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As eleições da Argentina acontecem neste domingo (26) entre o partido governista de Javier Milei, La Libertad Avanza, e a legenda da oposição peronista, Fuerza Patria. O programa Jornal da Manhã contou com a participação dos comentaristas José Maria Trindade e Mônica Rosenberg analisam as expectativas para o pleito.

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Transcrição
00:00A gente chama os nossos comentaristas também para avaliar essa situação da Argentina,
00:04hoje a eleição, e a gente chama a Mônica Rosenberg e José Maria Trindade também.
00:10Começando pela Mônica, a gente viu que a situação da Argentina vai realmente de mal a pior em relação à economia.
00:17Já chegou o investimento bilionário dos Estados Unidos, na última semana nós noticiamos isso.
00:23Como é que vai ser daqui para frente se essa eleição realmente não for tão favorável à Milley, Mônica?
00:29Márcia, a questão do eleitor argentino é que ele é muito reativo, então ele é muito machucado pelo passado,
00:35e ele rapidamente, se ele não acreditar na mudança, ele vai jogar no dólar, ele bagunça a economia.
00:42Então essa questão do medo que o argentino tem pode influenciar.
00:46E aí você disse que a economia vai de mal a pior. Na verdade ela vai de pior a mal.
00:51Ela estava muito pior do que está hoje. A inflação caiu muito.
00:55Mas uma coisa que a gente esquece é que inflação significa aumento de preços.
01:01Ter uma inflação que está baixando não significa que os preços pararam de aumentar.
01:06Eles só estão aumentando um pouco mais devagar.
01:09Então a inflação argentina caiu, Milley conseguiu resultados muito importantes,
01:14mas a situação econômica ainda é muito difícil, especialmente para as classes trabalhadoras menos privilegiadas.
01:20Os preços continuam aumentando. Uma inflação que cai de 100 para 50 significa que o preço não dobrou,
01:28mas está 50% mais caro. Então isso que a gente precisa entender.
01:31Continua difícil, continua apertando os cintos lá, e isso pode trazer alguma consequência nessa eleição de hoje.
01:38José Maria Trindade, nessa eleição para a renovação lá do Congresso argentino,
01:45o Milley, caso ele queira continuar implementando suas medidas, vai precisar contar com uma boa votação,
01:51com um bom apoio no Congresso.
01:53É uma espécie de referendo ao governo dele, José?
01:57É exatamente isso. E é o objetivo exatamente da estrutura política da Argentina,
02:03fazer esse tipo de referendo ao presidente da República.
02:08Milley pegou uma Argentina arrasada e tinha mesmo que adotar medidas muito radicais.
02:15E todas as medidas que ele prometeu durante a campanha ele acabou adotando.
02:19São medidas pesadas, né? Redução da máquina pública, redução dos gastos.
02:24Isso acabou atraindo credibilidade ao país.
02:27Só que o buraco na Argentina está muito profundo.
02:30Ele precisa mesmo de ajuda externa.
02:32E essa ajuda dos Estados Unidos criou ali um colchão de apoio muito importante para o Milley.
02:39Só que, politicamente, ele vem incomodando.
02:42Esse tipo de processo político, ele dói, né?
02:47Economizar, pagar dívida, tudo isso dói muito.
02:50É comer, amagrecer. É preciso sofrer.
02:52Sem dor não há ganho, né?
02:55Então, isso provoca-se uma reação muito forte.
02:58Principalmente de setores que estavam ali acostumados a mamar nas tetas públicas
03:03e que ele vem cortando.
03:05Só que o Milley enfrenta denúncias ali de corrupção da sua irmã,
03:09que é a secretária-geral da presidência, que manda no país junto com o Milley.
03:14E isso acabou provocando desgastos.
03:16E também os grupos se reorganizaram, a oposição ao Milley.
03:21Mas a gente vai ficar sabendo aí, nessa resposta das urnas,
03:25se a política dele ainda tem sustentação popular.
03:28Ele ainda tem mandato, mas sem um apoio no Congresso Nacional,
03:32é evidente que fica mais difícil.
03:34Todos sabiam que ele ia ter dificuldades.
03:36Não seria fácil.
03:37Não é fácil reerguer um país que chegou à condição da Argentina.
03:41Então, vamos lá.
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