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NotíciasTranscrição
00:00Linha de Frente
00:30Composta pela jornalista Ellen Brown, a economista Nathalie Wendel, a advogada Lisiane Parreira e a psicóloga Alessandra Petralha.
00:40Meninas, boa tarde, muito obrigada por comparecerem aqui aulinha de frente.
00:46A gente começa falando de um dos destaques da semana, mas a gente vai falar de vários assuntos nacionais, internacionais, com grande repercussão na economia, na política.
00:54Vamos começar falando que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com o presidente Lula logo no início da semana.
01:03Logo depois, o norte-americano disse que a ligação foi muito boa e afirmou que viajará para o Brasil em algum momento.
01:10Durante o diálogo, Lula pediu o fim das tarifas impostas ao Brasil.
01:14Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que percebeu uma boa vontade do governo dos Estados Unidos e disse esperar uma redução nas taxas.
01:25Começo essa rodada com a Ellen.
01:27Ellen, essa conversa era muito esperada durante semanas, inclusive várias críticas, que Lula não tinha dado esse primeiro passo,
01:35depois tudo aconteceu ali durante a Assembleia da ONU.
01:38E agora, o que esperar? Será que tem encontro mesmo?
01:41Será que tem resolução vindo por aí boa para o Brasil?
01:44E eu acho que tem dois aspectos importantes desta conversa pelo telefone que a gente pode destacar.
01:49O primeiro deles é o seguinte, a articulação da diplomacia que, sob muitas críticas,
01:54acabou fazendo uma articulação de bastidores para levar até esse momento do telefonema.
02:01Então, houve toda uma articulação de bastidores ali que foi bastante importante para a gente chegar até esse momento do telefonema
02:07e que segue acontecendo para o encontro presencial.
02:12A expectativa é de que esse encontro presencial possa acontecer na cúpula da ASEAN, que vai ser agora em outubro,
02:18ou que o próprio Lula possa, de repente, ir aos Estados Unidos para fazer esse encontro.
02:23Mais difícil seria o Donald Trump vir a COP para uma questão de pauta ideológica, então isso seria um pouco mais complicado.
02:30Mas aí nós temos tanto a articulação da diplomacia quanto a articulação dos empresários brasileiros,
02:36que também é outro ponto a ser destacado, em especial para essa aproximação final e muito mais calorosa de Trump e Lula,
02:46a gente tem que destacar ali os donos da J&F.
02:50A J&F é uma empresa que emprega 75 mil pessoas nos Estados Unidos, foi a maior doadora da cerimônia de posse de Donald Trump,
02:59mais do que as Big Techs, inclusive, e teve aí um papel bastante importante nessa aproximação.
03:07Então, acho que essas pautas são importantes e ficar de olho também, tem uma certa mudança de leitura,
03:13quando o Richard Granel, que é um diplomata de carreira norte-americano,
03:18que é um ouvido importante de Trump aqui na América Latina, se reuniu com o Alckmin no Rio de Janeiro,
03:23ele levou para Trump uma outra leitura de Brasil e da política brasileira.
03:27Então, este cenário é o que dá ao governo brasileiro, neste momento, um certo otimismo.
03:33Não concordo com o ufanismo e soberania que está se desenhando, não é assim também.
03:38Há muitos desafios aqui nessas próximas aproximações.
03:44Dá para fazer uma aproximação comercial sem necessariamente você fazer um alinhamento ideológico,
03:52uma vez que o Brasil continua defendendo sua soberania e uma não intervenção dentro da nossa política?
03:58Tudo isso vai ser um desafio daqui para frente.
03:59Mas estes aspectos que eu coloquei aqui, acho que são os principais para a gente falar
04:03sobre a ligação de ganha-ganha, como diria Geraldo Alckmin, para os dois países esta semana.
04:09Pois é, inclusive o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vira,
04:12ele conversou durante a semana com o secretário de Estado lá dos Estados Unidos, Marco Rubio,
04:18e recebeu um convite, deve viajar, então, para os dois dialogarem e conversarem sobre esse assunto.
04:22E aí, claro que chamo também nossa economista, a Nátaly,
04:25para falar um pouco dessa perspectiva de diminuição de tarifas.
04:29A gente já teve ali um momento de diminuição logo depois que o tarifácio foi imposto, Nátaly,
04:36mas pode vir mais por aí.
04:38É possível, acho que todo o ambiente agora costuma ser muito incerto,
04:42mas a principal negociação em termos econômicos, que está impactando muito as exportações,
04:47é principalmente nos setores de siderurgia, a parte de máquinas, alumínio.
04:51Então, tudo isso precisa ser negociado e colocado em pauta.
04:54O que nos preocupa do ponto de vista econômico, estritamente, olhando a balança comercial em si,
05:00é que a gente teve um indicador muito negativo agora em setembro.
05:03A gente teve uma redução em torno de 20% dessas exportações,
05:07o que acaba preocupando uma vez que a gente tem um déficit crônico no nosso resultado da balança comercial.
05:13Então, tudo isso precisa ser revisto e colocado em pauta.
05:16Nada é descartado ainda, se pode haver um aumento de fato das tarifas,
05:21ou, de fato, como a nossa colega aqui colocou,
05:24a gente ter ali uma renegociação dessas tarifas e buscar novos parceiros.
05:30É claro que se envolve ainda um custo logístico e um custo indireto,
05:34que ele é muito complicado, ele é muito difícil de redirecionar toda a nossa rota de exportação,
05:39e isso acaba tendo um impacto que a gente já projeta para o PIB ali em 2026.
05:44Então, há uma expectativa de uma redução do nosso crescimento,
05:48olhando para o cenário externo, numa expectativa de menos 0,3%, pontos percentuais ali,
05:55até 0,6%.
05:58Essas são as estimativas que vão reduzir o nosso crescimento
06:00dentro dessas perspectivas atuais de negociação.
06:04Eu acho que a Alessandra pode trazer um ponto legal para a gente,
06:07de como essas negociações, Alessandra, o preço subindo, tarifa ou não,
06:11elas impactam na cabeça da população mesmo,
06:14em como que as pessoas pensam, em como isso reflete, inclusive, nas pesquisas eleitorais.
06:18Daqui a pouquinho eu vou trazer, inclusive, uns números bacanas para vocês,
06:22mas essas negociações mexem com o dia a dia do brasileiro?
06:26Com certeza.
06:27Isso traz uma insegurança, uma ansiedade,
06:30prejudicando, claro, a qualidade de vida das pessoas.
06:33As pessoas ficam totalmente inseguras frente a tanto imposto, a tanto tarifaço,
06:38realmente tudo subindo e aí essa insegurança também a gente tem aí o ano que vem com eleição
06:44e isso traz certa insegurança para todos nós, na verdade, que estamos aqui,
06:49toda a população, então, se sente insegura, prejudicando a saúde mental das pessoas,
06:54trazendo ansiedade, vários transtornos, depressão.
06:57Então, tem pessoas que ficam muito mais ligadas também à televisão,
07:02a qualquer assunto e isso dispara também um gatilho ali de ansiedade
07:08e prejudica não só a pessoa, mas também quem está com ela, a família,
07:13enfim, trazendo muitas consequências para a saúde mental.
07:16E as pautas ideológicas, no geral, são assim, né?
07:18Também mexem, então, com a cabeça da população
07:21e essa acabou se tornando uma pauta ideológica.
07:23Aí, a Lisiane, aproveito para chamar, para comentar também com a gente
07:26um pouco de como isso pode refletir mais nessa parte.
07:29Afinal, as tarifas foram impostas também em um momento ali conjunto
07:33com sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal.
07:36E tem uma expectativa de que talvez essas negociações
07:38também avancem nesse sentido.
07:40Você vê isso, Lisiane?
07:42Eu enxergo que é um reposicionamento do Brasil
07:45na questão diplomática, no cenário global.
07:48Esse avanço de diálogo que começa lá com a ONU,
07:51o Lula aproveita, de certa forma, a fala do Trump
07:55para conseguir fazer esse avanço diplomático.
07:58Só que a gente não pode esquecer que o Trump, ele é um negociador, né?
08:03Considerado um negociador forte e ele é protecionista dos Estados Unidos, né?
08:08É a posição política do Trump.
08:10E nós temos também designado o Marco Rubio,
08:13que é o principal expoente aí na questão das sanções impostas
08:17aos ministros do STF.
08:19Então, a gente vai encontrar nesse caminho de negociação
08:22também o Marco Rubio, que ele tem uma...
08:26Ele é muito reticente quanto à questão da ideologia de esquerda.
08:29Então, acredito que o Marco Rubio seguirá as orientações do Trump.
08:33Então, provavelmente teremos uma abertura diplomática.
08:38Não vejo, por enquanto, um retrocesso das sanções impostas aos ministros do STF.
08:45Creio que continuaremos dessa mesma forma.
08:49Agora eu vou trazer alguns recortes de vários cenários que aconteceram a partir disso.
08:54Vou começar chamando a Nátaly para a gente falar um pouco do café,
08:57que foi um produto importante nessas negociações.
09:00Política e diplomacia se articularam muito nos últimos meses
09:04para aproximar Lula e Trump, Brasil e Estados Unidos, em meio a esse tarifácio.
09:08Mas, realmente, o que ajudou mesmo, aparentemente, essas negociações
09:12foi exatamente o cafezinho brasileiro.
09:14Na conversa com Lula, Trump teria admitido que os Estados Unidos
09:18estão sentindo falta do café do Brasil.
09:21Lá na terra do tio Sam, o café está cada vez mais caro.
09:24Com os reflexos do tarifácio, o cafezinho cobrado do consumidor
09:28subiu quase 21% em um ano, o maior aumento anual desde 1997.
09:35Aqui no Brasil, o café ficou até 70% mais caro neste ano,
09:41com efeito de problemas no clima também e quebras na produção.
09:44Os Estados Unidos são o maior importador e consumidor global da bebida
09:48e também o maior destino das exportações brasileiras do produto.
09:52Os americanos bebem cerca de 450 milhões de xícaras de café por dia.
09:58É muito café, hein, Nátaly?
09:59É muito, não sei, jornalista bebe bastante café, economista eu não sei.
10:04A advogada também.
10:06Sem sobrar de dúvida.
10:08Mas eu vou te contar uma coisa, eu não tomo café, só tomo chá.
10:11Eu consegui sair desde todo esse tarifácio.
10:15Mas você sabe que tem um café descafinado.
10:18Já tomou?
10:19Não funciona, tem que ser chá.
10:20Não, tem que ser chá.
10:21Eu sou mais pro lado dos ingleses, aí o tarifácio seria complicado.
10:24Mas, Bia, trazendo a questão do café, brincadeiras à parte,
10:29cada um, e isso é um ponto muito relevante na economia, né?
10:33Cada um de nós, a gente tem cestas de produtos que são diferentes.
10:36Então, a Bia e todas as meninas aqui consomem café.
10:39Então, o impacto, até em termos psicológicos, de um aumento do tarifácio,
10:44ele é pontual a cada cesta, a cada pessoa que consome aquele tipo de produto.
10:48No meu caso, como eu disse, me livrei desse tarifácio, né?
10:51Ou desse aumento dos preços aí, que realmente, ao longo da série histórica, né?
10:56A gente teve aí um repique muito grande.
10:58E os Estados Unidos, né?
11:00Obviamente, puxaram, sentiram falta do nosso café.
11:03Muitas, inclusive, né?
11:05Ali, cafeterias acabaram fechando, né?
11:07Por conta, né?
11:09De não ter o produto ali, não conseguia até atender um nicho mais premium, né?
11:13A gente tem os cafés ali que tem um outro nicho, que atendem outras pessoas.
11:18E começou a ficar tudo muito caro.
11:19Não só o café, né, Bia?
11:21Mas também na terra do tio Sam, acabou sentindo muito falta das nossas laranjas, né?
11:26Então, teve o problema da safra.
11:28E isso, inclusive, trouxe todos esses problemas para nós.
11:32A expectativa, e muito se falava no começo do cafezinho,
11:35era que nós teríamos uma enxurrada desse produto
11:38voltado para exportação dentro do mercado interno.
11:41E não foi o que aconteceu.
11:42Se tornou cada vez mais escasso, prejudicando tanto nós, com o preço, como lá fora.
11:47Então, realmente, o café foi um símbolo emblemático.
11:51E ele é um dos produtos que a gente tem ao longo de nossa história, né?
11:55A tradição da cafeicultura brasileira.
11:57E que precisa ser revisto, né?
11:59E foi revisto, né?
12:00Entrando ali na pauta de negociação.
12:03Quem sabe, né, Bia?
12:04Talvez outros produtos entrem ali para poder ajudar o nosso saldo comercial,
12:09que ele é muito deficitário.
12:10E reforço, justamente porque a gente não tem valor agregado.
12:13O café, embora tenha alto volume, a gente não consegue trazer muito recurso para nós.
12:18Essa é a maior dificuldade que a gente tem em termos econômicos.
12:21Por aqui, no Brasil, pelo menos, tudo é motivo para um cafezinho.
12:24E aí, Alessandra, a gente pode fazer um gancho pensando que
12:27sempre que chega no bolso mesmo do consumidor, na falta ou no mercado,
12:32ali a gente percebe uma mudança que realmente esses temas reverberam para a sociedade, né?
12:38Sim, exatamente.
12:40Afetando ali todas as famílias, porque o pai, né?
12:44A mãe tem que trabalhar, que tem que levar sustento.
12:48Isso tudo fica muito caro.
12:50E aí, a conta não fecha no fim do mês.
12:52Isso traz muita angústia, desestabiliza toda a família.
12:56Então, esse cenário realmente dificulta aí para nós que trabalhamos,
13:01para as pessoas e trazendo muita angústia, ansiedade e insegurança.
13:05E durante essas negociações, além dos preços do café, da laranja,
13:10como as meninas citaram, a gente também teve um uso bastante forte
13:14de termos e de narrativas, como a Ellen citou ali no comecinho, da soberania.
13:19Eu vou pedir para a Ellen, para a Lisiane comentarem um pouco,
13:21vou colocar uma pesquisa dos efeitos, né?
13:24De toda essa conversa e, claro, de outros fatores também internos e externos
13:29para o presidente Lula.
13:31Uma pesquisa, Quest, divulgada nesta semana, mostrou que a aprovação ao governo Lula
13:36voltou a empatar pela primeira vez desde janeiro e dentro da margem de erro
13:42com a desaprovação.
13:4449% dos brasileiros desaprovam a gestão petista, enquanto 48% aprovam.
13:51A diferença de um ponto é a menor desde dezembro de 2024,
13:56quando a aprovação era maior do que a desaprovação.
13:59A pesquisa, Quest, a gente vê agora ali na tela mostrando, então,
14:03essa avaliação do governo.
14:05E a gente tem uma outra também para mostrar,
14:07que mostra a avaliação do governo Lula no maior patamar, então,
14:10ali desde janeiro.
14:12Bom, para a gente tentar entender um pouco esse cenário
14:15que a gente está vendo agora na tela,
14:16qual deveria ser a postura de Lula diante de Trump.
14:20O pessoal analisou, então, essa conversa dos dois,
14:23mostrando ali que 65% acreditam que deveria ser amigável,
14:2625% que deveria ser dura, 7% não sabem ou não responderam,
14:32e 3% disseram nem dura, nem amigável, nem aqui, nem lá.
14:35Mas dá para a gente tirar um pouco, então, da impressão ali da população
14:39sobre a postura do presidente.
14:42Ellen, essa narrativa, tudo isso que aconteceu,
14:45contribuiu para esse cenário melhor para o presidente?
14:47Sem sombra de dúvidas.
14:48Essa Quest que foi divulgada essa semana,
14:50eu quero, a mesma Quest, em maio deste ano,
14:53quando chegava na aprovação do governo Lula,
14:56o índice de pessoas que, o percentual de pessoas que desaprovava o governo Lula
15:01chegou a superar em 17 pontos o que aprovava, né?
15:05A gente veio ali de um começo de ano com crise do Pix, né?
15:09Vocês lembram, foi tudo esse ano ainda, gente, foi uma loucura, né?
15:12Crise do Pix, dificuldade de tomar narrativa,
15:16congresso ali dificultando, não passando pautas do executivo,
15:18e, de repente, tem vários fatores que levam a esta que foi
15:25a pesquisa mais otimista para o executivo
15:27desde que a gente começa aí a fazer um pré-2026, né?
15:32É a que coloca Lula mais vivo para o ano que vem.
15:36Mas que fatores levam para esse vivo para o ano que vem?
15:40Acho que a gente pode colocar aqui na mesa, então,
15:42Sidonio, que conseguiu realmente fazer uma boa narrativa
15:46a partir da crise do tarifácio trazer a narrativa de soberania nacional
15:51foi muito positiva para a imagem do governo, né?
15:55Acabou sendo muito positiva para a imagem do governo.
15:58Entra aí também a consequência, não o efeito prático,
16:02mas a expectativa em relação ao imposto de renda, né?
16:06Você não tem que pagar o imposto de renda lá para quem ganha até 5 mil reais.
16:09Isso é uma coisa que, na Quest, eles ouvem famílias
16:14que ganham até 5 mil reais, não é a pessoa.
16:17Então, isso dá um impacto coletivo muito positivo para o governo.
16:21A gente teve ali a inflação dos alimentos, que deu uma treguinha, né, Nathalie?
16:24Então, assim, isso, a psicóloga sabe bem,
16:27a inflação de alimento é uma coisa que a gente sente muito,
16:29sente no bolso, lembra na hora que está no caixa do supermercado,
16:32isso melhora para o governo.
16:33Então, todos esses fatores juntos mostram uma resiliência de Lula,
16:39que enfrenta, de um outro lado, uma oposição muito fragmentada.
16:43Uma oposição que ficou ali com uma imagem ruim,
16:46com a PEC da blindagem, com manifestações de rua,
16:50com não definição de quem vai para o ano que vem, né?
16:54Com um ataque à soberania nacional, o tarifácio contra o Brasil.
16:58Então, isso deu, essa semana, esse respirinho para o Palácio.
17:02Não foi só respiro, mas a gente vai falar mais para frente,
17:04que teve outras coisas, né?
17:05Não foi só respiro para o Executivo.
17:07Mas deu esse respirinho da Quest,
17:09que eu acho que é a pesquisa mais positiva para o Executivo,
17:11desde que Lula começa a se colocar, de fato, para a 26.
17:14Lisiane, concorda?
17:15Estava vendo todas as meninas balançando a cabeça aqui,
17:17então vou passar para todas elas, mas começar com você, Lisiane.
17:21Concordo.
17:21Uma coisa que eu vou reforçar, que acabei de falar,
17:25é que a questão do Lula na ONU.
17:27Eu acho que isso foi chave para esse resultado da pesquisa agora, né?
17:32Esse diálogo com o Trump na ONU, apesar de ser curto, né?
17:37Foi breve o diálogo deles.
17:39Isso abriu muito o diálogo do Lula com o eleitorado médio, né?
17:44Então, o Lula conseguiu uma reaproximação com esse eleitorado médio,
17:49apesar de que o conceito de soberania, de forma técnica,
17:54não é bem entendido pela população, né?
17:57A ideia de soberania, enquanto um cenário legal,
18:01enquanto uma Constituição bem definida,
18:03a população ainda tem uma certa dificuldade em compreender, né?
18:08Eu acredito que com essa pesquisa, esse resultado da pesquisa,
18:14dá um respiro, apesar de a gente ter o problema da medida provisória, né?
18:18Que mais para frente, talvez, nós iremos falar.
18:20Mas o cenário, para mim, das eleições de 2026, ele ainda é muito nebuloso,
18:27mesmo tendo esse resultado da pesquisa, né?
18:30Do Lula.
18:31E eu tenho certeza que foi a questão do avanço diplomático com o Trump
18:36que trouxe ele nesse patamar de agora.
18:38Porque quando a gente fala, talvez, de uma redução de um tarifaço,
18:42a gente fala de manutenção de emprego.
18:44E é esse eleitorado médio, né, que responde à pesquisa,
18:49que vai ver ali uma possível esperança,
18:52que também a gente ainda não sabe se vai se consolidar, né?
18:55Porque as negociações estão começando agora.
18:57Então, assim, é uma fase muito turva ainda
19:00para a gente falar de cenário eleitoral
19:02ou de já cantar aí uma possível vitória
19:07ou um avanço do Lula, na minha opinião.
19:10A Nátaly estava também ali mencionando,
19:13inclusive, quando a Ellen citou o quanto a inflação mexe com essas pesquisas.
19:18Queria que você falasse um pouco disso, Nátaly,
19:20aproveitasse já pensando no ano que vem.
19:22Porque a gente vai falar agora da MP do IOF que vocês citaram.
19:26Esse é um tema que ficou muito quente essa semana.
19:28E o Tarcísio, o governador aqui de São Paulo,
19:30ele se defendeu dizendo, por exemplo,
19:32que está muito preocupado com a questão dos impostos no ano que vem,
19:36que vê ali uma derrocada para o país.
19:38Então, qual que é esse cenário?
19:40Como é que está?
19:40E como que ele influencia essa pesquisa que a gente viu agora do presidente?
19:43Eu acho que o ponto que tanto a Ellen quanto a Lisiane trouxeram aqui é fundamental.
19:49As duas mencionaram na fala, tanto a geração de empregos,
19:52a gente convive hoje com o que se diz o termo técnico pleno emprego,
19:56mas, por outro lado, a gente tem ainda empregos que são muito precários
19:59e a renda, de fato, não é uma renda de qualidade.
20:02O que é uma renda de qualidade?
20:03Ela não consegue combater a inflação.
20:05Então, esse é o maior receio e aí, até do ponto de vista pessoal,
20:10é o meu receio para 2026 ou o receio especificamente à Quest,
20:15porque não necessariamente a inflação cedeu.
20:19A gente teve já agora no mês de setembro o repique, como a Ellen mencionou,
20:23de 0,48%.
20:24Então, a gente viveu ali, pelo menos no último trimestre,
20:27uma redução da inflação e aí tem até o termo psicológico,
20:31que a gente utiliza na economia.
20:33Esse trimestre demora a ser sentido no bolso das pessoas.
20:37Então, muitos ainda não sentiram esse arrefecimento da inflação,
20:42então começa a gerar uma certa preocupação.
20:44E tudo isso é respaldado por um cenário macro,
20:47que tem tudo a ver com a MP,
20:48que a gente tem uma dificuldade, um déficit fiscal extremamente elevado
20:53e agora cada vez mais dificultado por essa questão,
20:56que a gente não consegue controlar.
20:58A gestão orçamentária ainda continua a falha.
21:01E do ponto de vista da inflação, olhando o Banco Central,
21:04que são as duas políticas que a gente sempre tem que estar acompanhando,
21:07a monetária e a fiscal,
21:08o que a gente olha no Banco Central é justamente isso.
21:11Está sendo segurado os juros e um patamar elevado de 15%.
21:15Não há uma previsão de queda ainda para esse ano.
21:19Isso só vai se reverter, talvez, em 2026,
21:22e aí sim, talvez, ajudando o cenário eleitoral.
21:26O que não é também muito favorável do ponto de vista de política,
21:29porque a gente pode interpretar até com uma certa interferência
21:32na autonomia do Banco Central.
21:34Então, precisa tomar todos esses cuidados.
21:36E tem muito ator ali atuando no curto prazo
21:40para um alívio ali na Quest, Bia.
21:42Acho que é isso que dá para a gente avaliar em termos da pesquisa.
21:46E como que a gente pode arrematar isso, Alessandra,
21:48pensando da inflação, no cenário econômico,
21:51e nessas narrativas, como é que elas reverberam na hora da pessoa
21:54dar uma sinalização ali numa pesquisa como essa?
21:58Bom, como ela mesmo disse aqui sobre essa questão
22:01de que o trabalhador, a pessoa, ela vai ver só depois de alguns meses,
22:05que vai refletir tudo isso no bolso dela.
22:08Enfim, mas realmente pensando que 2026 é um ano eleitoral
22:12e as pessoas já estão pensando nisso,
22:16se preocupam com isso, nos debates.
22:21E realmente é tudo muito incerto para o trabalhador, para as pessoas,
22:26mas as pessoas estão, sim, cada vez mais envolvidas em política,
22:32coisa que às vezes não acontecia antes.
22:34Se eu percebo essa minha opinião, falando com as pessoas,
22:38eu também trabalho com empresas, estou à frente aí também
22:42dessa parte de recrutar e selecionar pessoas.
22:45Então, o que você disse realmente está acontecendo.
22:48Não se tem uma qualidade orçamentária boa.
22:51Estou falando de salários, tá?
22:52As pessoas estão ganhando razoavelmente bem dentro do piso delas,
23:00porém, elas reclamam muito, chegam até mim,
23:04porque eu estou dentro das empresas, sou prestadora também de serviços nessa área,
23:07que realmente não dá.
23:09Falei assim, olha, a conta não fecha.
23:11Por aquisitivo baixo, né?
23:12Sim.
23:13Falei, poxa, estou ganhando bem até, assim, para o meu cargo,
23:17mas eu não consigo manter o que antes eu mantinha.
23:20Então, isso traz muita incerteza.
23:23O que as pessoas ficam pensando, né?
23:25Falei assim, agora, 2026, será que como é que vai ser?
23:27Será que vai melhorar? Será que vai piorar?
23:29Como é que vai ser?
23:30Porque a necessidade básica do ser humano, né?
23:34Até a pirâmide de Maslow, são as básicas.
23:36E se está faltando, né?
23:38A pessoa chega no supermercado, o que comprava antes não compra mais.
23:42Agora, falando de café, não só café, né?
23:44Todos os produtos, tudo.
23:46Então, isso sim reverbera na vida das pessoas.
23:49E reverbera, Alessandra, você falou que está percebendo
23:52as pessoas cada vez mais envolvidas na política.
23:54Como que isso bate nas famílias?
23:57Olha...
23:58Pausa dramática, né?
24:00Pausa dramática.
24:01Você quer a verdade.
24:03O WhatsApp não sei mais.
24:04Vocês querem a verdade.
24:06O Natal chegando.
24:07O que é que é um camuflo isso?
24:09O Natal chegando é um bom gancho.
24:11Todo ano eleitoral é um problema, não é verdade?
24:14Não só ano eleitoral, é um dualismo.
24:16E é uma dicotomia, uma questão de dualidade.
24:20O que é bom e o que é ruim.
24:22Ah, não.
24:22O que é contra a minha opinião é ruim.
24:25E aí, isso vira briga dentro das famílias.
24:27Gente, eu conheço inúmeras famílias, né?
24:29Atendo aí pessoas também que eu trabalho em várias áreas dentro da psicologia,
24:33não só organizacional, na clínica.
24:36E aí, vira brigas que a gente leva para a clínica, em psicoterapia.
24:39Pessoas que não se falam mais, pais que não falam com filhos.
24:44Rompe vínculo, né?
24:45Sim, rompe vínculo.
24:46Então, realmente, esse assunto é dramático.
24:50É até um pouco melindroso, porque essa é a verdade.
24:52Existem até, agora falando de radicalismo, vocês sabem,
24:56porque a gente trabalha com ideologias.
24:58E que não a minha, a meu partido, o que eu realmente penso é que está certo.
25:04É verdade.
25:05E não abre-se para um debate como esse, outros debates que a gente cresce
25:10ouvindo e falando as opiniões do outro.
25:12E a gente começa a repensar também certos valores que antes era ok
25:17e agora não faz mais sentido.
25:19E está tudo bem, gente.
25:20A gente pode mudar de opinião.
25:22E com certeza a gente espera que as pessoas comecem a pensar assim
25:26e estudar sobre política.
25:28Gente, porque o Google está aí.
25:30Agora, inteligência artificial, é só você ir lá, pesquisar.
25:33Eu não sei, mas eu quero aprender, né?
25:35Então, tem advogada aqui, economista, jornalista, vocês todas muito bem instruídas.
25:40Mas você que está aí e não é instruído, vai atrás.
25:44Porque isso tem a ver com o seu bolso, com o seu dinheiro.
25:47E isso reverbera na família, na sociedade como um todo.
25:50E o Linha de Frente é sobre isso, né?
25:51A gente sempre senta aqui para debater várias opiniões diferentes
25:54e não saímos, como disse a Ellen, do grupo do WhatsApp.
25:57A gente sempre se fala, independente das opiniões.
26:00Queria só citar um dado interessante que saiu do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
26:05o IBGE, sobre os salários que vocês falavam.
26:07Olha, mais de um terço dos trabalhadores no Brasil recebe até um salário mínimo.
26:12Então, 35% das pessoas.
26:14Já quem recebe mais de cinco salários mínimos,
26:16ou seja, cerca de 6 mil reais, porque os dados são de 2022, são só 7,6% das pessoas.
26:23E para a gente não perder o gancho desses dados e também de aumento de impostos,
26:28que é o que a gente está falando, e da economia,
26:30eu lembro que nessa semana o presidente Lula lamentou a decisão do Congresso Nacional
26:35de retirar da pauta a medida provisória que aumentava tributos
26:39e tinha como objetivo impulsionar a arrecadação,
26:42a chamada MP do IOF, que a gente já está falando aqui há algum tempo.
26:45Ainda antes da votação pelo conteúdo,
26:48a maioria dos deputados aprovou a retirada do texto da pauta da Casa.
26:53Lula disse que a derrota não foi do governo federal,
26:55mas sim do povo brasileiro.
26:58Enquanto isso, em frente à Praça dos Três Poderes,
27:00manifestantes bolsonaristas pediram por anistia.
27:03O relator do Projeto na Casa, Paulinho da Força,
27:06estima a votação para a semana que vem.
27:08Nas negociações atuais está a redução das penas de condenados por atos antidemocráticos.
27:15E ainda nesse cenário do Congresso Nacional,
27:18o Senado Federal também escolheu Renan Calheiros
27:20como relator da isenção do imposto de renda.
27:23Ufa, né? Aconteceu um monte de coisa essa semana.
27:27Muita coisa no Congresso, então já vou puxar aqui para Lisiane,
27:30inclusive, comentar com a gente.
27:32A gente está citando pesquisa melhor para o presidente Lula,
27:35então teve o imposto de renda passando na Câmara na semana passada,
27:40agora vai ao Senado, mas teve a derrota do MP do IOF.
27:43Qual que é o clima para o presidente, entre o presidente e o Congresso, hein, Lisiane?
27:47Eu acho que o ponto-chave aqui dessa conversa é os três poderes, né?
27:52Há umas semanas atrás, a gente estava com a tensão com o Judiciário, né?
27:56Todo mundo observando o julgamento que ocorreu há semanas atrás.
27:59Agora a nossa tensão é executivo e legislativo, né?
28:03Com a caducidade da medida provisória e o Congresso, então, não a transformando em lei,
28:09isso mostra para a gente uma instabilidade no governo Lula, né?
28:13Uma instabilidade forte ali, né?
28:16Apesar de ter saído a pesquisa.
28:18O que acontece, né?
28:19Não adianta você fazer uma arrecadação fiscal, como é feita aqui no Brasil,
28:27uma arrecadação fiscal absurda que acontece no Brasil,
28:31sabendo que a gente tem uma torneira de gastos públicos abertas, né?
28:36Então, assim, não é o povo que perdeu aqui, é o governo que perdeu, né?
28:42O governo que perdeu aí com a questão da medida provisória, né?
28:47O problema não é arrecadar pouco, o problema é gastar mal.
28:52Gastar mal as despesas públicas, que é o que a gente está vendo no governo.
28:56Então, eu acredito que a medida provisória, a caducidade da medida provisória
29:00mostrou para a gente graves problemas econômicos que o governo tem enfrentado.
29:07Acredito que as minhas colegas devem concordar comigo nesse sentido.
29:09A Nátaly está assim, só mostrando os dedos de positivo.
29:13Não, com certeza, assim, se eu puder só complementar a sua fala, é perfeita, Elisiane,
29:18porque, de fato, a gente tem um problema das duas, vou falar assim, dos dois poderes aqui também, né?
29:24A grande dificuldade, assim, do ponto de vista fiscal, é um problema tão complexo,
29:29mas tão complexo que, assim, pelo lado da arrecadação, como você colocou,
29:33a gente tem um sistema tributário extremamente regressivo, né?
29:37Que, mais uma vez, onera essas pessoas, né?
29:40É totalmente baseado no consumo, então as pessoas não conseguem aumentar o seu poder de compra, né?
29:45O governo gasta, gasta muito, muito, muito mal, né?
29:49E, assim, não faz uma revisão de despesa, né?
29:53Em nenhum momento, a gente fala toda hora que, né?
29:54Existe um déficit fiscal e não se faz, né?
29:57Não se programa fazer uma revisão do que está sendo gasto.
29:59Só que aumentar o tributo.
30:00Só que aumentar o tributo.
30:01E, para piorar, do lado do Congresso, né?
30:04Se a gente olhar o Congresso, o que a gente teve?
30:06A gente teve aumento do fundo eleitoral, né?
30:09Não se faz ali também, né?
30:11A revisão dos incentivos fiscais, né?
30:14E, assim, uma enxurrada de emendas parlamentares que os dois clamam ali por uma responsabilidade fiscal
30:21e nenhum dos dois acerta e é condizente com o que está sendo discutido, com o que está sendo dito.
30:27Então, fica só no campo ideológico, né?
30:29Ah, vamos fazer.
30:31E nada é executado.
30:32Então, é um problema, assim, muito crônico e que a gente tem que combater, né?
30:37Então, não é...
30:38As políticas, né?
30:39Econômicas também têm que se conversar.
30:41O fiscal, o monetário, o cambial, né?
30:43Por conta do tarifácio.
30:45Então, tudo a gente está nesse momento de uma grave crise econômica e política, né?
30:50Então, acho que tudo isso precisa ser colocado, de fato, na mesa
30:53para que o próximo governo não pense somente em política eleitoreira,
30:57mas de uma estratégia de desenvolvimento estrutural do Brasil, não conjuntural.
31:02Acho que isso que eu mais clamo.
31:03É o contribuinte, né?
31:04De todos nós.
31:05É o contribuinte que é prejudicado nisso.
31:06Não existe recurso público, não existe recurso do Estado.
31:10O recurso somos nós, né?
31:11Se a gente não contribui, não tem orçamento.
31:13O orçamento, ele tem que ser participativo.
31:16Nós somos o orçamento.
31:18Então, as pautas que a gente elege têm que ser colocadas lá em votação, né?
31:23Têm que ser colocadas...
31:24Os nossos eleitos ali, né?
31:26Seja senador, deputado, o próprio presidente, ele tem que combater aquilo que a gente está
31:31clamando.
31:32Isso é o orçamento, de fato.
31:33Isso é o orçamento participativo e pouco a gente vê.
31:36A gente vê atender cada vez mais a esses interesses, a essas emendas e só gera um resultado
31:41aí fiscal.
31:42Prometi que ia ser breve, mas é um assunto que eu acho de extrema importância e urge
31:47muito a discussão de todas nós, de todas as áreas.
31:51E você tocou num ponto, né, Nathalie, das pessoas entenderem o quanto elas fazem parte
31:56de quem elas elegem, realmente do que é colocado em pauta, mas elas entendem mesmo,
32:01Alessandra?
32:04Olha, tá ficando dramático pra mim a gente responder assim.
32:08Mas será que realmente elas estão sabendo o quanto que isso reflete no bolso delas,
32:15né?
32:15Porque eu vejo que as pessoas estão interessadas em política.
32:20É o que vocês todas dizem, muito importante, tudo é muito importante, porém, será que
32:26as pessoas sabem realmente?
32:28Porque o ideal é tudo isso que você disse.
32:31Tá, mas será que todos os políticos, eles têm que pensar em conjunto?
32:35O que a gente pensa é assim, né?
32:37É, nós somos uma nação, a gente quer melhorar como um todo, né, o povo brasileiro, as pessoas,
32:43os trabalhadores, todos, mas existe um interesse em, a gente tá falando agora, assim, trazendo
32:49pra psicologia, mas há muito ego, né?
32:52Egoísmo, né?
32:53Sim, que é mais de política.
32:54Isso, né?
32:55Que tá pensando só na parte individual, nos próprios interesses.
32:59Porque quando se pensa em conjunto, em coletividade, aí já é uma outra vertente, né?
33:06É um outro fator importante, porém que não se leva em conta.
33:11Se leva em conta quando você vê os políticos, né?
33:15A gente não pode generalizar, mas nas suas campanhas, né?
33:19Aí a fala é generalista, é pensando em todos, mas de fato, na prática, a gente vê que não.
33:29Então, eu acredito que, como eu disse, as pessoas estão buscando saber mais sobre política, né?
33:36Ainda tem muita briga de discussão, mas é um começo de uma caminhada,
33:41porque eu penso que, se a gente for falar, conversar mesmo sobre isso,
33:45a gente vai ver que a educação tem que iniciar lá, na infância.
33:49As crianças não sabem nada de política.
33:52Elas não deveriam mesmo saber, mas pelo menos, assim, elas sabem as coisas básicas.
33:56Não sabem da Constituição.
33:57Nada.
33:58E educação financeira.
33:59Eu falo tem que ter Constituição na escola.
34:01E educação financeira tem a ver com a parte emocional.
34:04Claro.
34:04Deveria-se.
34:05Então, quando você disse, deveria-se ser assim, deveria ser assim, deveria.
34:10Isso quando as pessoas com mentes saudáveis, né, que estão aqui, pensam no coletivo.
34:17Então, vamos pensar além.
34:19Por que é que não se faz, então, uma medida, uma lei, que se tenha, então,
34:24essas disciplinas nas escolas municipais, públicas, e até também levando aí para as escolas particulares, né?
34:31Mas, Alessandra, você sabe que, inclusive, existe um projeto no Estado de São Paulo de fazer educação financeira.
34:36Sim, há muitos anos.
34:36Mas sabe qual é a maior dificuldade?
34:38E acredito que o constitucional, né, entender as leis também é fundamental, deveria entrar no projeto.
34:43Mas sabe qual é a maior dificuldade?
34:44Não se tem profissional capacitado a levar essa linguagem até as crianças.
34:50Isso é a maior dificuldade.
34:51Será?
34:51Parte do problema é essa dificuldade que a gente tem de encontrar o profissional.
34:56Eu acredito que tenha poucos profissionais, mas ainda tenha.
34:59Tem, tem.
35:00Ainda tem.
35:00Inclusive, tem um projeto muito legal, que se chama Multiplicando Sonhos.
35:03Olha, legal.
35:03Que ele faz, justamente, toda essa trajetória de educação financeira.
35:08E aí, respondendo a sua pergunta, agora a gente trouxe mais profundidade nisso,
35:13começa lá atrás, na educação primária mesmo.
35:17Posso falar que eu sou mãe, eu tenho uma filha de nove anos, não sei se vocês são mães,
35:22mas falta muito ainda educação.
35:24E para a gente ter políticos, pessoas que pensam na coletividade, que saibam de economia, de política,
35:32do que isso representa no nosso bolso, começa lá atrás, gente.
35:36Então, se a gente for falar, a gente fica aqui a tarde inteira, né?
35:39O linha de frente é sempre assim, viu, Alessandra?
35:42Alessandra, é a primeira vez de muitas que viram, as meninas já estiveram por aqui.
35:47A gente sempre termina falando isso.
35:49Olha, tem papo para umas três horas para mais aqui de programa.
35:53Mas eu queria arrematar esse assunto com a Ellen, para a gente fechar o Congresso Nacional
35:57antes do nosso próximo bloco.
35:58A gente falou muito de coletivo, desses sentimentos, então, quando as pessoas estão juntas.
36:03A gente citou agora há pouco também que teve manifestação durante a semana pró-anistia.
36:08E citamos também que o governo teve algumas derrotas.
36:12Mas será que nesse ponto da anistia o governo está vencendo, digamos assim?
36:16Porque a gente caminha para uma dosimetria mesmo, aparentemente, para uma redução de penas
36:21e que está ficando cada vez mais longe, parece, né, Ellen, nesse assunto?
36:25É, o que a gente tem sentido, Bia, e você sabe bem como é que é política, né?
36:28As nuvens, elas mudam muito rapidamente.
36:31Houve um momento que a anistia era uma pauta que não entrava em cena.
36:33De repente, entrou uma urgência de anistia, né, assim, muito rapidamente.
36:37E daqui a pouco o vento mudou mais uma vez.
36:41Tudo isso tem relação a como que a oposição está se colocando para 2026, né?
36:47Um racha muito grande da oposição.
36:49E aqui eu trago de onde eu vi os meus sapatos aqui na apuração, né, Bia?
36:54Essa semana, por exemplo, a gente teve uma reunião de empresários bastante importantes em São Paulo.
36:59Empresários que, até dado momento, estavam completamente embarcados no barco de Tarcísio de Freitas.
37:05O viram se radicalizando e começaram a dizer, precisamos de um caminho do meio.
37:09Não dá para ir para um lado radical nem para outro lado radical.
37:13Não vai ser assim que nós vamos seguir em 2026.
37:16Então, quando esses ventos começam a soprar, a virar, tudo muda.
37:22E parece que, nesse sentido, o governo está conseguindo fazer um acordo com o Congresso, o Congresso com a oposição,
37:32em que não existe uma anistia geral e restrita.
37:36Existe uma anistia que caminha mais para uma dosimetria, sim, que vai ser mais fácil, palatável para os três poderes, né?
37:43Para que todos façam um consenso em relação a isso.
37:47Isso nesta semana.
37:49Os ventos sempre mudam e mudam, assim, com uma certa radicalidade.
37:55Então, hoje, quando a gente está conversando nessa semana, esse é o vento que sopra.
37:58Um outro levantamento da Quest mostrou que Lula mantém a liderança em todos os eventuais cenários de primeiro e segundo turno,
38:06simulados para a disputa presidencial de 2026.
38:10Desde agosto, inclusive, ele lidera em todos os cenários pesquisados.
38:15Então, tem uma vantagem significativa aí.
38:18E aí, Lisiane, começo essa rodada com você para a gente já pensar.
38:22A gente estava falando no bloco anterior da MP do IOF, do imposto de renda.
38:27Então, todos esses artifícios aí têm contribuído para essa melhora do presidente Lula
38:34e, inclusive, para embates recentes que a gente tem visto entre Tarcísio de Freitas,
38:39principalmente que é a figura da direita que tem despontado aí como principal player para o ano que vem?
38:44É, então, eu volto a reforçar que eu vejo as eleições do ano que vem ainda muito nebuloso, né?
38:53Eu vejo um cenário ainda obscuro nessa questão de liderança, né?
38:58De um determinado candidato.
39:00O que a gente não pode esquecer é que nós temos uma direita que ainda não está definida,
39:05muito bem definida.
39:06Isso impacta, obviamente, nas pesquisas, né?
39:09A gente tem uma direita aí com o Tarcísio, né?
39:12Despontando, mas temos também a conversa sobre o Ratinho Júnior, né?
39:17E o Caiado.
39:19Então, fica ainda um pouco complicado de definir exatamente esse cenário para 2026, né?
39:28A gente também não pode esquecer, acredito, que é a questão do Kassab,
39:32que está nos bastidores da direita articulando tudo isso.
39:35Quando a direita se definir um pouco melhor na questão do seu candidato,
39:39eu acredito que essas pesquisas, elas irão se modificar.
39:43E a gente começa a ter um cenário um pouquinho melhor para 2026.
39:47Agora, Helen, a gente parece longe, né?
39:49De uma definição da direita, como citou a Lisiane.
39:53Na própria pesquisa Quest, eles colocaram vários cenários.
39:56Tem até o Ciro Gomes no meio.
39:57Tem o Romel Zema.
39:58Que está para a direita.
39:59De novo.
40:00Agora está para a direita.
40:01Exatamente.
40:02É um ponto A, porque às vezes a gente se perde aqui no Brasil.
40:04É importante.
40:05É importante.
40:06Então, tem, assim, diversos players.
40:08Tarcísio é um deles.
40:10Michele Bolsonaro, inclusive, também com menos força.
40:13E será que essa indefinição toda está realmente, então, atrapalhando esse campo
40:17e reforçando o presidente Lula?
40:19Ou será que eles conseguem reverter isso lá na frente?
40:21Nesse momento, está atrapalhando.
40:23Assim, eu acho que é importante a gente pontuar aqui dois cenários.
40:26A Quest foi nas ruas, né?
40:28Exatamente um ano antes do primeiro turno de 2026.
40:32Entre 2 e 5 de outubro, se não me falha a memória.
40:34Um ano antes de 22, a gente tinha um cenário super definido.
40:40Um presidente concorrendo à reeleição, Bolsonaro, e um ex-presidente voltando.
40:45A primeira vez que a gente tinha esse cenário estava muito definido.
40:47Lula, né?
40:49Um ano antes de 26, o cenário não está definido.
40:52Até Lula, até pouco tempo, não se chancelava.
40:55Agora é o momento que ele está mais chancelado para 26, né?
40:58Mas não se chancelava.
41:00Então, é muito diferente o cenário.
41:02E nesse cenário muito diferente que a gente tem e que a Quest traz, acredito que, número
41:07um, a palavra para Lula é resiliência, né?
41:09Lula recupera, por exemplo, o voto feminino, que foi um voto fundamental para ele em 22.
41:14Lula ganha ali uns pontinhos de avaliação entre um público que não é dele, que é quem
41:19está ali mais próximo dos cinco salários e que vai ganhar a isenção do imposto de
41:23renda, ele não melhora no público que é dele, que é aquele de até um salário que
41:28é beneficiário de programas sociais, porque hoje em dia no Brasil, Felipe Nunes da Quest
41:31gosta muito de falar isso, né?
41:33Essa política social, ela não é mais vista como um favor, ela é vista como um direito.
41:39Então, esse voto não é trocado assim imediatamente, não.
41:42Mas a gente tem que lembrar que vai vir aí o Vale Gás, vai vir aí o desconto na conta
41:45de luz no final do ano e tudo isso faz com que, neste exato momento, o governo esteja
41:51numa posição mais favorável.
41:53Enquanto isso, a oposição vem muito fragmentada.
41:56Tarcísio tinha os empresários, estava todo mundo com ele, ele vem para Paulista com o
42:00discurso mais radicalizado, que naquele momento a leitura era, ele precisava fazer, ele é
42:03o único da direita que não pode sair sem nenhuma chancela dos Bolsonaro, mas isso
42:08foi pesado para ele.
42:10Ele sentiu o peso desse discurso e dessa radicalização nas pesquisas.
42:15Aí, tem um outro grupo, porque eu gosto muito de falar, eu atendo muitos empresários
42:21da Faria Lima, a Faria Lima não é uma coisa homogênea.
42:24A gente tem uma Faria Lima de um perfil e tem outra que, por exemplo, está se reunindo
42:31e dizendo, não, a gente tem que ter um caminho do meio, deu, cansou, radicalização, não
42:35dá mais, o Brasil não vai aguentar, a coisa está muito esgarçada, começa a falar
42:38no Ratinho, que é um nome viável, está ali no PSD, é um partido viável.
42:43Então, assim, existem movimentos, mas tem uma coisa, Bia, que é muito importante.
42:51Nos anos eleitorais, se a gente olha historicamente, nos anos pré-eleitorais, tem um monte, essa
42:56expressão não é minha, essa expressão é do Fábio Zambelli, nosso colega jornalista,
43:00quer dizer assim, ano pré-presidencial tem um monte de candidato flanelinha, aparece
43:05todo mundo segurando vaga para quem vem ano que vem de verdade, né?
43:08Então, assim, é bom ficar com calma neste momento, porque é no ano que vem que a gente
43:14vai sentir quem vem com força de verdade.
43:16Agora, uma coisa que eu achei interessante é que você citou que a Faria Lima não é
43:20homogênea e o Ratinho Júnior despontou mesmo o pessoal do Centrão jogando aqui para nós
43:24jornalistas o nome dele, até como uma forma de teste muitas vezes.
43:28Mas, Alessandra, essa coisa de terceira via, de alternativa, polarização, ela já tem
43:36sido tentada há algum tempo.
43:38A gente viu Simone Tebet, por exemplo, na última eleição presidencial, não tem dado
43:41certo.
43:42O brasileiro, será que, ou para as pessoas, é mais fácil pessoas que estão muito bem
43:46posicionadas do que alguém que está no meio nessa terceira via?
43:50Ou faz sentido esse pensamento?
43:52Faz, faz totalmente sentido.
43:54A pesquisa mostra isso já, né?
43:59As pessoas querem definição.
44:02E do meio, a pessoa quer do meio, parece que é o quê?
44:05Não tem definição, né?
44:06Não sabe que jogo que joga.
44:08Então, as pessoas buscam definição.
44:12A pessoa que fala, não, eu sou desse lado, né?
44:14Ou de outro, né?
44:16É assim que eu penso.
44:17Mas, pensando eu, minha opinião, no contexto atual, pensando que está muito radicalizado,
44:27essa questão de procurar alguém que seja mais do meio é mais interessante.
44:32Ô, Bia, posso fazer só um lado?
44:33Claro, isso que eu tenho um dado importante.
44:37No nosso instituto, a gente faz muita pesquisa qualitativa.
44:39E um dos nossos clientes nos pediu para analisar mais de perto a extrema-direita brasileira.
44:45E é muito interessante quando você acompanha as pessoas que estão, assim, mais radicalizadas,
44:50que o ódio maior delas não é a esquerda.
44:53O ódio maior delas é o centro.
44:57O ódio maior delas, inclusive elas costumam muitas vezes falar com uma passagem da Bíblia, né?
45:03Que é o morno, eu os vomitarei.
45:05Interessante.
45:06Por quê?
45:07Porque o ódio é o que arrasta.
45:10Enquanto houver Bolsonaro, haverá Lula.
45:12Enquanto houver Lula, haverá Bolsonaro.
45:13Se surge um ratinho júnior e que, de repente, aí nós estamos com um problema.
45:19Sim.
45:19Entendeu?
45:20Então, assim, o ódio maior não é nem o outro.
45:24É o caminho do meio.
45:25É, né, Alessandra?
45:25Exatamente.
45:26Isso, então, vem de encontro que eu tinha acabado de dizer.
45:32Olhando e falando e ouvindo as pessoas,
45:36eu percebo exatamente isso que você acabou de dizer.
45:39Agora, vamos pensar como é que cai quando a pessoa comete um erro
45:42e depois tenta ali consertar ou pedir desculpa.
45:46Isso aconteceu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
45:49E ele mesmo disse durante essa semana, inclusive,
45:51que ele está sofrendo ali uma espécie de campanha
45:54para tentar acabar com a imagem dele.
45:57E isso porque tem diversos embates, como a gente comentou durante o programa,
46:00entre ele e o governo federal.
46:02Embate de inserção de organização criminosa dentro dos casos de intoxicação por metanol.
46:08Embate agora na MP do IOF.
46:11E essa semana, justamente falando do metanol,
46:14ele acabou se metendo ali numa enrascada sobre o caso de contaminação.
46:17e fez uma fala que ficou um pouco polêmica.
46:21Vamos acompanhar.
46:22Eu fabrico as bebidas mais famosas, que são objetos de falsificação.
46:26Jack Daniels, Johnny Walker.
46:28Enfim, todas essas bebidas que são objetos de falsificação.
46:33Não vou me aventurar aqui nessa área que não é minha praia.
46:36No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar.
46:40Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto, né?
46:48O governador depois pediu desculpas.
46:50Ele tentou fazer uma brincadeira ali com Coca-Cola
46:52porque o governador não bebe, não consome bebidas alcoólicas
46:56e é famoso ali nos bastidores por consumir apenas Coca-Cola.
46:59Mas pegou mal e ele acabou se desculpando.
47:01A gente também tem esse trecho.
47:04Errei.
47:05Ontem, ao prestar contas das ações do governo do estado
47:08no âmbito da crise do metanol,
47:09no momento em que falávamos das várias medidas que estamos tomando,
47:13como o convênio com o setor privado para o combate à falsificação,
47:16as proposições legislativas que pretendemos apresentar,
47:20a destruição de bebidas de origem duvidosa em estoque,
47:23o aperfeiçoamento da logística reversa das garrafas,
47:26o programa de qualidade para distribuidores e comerciantes,
47:29a suspensão das inscrições na fazenda,
47:32acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva
47:35que foi muito mal interpretada
47:36e que, de fato, não cabia naquele momento
47:39em face da gravidade do que vem acontecendo.
47:42E é por isso que eu peço perdão.
47:44Perdão às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos,
47:47aos comerciantes que estão vendo seus negócios sofrerem,
47:50aos que dão duro,
47:51ao público que quer uma ação firme do estado,
47:54que quer segurança.
47:56Não tenho compromisso com eu.
47:58Nosso compromisso é com as pessoas,
47:59é resolver a crise,
48:00é dar tranquilidade às famílias.
48:02Não é a primeira vez que eu venho aqui pedir desculpas.
48:05Não será a última.
48:07Vou voltar para a Alessandra,
48:08para ela comentar com a gente.
48:10É o efeito disso mesmo, né?
48:11De cometer um erro e pedir desculpas.
48:13Isso já é pensado lá na frente?
48:15Isso cai bem para a população no geral?
48:17Como que a gente pode analisar um movimento como esse,
48:20que foi feito pelo governador?
48:21Olha, psicologicamente dizendo, né?
48:25Toda pessoa que...
48:27Claro, você tem a segunda chance,
48:28você tem como pedir desculpas,
48:30mas psicologicamente fica na cabeça da pessoa,
48:34na mente da pessoa,
48:35que ele errou.
48:37E, geralmente, a população não esquece,
48:41fica lá guardado, né?
48:43Lembra do que ele disse,
48:45não é a primeira vez, né?
48:46Já teve outras vezes.
48:48Então, é um tanto complicado.
48:51Alguém que fala, pede desculpa,
48:53mas a pessoa não esquece.
48:55Agora, Lisiane,
48:56faz sentido isso que o governador disse,
48:58que ele vem sendo alvo de
49:00uma tentativa de desmonte de reputação?
49:03Porque a esquerda, de modo geral,
49:06tem usado esses deslizes,
49:08usou ali alguns incertos,
49:09comparando com o ex-presidente Jair Bolsonaro,
49:11tem dito também que ele está
49:13em temas mais nacionais do que temas de São Paulo,
49:16enfim, vem tentando criticar.
49:18Faz sentido essa narrativa?
49:19Faz, faz sentido.
49:21É um jogo político.
49:22É um jogo político que a gente vê todo ano, né?
49:25O que me chama a atenção
49:27dessa história do Tarcísio
49:28é como as pessoas conseguem tirar o foco,
49:33uma fala isolada ali do governador,
49:36conseguem tirar o foco de uma coisa tão grave
49:38que é a questão do metanol em São Paulo.
49:40Então, fica todo mundo agora falando
49:42da questão do perdão, né?
49:44do pedido de perdão do Tarcísio,
49:46tudo mais,
49:47e esquecem o foco principal do problema.
49:50Ainda temos pessoas hospitalizadas,
49:53ainda temos pessoas falecendo,
49:55e a questão não está resolvida aqui,
49:58mas jogam em cima,
50:01deslocam algumas falas do governador
50:04e acabam abafando o verdadeiro problema
50:07que é a crise do metanol,
50:09o problema do metanol, né?
50:11Vejo, sim, como uma pauta ali levantada,
50:14inclusive pela esquerda, né?
50:16Para desarmar ali um possível candidato,
50:19que é o Tarcísio, né?
50:20Ellen, como que você vê isso politicamente?
50:23Politicamente, é sempre bom a gente olhar para o contexto.
50:25O Tarcísio já fez um errei antes
50:27em relação às câmeras que são usadas
50:30nos policiais militares,
50:31e foi um errei que pegou super bem para o Tarcísio, né?
50:34Foi um errei que, naquele momento,
50:36colocava ao centro.
50:38Qual é a diferença desse exato momento?
50:41A diferença é um Tarcísio que,
50:43por uma série de circunstâncias,
50:45veio se enfraquecendo, né?
50:48Veio se enfraquecendo.
50:49E faz uma brincadeira,
50:51quando a gente está lidando com um quadro de mortes,
50:52quando a gente está lidando com um quadro de mortes
50:54e com um quadro gravíssimo para a economia.
50:57A gente está falando de uma indústria
50:59que tem um setor de bares e restaurantes, né?
51:02Fora a própria indústria da bebida,
51:04empregabilidade.
51:06Então, veio num contexto de
51:09aquela radicalização da Paulista,
51:12falar no início ali uma posição a favor do tarifácio,
51:16volta atrás, pede desculpas.
51:17Então, assim, o contexto é importante, né?
51:21Ele só pega tão mal porque a gente está num contexto
51:23muito diferente aqui nesse momento em que ele faz esta fala.
51:27E, de fato, Tarcísio sentiu.
51:29Sentiu essa semana com a pesquisa da Quest,
51:32sentiu essa semana com cobranças que são factíveis,
51:35porque, afinal de contas,
51:36todo esse caso do metanol sai do estado de São Paulo
51:39e é responsabilidade da esfera estadual fazer essa fiscalização.
51:43Então, há um erro, há um problema nesse setor.
51:47Ele está num momento, mostra isso claramente,
51:50e o errei vem mostrar isso,
51:52que, assim, preciso correr atrás do prejuízo
51:54que foi esse último mês.
51:56E, falando do metanol,
51:58seguem crescendo os casos e mortes também
52:00por intoxicação em São Paulo.
52:03As investigações continuam em várias partes do país.
52:06E o brasileiro continua com medo.
52:08As autoridades de saúde aceleram a compra de medicamentos
52:12e divulgam também orientações
52:15para evitar novos casos, novas contaminações.
52:19Os consumidores evitam bebidas destiladas,
52:21que são o alvo das adulterações.
52:24E os bares estão até deixando nas portas notas fiscais
52:27para mostrar aos clientes que as bebidas são originais
52:30e sem risco de contaminação.
52:32Essa crise, a gente fala que é de saúde, de segurança,
52:34mas é também econômica, né, Nathalie?
52:36Sem sombra de dúvida, eu cheguei a participar
52:39um pouquinho antes da pandemia, né,
52:40no período ali de 2016 a 2020,
52:43que a gente avaliou no estudo da FIA,
52:46que, na verdade, o que nós temos, né?
52:48A gente tem uma baita ali de uma irregularidade
52:50dessas bebidas em termos de sonegação.
52:53Então, nesse período aí de 2016 a 2020,
52:56só para vocês terem ideia, tá?
52:57Praticamente 91% dessas irregularidades
53:01se baseiam basicamente na sonegação.
53:03E muitos aí produtores, né,
53:05toda a indústria, toda a cadeia
53:07que tem se, dada a repercussão,
53:09tem se posicionado,
53:11diz exatamente isso.
53:12Falta um sistema de rastreabilidade,
53:14falta mais um acompanhamento
53:16desde a produção até o envase, né?
53:19E sempre deixando muito claro, né,
53:21essas bebidas, né,
53:22os soft drinks não fazem o uso de metanol, né?
53:25Embora não seja a minha área específica,
53:27mas é importante sempre esclarecer.
53:28Então, o foco, né, do metanol
53:30são essas bebidas destiladas,
53:31as bebidas alcoólicas.
53:33Mas as duas indústrias sofrem com o mesmo problema,
53:36a irregularidade e a grande sonegação fiscal.
53:39Nathalie, medidas como o governador aqui de São Paulo
53:41diz que quer, por exemplo,
53:42cancelar as inscrições dos estabelecimentos
53:45que venderam justamente como punição
53:47ou para mostrar mesmo,
53:48funciona isso?
53:49É efetivo?
53:50Até certo ponto, né?
53:52A gente tem todo o envase,
53:53toda a bebida, por exemplo,
53:55ela tem um certificado, um selo, né?
53:57E esse selo, ele é pago
53:59para garantir que o que está dentro daquela bebida
54:01paga um determinado valor de imposto.
54:04Vamos colocar dessa maneira.
54:05O que muitas vezes é feito
54:06é que se troca esse tipo de selo
54:09dizendo que é um outro tipo de bebida
54:11para reduzir o quê?
54:13Para reduzir o valor a ser pago de imposto.
54:15Então, pode existir esse tipo de problema.
54:17E a partir do momento que você cancela
54:20essa inscrição,
54:21você não permite que haja esse tipo de selo.
54:24Por outro lado,
54:25você incentiva cada vez mais
54:26as bebidas clandestinas.
54:28Então, você começa partindo muito mais do ilícito
54:31do que a punição,
54:32ela deixa de ser exemplar nesse aspecto, tá?
54:35Então, tem que olhar essas duas frentes.
54:38Agora, a gente tem um minutinho para fechar.
54:39Eu vou chamar a Alessandra rapidamente
54:41para dar uma dica aí.
54:43Como é que as pessoas vão se comportar
54:44mais um fim de semana agora
54:45com essas contaminações?
54:47Tem que trocar mesmo deste lado pela cerveja?
54:50As pessoas costumam seguir essas orientações, Alessandra?
54:53Olha, eu acredito que o pessoal está com medo agora.
54:56E, realmente, a sugestão, a dica
54:59é que beba outras bebidas,
55:02que não sejam destiladas, né?
55:04Então...
55:05Uma cocô no chá.
55:06Isso.
55:06Eu acredito que sim.
55:08É melhor mesmo, né?
55:10É melhor.
55:10E a gente lembra também dos sintomas
55:12com náuseas, dores abdominais,
55:15dores de cabeça muito fortes.
55:16Os médicos afirmam, né?
55:18Que é necessário procurar
55:19uma unidade básica de saúde,
55:21um hospital,
55:22logo no início desses sintomas
55:23que são muito parecidos
55:24com uma ressaca normal.
55:26Então, atenção, a gente deixa o recado.
55:28Eu agradeço muito também
55:29a presença aqui das meninas
55:31na nossa bancada feminina
55:33do Linha de Frente
55:34todos os sábados às 18 horas.
55:36Eu agradeço desde já a companhia de vocês
55:38e já convido para sábado que vem.
55:41Muito obrigada a todos.
55:42A opinião dos nossos comentaristas
55:46não reflete necessariamente
55:48a opinião do Grupo Jovem Pan
55:50de Comunicação.
55:55Realização Jovem Pan
55:57Jovem Pan
55:58Jovem Pan
55:59Jovem Pan
56:00Jovem Pan
56:00Jovem Pan
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