manhã na íntegra: https://youtube.com/live/nKgGYqq1sJY
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalDaManhã
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00E o tornado que atingiu o estado do Paraná deixou pelo menos seis mortos, foi o mais letal e trinta anos, o Pedro Trito.
00:07Explica pra gente a causa da chegada desse fenômeno climático na região.
00:17O tornado que atingiu o interior do Paraná e deixou pelo menos seis mortos é o mais letal registrado no estado em três décadas.
00:25Com ventos que ultrapassaram duzentos e cinquenta quilômetros por hora, o evento também foi um dos de maior intensidade já medidos no país.
00:34Mas afinal de contas, o porquê esse fenômeno aconteceu?
00:38O tornado foi formado por uma supercélula, informou o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Estado, o CIMIPAR.
00:46Esse é um tipo especial de tempestade que pode durar até seis horas e percorrer centenas de quilômetros.
00:52No final da tarde de sexta-feira, uma dessas tempestades gerou um tornado sobre o município de Rio Bonito do Iguaçu.
01:00A formação provocou tombamentos de carros, quedas de árvores e também destruiu por completo casas de alvenaria.
01:08Na escala Fujita, que determina a intensidade dos tornados, a tempestade foi classificada como um F2,
01:15quando são registrados ventos entre cento e oitenta e duzentos e cinquenta quilômetros por hora.
01:20Segundo a gerente de meteorologia do CIMIPAR, Sheila Paz, as rajadas ultrapassaram a duzentos e cinquenta quilômetros por hora
01:28em algumas regiões da cidade, o que o elevaram a um F3, ou seja, com ventos entre duzentos e cinquenta e trezentos e trinta quilômetros por hora.
01:37O CIMIPAR possui radares meteorológicos aqui no Paraná.
01:40Eles nos dão suporte para a identificação desses sistemas em tempo real, mas é através deles, da análise desses dados,
01:48que a gente começa a identificar questões mais técnicas relacionadas a essas imagens,
01:53como, por exemplo, quando a gente consegue identificar uma torção, um giro, dentro da própria imagem do radar.
02:00Isso significa que a gente consegue ver uma massa de ar se afastando e outra se aproximando do radar.
02:06Essa torção consegue fazer com que a gente identifique esse movimento circular presente no tornado.
02:15Sheila Paz explicou que a causa do tornado está relacionada à formação de um ciclone.
02:20A ocorrência dele estava relacionada à formação de um ciclone, que é uma área de baixa pressão
02:24que começou a se organizar entre o Rio Grande do Sul e o Oceano Atlântico.
02:30Essa área de baixa pressão se aprofundou e conseguiu também fazer com que uma frente fria mais organizada
02:36avançasse pela região sul do Brasil.
02:39Isso tudo foi muito rápido.
02:40Sexta-feira foi a ocorrência inteira desse evento aqui na região sul do Brasil.
02:46O doutor em meteorologia pelo INPE, Giovanni Dolif Neto, explicou que a região atingida é bastante propícia para tornados.
02:55Para a gente detectar a existência, a presença de um tornado, você precisa de um sistema de radares, né?
03:01Para detectar ali as supercélulas, a assinatura de gancho ali nas imagens de radar.
03:07E a magnitude dele também é muito difícil de estimar.
03:13É um desafio da ciência, né?
03:16E então fica difícil.
03:17Era um ambiente propício para a formação de tornados.
03:20Agora, você dizer qual vai ser a categoria do tornado e a cidade exata onde ele vai se formar, né?
03:28É muito difícil.
03:29O que a gente consegue prever é uma área, uma região.
03:31Nessa região aqui tem chance de tornados.
03:33Mas a exata intensidade dele, o ponto e o instante, isso aí a gente só com minutos de antecedência.
03:40O chefe de operações do Centro de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil de São Paulo,
03:46Tenente Rodrigo Jordão, orientou que, durante eventos extremos, o mais importante é a pessoa não se expor.
03:52A gente orienta que quem está na sua residência, em um ambiente tranquilo, de alvenaria, por exemplo,
03:58Que fique na sua residência. Evite ficar próximo de janelas, de estruturas metálicas, que vai permanecer numa situação confortável.
04:07Se acabou se expondo, foi para uma área aberta, foi para a rua, foi trabalhar num comércio,
04:13Evite, principalmente, ficar em áreas que possam ter queda de árvores, queda de postes de energia elétrica.
04:19Procure um local abrigado, um abrigo como um comércio, uma casa de um vizinho, por exemplo,
04:25Se não deu tempo de chegar na sua residência, e jamais enfrente uma enxurrada, uma inundação.
04:31Segundo um estudo da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp,
04:34A ocorrência de tornados no país é mais frequente do que se imagina.
04:38Entre 1990 e 2011, por exemplo, foram registrados ao menos 205 desses fenômenos em território nacional.
04:47E a tendência com as mudanças climáticas é de aumentar.
04:51E ainda sobre essa devastação na região sul do país, o tornado, os fenômenos climáticos,
04:57A gente vai conversar agora com a Mariana Palota, que é meteorologista do CEMADEM,
05:01Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
05:05Oi, Mariana. Bom dia. Bem-vinda ao Jornal da Manhã.
05:10Bom dia. Muito obrigada.
05:13Mariana, por que ainda é tão difícil prever o surgimento desses tornados e desses fenômenos
05:20que impactam tanto ali na vida dessas pessoas?
05:23Nós vimos que dessa vez, por exemplo, houve uma série de alertas,
05:28mas mesmo assim os alertas não foram capazes de prevenir a morte, por exemplo, de sete pessoas.
05:35Isso, o tornado é um fenômeno bastante difícil de ser previsto.
05:42Ele é muito rápido, ele atinge um ponto muito localizado,
05:46então foi um município que foi atingido aí, mas uma devastação imensa.
05:51Ele tem esse potencial de devastação muito grande,
05:55e ele é realmente muito difícil de ser previsto.
05:57A gente tinha ali uma área que era potencialmente, poderia ser atingida por um tornado,
06:03poderia haver uma formação de um tornado nessa região,
06:06e essa região do sul do Brasil, o centro-sul ali do Paraná, o oeste do Paraná,
06:12de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul,
06:13é uma área climatologicamente propícia à ocorrência de tornados,
06:19ainda que eles sejam pouco frequentes.
06:20Então, a gente tinha ali um combustível todo que poderia dar a formação de um tornado,
06:27mas como a gente disse, ele é muito localizado,
06:29é um fenômeno muito localizado, com uma previsibilidade muito baixa,
06:33então a gente só consegue ter alguma noção de que um tornado está se formando
06:38com uma hora, assim, a minutos de antecedência.
06:41Então, realmente, algum alerta desse tipo,
06:44os sistemas que a gente tem aqui no Brasil de detecção ainda são bastante difíceis.
06:50A gente não tem uma capacidade ainda para detectar e alertar
06:55e ter um plano de evacuação para uma cidade, no caso como o Rio Bonito do Iguaçu,
07:00para tentar evitar esse tipo de tragédia.
07:03Realmente um fenômeno bastante complicado de se prever.
07:07Pois é, diversas pessoas hospitalizadas precisando de cuidados, né?
07:12Seis, infelizmente, morreram.
07:13Mas, Mariana, qual que é a diferença de furacão, tornado,
07:17e como eles se formam também pelo nosso país?
07:19Porque antes a gente não tinha registros, né?
07:21No Brasil de intercorrências como essas.
07:26É, como eu te disse, o tornado, ele tem ali, acontece, né?
07:29Nessa região da região sul, ele é pouco frequente, mas ele acontece.
07:33A gente tem alguns registros muito pontuais, a gente tem registros ali
07:37na região do Paraná de 2015, em Xancherê em 2015,
07:42que é um município de Santa Catarina, do oeste de Santa Catarina,
07:44foram tornados também ali na ordem de categoria de F3,
07:48que foi esse que aconteceu em Rio Bonito do Iguaçu.
07:50Então, não são fenômenos incomuns, eles acontecem, apesar de serem pouco frequentes.
07:55Um tornado, ele é uma região de ventos muito intensos, né?
08:02Que giram ali com bastante intensidade, mas é um fenômeno bastante local.
08:06Um ciclone, que foi o caso, o ciclone astrotropical,
08:09que foi o que deu o combustível para que esse tornado se formasse, né?
08:13Foi uma frente fria, oriunda da formação desse ciclone,
08:17que gerou as áreas de instabilidade que ocasionaram esse tornado.
08:22O ciclone, por exemplo, ele já é um fenômeno de escala muito maior.
08:27Ele ali ocupou, ele se formando, ele se ocupou ali da costa
08:31desde de Santa Catarina até São Paulo.
08:34Então, ele é um fenômeno muito maior, com ventos muito mais sustentados,
08:38que duram muito mais tempo e que não são tão intensos assim, né?
08:43Então, são ventos que têm uma intensidade muito menor.
08:46O ciclone estava na ordem ali de 100 km por hora, mais ou menos,
08:49o que fosse atingir a costa.
08:50E o tornado, localmente, gerou ali ventos na ordem de 250 km por hora.
08:55Então, são magnitudes diferentes.
08:57Apesar do ciclone ser um fenômeno mais amplo,
09:01ele causa ventos um pouco menos intensos.
09:04E o furacão, o furacão, o tornado, no caso,
09:07é um fenômeno local com ventos muito intensos, né?
09:11Muito intensos localmente.
09:12O furacão, ele é um ciclone tropical.
09:16E ele tem, realmente, uma ocorrência muito, muito, muito baixa
09:19aqui na costa da América do Sul.
09:21A gente tem registro de um furacão, né?
09:24Um ciclone tropical, que é o Catarina, de 2003.
09:27Esse é o único registro que a gente tem aqui na América do Sul.
09:30Na América do Sul, não, né?
09:31Aqui na região sul do paraíso, no centro-sul da América do Sul,
09:35é o que a gente tem registro, né?
09:37De furacão.
09:39Então, é realmente um fenômeno bastante raro.
09:41E outra magnitude também.
09:43Ele é um ciclone tropical, que também atinge vários quilômetros.
09:48Normalmente, se forma em regiões oceânicas.
09:50E os que são mais frequentes, que são ali na costa da América do Norte,
09:54na região do Caribe.
09:55Esse, sim, ali é uma região bastante frequente de ocorrência de ciclones.
09:59Ciclones tropicais, no caso, furacões, né?
10:01Então, são fenômenos de magnitudes bastante diferentes.
10:04Um furacão, por exemplo, atinge uma área muito maior
10:08durante vários dias, com muita chuva e com muito vento sustentado.
10:12Então, fica ventando, ventando, ventando.
10:13Não é esse fenômeno local, que, assim, em questão de minutos,
10:16devassa e acabou.
10:18Agora, Mariana, de que forma as mudanças climáticas
10:21têm promovido cada vez mais esses fenômenos?
10:25Antes, a gente não via eles tão frequentes no Brasil.
10:29Por que eles estão vindo cada vez mais para cá, para o nosso território?
10:33Existe uma explicação e, principalmente, na região sul do país?
10:38Os extremos de todos os extremos no mundo, né?
10:43Assim, tanto de chuva quanto de eventos, como, no caso, tornados furacões,
10:49eles são potencializados pelas mudanças climáticas.
10:51Então, a gente tem aí um aquecimento do planeta como um todo,
10:56sustentado aí nesses últimos anos, né?
10:58A gente tem registrado, ano após ano, recordes de temperatura.
11:01E esse aquecimento anormal do planeta potencializa esses extremos.
11:05Então, a gente acaba registrando aí.
11:08A gente tem, nos últimos anos, registros de ondas de calor muito intensas,
11:11de chuvas muito intensas.
11:13Então, o calor, esse aquecimento do planeta,
11:18uma maneira de ele tentar, do planeta, tentar se estabilizar
11:24é justamente jogando para esses extremos.
11:26Então, por isso que agora a gente tem um pouco mais de percepção
11:30de que está ocorrendo mais eventos extremos,
11:33porque, assim, a gente tem esse aquecimento aí do planeta nos últimos anos.
11:36É, e a gente está na realização da COP30, né?
11:39Que realiza as tratativas para que a gente minimize esses impactos
11:44causados pelas adversidades climáticas.
11:46Antes, até a gente via também, né?
11:49Chuvas que eram volumosas em determinados locais, tudo,
11:52só que não tinha um espaçamento.
11:53Eu mesmo já fiz reportagem, por exemplo,
11:55numa mesma propriedade, onde chove em determinado ponto
11:58e cerca de 5 quilômetros adiante não choveu nada.
12:02Então, o pasto fica numa diferença, assim, realmente gritante.
12:05A gente vai ver cada vez mais isso, caso a gente não tome medidas também
12:09para minimizar esses impactos?
12:12É, minimizar impactos num cenário de mudanças climáticas
12:16é uma coisa bastante difícil de a gente conseguir ver de um dia para o outro, né?
12:23Então, são medidas que a gente tem que ir tomando com o tempo,
12:25a gente entendendo o tempo e o clima, como as coisas estão evoluindo
12:30e tentar começar a se preparar para esses tipos de eventos extremos, né?
12:35Então, sempre tentar procurar órgãos governamentais
12:39para saber melhores previsões, tentar se planejar ao máximo,
12:43se planejar para os riscos também.
12:45Então, tanto riscos em questão de agricultura, né?
12:49Que é uma das... dos carros-chefes aqui, né?
12:52Da economia do nosso país, né?
12:54Para tentar se preparar a previsão de tempo,
12:56apesar de ser tão difícil, né?
12:59Com tantos eventos extremos aí acontecendo,
13:02a previsão de tempo tem se aprimorado cada vez mais ano após ano.
13:05Então, tem uma confiabilidade muito grande,
13:07também ajuda bastante nesse tipo de situação, né?
13:11Esse fenômeno mesmo do ciclone, apesar do tornado ser um fenômeno,
13:15como te disse, baixa previsibilidade,
13:17o ciclone, com todo o seu impacto que causou aí por onde ele passou, né?
13:25Foi muito bem previsto, né?
13:27Os órgãos de defesa civil, de todos os âmbitos,
13:32desde o municipal até o federal, emitiram alertas, vídeos à população.
13:38Então, isso já ajuda, é uma maneira de ajudar.
13:41Tanto, assim, a parte de agricultura,
13:43quanto a parte social das pessoas e tudo mais,
13:46para todo mundo se proteger,
13:47para todo mundo ficar atento ao que possa acontecer
13:50em relação ao tempo e ao clínio.
13:52Muito obrigada, Mariana Palota,
13:54que é meteorologista do Semadem, pelas informações.
13:58Muito obrigada, bom dia.
Seja a primeira pessoa a comentar