Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o economista da SaraInvest, Alex André, alerta que o baixo índice de desemprego do IBGE esconde a alta taxa de informalidade. Este cenário de precarização reduz a produtividade, a arrecadação e freia o avanço da tecnologia no mercado de trabalho.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/Pujmwjk51hs

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Siga o canal Jovem Pan News no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#JornalJovemPan

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Obrigado, Rodrigo Viga. Eu quero conversar agora com o economista Alex André, da Sara Invest, que está aqui conosco.
00:06Alex, bem-vindo, prazer compartilhar a tela contigo mais uma vez, meu amigo.
00:09E eu quero saber a sua avaliação, porque nós vimos também a ministra do Planejamento, Simone Tebbit,
00:14até se adiantando aos números do IBGE e fazendo uma publicação antes da hora nas redes sociais,
00:19que ela acabou apagando depois, para comemorar esse índice muito baixo de desemprego
00:25e o menor índice desde o início em que eles começaram a fazer essa medição, que foi lá em 2012.
00:32Dizendo que, justamente ressaltando que a economia estava a todo vapor, que o Brasil estava caminhando muito bem.
00:39Mas eu queria que você trouxesse a análise também desse dado positivo relacionado à queda no desemprego,
00:44ao mesmo tempo em que há necessidade também do corte de gastos no poder público.
00:51Exatamente, Evandro. É um prazer estar aqui com a audiência da Jovem Pan essa noite.
00:54Exatamente. O mercado de trabalho, apesar de ter o desemprego muito baixo,
00:59nós temos um desafio muito grande de benefícios sociais.
01:02São 441 bilhões de reais que o governo brasileiro gasta para manter todos os gastos sociais para o Brasil inteiro.
01:11São 94 milhões de brasileiros. A gente está falando aqui de praticamente 44% da população,
01:17que depende basicamente do sistema do governo para ter a sua renda no seu dia a dia.
01:24De um ou dois ou três benefícios sociais. Claro que o maior deles é o Bolsa Família, que abrange a maior parte desse número.
01:30Eu acho que um ponto importante, além dos dados que foram divulgados, que nós comentamos aqui,
01:36é a gente entender que a informalidade continua. A informalidade é muito alta perante aqui os dados de emprego no Brasil.
01:42mesmo que nós tenhamos aí um número baixo e recorde em relação ao desemprego,
01:47acaba traduzindo-se um Brasil que tem aí uma informalidade alta, que tem uma renda muito baixa,
01:53uma produtividade muito baixa.
01:55Então, logicamente, que atrasa muito em relação ao crescimento econômico de forma sólida,
02:00porque o que nós vemos aí tanto de crescimento econômico trazido pelo PIB, por exemplo,
02:04é muito colocado pelo governo. O governo acaba gastando muito, colocando dinheiro na mão do povo,
02:10o povo consome e isso traz ali um certo dinamismo da economia de forma que não é sustentável.
02:18Ou seja, não é um setor produtivo, de fato, a indústria, o comércio, o varejo.
02:23Até que o agro puxou agora os últimos números do emprego,
02:26mas a gente sabe que, no geral, a conjuntura não está tão boa assim.
02:29Foi explicado também em relação a juros, os juros a 15% desestimulam o crédito,
02:34desestimulam o investimento, desestimulam o crescimento do emprego.
02:38Então, isso acaba trazendo pontos de atenção para a economia brasileira, Evandro.
02:42E, Alex, você está otimista com as propostas que têm sido apresentadas pelo ministro da Fazenda
02:47e com a maneira como ele está conduzindo o debate para amarrar projetos que visem a arrecadação,
02:55mas também o corte de gastos.
02:56Eles seriam suficientes para tentar azeitar um pouco mais as contas públicas para o próximo ano?
03:04Não, eu não concordo.
03:05Eu vejo que o ministro da Fazenda tem colocado no seu discurso um corte de gastos,
03:10mas até agora ninguém viu isso.
03:12Ou seja, o discurso não casou com a prática.
03:14Ao contrário, ele sempre tenta arrumar um novo jeito de taxar os brasileiros.
03:19Nós vimos agora a MP303, quase essa MP foi vigorada,
03:24a Câmara chegou a derrubá-la e isso ia trazer mais aumentos de impostos,
03:29ou seja, de estimular o setor tanto do agro quanto do setor imobiliário,
03:33entre também outros setores que poderiam ser tarifados.
03:36E o EF foi uma grande aberração, que nós vimos aí, a Câmara derrubando, o STF sancionando,
03:43o que até que salvou parcialmente o governo.
03:45Mas o governo precisa fazer eficiência, Evandro.
03:48O governo precisa, de fato, não é só cortar na carne o orçamento.
03:51Ele precisa, logicamente, colocar o orçamento do governo de forma que não tenha mais gastos sociais,
03:58mas que, logicamente, consiga enquadrar todas as obrigações que nós temos,
04:04tanto em relação ao orçamento do governo federal,
04:07que cabe ao próprio governo entender que não consegue mais colocar nenhum gasto adicional.
04:13Então, o governo tenta taxar para, logicamente, fazer o quê?
04:17Gás do povo, que aí quer distribuir gás, quer fazer novos subsídios na conta de luz,
04:22e isso acaba encarecendo para quem? Para o nosso bolso.
04:25A gente acaba pagando mais impostos e a economia, de fato, não fica sustentável,
04:29não fica saudável, porque cada vez mais o povo depende do Estado.
04:33E aí o povo dependendo do Estado, o Estado inchado, muito endividado,
04:37não consegue crescer, e aí o Banco Central precisa subir os juros
04:40para conter esse aumento de preços, estimulado com uma população que gasta com dinheiro do Estado
04:46sendo distribuído, e isso não é distribuição de riqueza.
04:49Distribuição de riqueza é distribuição de oportunidades, investir mais em saúde, mais em educação,
04:55e isso, para esse dinheiro ter maior destinação correta,
04:59o governo precisa de trazer uma equiparação, de fato, dos gastos sociais,
05:04e isso precisa ser refeito. Olhar os gastos sociais, fazer um peito fino,
05:09olhar também os super salários, olhar ali um ponto também muito crucial com o fundão eleitoral,
05:14que ninguém se discute. São vários temas aqui que precisam ser refeitos
05:18para justamente caber o orçamento que, de fato, precisa ser feito,
05:22que é gastar a política pública sendo bem eficiente.
05:25Alex, só para a gente finalizar, nós registramos uma semana de recordes aí na Bolsa de Valores,
05:30com uma certa manutenção ou até redução na cotação do dólar aqui no país.
05:36O Pablo Speyer, que costuma participar do 3 em 1, nosso tourinho,
05:39levou o touro de ouro praticamente todos os dias ali para o estúdio,
05:43e eu quero saber de você o que esse movimento indica,
05:45quais foram as características que levaram a recorde atrás de recorde ao longo da semana.
05:50Perfeito, Evandro. O que trouxe a Bolsa em patamar recorde,
05:55lembrando que a Bolsa brasileira subiu acompanhada da Bolsa americana também.
06:00As Bolsas americanas subiram batendo recordes atrás de recordes,
06:03motivada pelo corte de juros do Banco Central americano.
06:06Como os Estados Unidos é a maior economia do mundo e as taxas de juros já estavam altas por lá,
06:11o Banco Central americano continuou ali fazendo o seu corte de juros,
06:15mesmo que a próxima reunião do Banco Central, que será em dezembro para decidir
06:20o próximo corte de juros ainda esteja em aberto,
06:22a taxa de juros que já foi diminuída lá nos Estados Unidos
06:25atrai capital de risco não só na principal economia do mundo,
06:29mas para países emergentes.
06:30Então nós vimos um fator que nós chamamos aqui na linguagem mais técnica de top down,
06:34ou seja, de cima para baixo, ou seja, que não tem nenhum efeito micro da economia,
06:38ou seja, não foi uma inflação mais baixa agora,
06:41não foi uma queda de juros aqui no Brasil,
06:43até porque, como foi colocado, nós não temos perspectiva de corte de juros tão claras aqui no Brasil,
06:49mesmo com a taxa de juros tão alta e mesmo com a inflação aqui no Brasil sedento.
06:53Então o que nós vimos de dólar mais baixo e bolsa batendo recorde
06:57foi meramente um fator macroeconômico vindo lá de fora, vindo do exterior,
07:01com perspectivas mais positivas vindo dos Estados Unidos
07:04e logicamente aumentando o apetite a risco global.
07:07Interessante. Alex André, obrigado, viu?
07:08Até a próxima, a gente se vê.
07:10Obrigado, um grande abraço.
07:12Até mais.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado