Brasil abre quase 149 mil vagas de trabalho em maio, diz Caged; Deysi e Trindade comentam

Jovem Pan News

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O Brasil gerou 148.992 vagas de emprego com carteira assinada no mês de maio, segundo os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Deysi Cioccari e José Maria Trindade comentaram.
Apresentadores: Roberto Nonato e Soraya Lauand
Comentaristas: Deysi Cioccari e José Maria Trindade

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00:00O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 148.992 vagas com carteira assinada em maio.

00:10O salário médio de admissão de novos empregados registrados recuou para R$ 2.248,71 no mês.

00:20Queda de R$ 10,98 em relação a abril.

00:23Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o CAGED.

00:29E foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

00:33Para a gente repercutir, portanto, esses dados do CAGED, novamente a gente chama aqui os nossos comentaristas,

00:39a Deise Siocari e também José Maria Trindade.

00:42Zé, queria começar te ouvindo porque esses dados refletem exatamente o quê?

00:48A força do mercado de trabalho, mas por outro lado, acho que a gente precisa analisar também

00:53que esse crescimento, de uma certa forma, traduz em despesa, aliás, em receita para pagar as despesas do governo?

01:04Pois é, o mercado de trabalho brasileiro vive uma divisão muito clara.

01:09Recentemente, um empresário falou que é um sacrifício contratar no Brasil,

01:14há dificuldade para contratar, é como se as pessoas não estivessem querendo trabalhar,

01:19não trabalhar, para receber Bolsa Família e outros penduricalhos, que é a assistência social.

01:26Ora, todo o país do mundo, por mais desenvolvido que seja,

01:30tem lá a sua fatia de pessoas que não se enquadram no sistema e que devem receber, sim, uma ajuda do governo.

01:39Mas só que no Brasil aumentou muito essa fatia, ou seja, existem pessoas que estão penduradas,

01:47sim, no Bolsa Família, não são todos, que não querem trabalhar porque acham que está muito bem.

01:52Agora, o mercado de trabalho está com uma ocupação boa, ou seja, a qualquer momento no Brasil

01:59que alguém quiser trabalhar num desses salários mais baixos, salário mínimo, por exemplo,

02:05ele vai encontrar emprego, daí a dificuldade de contratar.

02:08Mas aí vem o salário, olha só, caiu a massa salarial, caiu a média salarial.

02:14E quando cai a média salarial, fica difícil de contratar realmente.

02:18Esses dados do Caged são oferecidos pelos empregadores, né?

02:22São cadastros feitos pelos patrões, sobre registros.

02:26Então, ele não é uma invenção, não é uma mentira, é a realidade no mercado de trabalho.

02:33Então, resumindo, o mercado está contratador, mas os salários não estão atrativos.

02:38E por quê?

02:39Porque é impossível transferir um aumento salarial assim para o consumo final.

02:46Os consumidores não vão admitir isso.

02:49Até aí a encruzilhada que vive o momento atual do trabalho no Brasil.

02:54É um dado importante, né?

02:57Um dado importante esse de vagas de trabalho e que, estranhamente, não está se refletindo

03:03na posição do governo na sociedade, ou seja, na aceitação do governo.

03:08É um sinal de que as pessoas estão encontrando emprego, mas não estão gostando dos empregos, né?

03:14É preciso melhorar a qualificação e procurar empregos melhores.

03:19Ô, Deise, queria te ouvir exatamente nesse ponto que o Zé traz aí na parte final da explanação dele,

03:24que é a questão da popularidade do governo ou do presidente Lula.

03:28Os dados do desemprego em baixa, né?

03:31Com um índice bem aceitável, quase um pleno emprego,

03:35mas, de qualquer modo, isso não se reflete politicamente para o governo.

03:39Por que é que isso ocorre, hein, Deise?

03:40Bom, Nonato, em primeiro lugar, a gente tem uma questão aí de comunicação, né?

03:46Porque, na verdade, no acumulado foi a criação de mais de um milhão de vagas de emprego, né?

03:51Isso é extremamente importante.

03:53Como o Zé pontuou ali, o salário médio, ele ficou abaixo,

03:57o salário de admissão, né?

03:59Ele ficou abaixo do mês de abril e de maio de 2024,

04:020,04% em relação a maio do ano passado.

04:05Isso é um ponto importante.

04:06Mas a gente tem um fato aqui que é novo nesse governo,

04:10que é a criação de trabalhos, uma criação constante de emprego, né?

04:15E isso acaba colocando as pessoas no mercado formal.

04:18É claro que essa renda um pouco mais baixa,

04:21ela acaba mostrando que o trabalhador médio,

04:23ele não consegue consumir e sustentar a economia girando.

04:27Mas a gente tem pontos positivos, sim,

04:29que é justamente essa continuidade na criação de empregos.

04:32Isso aponta, é um dado muito importante,

04:35que é a recuperação do mercado formal, né?

04:38Isso é um dado que o Palácio do Planalto ainda não tinha.

04:41Então, falta um pouco de comunicação aí,

04:43de trabalhar isso, né?

04:44Parar um pouco com essa coisa de ricos contra pobres

04:47e prestar atenção no que realmente está funcionando, né?

04:50E aí tem um desempenho setorial e regional aí

04:53que é muito importante,

04:54que indica um crescimento consistente e,

04:58que é aquilo que a gente sempre fala aqui, sustentável.

05:00Isso é extremamente importante.

05:02Então, o que o governo tem que prestar atenção agora

05:04é nessa desaceleração em relação ao mês de abril, né?

05:07Isso pode ser um indício de alguns momentos de ajuste

05:10e aí o governo tem que se antever a isso

05:12e fazer esses ajustes em relação ao ritmo de criação de vagas.

05:17E essa estagnação dos salários de admissão,

05:20ela traz um ponto importante para o governo avaliar,

05:23que são as preocupações sobre a qualidade de vida.

05:25Mas, no geral, é um dado muito importante e positivo

05:28que merecia ser melhor trabalhado pelo Palácio do Planalto.

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