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  • há 2 dias
A presidente do Supremo Tribunal Militar e um ministro da corte voltaram a entrar em polêmica sobre o pedido de desculpas feito pela morte do jornalista Wladimir Herzog.

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Transcrição
00:00É, eu acho que é o que eu disse aquele dia. Na verdade, é só para corrigir, quando eu disse que me causava uma pena a senhora não estar presente na hora do lê, porque estava acabando a semana, o pronunciamento tinha sido no sábado, se não me engano, e aí eu não teria oportunidade de hoje, realmente não seria oportuno, até porque eu não sabia se a senhora viria.
00:16Enquanto a senhora está aqui no dia 29, a senhora presidiu a sessão, somente dois julgamentos. A senhora se ausentou por volta das 18 horas e não voltou mais para fazer o encerramento.
00:23Exatamente, para que o ministro Benzi, a sua despedida, pudesse presidir antes de partir, só para esclarecer àqueles que nos ouvem.
00:33Eu sei, ministro, mas é o seguinte, por isso que nós não falamos no dia 29 com a sua presença, porque a senhora não abriu a sessão, começou o julgamento, a senhora chegou no meio da sessão, agora antes do julgamento, com a deferência do ministro Benzi, claro, e é bonito, fiquei super emocionado, mas não houve a oportunidade.
00:47Achei até que a senhora viesse no dia 30, na quinta-feira, mas a senhora não veio, como não veio o Brigadeiro José ali também, é isso, mas é só por isso, é só por questão de oportunidade.
00:53Então, não tem dolo no fato de eu ter feito, tanto que eu comecei o meu pronunciamento muito chateado por a senhora não estar presente, porque eu sou pula de caça, eu sou militar, eu sou muito ético e sou muito transparente, a senhora sabe disso muito bem,
01:05porque nós tivemos outras conversas a respeito de pensamentos divergentes e de maneira muito clara, muito honesta.
01:11Enfim, mas eu tinha que registrar porque realmente me incomodou e disse naquela ocasião que o tema, eu estava falando apenas em meu nome, eu não estava falando o nome de ninguém, entendeu?
01:22E acho, e continuo hoje e reafirmo aí dentro da manifestação, tudo o que disse.
01:28O seu currículo é maravilhoso, ninguém tem dúvida disso, a senhora tem competência técnica para estar em qualquer lugar aí, dando aula, dando palestra e tudo.
01:35Mas, com relação à história do tribunal, acho que a sua referência, quando fala na sua condição pessoal, a senhora não falou na sua condição pessoal,
01:42porque está tudo gravado, está na internet aí, a senhora falou na qualidade de presidente da corte, venho pedir perdão.
01:48A senhora está pedindo em meu nome e eu não lhe dou essa delegação, continuo não dando.
01:53E olha...
01:53Eu quero, eu não tenho nada a falar em nome de vossa excelência.
01:56Ótimo, então é só pedir para registrar, não pedi nem para a senhora concordar, não pedi nada disso.
02:02Agora, a senhora fala que isso é misógino, se tiver sentado outra pessoa...
02:04O ministro não é, o ministro Joseli também fez algumas declarações que eu não gostei, que eu não concordei e fui lá e conversei com ele muito claramente sobre o tema.
02:12É isso, e é homem, eu acho.
02:15Então, é só isso, nós estamos na mesma...
02:17Agora, a senhora está confundindo o que? É misógino?
02:19Mas, eu não vou entrar nessa declaração, a senhora pode achar o que a senhora quiser.
02:22Eu realmente não ligo muito.
02:24Eu só estou dando só uma correção ao tema do que foi falado aí.
02:28Então, eu reafirmo que não dou, e até sugiro a senhora, porque eu recebi também muitas manifestações, ministras.
02:34Me surpreendeu, porque eu não queria que tivesse a repercussão que teve.
02:37Não é meu intento ir para a internet, eu não tenho rede social, não tenho nada disso.
02:40Eu só queria me registrar em ata, porque acho que os registros, poucos que fizemos em reuniões particulares que nós tivemos, a senhora não me escutou.
02:46Entendeu?
02:47Quando tivemos, tivemos uma reunião de ministros na sua sala, onde eu coloquei alguns conceitos que divergiam da senhora.
02:52Não com esse tema, porque esse tema aconteceu na sexta-feira.
02:54Mas, enfim, eu só achei que tinha que registrar em ata para deixar muito claro o meu posicionamento.
02:59Mas, a senhora sabe o que eu sugiro?
03:01Para ser muito, assim, acho que a gente nem deve discutir, assim, faça uma reunião na sua sala e pergunte quem concorda que a senhora fale em nome do tribunal.
03:07Ah, então não faz.
03:08Porque seria interessante escutar quem é que concorda com a senhora fale em nome do tribunal.
03:12Eu acho isso, acho aquilo.
03:13É só isso.
03:14É mais fácil na reunião privada.
03:16Por mim, pode fazer até aqui, porque eu já manifestei a minha opinião.
03:19Mas, em nome da senhora, sugiro fazer uma reunião fechada, close, só de ministros, para perguntar o que acham dessa coisa que projeta o tribunal de uma maneira muito negativa.
03:32E eu não vou ficar alimentando isso porque não faz o menor sentido.
03:34Eu só pedi para registrar o meu posicionamento.
03:37E peço ver quem pensa diferente.
03:39E me submeto ao colegiado, submetendo nessa consulta que a senhora se resolver fazer aí, a minha posição for minoritária, mas eu gostaria que fosse uma coisa binária, concorda ou não concorda, né?
03:49Eu me submeto ao colegiado como sempre me submeti.
03:52Ah, e com relação ao caso do Muquiz, quando a senhora coloca, é caso concreto que ainda está aberto.
03:56Então, mas o seu voto está aberto, meu voto está aberto.
03:58Mas, na verdade, o seu voto é minoritário com relação ao plenário, não em relação ao ministério Amaral.
04:03O ministério Amaral é o relator, mas o plenário decide o diferente da senhora.
04:07Muito obrigado.
04:08Bem, as considerações de V. Exª serão registradas.
04:13Reitero mais uma vez que falei na primeira pessoa investida do munos constitucional que tenho, não é?
04:20E, nesse sentido, não abrirei mão.
04:23E só digo o seguinte, que pedir perdão é necessário e que perdoar é necessário.
04:28Então, ministro, eu não retrucarei briga com briga nem ofensa com ofensa.
04:33Porque a paz não se aproxima daquele que a quer, mas também daquele que a produz.
04:38O sentido do gesto que pratiquei no ato público interreligioso, realizado na Catedral da Sé, em São Paulo, em 25 de outubro, por ocasião dos 50 anos do assassinato sob tortura do jornalista Vladimir Herzog.
04:55Naquela cerimônia, pedi perdão falando em meu nome, na condição de presidente do Superior Tribunal Militar, a todas as vítimas de graves violações de direitos humanos à sociedade civil e à história do país.
05:11Tratou-se de gesto eticamente republicano e constitucionalmente afinado, com a memória, a verdade e a não repetição de violências.
05:21Certa de que a dor transpassa o coletivo e que, muitas vezes, como eu e muitas famílias, tem registros de lágrimas derramadas por familiares martirizados pela ditadura.
05:33Diferentemente das palavras pronunciadas por sua excelência, o ministro-tenente Brigadeiro do Ar, Carlos Augusto Amaral Oliveira, conheço bem a história.
05:44Uma memória bem catalogada, onde não há dúvidas sobre os seus contornos.
05:49Obrigado.
05:50Obrigado.
05:51Obrigado.
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