O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) comemorou o cessar-fogo em Gaza, mas aproveitou para endurecer o tom contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Em Roma (Itália), Lula afirmou que o "Brasil não tem problema com Israel, tem com Netanyahu".
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00:00Bom, o presidente Lula avalia que o Brasil não tem problemas com Israel, mas sim com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
00:07Repercussão em Brasília, repórter Lucas Martins trazendo as últimas informações e a repercussão sobre essa fala do presidente da República.
00:15Boa noite, bem-vindo.
00:19Oi, Tiago, muito boa noite pra você, boa noite pra todo mundo que está na nossa companhia.
00:24Exatamente, foi durante um evento na Itália que o presidente Lula está participando do Fórum Mundial da Alimentação.
00:33E ele falou sobre esse contexto diplomático envolvendo Israel e o Hamas.
00:38Ele afirmou que negou qualquer tipo de problema com o Estado de Israel, mas admitiu que existem problemas com Benjamin Netanyahu.
00:48Foram essas as palavras do presidente Lula.
00:51Vamos assistir um trecho do que ele disse.
00:54O Brasil não tem problema com Israel, o Brasil tem problema com Netanyahu.
01:01Agora que Netanyahu não for mais governo, não haverá nenhum problema entre Brasil e Israel, que sempre tiveram uma relação muito boa.
01:10Nós, nós sabemos o papel que o povo judeu tem feito, inclusive lutando contra a atitude do Netanyahu.
01:16Nós sabemos que o povo judeu não concordava em muita parte com aquela guerra.
01:23Eu estou feliz porque, veja, eu não sei se é definitivo ou não, mas eu estou feliz porque é um começo muito promissor.
01:29O fato do presidente Trump ter ido a Israel, ter ido no parlamento, ter falado, é um sinal muito importante.
01:37E agora vai ter reunião no Egito com os países da Europa.
01:40Eu acho importante, eu espero, espero, que aqueles que ajudaram, sabe, Israel, da sua posição de virulência, agora ajudem a ter uma paz definitiva.
01:52Pois é, Tiago, e essa não é a primeira declaração do presidente Lula em relação ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
02:04O presidente Lula já fez algumas afirmações em relação à postura de Benjamin Netanyahu.
02:11Inclusive, no ano passado, ele acabou, foi classificado aí por Israel como persona não grata, depois das afirmações em relação ao primeiro-ministro de Israel.
02:25Volto com você.
02:26Lucas Martins, direto de Brasília, com a fala do presidente Lula, que está na Europa.
02:32Você volta daqui a pouquinho na nossa programação, mais um giro com os nossos comentaristas.
02:35Começo agora aqui pelo meio, Deise Siokari.
02:39Ô, Deise, o presidente Lula, como o Lucas destacou, sempre fez críticas a todo esse processo, falando do genocídio na faixa de Gaza.
02:47Mas hoje ele coloca a bola no chão e fala, olha, eu sou, não tenho nenhum problema com Israel, mas sim, meu problema é com o primeiro-ministro israelense.
02:56Ele tenta politizar e amenizar isso de que forma, Deise?
02:59Ricardo, eu não gosto quando o presidente Lula faz isso, porque parece que ele tenta transformar uma divergência diplomática numa questão pessoal.
03:12Por que eu estou falando isso?
03:14Porque o problema é que nessas relações entre estados não existe essa separação tão simples entre o líder e o país.
03:22Então, quando ele personaliza esse conflito, o presidente, me parece que ele reduz a política externa para um jogo de simpatias e antipatias.
03:29Me parece um reducionismo um pouco exagerado.
03:33E isso acaba enfraquecendo a imagem do Brasil como um ator institucional.
03:38Então, essa diplomacia, no meu entender, ela não pode depender desses rostos, mas de princípios.
03:44Então, quando ele personaliza, para mim, eu acho que aí o presidente acaba misturando um certo moralismo com pragmatismo emocional.
03:52E o país, o Brasil, no fim, e ao cabo disso tudo, acaba deixando de ser um mediador confiável e passa a ser um participante emocional do conflito.
04:03Então, é uma postura, de novo, aquilo que a gente vinha criticando aqui, é uma postura muito mais reativa do que estratégica.
04:10E aí isso tem um custo político muito alto.
04:12E, Vila Hernandes, nesses dois anos, o Itamaraty teve muita dificuldade para calibrar discursos.
04:18O presidente Lula falava uma coisa e o ministro das Relações Exteriores, principalmente, tentava amenizar.
04:24Pois é, e não é agora, na reta final, que o Brasil iria ter uma mudança no seu posicionamento, mudança na sua capacidade de produzir erros relacionados a esse conflito.
04:36Você vê que, nesse contexto, ele coloca o contraponto do Brasil com o Netanyahu.
04:40Como quem coloca que, quando o Netanyahu não estiver mais à frente de Israel, aí o Brasil, o Estado brasileiro, vai voltar a se relacionar com o Israel.
04:49Bom, primeiro que isso pode também ter uma resposta.
04:52Ora, quando o Lula não estiver mais à frente do Estado brasileiro, Israel vai voltar a se relacionar com o Brasil também.
04:59E, seja lá qual for o lado que diga isso, isso é ruim quando se trata de um contexto de Estado.
05:06O próprio presidente Lula, na última sexta-feira, ele deu uma declaração dizendo que é obrigado a se relacionar pela força do seu cargo,
05:14inclusive com quem ele não concorda, com quem ele não mantém uma afinidade do ponto de vista político ideológico.
05:20Deveria ter agido dessa forma novamente e procurado, num contexto de pacificação, ter estendido o braço pela paz.
05:29E não ter botado um pouco mais de fogueira nessas rusgas entre o Brasil e o Israel.
05:33E assim foi com o Donald Trump, não é, Dora?
05:36Essa relação dos dois, que a gente ainda espera, aguarda um desfecho,
05:41mas, de qualquer forma, inclusive hoje o presidente Lula voltou a falar da tal da química no encontro com o Papa, Dora.
05:48Você para de tirar palavras da minha boca, entendeu?
05:51Porque, então, eu vou repetir, porque eu vou...
05:54Eu ia, não, eu vou dizer, quero, dois pontos.
05:57Esse ponto da Deise, que ela fala do personalismo, que é típico do líder populista.
06:03E aí, exatamente, você já contou, né, a história.
06:07Hoje o Papa, vê se o Papa não...
06:08O Lula, olha, tá vendo?
06:09O Lula dizer que teve química com o Papa, né?
06:14Por favor, é típico desse negócio, exatamente do personalismo ao qual se referiu a Deise.
06:21Sobre essa separação entre o Estado que ele procura estabelecer,
06:25ele até já falou isso outras vezes, mas, olha, não é sempre verdade.
06:30Ele teve várias manifestações que tiveram reação, inclusive, da comunidade judaica aqui no Brasil,
06:37como, por exemplo, a mais escandalosa, que foi aquela de comparar a reação de Israel ao ataque terrorista de 7 de outubro de 23 ao holocausto.
06:47E a gente viu o que aquilo causou.
06:50Então, aquilo foi diretamente a Israel.
06:52E esse tipo de embates, o que aconteceu ou vem acontecendo ainda, é muito forte.
06:59Mesmo num governo diferente, isso vai precisar ser reconstruído, porque deixa cicatriz.
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