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O Brasil vive um novo momento de tensão econômica. A crise fiscal e a piora nas contas públicas pressionam o governo e preocupam o mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta justificar os problemas apontando para gestões anteriores, enquanto especialistas alertam para os riscos de desequilíbrio nas contas. A economista Gecilda Esteves, do Ibmec RJ, analisou.

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Transcrição
00:00Eu quero falar agora da piora fiscal recente no PIB brasileiro, que ligou o sinal de alerta para muitos especialistas.
00:08A crise fiscal está batendo a porta com um possível descontrole dos gastos públicos.
00:13Sobre esse cenário, eu quero conversar aqui com a economista Gessilda Esteves, que é professora do IBMEC Hill.
00:19Professora, seja muito bem-vinda. É um prazer recebê-la aqui no nosso Jornal Jovem Pan este fim de semana.
00:24Gostaria de já começar perguntando a sua análise sobre as falas recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
00:29colocando muito da responsabilidade que o governo encara hoje nas gestões anteriores, principalmente na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:37Você entende que esse foi um problema que foi herdado ou há também muito de descontrole fiscal protagonizado na gestão atual? Boa noite.
00:50Boa noite. Entendo que é uma questão dual.
00:54A gente tem uma história de fato, historicamente, gestão após gestão, a gente tem presidentes que não tomam as medidas fiscais necessárias
01:10para que o Brasil realmente entre no prumo e que o déficit seja tratado de uma forma que não é tão agradável aos eleitores, de maneira geral.
01:24E tem as questões do governo atual.
01:26Então, não dá para colocar só numa lógica de descontrole da gestão atual,
01:32mas também seguiu-se o rumo.
01:37Eu digo que não dá para colocar só nessa gestão, porque a gente tem aí, desde o início da gestão atual,
01:44uma proximidade muito grande, por exemplo, com órgãos de controle, o TCU chegando muito junto,
01:49a CGU chegando muito junto e, principalmente, o TCU fazendo um pacto de acompanhamento das contas públicas
01:56de maneira muito pari-passo.
01:59Mas, essa questão do déficit fiscal é uma questão já que vem atravessando aí quadriênios
02:07e, em algum momento, seja nessa gestão ou na próxima ou, enfim, em alguma gestão futura,
02:14algum presidente vai ter que tomar algumas medidas que vão ser impopulares, inclusive, para ambos lados.
02:23Vão ser impopulares, tanto para grupos mais abastados, mas também populares para grupos menos favorecidos.
02:31E, professora, ao longo dessa semana a gente acompanhou a derrota do governo em relação à MP que substituiria o IOF.
02:38E o governo dizendo que o Congresso não atingiu a gestão 3 de Lula, mas sim o povo brasileiro.
02:45Por outro lado, há uma crítica do governo colocar como base apenas medidas arrecadatórias
02:52e não falar em nenhum momento no corte de gastos.
02:55Que avaliação que a senhora faz?
02:59Não dá.
03:00Assim, é matemática.
03:02Quando a gente pensa em orçamento público, a gente precisa pensar numa lógica matemática.
03:08Às vezes eu fico um pouco irritada quando as pessoas falam assim,
03:12ah, não tem educação financeira no Brasil.
03:15Não é o tema, mas eu vou chegar lá.
03:16Não tem educação financeira no Brasil, eu falei, gente, matemática básica,
03:20as pessoas aprenderam de primeira a quarta série.
03:23Então, é a mesma coisa.
03:25Não dá para ter o déficit que se tem e não discutir duas coisas,
03:32porque não tem uma outra forma.
03:35Para eu eliminar, ou eu vou manter o gasto e aumentar a arrecadação,
03:40ou eu vou manter a arrecadação e o gasto.
03:46Não tem uma outra forma de eu conseguir equilibrar as contas públicas.
03:51E nenhuma das duas formas são formas agradáveis.
03:55Nenhuma das duas.
03:57Essa semana a gente viu muita gente falando,
03:59ah, o Brasil tem uma taxa alta.
04:02Gente, tem outros países que têm taxas mais altas.
04:04A questão é retorno que se dá,
04:07a questão é se isso é mais uniforme para toda a população,
04:13ou é só para um percentual dessa população.
04:17Mas não dá para discutir a questão de desequilíbrio fiscal
04:22sem medidas que sejam impopulares.
04:25De fato, a derrubada da MP303
04:29foi uma perda importante para o governo.
04:31E aí a gente tem, por exemplo, uma questão que eu considero temerária.
04:37Se enviou uma pelo a 2026,
04:40levando em consideração que não haveria derrubado de uma medida provisória.
04:44É verdade.
04:45Ora, a medida é provisória.
04:48Então, eu já tinha que ter pensado em alguma alternativa
04:53caso a medida caísse.
04:55A medida caiu.
04:56Ah, então agora a medida caiu, etc e tal.
04:58Então, agora que a medida caiu, eu vou ter que pensar em uma outra coisa.
05:03Ou seja, eu realmente vou ter que pensar em uma reestruturação de gastos.
05:08Não dá para continuar sem a gente pensar em uma reestruturação de gastos.
05:16E definir, de fato, aquilo que é prioritário para a nação.
05:20E se dentro dessa perspectiva, daquilo que é prioritário para a nação,
05:25se elencar lá elementos A, B e C, infelizmente, DEF não vão poder ser atendidos.
05:33E talvez, para se manter medidas que abarcam uma parcela menos provida da população,
05:42eu vou ter que cortar outras despesas.
05:45A conta é bem simples, é matemática.
05:48Um mais um dá dois, dois menos um dá um.
05:51Não tem como dois menos um dá três.
05:53Então, é de fato uma questão...
05:57A derrubada da medida foi, de fato, uma perda dura para o governo,
06:03que não considerou que perderia, considerou que a medida seria mantida.
06:09A medida caiu e aí, agora, não há desculpa.
06:14A gente vai precisar realmente mexer na estrutura de gastos
06:19e vai ter que tomar medidas que, infelizmente,
06:24num ano que se encaminha para um ano eleitoral,
06:28é um péssimo ano para se tomar.
06:30Poderia ter se tomado antes, não se tomou, vai ter que tomar.
06:33Professora, só para a gente finalizar.
06:35Nos dias mais otimistas da sua vida,
06:37a senhora acredita que, em algum momento,
06:39haverá o corte também de privilégios e penduricalhos
06:41de algumas carreiras públicas aqui no país?
06:43Porque isso também é parte do problema, né?
06:47Não tem jeito.
06:49Vai chegar um ponto que a gente precisa discutir
06:53as questões relacionadas a gasto público
06:57de uma maneira holística.
07:00Não adianta a gente...
07:01A sensação que eu tenho é que a gente fica procurando culpados.
07:05A gente fica procurando ali a azeitona da empada
07:10para dizer que é aquilo que me fez mal.
07:12A gente precisa, né?
07:14Precisa se olhar para os gastos públicos
07:19de uma maneira holística.
07:21Não adianta colocar a culpa no funcionalismo.
07:24Não adianta colocar a culpa em medidas mais populares.
07:27Não adianta colocar a culpa acolá.
07:29É preciso olhar para tudo, entender a lógica do Estado
07:34e entender o que o Estado pode bancar.
07:37O que é que é possível financiar?
07:39O que é que é possível pagar?
07:42O que é que é possível fazer?
07:43E aí, a partir desse olhar
07:46que, infelizmente, vai agradar alguns
07:50e desagradar outros,
07:53tomar medidas que possam realmente
07:55andar na direção do equilíbrio fiscal.
08:00A gente já vem aí há alguns anos
08:03aceitando o desequilíbrio fiscal
08:07que fere a 4.320,
08:10fere a lei de responsabilidade fiscal, etc.
08:14E aprovando-se leis orçamentárias no Congresso
08:20e nas respectivas casas legislativas
08:24dos demais entes federativos
08:26com déficit fiscal.
08:28Ou seja, não dá mais para aceitar
08:32o aumento do endividamento como uma coisa normal.
08:35Em algum momento, a gente vai precisar realmente
08:38tomar uma medida que seja séria
08:40e enfrentar um endividamento de frente
08:42ou, infelizmente,
08:45aquilo que a gente acredita que nunca vai acontecer,
08:48vai acontecer.
08:49O Estado vai quebrar.
08:51Professora Gessilda Esteves,
08:52do IBMEC do Rio de Janeiro,
08:54muito obrigado pelas informações,
08:55pela participação conosco.
08:56As portas estão sempre abertas por aqui.
08:59Muito obrigada pelo convite
09:00e até a próxima.
09:00Tchau, tchau.
09:01Até a próxima.
09:01Tchau, tchau.
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