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Piero Contezini, cofundador da fintech Asaas, relembra a criação da empresa em Joinville e o crescimento que levou a mais de 230 mil clientes e 500 milhões de reais em receita. Ele fala sobre o aporte do fundo Bond, a escassez de engenheiros no país e os planos para alcançar 1 bilhão em faturamento anual. Já Marcello Bastos, sócio-diretor da Farm, conta como a marca carioca se tornou referência nacional e internacional, com lojas em Nova York, Londres e Paris. Ele fala sobre a expansão global, o posicionamento premium e a importância de manter a essência brasileira da marca.
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NotíciasTranscrição
00:00:00Olá, boa noite! Está no ar o Show Business, o mais tradicional talk show de negócios da TV brasileira.
00:00:08E no programa de hoje vamos conversar com o Piero Contezini, cofundador e presidente da ASAS,
00:00:15uma das primeiras fintechs do Brasil focada para atender pequenas empresas e microempreendedores.
00:00:22Vamos receber também Marcelo Bastos, sócio-diretor da Farm, uma das mais importantes marcas de moda no Brasil,
00:00:31com 130 lojas próprias no país e 9 no exterior.
00:00:36Eu sou Bruno Meyer e seja muito bem-vindo ao Show Business que começa em instantes.
00:00:52Ele fundou, ao lado do irmão, uma das primeiras fintechs do Brasil para atender uma demanda de pequenas empresas, microempreendedores.
00:01:03O ano era 2014 e mais de uma década depois, essa startup fundada em Joinville, Santa Catarina,
00:01:12recebeu uma série de grandes investimentos, incluindo o da Vivo, do SoftBank, do Bradesco
00:01:19e mais recentemente foi responsável por um dos maiores aportes recentes da América Latina,
00:01:28quando o fundo Bond investiu 820 milhões de reais no ano passado.
00:01:34Nós vamos conversar com o Piero Contezini da ASAS.
00:01:39Obrigado pela presença aqui em nosso estúdio, Piero.
00:01:42Piero, o cenário macroeconômico, ele é muito sensível para as pequenas e as médias empresas,
00:01:52que é o público que vocês atendem, desde o início.
00:01:56Só que, no entanto, vocês têm crescido.
00:01:59Vocês atingiram, agora, maio, a marca de 500 milhões de reais em receita recorrente,
00:02:08com mais de 200 mil clientes.
00:02:12Qual que foi o segredo?
00:02:14Eu diria que não tem somente uma resposta para essa pergunta,
00:02:20mas nós nascemos em 2014 com uma missão muito focada e, até certo ponto, genuína,
00:02:29de ajudar o pequeno negócio a reduzir o esforço que ele tem em receber dinheiro.
00:02:36E, quando você analisa, como uma pequena empresa, o que ela faz para sobreviver,
00:02:43o principal ponto que ela acaba fechando é por falta de dinheiro.
00:02:49Raramente é por falta de venda, raramente é por falta de produto,
00:02:54quase sempre é por falta de dinheiro no momento em que ela mais precisa.
00:02:58E a nossa ferramenta, ela nasceu com essa ideia de fazer com que um processo que levava dias
00:03:03passa a se levar minutos para que o pequeno negócio pudesse focar nas suas atividades.
00:03:10E a gente foi evoluindo a ferramenta, entendendo as dores desse cliente,
00:03:16muito em receber dinheiro, mandar dinheiro, ter melhor fluxo de caixa através de crédito.
00:03:21Então, o que a gente fez?
00:03:23A gente tornou o pequeno empreendedor mais resiliente aos desafios do dia a dia com a nossa plataforma.
00:03:29Você falou de dor, você falou a palavra que bons empreendedores gostam de usar,
00:03:38porque a partir da dor do cliente, da dor do setor, que em geral vem grandes negócios.
00:03:44E vocês têm mais de 230 mil clientes.
00:03:49Então, talvez você é uma autoridade, muito provavelmente você é uma autoridade
00:03:53sobre esse universo dos pequenos e médios empreendedores.
00:03:57Hoje, Piero, qual que é a maior demanda desses pequenos e médios empreendedores brasileiros?
00:04:05Eu diria que é, com certeza, aumentar a sua produtividade.
00:04:10Porque no final do dia nós estamos num cenário macroeconômico desafiador.
00:04:17E o quanto mais a PME consegue entregar o seu trabalho mais rápido, ser mais ágil, reduzir custos,
00:04:26mais aumenta a chance dela sobreviver no tempo.
00:04:31A plataforma de vocês, desde o início, é uma plataforma de tecnologia,
00:04:35é uma plataforma financeira que ajuda esses pequenos e médios empreendedores.
00:04:43Desde o fluxo do caixa, esse é o business de vocês, é isso?
00:04:46Nós somos uma mistura do que você pode pensar com um banco, junto com um software de gestão
00:04:52e uma série de outras ferramentas para automatizar diversos processos do dia a dia dos nossos clientes.
00:04:57Então, a nossa razão de existir é que ao nosso cliente utilizar a nossa plataforma,
00:05:03seja pela web, seja por telefone, essa PME não tem a necessidade de ter uma conta bancária,
00:05:11de contratar um software de gestão, de contratar um software de CRM, de relacionamento com os clientes.
00:05:17Ele utiliza a nossa plataforma e a gente provém a todas as soluções, sendo nossas ou até de terceiros.
00:05:23Você falou de banco, você se considera um banco?
00:05:26Hoje nós somos classificados como uma instituição financeira, nós temos duas licenças bancárias,
00:05:32uma de instituição de pagamentos e outra de sociedade de crédito direto,
00:05:37que as duas juntas dão para nós a mesma possibilidade de prover serviços financeiros que um banco comercial pode fazer.
00:05:46Eu falei logo no início deste bloco sobre a série de investimentos que a startup do Piero junto do Diego, o irmão,
00:05:55vem recebendo ao longo do tempo e o mais recente aconteceu há um ano,
00:06:00quando o bondo, aquele fundo importante e conhecido, é o fundo dos Estados Unidos, né?
00:06:06Isso, da Califórnia.
00:06:07Aportou ali na startup, na Fintech, 820 milhões de reais. O que foi feito com esse dinheiro?
00:06:17Nós tínhamos três usos principais, temos ainda.
00:06:20Um terço é para aumentar o time, principalmente engenharia e produto, então construir produtos cada vez mais rápido.
00:06:27Um terço justamente...
00:06:29E contratar, contratar engenheiro.
00:06:30Aumentar a equipe. Então, um terço do capital é para isso.
00:06:33Um terço é para capital regulatório, justamente como você bem entendeu.
00:06:39Nós temos essa característica de banco, então a gente precisa deixar um dinheiro guardado
00:06:45como uma espécie de garantia para o Banco Central.
00:06:48E um terço para a compra de outras empresas.
00:06:51Então, vem aquisições aí.
00:06:52Estamos estudando e sempre procurando.
00:06:55Piero, você falou de contratação de pessoas, especialmente contratação de engenheiros.
00:07:00A gente já trouxe duas vezes aqui, recentemente, esse tema de engenheiros no Brasil.
00:07:08Porque a gente, inclusive, recebeu pesquisas sobre um fenômeno recente acontecendo no Brasil
00:07:14do baixo interesse pelo curso de engenharia no país.
00:07:20Tem até um número, 12%, que para mim eu fiquei impressionado com esse valor.
00:07:24Você percebe isso no seu dia a dia?
00:07:28Você que tem recrutado engenheiros no país?
00:07:32Temos bons engenheiros novos, jovens, no mercado?
00:07:37Você está com dificuldade de contratar ou não?
00:07:39Sim, com certeza.
00:07:40Está com dificuldade?
00:07:41É difícil.
00:07:42A questão toda é que não é um problema no Brasil.
00:07:46É um problema do mundo.
00:07:47Então, no mundo todo, não existem engenheiros o suficiente para atender o que se precisa
00:07:52criar em termos de tecnologia.
00:07:55No Brasil, a gente tem um problema maior, porque você tem uma educação que não é
00:07:58tão estruturada.
00:08:00Então, você não incentiva os jovens a entrar em cursos de ciência, de tecnologia, de exatas.
00:08:09Então, você tem um déficit maior.
00:08:10O que a gente faz muito, e eu diria que funciona muito bem, é que nós temos programas desde
00:08:15estágio, jovem aprendiz.
00:08:17Então, a gente começa, na base, a ensinar jovens que ainda não estão no caminho de
00:08:23ciência a gostarem disso e, eventualmente, quando eles quiserem ir para a faculdade,
00:08:27já estejam com pelo menos uma ideia do que é virar um programador.
00:08:32Como eu falei no início deste bloco, a companhia foi fundada em 2014, mas a ideia vem antes.
00:08:39A ideia vem de 2010, você e o seu irmão.
00:08:44E eu chamo a atenção porque o Brasil, nos últimos anos, na última década, virou
00:08:49um celeiro de fintechs, as startups do setor financeiro.
00:08:56Mas, como é que foi fundar, Piero, uma das primeiras do Brasil?
00:09:02Foi muito desafiador.
00:09:05O que mais me falavam é que eu ia ser preso.
00:09:08Preso?
00:09:09Porque no final eu movimentava o dinheiro dos meus clientes e eu não era um banco ainda.
00:09:17A regulamentação que criou o conceito de empresa que eu sou, que chama uma instituição
00:09:22de pagamentos, nasceu em outubro de 2013.
00:09:26E eu já estava operando, ainda sem o novo CNPJ, na empresa anterior, desde 2012 para
00:09:332013.
00:09:33Então, as pessoas, elas me questionavam como que eu fazia o que eu estava fazendo, que
00:09:37é guardar o dinheiro de terceiros.
00:09:39E eu dizia, olha, é porque no final do dia, o que eu estou fazendo é eu estou ajudando
00:09:44o meu cliente.
00:09:44Eu pego o dinheiro aqui e mando para ele, eu não guardo aqui.
00:09:47E eu explicava isso e eu recebi dezenas de nãos de investidores falando, olha, o teu negócio
00:09:55não vai sobreviver.
00:09:57Os bancos vão te matar, o governo vai te mandar prender.
00:10:02Então, era um negócio... todo mundo achava que era um negócio que não podia ser feito.
00:10:06E daí saiu a legislação.
00:10:07Quando saiu, aí se entendeu, olha, é algo viável e, inclusive, uma das coisas que é
00:10:13interessante colocar, que o regulador, que é o Banco Central, talvez o melhor regulador
00:10:18do mundo em termos de Banco Central, quando ele criou a legislação, ele criou a legislação
00:10:23de uma forma em que ele, literalmente, ele abriu o mercado.
00:10:26Ele falou o seguinte, olha, você quer montar um banco em casa, um banco na sua empresa,
00:10:32monte primeiro.
00:10:33Quando você chegar a um tamanho mínimo, aí você vem falar comigo.
00:10:37Mas primeiro monta.
00:10:38Isso ele fez em outubro de 2013.
00:10:40O que foi fantástico, porque ele abriu o mercado falando, cara, se você tem uma ideia, faz.
00:10:45Depois eu converso com você.
00:10:47Agora, outro ponto que eu imagino que talvez seja desafiador, tenha sido desafiador, é
00:10:55que você nasceu, fundou a startup em Joinville, uma cidade grande.
00:11:03Do sul do Brasil, mas está no sul do Brasil, né?
00:11:06Diferente de você estar em São Paulo, eu lembro até do caso do Nubank, a fundação,
00:11:12a gente recebeu em edições atrás, a presidente do Nubank, a Lívia Chanes, foi fundada por um
00:11:19colombiano, mas lançou aqui em São Paulo.
00:11:22Você teve dificuldade no início por estar mais longe dos grandes centros financeiros?
00:11:30Sim.
00:11:31No começo foi mais difícil acesso a capital, porque eu não tinha essa possibilidade de
00:11:36estar o dia inteiro conversando com investidores, eu tinha que vir para cá.
00:11:39Mas o que no começo era algo ruim, hoje é uma vantagem.
00:11:43Porque o que acontece, chega um momento da sua companhia, chega um momento em que você
00:11:48precisa focar, você precisa chegar todo dia às oito da manhã e trabalhar.
00:11:53E eu vim muito para São Paulo, justamente, para conversar com investidores, e o que eu
00:11:59percebi é que as empresas que elas estão aqui, elas acabam tendo muito barulho ao redor,
00:12:05muita coisa para fazer que não é fazer o negócio.
00:12:07E o que eu reparei é que, passado essa dificuldade de captação de recursos, eu estar no interior
00:12:16virou um ativo, porque permitiu para mim ter mais foco, os meus colaboradores terem
00:12:21mais qualidade de vida.
00:12:22Então, criou-se um ambiente que, de certa forma, é até melhor do que está aqui hoje.
00:12:28Agora, vamos falar de empreendedorismo.
00:12:31Você tem 42 anos, né?
00:12:35Vocês não são gêmeos, você e o Diego?
00:12:36Não, dois anos de diferença.
00:12:37Dois anos de diferença.
00:12:38Quer dizer, então, quando você fundou a empresa, você tinha 31, 32 anos.
00:12:43Isso aí.
00:12:44Essa cultura empreendedora que você tem, você e o seu irmão, vem de berço?
00:12:50É cultural?
00:12:52Vem, teve influências?
00:12:54Sem dúvida.
00:12:55Minha mãe foi uma empreendedora a vida inteira.
00:12:58Meu avô, meu pai.
00:13:01Então, toda a família teve negócios.
00:13:03Em um certo momento, foi muito difícil, porque a gente teve muito problema no mercado, né?
00:13:09Plano color e tudo mais.
00:13:11E eu tive, ao mesmo tempo, a felicidade e a infelicidade de ver o que é um negócio com sucesso
00:13:18e ver o que é um negócio quebrar.
00:13:21E eu posso dizer que o que mais...
00:13:23Quem quebrou na sua família?
00:13:23A minha mãe.
00:13:24A sua mãe quebrou?
00:13:25Minha mãe, é.
00:13:25Com qual negócio?
00:13:26Ela tinha uma fábrica de baterias para carro.
00:13:30Baterias.
00:13:31Que era do meu avô.
00:13:32Ela era uma das pessoas que tocava a companhia.
00:13:34E no plano color, quando teve o sequestro do dinheiro, eles eram muito alavancados.
00:13:40Eles tinham pego crédito alguns dias antes para fornecer a maior venda que eles tinham na vida.
00:13:47Dias antes?
00:13:47Dias antes.
00:13:48E eles acordaram com o dinheiro tomado e zero crédito nos bancos.
00:13:53Então, eu fui de ter...
00:13:54A empresa da minha mãe tinha mil, mil e poucos funcionários para quebrado em três meses.
00:14:01Uau.
00:14:01Eu tinha dez para dozentos.
00:14:03Então, assim, foi...
00:14:04Mas foi interessante.
00:14:05Por incrível que pareça, foi interessante.
00:14:06Porque isso me fez entender o poder do dinheiro, primeiro.
00:14:12E segundo, o quanto um negócio, ele realmente impacta a vida das pessoas.
00:14:19Porque eu consegui ver o quanto esse negócio ajudava milhares de pessoas.
00:14:24E de um dia para o outro, essas pessoas não tinham empresa, não tinham nada, não tinham emprego.
00:14:28Então, para mim, apesar de ter sido muito traumático, talvez foi uma das coisas que forjou a minha vontade de fazer o ASAS.
00:14:37Mas qual que é a maior barreira hoje para fazer negócio e empreender no Brasil?
00:14:45Eu diria que o nosso sistema tributário, que é extremamente complexo.
00:14:51Eu diria que altas taxas de juros que fazem com que o acesso a capital esteja muito difícil.
00:14:57E a gente tem um incentivo perverso em que quem tem dinheiro vai colocar o dinheiro em renda fixa e não em renda variável.
00:15:05Então, ninguém está investindo em coisas de risco.
00:15:08E eu diria que tem uma questão também que, dado a mudança do modelo educacional dos últimos 20 anos,
00:15:15em que ele passou a exigir menos das pessoas mais jovens,
00:15:18você tem um problema de mão de obra qualificada, como você bem colocou, agora há pouco.
00:15:22Isso em todos os setores.
00:15:24Porque eu falei especialmente de engenharia, porque você falou que está contratando engenheiros na sua companhia.
00:15:30Mas você vê que está generalizado.
00:15:33Sim.
00:15:36Você falou sobre os juros altos, né?
00:15:39Porque as pessoas colocam na renda fixa, não colocam ali na renda variável.
00:15:44Como é que anda a inadimplência?
00:15:45Sobretudo, vamos falar do seu setor, né?
00:15:48Porque você lida diariamente com o pequeno e o médio empreendedor.
00:15:52Nunca teve tão alta.
00:15:53A gente deve bater esse ano perto de 3 milhões de empresas fechadas.
00:15:57É mais que 30, acho que perto de uns 30% mais do que o ano anterior e 3, 4 vezes mais do que anos para trás.
00:16:10E a inadimplência, ela tem afetado mais os pequenos negócios, porque eles acabam dando mais crédito por natureza,
00:16:20eles acabam tendo essa relação de vender no prazo.
00:16:24Então, sim, os negócios estão sofrendo muito com a inadimplência.
00:16:27500 milhões de reais, né?
00:16:30Esse número é a receita de vocês...
00:16:33Anualizada.
00:16:34Anualizada.
00:16:35Isso.
00:16:35Porque vocês têm uma meta aí audaciosa, né?
00:16:39Um bilhão de reais no ano que vem, bater um bilhão de reais de receita no ano que vem.
00:16:47Anualizado também.
00:16:48Anualizado.
00:16:49Qual que é a estratégia para bater esse um bi?
00:16:52Ser cada vez melhor em atrair novos clientes.
00:16:57Então, aumentar o que a gente chama de funil, a boca do nosso funil para ter mais clientes.
00:17:02E vender mais produtos para os clientes.
00:17:07Então, a gente está cada vez mais apostando em...
00:17:11Ok, eu sou bom em trazer o cliente, mas eu tenho que ser ainda melhor em mostrar para ele todos os produtos que eu tenho para eles e fazer com que ofertar para que eles utilizem.
00:17:22A gente chama isso de uma estratégia de upsell ou venda adicional à base de clientes existentes.
00:17:28Então, é um vetor duplo, né?
00:17:29Mas, assim, em outras palavras, vocês estão querendo lançar produtos diversificados no mercado também.
00:17:37Estamos lançando.
00:17:38E você está como presidente do conselho da companhia.
00:17:42Você e o Diego, seu irmão, você e os dois estão envolvidos no desenvolvimento de produtos?
00:17:50Sem dúvida.
00:17:51A gente passa a maior parte do nosso tempo pensando nisso.
00:17:55Eu e ele, nós temos uma forma de lidar com o mundo muito complementar.
00:18:00Então, eu sou uma pessoa muito de olhar para o futuro, olhar para frente e trazer essas coisas para dentro de casa.
00:18:07O Diego pega essa visão de futuro e quebra ela em médio e curto prazo para que os times possam implementar essa visão.
00:18:16Então, na prática, a gente meio que trabalha como se fosse eu olho para fora de casa, trago,
00:18:22e o Diego pega o que eu olhei e bota na realidade dentro da companhia.
00:18:28Agora, como é que é lidar ali o dia a dia, a gestão mesmo de uma empresa que tem vários investidores
00:18:35e, ao mesmo tempo, pelo que você fala, é administrada familiarmente, né?
00:18:41É por dois irmãos, né?
00:18:43Como é que é a relação sua com o irmão?
00:18:46Tem brigas, às vezes?
00:18:47A gente, há muitos anos, profissionalizou a gestão do negócio.
00:18:51Então, além de mim e do Diego, nós temos outros 11 diretores.
00:18:58Toda a nossa estrutura de governança, ela também é profissionalizada.
00:19:01Por isso que eu sou o presidente do conselho.
00:19:03Então, eu crio essa governança de ter um bom relacionamento com os meus acionistas.
00:19:10Parte do meu trabalho tem a ver com isso, que é a relação com investidores,
00:19:14em que eu crio esse ambiente, em que todo mundo está a par e está comprado
00:19:20dos desafios e o caminho que a gente está tomando e apoia muito bem essa visão.
00:19:26É óbvio que, quando você fala de uma relação familiar,
00:19:29às vezes você pode ter discussões um pouco mais acaloradas do que a maior parte das pessoas.
00:19:34Por isso que eu pergunto.
00:19:35Mas nós, há muitos anos, já decidimos em que a gente pode ter a pior discussão da vida.
00:19:41Um vira para o outro e fala, vamos tomar um café, a gente vai tomar um café e está tudo certo.
00:19:45Porque a gente sabe que amanhã a gente vai estar junto de qualquer jeito,
00:19:48não importa o que aconteça.
00:19:49Então, nós já superamos essa questão de que a gente pode discordar veementemente
00:19:55de um assunto, mas a nossa relação, tanto pessoal quanto societária,
00:20:01é muito superior às nossas opiniões.
00:20:04Então, tu aprende a lidar com o tempo.
00:20:06Até porque a discussão entre irmãos é natural.
00:20:09Exato. E isso é produtivo.
00:20:10Exato.
00:20:11A gente discordar gera muito benefício para a companhia.
00:20:14Piero Contezini, vocês querem abrir capital da empresa?
00:20:17A gente está se preparando para estar pronto quando tiver uma janela,
00:20:21mas dizer que a gente vai logo ou quando é impossível,
00:20:26tem que existir esse mercado, porque justamente você tem que ter uma conjuntura baixa,
00:20:30os juros têm que estar mais baixos, as economias têm que estar com um ânimo maior.
00:20:34A gente pretende em alguns anos, mas vai depender muito de condições de mercado
00:20:39e se a gente concluir que não existem investidores privados querendo aportar na empresa
00:20:48e continuar, porque a gente sabe que vai reduzir muito a nossa taxa de inovação.
00:20:52E vai ser no Brasil ou nos Estados Unidos, essa abertura de capital?
00:20:57O martelo não está batido ainda.
00:20:59É muito difícil bater esse martelo muitos anos antes.
00:21:02Mas nós temos muita vontade de abrir lá fora, assim como todos os Estados Unidos.
00:21:07Sim, a New York Exchange, mas é muito difícil prever isso agora,
00:21:14porque existem situações em que uma empresa aqui é grande,
00:21:19quando ela vai para lá, ela vira uma empresinha muito pequenininha.
00:21:22Enquanto aqui, apesar da bolsa ser muito menor,
00:21:25eu poderia ser uma empresa muito atrativa para os acionistas locais.
00:21:29Então, eu não tenho essa decisão ainda tomada,
00:21:32eu vou estar pronto para todas as situações.
00:21:34Como é que você avalia o atual momento das startups brasileiras?
00:21:39Porque nessa última, mais de uma década de trajetória, da sua trajetória,
00:21:43elas passaram por momentos de altíssimos e baixos momentos.
00:21:50Se você pegar 2020, 2021, aquela euforia de muitos investimentos em muitas startups,
00:21:58o que mudou radicalmente nos últimos anos.
00:22:00Qual que é o atual momento delas?
00:22:02Acho que o momento atual que você tem muitas empresas em que elas tiveram que aprender
00:22:08a ser um negócio de verdade, a dar lucro, a dar resultado.
00:22:14E você tem muitos negócios em que eles não eram viáveis.
00:22:17Então, não eram negócios em que tinham os fundamentos, que você muito bem sabe.
00:22:22Então, você está num momento em que está separando o joio do trigo
00:22:26e as empresas que estão crescendo são as empresas que fizeram a lição de casa
00:22:33e se tornaram negócios de verdade, como negócios devem ser, que devem gerar resultado.
00:22:37Então, eu diria que ela criou essa arrebentação em que só sobrevive quem, de fato, tem negócio que faz sentido.
00:22:44Ô, Piero, você é um caso de sucesso, sem dúvida, quando você analisa um negócio, uma startup,
00:22:52que tem essa representatividade no mercado.
00:22:57Você, em pouco mais de 10 anos, mais de 230 mil clientes,
00:23:04essa quantidade de investimentos que você tem recebido ao longo dos últimos tempos,
00:23:11o que foi determinante?
00:23:14Eu sei que você tem 42 anos, você tem uma estrada longeva pela frente,
00:23:19mas o que você considera como pessoa e profissional determinante
00:23:26para esse sucesso dessa trajetória da sua companhia?
00:23:31Eu diria que ter tido a sorte, ou talvez estar no lugar certo,
00:23:36para trazer pessoas muito boas para nos apoiar.
00:23:40Então, eu diria que a gente ter pessoas melhores do que nós nos seus campos
00:23:45foram determinantes, foi uma questão determinante.
00:23:48E buscar sócios que tenham valores e princípios parecidos.
00:23:53Então, você trazer pessoas que elas compram a tua ideia,
00:23:57que elas entendem o que você está fazendo.
00:23:58E, por último, é sempre mirar em decisões de longo prazo.
00:24:03Não sacrificar decisões de longo prazo por curto prazo.
00:24:08Então, você tem um paradoxo em que, às vezes, você é pressionado a sair para vender algo
00:24:12que não está pronto ainda, ou tomar uma decisão de demitir alguém
00:24:16porque falta um pouco de caixa.
00:24:18Então, você tem que tomar decisões sempre olhando para o futuro
00:24:22para que, quando você consiga resolver os primeiros problemas do negócio,
00:24:28de ganho de escala, você esteja em uma posição de vantagem.
00:24:33A gente recebeu, em edições atrás, aqui no Show Business,
00:24:36o Christian Gebara, presidente da Vivo.
00:24:38Ele, inclusive, através da Vivo Ventures,
00:24:41ele citou o aporte que ele fez.
00:24:44Ele assinou um cheque ali de 35 milhões de reais.
00:24:49Foi o maior aporte já feito da Vivo em uma fintech, no setor ali.
00:24:56Qual é o interesse deles?
00:24:58Estou falando da operadora da Vivo em vocês.
00:25:01Excelente pergunta.
00:25:02Um dos maiores desafios de empresas de utilities
00:25:07é como que ela se torna cada vez mais presente no dia a dia dos seus clientes.
00:25:13E a Vivo tem uma base de clientes relevante.
00:25:15Se não me falha a memória, algo em torno de 3 milhões de CNPJs
00:25:19consideradas pequenas empresas.
00:25:21E eles sempre tiveram essa vontade de oferecer serviços financeiros para os seus clientes.
00:25:27No entanto, eles aprenderam com a trajetória deles
00:25:32de que construir algo dentro de casa, construir um banco dentro de casa
00:25:37é talvez tão complexo quanto construir um operador em telefonia.
00:25:41Então, eles decidiram...
00:25:43Não é fácil.
00:25:44É, não é fácil.
00:25:45Então, eles decidiram que é melhor aportar,
00:25:48comprar um pedaço de uma empresa que está funcionando e está ganhando escala
00:25:51e a gente está construindo uma oferta conjunta
00:25:55em que a Vivo vai distribuir os produtos do Asas
00:25:59e nós vamos apoiá-los em ofertar os produtos da Vivo para a nossa base de clientes.
00:26:04Você recebeu um aporte quase bilionário da Bondo,
00:26:07como eu falei ao longo deste bloco,
00:26:10e um dos pilares aí é a contratação de gente,
00:26:13sobretudo engenheiros brasileiros.
00:26:17Como é que é gerenciar um time que está se expandindo,
00:26:22que é o seu caso,
00:26:23e ao mesmo tempo manter a cultura da empresa?
00:26:28A gente tem um trabalho muito profundo
00:26:31em estabelecer esse modelo de como a gente gera o negócio.
00:26:35Então, primeiro que a minha companhia é uma companhia remota,
00:26:38todo mundo trabalha principalmente de casa,
00:26:40a gente tem escritórios ao redor do Brasil,
00:26:42mas as pessoas trabalham nas suas casas,
00:26:44e a gente cria...
00:26:45Mas todo mundo?
00:26:46Todo mundo.
00:26:47Todo mundo.
00:26:47Mas a sede é em Joinvilha?
00:26:49A gente tem sede em Joinvilha, em São Paulo, em Floripa,
00:26:52temos escritórios, na realidade.
00:26:53Já tivemos no Rio Grande do Sul,
00:26:55mas deu problema,
00:26:57a gente deve abrir no Nordeste ao próximo escritório.
00:26:59Só que são centros de apoio.
00:27:01Eles servem para quando as pessoas querem se juntar para fazer coisas.
00:27:05100% da companhia trabalha de casa.
00:27:08E você vai manter assim?
00:27:09Vou.
00:27:10Por quê?
00:27:10Porque no final do dia,
00:27:13para eu ter acesso aos melhores talentos,
00:27:15eu não consigo juntar essas pessoas no mesmo lugar.
00:27:18Eu consigo ter alguém que é o melhor engenheiro de AI
00:27:21que existe no Brasil,
00:27:23e ele pode morar em Belém.
00:27:25Eu nunca vou ter escritório em Belém.
00:27:27Não faz sentido.
00:27:28Vai ter cinco pessoas, dez pessoas lá.
00:27:30Mas pode ter o melhor programador de AI em Belém.
00:27:33Eu não posso criar essa restrição.
00:27:36Primeiro é isso.
00:27:37E segundo, que isso me dá a capacidade de focar
00:27:40no que realmente importa,
00:27:42que é entregar resultado.
00:27:43Então, eu não preciso ficar me preocupando
00:27:46com eu ter que ir a horário que o cara chega
00:27:50porque eu preciso estar com toda a estrutura pronta,
00:27:53posição de trabalho.
00:27:55Eu, literalmente, o que eu faço é
00:27:57entregue e você vai estar trabalhando comigo.
00:28:01Não entregue, infelizmente.
00:28:02Não tem o que a gente possa fazer.
00:28:04Mas vocês monitoram a produtividade?
00:28:06Por indicadores.
00:28:07Não por aqueles robozinhos
00:28:09igual algumas empresas fizeram por aí.
00:28:11Exatamente.
00:28:11Porque foi um motivo de notícia,
00:28:14inclusive aqui nos programas da Jovem Pan.
00:28:16Notícias dadas por mim, inclusive,
00:28:18de um grande banco brasileiro
00:28:21que demitiu profissionais no home office
00:28:23porque monitorou a produtividade desses profissionais
00:28:27e viu que o registro de ponto desses profissionais
00:28:31eram incompatíveis com as atividades nas plataformas digitais.
00:28:36Por isso que eu levanto essa questão
00:28:38e pelo que eu vejo na sua companhia
00:28:40não tem problema, então, em relação à produtividade dos profissionais,
00:28:44já que todos estão no home office, né?
00:28:46Sim.
00:28:46A gente, óbvio, a gente sempre está construindo controles
00:28:50para que isso seja muito claro, né?
00:28:53Então, a gente está sempre definindo o que as pessoas devem fazer
00:28:57e nós cobramos pela entrega.
00:28:59Então, para a gente, não é muito relevante, assim,
00:29:02a pessoa está, de fato, às oito da manhã com o computador ligado.
00:29:07O que é relevante é, bem,
00:29:09combinamos que você deveria fazer tal atividade,
00:29:11isso todas as lideranças têm todo um processo para isso,
00:29:14você tem que entregar ela.
00:29:15Se tu não entregar ela por mais do que o que a gente acha lógico,
00:29:19você não merece estar aqui dentro.
00:29:21É muito claro.
00:29:22Piero Contezini, pergunta clássica aqui do show business.
00:29:27Quem são as suas referências no mundo dos negócios e na vida?
00:29:33Eu acho que alguém que eu gostei muito de interagir nos últimos anos
00:29:38e me impressionou foi o próprio fundador do Nubank,
00:29:41que você falou muito bem, o Davi, ele é impressionante.
00:29:45Eu diria que a Mary, da Bond, é impressionante conversar com ela.
00:29:51Eu diria que o Martin Escobar, da GA, que é um dos maiores fundos que tem no mundo.
00:30:02Ele não é meu sócio, mas adoro conversar com ele.
00:30:07Isso de pessoas que eu já interagi, né?
00:30:09Aí, óbvio, você tem inspiracionais.
00:30:11Cara, Jobs é um cara, o Musk é outro, mas não são pessoas que eu consigo sentar na mente.
00:30:15Não, e são pessoas que sempre estão na pauta aqui quando eu faço essa pergunta.
00:30:19É importante você falar desses três nomes aí,
00:30:22que é o cofundador, o fundador do Nubank,
00:30:26a Mary, que é a responsável pelo fundo, né?
00:30:29Pela Bond.
00:30:29Figura extremamente influente, né?
00:30:31No investimentos em internet.
00:30:33Em terceiro?
00:30:34Martin Escobar, da GA.
00:30:36E última pergunta, muito rápida.
00:30:39Você falou da importância que foi a regulação, o Banco Central do Brasil.
00:30:44O que você acha do Banco Central brasileiro?
00:30:47Eu diria que está entre os melhores reguladores do planeta,
00:30:51porque ele decidiu que ele ia, além de ser somente um regulador,
00:30:57ele ia promover a inclusão financeira de 100% da população
00:31:03sem estar à mercê de bancos.
00:31:10Então, ele tomou essa decisão de falar,
00:31:12olha, eu, para o Brasil ser um país próspero no futuro,
00:31:17todo brasileiro tem que ter acesso a serviços financeiros de qualidade
00:31:20e não é somente inclusão, é acesso.
00:31:23É, de fato, o cara poder utilizar, não só se é possível utilizar.
00:31:28Isso foi uma agenda que eles criaram.
00:31:30Hoje chama BC Agenda Mais, se eu não me engano.
00:31:34Começou no começo dos anos 2000.
00:31:36E essa mudança de visão dele fez com que ele realmente passasse
00:31:41a promover mudanças estruturais no sistema financeiro e na regulação.
00:31:47Você está falando do PIX e de várias outras coisas.
00:31:50É, é que o PIX é o resultado.
00:31:51É o resultado, exatamente.
00:31:53Dessa iniciativa, né?
00:31:54Isso, isso.
00:31:56Piero Contesini, fundador e presidente do Conselho de Administração do ASAS.
00:32:05Obrigado pela presença aqui no nosso estúdio.
00:32:08A gente adora receber empreendedores, empreendedores jovens, no seu caso,
00:32:14de grande sucesso.
00:32:16Isso inspira, inspira a nossa audiência do show business.
00:32:20Por isso, quero parabenizá-lo pela sua trajetória notável, a sua e do seu irmão.
00:32:26E agradecer mais uma vez a sua presença aqui no show business.
00:32:29Valeu, Bruno. Muito obrigado. Também gostei muito.
00:32:32E olha, o show business vai fazer uma breve pausa e volta em instantes.
00:32:36Ele cofundou e comanda uma importante marca de moda no Brasil com 130 lojas próprias no país e 9 no exterior.
00:32:54Nós vamos conversar neste bloco do show business com Marcelo Bastos, sócio-diretor da FARM.
00:33:02Obrigado pela presença aqui em nosso estúdio, Marcelo.
00:33:05A FARM no Brasil, que marca criada em 1997 por você e pela diretora criativa...
00:33:15Kátia Barros.
00:33:15Kátia Barros.
00:33:17Eu achei impressionante esse dado.
00:33:19Ela, no Brasil, ela corresponde a aproximadamente 60% do resultado da companhia.
00:33:2560%, ou seja, 40% hoje do resultado de vocês vem do exterior.
00:33:34O que os estrangeiros têm visto da moda brasileira?
00:33:40O que acontece é o seguinte, uma marca brasileira fazer sucesso fora do Brasil, se internacionalizar, na verdade,
00:33:49é um feito... talvez a FARM tenha sido a primeira de vestuário.
00:33:54porque é muito caro, é muito arriscado e, de alguma forma, principalmente nos Estados Unidos,
00:34:05eles têm sempre, de alguma forma, eles fazem melhor, mais barato e têm essa dificuldade de a gente entrar
00:34:14para realmente pegar um pedaço do mercado.
00:34:17Eu acho que a FARM, ela só conseguiu esse êxito porque, primeiro, ela está pertencendo a um grupo grande de moda,
00:34:27que é o Grupo Soma, criado por nós mesmo, junto com o Roberto de Ataí, da Animalia, a gente criou o Grupo Soma,
00:34:34e o Grupo Soma teve possibilidade de investimento e de apoio nessa empreitada.
00:34:42E a nossa estamparia, que a gente já tem há 30 anos, uma escola de estamparia no Brasil,
00:34:48que foi muito, muito responsável e foi a ponta de lança.
00:34:51E, de alguma forma, é a maneira do carioca se vestir, do Brasil se vestir, que eles estão aprendendo a gostar.
00:35:03Do Brasil ou do carioca?
00:35:05É do carioca.
00:35:06Olha, inicialmente, a FARM nasceu em 97, né?
00:35:10Então, ela realmente é o berço do Rio de Janeiro.
00:35:13Mas, ao longo desses anos, a gente aprendeu a interpretar também todos os estados do Brasil
00:35:21numa leitura não caricata, né?
00:35:25E levar isso também para fora do Brasil, né?
00:35:30Então, hoje, a FARM tem uma linha da FARM, que é a FARM Maravilha,
00:35:36que só fala sobre cultura brasileira, né?
00:35:40Então, é claro que a gente vai sempre ser carioca, né?
00:35:43Nossa essência é muito carioca.
00:35:45Os fundadores são cariocas.
00:35:47Os fundadores são cariocas.
00:35:48Mas, no final das contas, o Brasil é um grande balneário, né?
00:35:51Então, a gente tem orgulho de levar isso tudo para fora.
00:35:56Deixa eu explorar mais um pouco sobre esse crescimento de vocês no exterior,
00:36:01porque a gente gosta de marcas, empresas brasileiras de sucesso no Brasil
00:36:06e que têm feito sucesso no exterior.
00:36:09Hoje, quais os principais mercados de vocês fora?
00:36:13A gente... os Estados Unidos, né?
00:36:15Que é o principal.
00:36:18Inglaterra, né? Londres, que a gente já está muito bem posicionado.
00:36:23Paris, né?
00:36:24A gente fez uma pesquisa de mercado.
00:36:26Quando a gente entrou nos Estados Unidos,
00:36:28e aí começou a ganhar relevância nos Estados Unidos,
00:36:33até há pouco tempo...
00:36:38Aí, mais ou menos, há uns três anos atrás,
00:36:42a gente teve um convite para ir para Le Bon Marché, na França,
00:36:47e isso inaugurou a nossa entrada no mercado europeu.
00:36:51E a gente fez uma pesquisa de mercado, né?
00:36:54Para saber como a gente entraria na Europa.
00:37:00E o que disse... a gente já tinha cinco anos de vida.
00:37:05Trouxe duas grandes informações para a gente.
00:37:08Que, primeiro, a gente era uma marca de cinco anos, né?
00:37:11Que já tinha awareness de marca de dez anos.
00:37:13Então, isso aí, cara, isso é muito importante, né?
00:37:17Para uma marca de moda que está se expandindo.
00:37:19E, segundo, que a gente não deveria abrir uma loja
00:37:22em cada capital da Europa.
00:37:24A gente deveria focar em Londres,
00:37:28abrir quatro, cinco lojas em Londres,
00:37:30depois Paris, depois Madrid, depois Barcelona.
00:37:33Então, essa foi a nossa estratégia,
00:37:37e que está sendo muito bem sucedida
00:37:39com Londres e Paris,
00:37:41e já a gente está terminando a nossa expansão em Londres e Paris.
00:37:44Eu imagino que deve ter muita diferença
00:37:46nas lojas brasileiras, né?
00:37:48Essas mais de cem lojas brasileiras
00:37:50com as lojas que você está falando.
00:37:52Nos Estados Unidos, na Inglaterra, em Paris.
00:37:56Tem muita diferença?
00:37:57Tem muita diferença, principalmente
00:37:59em relação ao price point, posicionamento mercadológico.
00:38:03Quando a gente estava entrando nos Estados Unidos,
00:38:04a gente contratou uma consultoria do Robert Burke, né?
00:38:07Uma das principais dos Estados Unidos,
00:38:09que falou assim, ó, Marcelo, se você entrar
00:38:11com o mesmo posicionamento que você tem no Brasil,
00:38:14né, de público e de price point,
00:38:18você vai ser engolido pelas fast fashion.
00:38:21Então, ele sugeriu que a gente subisse dois degraus,
00:38:24ou três degraus,
00:38:25e fosse por uma faixa de 250 a 500 dólares,
00:38:30e que hoje a gente se posiciona nessa faixa de 250 dólares
00:38:34com percepção de marca de 400.
00:38:37Por isso que a gente tem ganho um mercado muito maior,
00:38:41um mercado endereçável muito maior.
00:38:43E foi isso.
00:38:45A gente entrou, eu com muito medo, né?
00:38:47Porque eu só sabia operar aqui no Brasil
00:38:49nesse price point, pra esse público,
00:38:51e a gente entrou pra um público
00:38:53mais sofisticado
00:38:56e com um price point maior.
00:38:58Então, o nosso preço médio,
00:38:59nos Estados Unidos, é 260 dólares.
00:39:01Aqui no Brasil, por exemplo, é 90.
00:39:03É 90.
00:39:03Você falou das fast fashion.
00:39:07Qual que é o impacto das fast fashion no Brasil, pra vocês?
00:39:12Nenhum.
00:39:13Nenhum?
00:39:13Nenhum.
00:39:15As fast fashion não impactam em nada,
00:39:17porque as fast fashion, eles não têm marca, né?
00:39:21O que acontece,
00:39:22as clientes querem comprar uma marca farm,
00:39:25a marca farm.
00:39:26Não é uma roupa estampada.
00:39:28Então, a gente construiu o branding,
00:39:32construiu uma marca,
00:39:33conceituar uma marca durante 28 anos.
00:39:36Você veja bem,
00:39:37a farm é uma marca de 28 anos,
00:39:40que há 28 anos fala de comportamento jovem
00:39:43o tempo inteiro.
00:39:46E 28 anos depois,
00:39:49continua super desejada,
00:39:51crocante, como a gente costuma falar internamente.
00:39:54O que é esse crocante?
00:39:57Crocante é uma marca desejada,
00:39:58que as pessoas querem usar,
00:40:00querem dizer que usam,
00:40:02que têm orgulho quando estão viajando
00:40:06e olham uma farm em Londres.
00:40:08Então, essa crocância é o que faz
00:40:11uma marca de moda se perenizar.
00:40:13Então, isso é muito difícil.
00:40:15Essa renovação do público,
00:40:17do jeito que a gente faz,
00:40:18ela é invisível por trás das câmeras,
00:40:20mas a gente consegue...
00:40:21Então, fast fashion no Brasil
00:40:24não tem impacto nenhum.
00:40:26As asiáticas também,
00:40:28as chinesas que ganham espaço.
00:40:30Nenhum.
00:40:31Para farm nenhum.
00:40:33A gente está falando de sucesso.
00:40:36E a gente aqui no Show Business,
00:40:38a gente gosta de falar de empresas
00:40:40bem-sucedidas,
00:40:41de profissionais bem-sucedidos,
00:40:44como é o seu caso.
00:40:45Mas a sua marca, aliás,
00:40:49hoje e ao longo do tempo,
00:40:50é considerada pelo setor de moda,
00:40:53é considerada a joia da coroa
00:40:55desse grupo que você faz parte,
00:40:58que é o grupo Asas.
00:41:00Asas 2154.
00:41:02Asas 2154.
00:41:03Porque você citou a soma.
00:41:05Sim.
00:41:05E que o grupo agora é maior do que a soma.
00:41:09Muito maior.
00:41:10Muito maior, que é o Asas 2154.
00:41:13E você, junto com a Cátia, a Farm,
00:41:17é considerada aí,
00:41:18essa marca é considerada a joia da coroa.
00:41:21Mas esse sucesso todo
00:41:23que a gente está falando neste bloco,
00:41:25nem sempre permeou a sua história,
00:41:27nem sempre permeou a história da empresa,
00:41:30porque tiveram muitos problemas.
00:41:33Vocês quase chegaram a falir?
00:41:36Sim, duas vezes.
00:41:37Uma, a primeira vez,
00:41:38quando a gente era muito pequeno ainda,
00:41:40que a gente fez uma compra gigantesca
00:41:44e em 2001 a gente tinha três lojas bombando,
00:41:48a gente vendia pra caramba
00:41:50e a gente perdeu o controle.
00:41:52Vendia, vendia, vendia, vendia,
00:41:53mas a gente comprou muito mais do que deveria.
00:41:56E aí eu me lembro num dezembro de 2001
00:41:59que eu olhei pro meu estoque e falei
00:42:01a gente deveria ter, pelos meus cálculos,
00:42:03deveria ter, pelos meus cálculos de planejamento,
00:42:0515 mil peças.
00:42:06Na hora que eu olhei eu falei,
00:42:07hum, deixa eu contar.
00:42:08Na hora que eu contei as primeiras 5 mil
00:42:11e botei do lado do resto que faltava,
00:42:15eu fui pro hospital.
00:42:16Juro por Deus, isso é verdade.
00:42:18Problema de coração, é?
00:42:18Não, a minha pressão subiu.
00:42:21Eu falei assim, gente, tô quebrado,
00:42:23tecnicamente quebrado.
00:42:24Era pra eu ter 15 mil peças,
00:42:25naquela época com três lojas só, pequenininho,
00:42:28eu contei 48 mil peças.
00:42:31Onde é que eu fui vender essa loja?
00:42:32Onde é que eu fui vender essa roupa?
00:42:34Em Búzios.
00:42:35Foi aí que nasceu a nossa loja em Búzios,
00:42:37que muita gente pensa até hoje,
00:42:39que foi, nossa, a farm tava bombando,
00:42:41lifestyle, aí o cara teve essa cação
00:42:43de abrir loja em Búzios,
00:42:44olha que legal.
00:42:46Nada disso, desespero total.
00:42:48E a segunda vez foi quando surgiu o Grupo Soma,
00:42:50em 2008,
00:42:52que a gente contraiu uma dívida de expansão muito grande.
00:42:55E aí, 2008, veio, né,
00:42:57o que aconteceu em outubro de 2008,
00:43:00que o mundo praticamente quebrou.
00:43:02E aí veio a necessidade de eu ter que vender um pedaço,
00:43:05foi aí que eu me juntei com o Roberto.
00:43:08E aí foi um, na verdade,
00:43:10foi um grande problema que eu tive,
00:43:12que, na verdade,
00:43:13ocasionou uma oportunidade incrível
00:43:16de a gente ter criado junto o Grupo Soma.
00:43:18Duas vezes, então, quase?
00:43:21Duas vezes.
00:43:21Quais as lições que você tirou,
00:43:24ou a grande lição que você tirou
00:43:26dessas duas adversidades que você quase quebrou?
00:43:31Muito simples.
00:43:33Caixa.
00:43:34Foco no caixa.
00:43:36Porque as marcas,
00:43:38elas não quebram por competência, né,
00:43:43pelo regime de competência, né,
00:43:46pela performance, né,
00:43:48pelo EBITDA.
00:43:49Elas quebram por caixa.
00:43:50Então, o negócio de varejo de moda
00:43:52é um negócio de dinheiro negativo.
00:43:56Quanto mais você cresce,
00:43:58mais você tem que botar na frente o dinheiro.
00:44:00Porque desde que você começa a comprar o tecido,
00:44:02até, não é nem a roupa chegar na loja, não,
00:44:05até o dinheiro do cliente chegar no teu bolso,
00:44:09depois de não sei quantas vezes e tal,
00:44:11é um negócio de capital de dinheiro negativo.
00:44:14Então, você vai crescendo,
00:44:16e você vai botando dinheiro,
00:44:17e você não percebe.
00:44:18E daqui a pouco, se você crescer muito além do que você deve,
00:44:23você quebra.
00:44:25Isso aconteceu com algumas marcas muito legais de moda no Brasil,
00:44:30e a principal foco é foco no caixa,
00:44:35venda, mas o tempo inteiro focando no caixa.
00:44:37Vocês tiveram dois importantes capítulos na trajetória da FAMI,
00:44:43um que foi essa união com a Animale, que você falou,
00:44:47e agora, essa entrada de vocês nos últimos tempos,
00:44:53nesse grupo que é muito maior.
00:44:55Na verdade, o grupo, ele se formou...
00:44:57Do Alexandre Birman, né, Ido?
00:44:58Não, ele se formou com a fusão...
00:45:00Isso, exatamente, com a fusão.
00:45:01Do grupo Arezzo, né, Arezzo e Co,
00:45:03com o grupo Soma.
00:45:06E dessa fusão,
00:45:07nasceu o Asas 2154,
00:45:09que é o maior grupo de moda da América Latina.
00:45:11E qual é o maior desafio na hora de fundir,
00:45:15na hora da fusão,
00:45:16na hora que acontece a fusão?
00:45:19É absorver a cultura das empresas?
00:45:22Total.
00:45:22É esse o maior?
00:45:23É esse o maior desafio.
00:45:25Nós temos no Asas,
00:45:28nós temos as marcas líderes de segmento
00:45:32em praticamente todos os segmentos da moda do Brasil.
00:45:36Feminino, praticamente todo é nosso,
00:45:38grande parte, né,
00:45:40masculino, com a Roa Zerva, com a Foxton,
00:45:45feminino com a Cris Barros,
00:45:46N.V., Farm, Maria Filó,
00:45:50enfim, Carol Bassi,
00:45:52Arezzo, que não preciso nem falar, né,
00:45:54que tem trinta e tantos por cento de share,
00:45:57ou seja, todas as nossas marcas são maravilhosas,
00:46:00são incríveis e são muito poderosas.
00:46:02Então, o trabalho agora é um trabalho de cultura,
00:46:06mas ele é um trabalho que...
00:46:09é a médio prazo mesmo,
00:46:13é a médio prazo,
00:46:14isso não é um trabalho de curto prazo, né,
00:46:16tem lá as sinergias imediatas,
00:46:19que se pode conseguir e tudo,
00:46:20mas não é isso que vai mexer o ponteiro ali na frente, né,
00:46:25e simplesmente a gente tem que ter essa calma,
00:46:29essa tranquilidade,
00:46:30assim como foi o próprio Soma,
00:46:31quando juntou, imagina juntar Farm,
00:46:33que não tem nada a ver com Animale,
00:46:35a união inicial de Soma foi essa,
00:46:38a gente demorou três, quatro anos
00:46:40pra compor uma cultura Soma,
00:46:43e é o que vai acontecer naturalmente com o Ases 2154,
00:46:47mas a gente tem que dar tempo ao tempo,
00:46:49é isso.
00:46:49Você não é estilista?
00:46:51Não, eu sou, eu fico com a parte de negócio,
00:46:54é sempre uma dupla que comanda uma marca de moda,
00:46:56é uma pessoa de negócio e uma pessoa de criativa,
00:47:00né, então, assim,
00:47:01é sempre, pra todas as marcas do Grupo Soma,
00:47:03é assim que funciona.
00:47:04Você tem uma pessoa ali que cuida?
00:47:06A Kátia Barros, que é a grande musa da moda brasileira,
00:47:10na minha opinião,
00:47:11é um gênio, né,
00:47:13eu não digo nem por trás da Farm,
00:47:16eu digo à frente da Farm,
00:47:17porque a Farm também tem um detalhe,
00:47:19a Farm é uma marca feminina,
00:47:22ela é feita de mulheres,
00:47:24hoje não mais pras mulheres,
00:47:25mas como pra todo o público,
00:47:27mas ela é uma marca feita por mulheres, né,
00:47:31assim, pra você ter uma ideia dos 12 diretores,
00:47:36dos 12 diretores que eu tenho,
00:47:39dos 10 diretores que eu tenho,
00:47:418 são mulheres,
00:47:42começaram na Farm no início de carreira,
00:47:46viraram uma das maiores referências
00:47:48em cada departamento,
00:47:52tendo dois filhos na empresa,
00:47:55então, assim, isso é uma coisa que me orgulha muito, né,
00:47:57a Farm é realmente uma marca feita por mulheres.
00:48:00Qual é a faixa etária massiva aí do público de vocês?
00:48:04A gente não tem mais isso.
00:48:05Não tem mais,
00:48:06porque você fala muito,
00:48:07a marca jovem,
00:48:08tudo bem,
00:48:08a gente coloca,
00:48:09a gente coloca,
00:48:11o importante é o tempo inteiro
00:48:13você ter uma força motriz
00:48:15que coloca gente jovem
00:48:17pra conhecer a marca,
00:48:19gente jovem pra conhecer a marca,
00:48:20mas ela vai até 99,
00:48:22hoje, né,
00:48:23então assim...
00:48:24Não, mas eu levanto isso,
00:48:25faço essa provocação mesmo pra você,
00:48:27porque é desafiador,
00:48:30seja qual for o setor,
00:48:33você manter uma marca jovem,
00:48:38uma marca...
00:48:38É dificílimo.
00:48:39Não, claro que é dificílimo.
00:48:40Imagina você que criou uma marca em 1997,
00:48:46não existia isso daqui, ó,
00:48:48que eu tô mostrando,
00:48:49não existia YouTube,
00:48:50não existia rede social,
00:48:521997.
00:48:53E você,
00:48:55em 2025,
00:48:57ser relevante
00:48:58pro público jovem,
00:49:00pro público adulto,
00:49:02pro público de 80 anos,
00:49:04que talvez compra a sua roupa
00:49:06porque acredita que ela é jovem.
00:49:08Claro.
00:49:09Dressing happiness.
00:49:10Pois é,
00:49:11e aí,
00:49:11qual é o segredo?
00:49:11Revela aí pra nossa audiência
00:49:13qual que é o segredo
00:49:14pra se manter jovem,
00:49:15Marcelo.
00:49:16Primeiro que a gente sempre teve
00:49:17um departamento de branding,
00:49:19né,
00:49:20as pessoas não sabiam nem
00:49:21o que era branding,
00:49:22em 2003,
00:49:23uma das marcas de moda
00:49:25pioneiras
00:49:26em separar
00:49:27branding de marketing,
00:49:29né,
00:49:30normalmente até hoje,
00:49:31né,
00:49:31o branding
00:49:32das marcas
00:49:33fica dentro
00:49:34do marketing,
00:49:35de comunicação,
00:49:36né,
00:49:37a gente separou,
00:49:37então cuidar de marca
00:49:39é uma coisa diferente
00:49:41do marketing do dia a dia.
00:49:43Então,
00:49:43desde 2003,
00:49:44de cara,
00:49:45a gente já fez isso.
00:49:46E a gente trabalha muito
00:49:47com projetos,
00:49:48né,
00:49:48então a gente tem dois projetos
00:49:50hoje,
00:49:50por exemplo,
00:49:51uma nova marca
00:49:52que a gente lançou agora
00:49:53de muito sucesso,
00:49:55chama-se Farm etc,
00:49:56que são produtos lifestyle,
00:49:58né,
00:49:58todos os produtos
00:49:59que não sejam roupa,
00:50:01né,
00:50:01então tem garrafinha,
00:50:02tem mochila,
00:50:03tem capacete de bicicleta,
00:50:05tem prancha de surf,
00:50:06tem skate,
00:50:08tem bicicleta elétrica,
00:50:10tem prendedor de cabelo,
00:50:14isqueiro,
00:50:15ou seja,
00:50:16tem tudo que eventualmente
00:50:18um cliente Farm
00:50:21usa no dia a dia,
00:50:23você tem nessa marca nova.
00:50:25Então,
00:50:25essa marca nova,
00:50:26ela vai ter
00:50:26quantidade de lojas,
00:50:29ela pode ter quantidade de lojas,
00:50:30mesmo a quantidade de lojas
00:50:31que a Farm tem hoje,
00:50:32por exemplo,
00:50:33né,
00:50:33a gente já tem hoje três,
00:50:34vai fechar esse ano com cinco,
00:50:36e ano que vem vai mais doze,
00:50:38e é um público
00:50:40jovem
00:50:41que compra nessa marca.
00:50:42Então,
00:50:43o primeiro contato
00:50:45do público
00:50:46com a marca
00:50:47não vai ser
00:50:48quando ela tiver 18 anos,
00:50:49que ela estiver lá
00:50:50conseguindo vestir o PP
00:50:52lá da marca,
00:50:53mas já vai ser com
00:50:54garrafinha,
00:50:55estojo,
00:50:55caderno,
00:50:56lápis,
00:50:58mochila,
00:50:59necessaire,
00:51:01e ela vai
00:51:02conhecendo a marca
00:51:04a partir daí.
00:51:05E tem a Farm Futura,
00:51:07que é uma derivação
00:51:08da fábula,
00:51:10né,
00:51:10que é a marca infantil,
00:51:11que vai falar
00:51:13de 8 a 16 anos,
00:51:15de uma maneira
00:51:15muito diferente
00:51:16de tudo
00:51:17que já se tem aí,
00:51:19né,
00:51:19porque assim,
00:51:20quando eu pego a minha filha
00:51:21de 8 anos e falo assim,
00:51:22ai,
00:51:22eu detesto a fábula,
00:51:23pai,
00:51:24ai,
00:51:24pai,
00:51:25não,
00:51:26não sei o que,
00:51:26ela quer usar o que,
00:51:27jeans e camiseta,
00:51:29silk,
00:51:30e é isso,
00:51:31vende aonde isso,
00:51:33ela vai pra Zara,
00:51:33ela resolve na Zara,
00:51:35então assim,
00:51:36então a gente viu
00:51:37essa lacuna,
00:51:39e vai se chamar
00:51:39Farm Futura,
00:51:40que a gente já lançou
00:51:41agora em agosto,
00:51:42que também ajuda
00:51:43a gente a renovar
00:51:44esse público.
00:51:46Você,
00:51:47eu gosto de você,
00:51:47porque você fala mesmo
00:51:49até marcas dos concorrentes,
00:51:51né,
00:51:51Fast Fashion,
00:51:52da Zara,
00:51:54é bom,
00:51:55é bom isso.
00:51:57É,
00:51:58a gente falou no início
00:51:59do bloco
00:52:00sobre impacto,
00:52:01né,
00:52:01das Fast Fashion,
00:52:04dos asiáticos,
00:52:05dos chineses,
00:52:06né,
00:52:06em todos os setores,
00:52:08tá,
00:52:08e na moda,
00:52:09evidentemente,
00:52:10que impacta,
00:52:11embora você tenha falado
00:52:12que não impacta em nada,
00:52:14no seu negócio,
00:52:15na sua marca.
00:52:17Qual que é o...
00:52:18As marcas,
00:52:19só as marcas não podem querer
00:52:20fazer collab com eles,
00:52:23se as marcas de moda...
00:52:24As marcas brasileiras,
00:52:25as marcas de moda brasileiras
00:52:27quiserem fazer collabs,
00:52:30assim,
00:52:31com essas marcas,
00:52:32asiáticas,
00:52:33aí a gente está perdido,
00:52:35porque a gente vai perder
00:52:36a única coisa
00:52:37que nos diferencia
00:52:38do Fast Fashion,
00:52:40que é a marca,
00:52:42é a construção da marca,
00:52:43é você vestir a marca,
00:52:45não um vestido estampado.
00:52:46E o conhecimento brasileiro também?
00:52:48É a essência?
00:52:48Conheço também,
00:52:49o conhecimento também,
00:52:50mas as marcas...
00:52:50O mais importante é a marca.
00:52:51Mas as marcas foram construídas
00:52:54e elas têm muito poder,
00:52:56não é só o produto estampado,
00:52:59você está usando
00:53:00um vestido estampado da Farm,
00:53:02é muito diferente
00:53:03você estar usando
00:53:03um vestido estampado da Shopee,
00:53:06então, assim,
00:53:07isso é uma coisa
00:53:09que a gente tem que tomar
00:53:10muito cuidado.
00:53:11Mas está tendo muita collab aí,
00:53:12muita parceria
00:53:13entre brasileiros e chineses?
00:53:15Não, assim,
00:53:15essa história...
00:53:15As lojas de apartamento,
00:53:17no Brasil,
00:53:18começaram a fazer
00:53:19essas collabs
00:53:20com as marcas de moda,
00:53:21que a Farm nunca fez,
00:53:23nenhuma,
00:53:23porque eu acho que é isso,
00:53:24né?
00:53:24A gente perde,
00:53:25começa a perder
00:53:26aquilo que a gente...
00:53:27Grande ativo.
00:53:27Grande ativo.
00:53:28Então, assim,
00:53:29então, é isso.
00:53:30Mas, Marcelo,
00:53:31qual que é o momento atual
00:53:32da moda no Brasil?
00:53:34No Brasil?
00:53:35É.
00:53:35Eu acho que a gente
00:53:36está passando
00:53:37por um momento
00:53:37de renovação, né?
00:53:41A gente está passando
00:53:42por um momento
00:53:42de renovação, né?
00:53:44A volta da São Paulo Fashion Week
00:53:46com os grandes talentos, né?
00:53:49O varejo de moda,
00:53:50o varejo de moda
00:53:52está sofrendo muito, né?
00:53:55O negócio...
00:53:55O varejo de uma maneira geral,
00:53:57mas o varejo de moda
00:53:57principalmente,
00:53:59porque as marcas...
00:54:01Não dá para você investir
00:54:03com os juros a 15%, né?
00:54:05Assim, é...
00:54:06Assim, você...
00:54:07Então, você pega, às vezes,
00:54:08uma marca muito legal,
00:54:10bacana,
00:54:11mas ela tem problema
00:54:13de caixa,
00:54:14porque ela não consegue
00:54:16se financiar.
00:54:17Então, a gente está passando
00:54:19por um momento
00:54:19difícil de expansão,
00:54:22porque, no final das contas,
00:54:24as marcas,
00:54:25elas só se...
00:54:26permanecem
00:54:28se ela tiver um negócio
00:54:30por trás
00:54:31que faça isso acontecer.
00:54:34Então, aí você pega
00:54:35grandes talentos,
00:54:36o cara abre uma loja,
00:54:36duas lojas,
00:54:37o cara não consegue
00:54:38seguir adiante, né?
00:54:40Então,
00:54:41esse é um grande problema
00:54:43que a gente está passando agora
00:54:43esses juros altos
00:54:44para o negócio
00:54:45de varejo de imóvel também.
00:54:47Marcelo, você é bom de papo
00:54:48e eu sei que a sua história
00:54:51é longeva.
00:54:52Você tem quantos anos?
00:54:53Eu estou com 59.
00:54:5459 anos.
00:54:56Sua história...
00:54:58Só a criação da farm
00:55:00foi em 1997.
00:55:03Mas aí eu pergunto,
00:55:04eu imagino que parte
00:55:05da nossa audiência
00:55:06também está se perguntando
00:55:07como um engenheiro
00:55:09caiu no mundo da moda.
00:55:12Ah, essa história
00:55:14é muito engraçada, né?
00:55:15Porque a nossa vida,
00:55:18ela muda
00:55:19de uma hora
00:55:20para outra
00:55:21por conta
00:55:21de um detalhe.
00:55:24Eu estava todo
00:55:25na carreira tecnológica, né?
00:55:26Que eu estava falando
00:55:26que você é...
00:55:28Plataforma
00:55:28de exportação do petróleo,
00:55:29trabalhava em furnas.
00:55:30Aí, quando eu fui
00:55:31no concurso
00:55:31para Petrobras,
00:55:33para mais ou menos
00:55:34a mesma função
00:55:35de furnas,
00:55:36faltava só...
00:55:38Eu passei, né?
00:55:39Aí só faltava
00:55:40o teste psicotécnico.
00:55:41Aí eu fui pedir
00:55:42exoneração de furnas, né?
00:55:43Porque eu já tinha passado...
00:55:45Sei lá,
00:55:45eu acho que eu sou
00:55:46a única pessoa
00:55:47que eu conheço
00:55:48que não passou
00:55:49no teste psicotécnico.
00:55:50E aí, por conta disso,
00:55:52eu trabalhava com o pai da...
00:55:54Eu já conheci
00:55:55o pai da Kátia, né?
00:55:56E ele tinha um negócio de...
00:55:57Vocês são amigos de infância.
00:55:58A gente é amigo de infância.
00:55:59E a gente tinha um negócio
00:56:01de jornais argentinos e tal.
00:56:04Só sei que,
00:56:05enquanto...
00:56:05Aí eu escrevi
00:56:06uma carta
00:56:06para o presidente da Petrobras,
00:56:07cara, pedindo...
00:56:08Cara, eu fiz um teste
00:56:10psicotécnico para furnas,
00:56:11quase igual...
00:56:12Por que eu não passei?
00:56:13Enquanto eu esperava a resposta,
00:56:16ele me sugeriu
00:56:17trabalhar no negócio dele,
00:56:19de distribuição de jornais
00:56:20e tal argentinos
00:56:21aqui no Brasil.
00:56:22Aí eu peguei o negócio dele
00:56:23e eu fiquei muito encantado.
00:56:24Eu falei assim,
00:56:25Nézio, mas isso aqui...
00:56:26Isso aqui não pode fazer assim?
00:56:27Ah, pode.
00:56:28Eu não vou fazer, não.
00:56:28Se você quiser, faz aí
00:56:29e eu te dou aí um percentual.
00:56:31Aí, outra coisa,
00:56:32eu falei, não,
00:56:32mas vamos fazer isso aqui.
00:56:33Ele falou, faz aí você.
00:56:34No final das contas,
00:56:35em quatro meses,
00:56:36eu tripliquei
00:56:37o faturamento do negócio.
00:56:38brilhou o olho.
00:56:40Brilhou o olho.
00:56:41Eu falei assim,
00:56:41o que é isso aqui
00:56:42que eu não conhecia?
00:56:44Essa coisa de você poder
00:56:46botar para fora, né?
00:56:48Esse empreendedorismo
00:56:50na veia.
00:56:52Quando chegou a resposta
00:56:53da Petrobras,
00:56:54até deu vista,
00:56:55possibilidade de fazer
00:56:56vista de prova e tal.
00:56:57Eu não queria mais
00:56:58nada de Petrobras,
00:56:59eu não queria mais
00:56:59de carreira de engenheiro,
00:57:01eu não queria mais nada.
00:57:02Eu queria empreender.
00:57:03E foi a partir daí
00:57:04que eu me descobri
00:57:05empreendedor
00:57:06e aí que mudou
00:57:07a minha vida completamente.
00:57:08Independente
00:57:09de que eu fosse investir,
00:57:11aí depois acabou
00:57:12que a gente foi para a moda
00:57:13por conta do talento
00:57:14da Kátia,
00:57:15mas até antes mesmo
00:57:17da Farm nascer,
00:57:19a gente teve um revés
00:57:20de uma franquia
00:57:21aqui de São Paulo
00:57:22onde num primeiro ano
00:57:24a gente perdeu tudo, tá?
00:57:25Assim,
00:57:25a Farm começou
00:57:26já nesse cenário.
00:57:29Já nesse cenário.
00:57:30Então a gente perdeu tudo.
00:57:31O apartamento
00:57:32em Panema
00:57:32de dois quartos,
00:57:33do Carro Zé do Quilombes
00:57:34para depois
00:57:35a Kátia entender,
00:57:37visualizar a possibilidade
00:57:38de construir,
00:57:40começar a fazer
00:57:42uma coleção
00:57:43e foi outro,
00:57:44e aí a gente está aqui
00:57:45até hoje.
00:57:46Eu sei que você
00:57:47não é estilista, né?
00:57:48Eu estou destacando
00:57:49essa sua formação
00:57:50de engenheiro,
00:57:52mas você é um executivo
00:57:53extremamente importante
00:57:54no setor de moda.
00:57:56Para você,
00:57:57o que é ser chique?
00:57:58O que é ser chique?
00:58:02Eu acho que hoje
00:58:03o que é ser chique
00:58:06é ser ético.
00:58:08E a gente tem
00:58:09muita preocupação
00:58:10falando desse tamanho,
00:58:12com essa amplitude,
00:58:14com esse megafone enorme
00:58:15que ela tem na mão dela,
00:58:17de ser ético
00:58:18e seguir ético.
00:58:19Inclusive,
00:58:19a gente estava conversando
00:58:20ontem isso.
00:58:22A coisa mais importante,
00:58:24a Kátia estava falando
00:58:24disso com a gente
00:58:25numa reunião
00:58:26de diretoria
00:58:27de planejamento estratégico,
00:58:28e a gente colocou
00:58:29e a gente elegeu
00:58:30exatamente isso.
00:58:31A gente, cara,
00:58:32ser ético
00:58:33é o que é o mais chique,
00:58:37é o que é ser mais chique
00:58:38possível,
00:58:39é você ser uma pessoa.
00:58:39E o que não falta
00:58:40no seu guarda-roupa?
00:58:42Preto.
00:58:43Roupa preta.
00:58:44Eu acho que a gente
00:58:45reparou um pouquinho aqui
00:58:47que está todo preto.
00:58:49Preto é o...
00:58:50É, assim,
00:58:51eu me visto
00:58:51de uma maneira básica,
00:58:52não me visto só de preto,
00:58:53claro,
00:58:54mas de uma maneira básica
00:58:56que eu acho que aí
00:58:57o homem nunca,
00:58:58vai errar.
00:59:00O que um profissional
00:59:01de moda precisa ser?
00:59:02Você que lida com...
00:59:03São quantos funcionários?
00:59:05A gente tem,
00:59:06assim,
00:59:06diretamente,
00:59:07na célula farm
00:59:09são dois mil,
00:59:09mas,
00:59:10cara,
00:59:11assim,
00:59:11se você for botar loja,
00:59:13se você botar loja,
00:59:14vai para sete mil.
00:59:16O que você valoriza
00:59:17num profissional de moda?
00:59:18Você falou muito
00:59:22da jovialidade,
00:59:24né?
00:59:24O que eu valorizo
00:59:25num profissional de moda,
00:59:27eu vou dizer para você,
00:59:29pensar com planejamento,
00:59:34né?
00:59:34O planejamento comercial,
00:59:36o planejamento de produto,
00:59:38por muito tempo,
00:59:39ficava
00:59:39alijado e sempre
00:59:43era o mix,
00:59:44era o estilo,
00:59:45né?
00:59:46E era o comercial,
00:59:47né?
00:59:47O planejamento,
00:59:49hoje em dia,
00:59:50nenhum profissional
00:59:50trabalha comigo
00:59:51que não entenda
00:59:53muito bem
00:59:53de planejamento,
00:59:54porque
00:59:54você fazer a gestão
00:59:57do negócio de varejo,
00:59:58você...
00:59:59Três variáveis,
01:00:00né?
01:00:00Venda,
01:00:01margem e estoque,
01:00:02né?
01:00:03Vender o máximo possível,
01:00:04com maior margem possível,
01:00:05gastando o menos
01:00:06de estoque possível,
01:00:07né?
01:00:07Hoje em dia,
01:00:09um negócio de moda,
01:00:13ele,
01:00:14se ele não tiver
01:00:14um planejamento comercial
01:00:16muito bem feito,
01:00:17e que não é só o mix,
01:00:18não,
01:00:18do estilo,
01:00:19não,
01:00:20porque na verdade
01:00:20as pessoas pensam
01:00:21que a coisa mais importante
01:00:22de um negócio de moda
01:00:24é a qualidade de mix,
01:00:26e não é.
01:00:28É justamente
01:00:28o binômio,
01:00:30qualidade de mix,
01:00:32com aposta
01:00:33em cada um desses itens.
01:00:34É isso que faz a diferença.
01:00:36E isso
01:00:37é...
01:00:38é...
01:00:38é...
01:00:38que constrói
01:00:39o planejamento.
01:00:40O planejamento,
01:00:40ele pega...
01:00:41Ele é o camisa 10 do time,
01:00:43ele...
01:00:43ele joga
01:00:44com o estilo lá
01:00:46no iniciozinho
01:00:46do produto e tal,
01:00:48troca com o marketing,
01:00:49brand e tal,
01:00:50e entrega pro comercial
01:00:51fazer o gol.
01:00:52E ele comanda
01:00:53todo esse cronograma.
01:00:55Então,
01:00:56todo profissional de moda
01:00:57tem que ter uma noção
01:00:58muito clara
01:00:59do cronograma
01:01:00do negócio de moda
01:01:01desde o início
01:01:03até a roupa chegar na loja.
01:01:05Esse é
01:01:06Marcelo Bastos,
01:01:08cofundador
01:01:09de uma marca
01:01:10extremamente importante
01:01:11de moda
01:01:12no Brasil,
01:01:13ao lado da...
01:01:15Katia Barros.
01:01:15Katia Barros.
01:01:17Toda poderosa.
01:01:18Toda poderosa,
01:01:19que você tem
01:01:19uma grande admiração,
01:01:20dá pra ver
01:01:21nos seus olhos
01:01:22o quanto você...
01:01:23não só por ela,
01:01:24mas pra todas as mulheres
01:01:25que fazem a farm
01:01:27o que é.
01:01:28Marcelo Bastos,
01:01:29obrigado pela presença
01:01:30aqui em nosso estúdio.
01:01:31Obrigado,
01:01:31eu que agradeço,
01:01:32foi um prazer enorme.
01:01:33E olha,
01:01:34o Show Business
01:01:34vai ficando por aqui,
01:01:35muito obrigado sempre
01:01:36pela sua companhia,
01:01:37pela sua audiência,
01:01:39a gente volta
01:01:40na semana que vem.
01:01:41Até lá.
01:01:41Tchau.
01:01:41A opinião dos nossos comentaristas
01:01:57não reflete necessariamente
01:01:59a opinião do Grupo Jovem Pan
01:02:01de Comunicação.
01:02:06Realização Jovem Pan
01:02:07Jovem Pan
01:02:08Jovem Pan
01:02:09Jovem Pan
01:02:10Jovem Pan
01:02:11Jovem Pan
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