O mercado financeiro brasileiro enfrentou um dia de turbulência nesta terça-feira (07), com o dólar subindo para R$ 5,35 e o Ibovespa caindo 1,57%, atingindo 141.356 pontos. A instabilidade foi impulsionada por tensões em torno da medida provisória que aumenta a tributação sobre investimentos, aprovada pela comissão especial do Congresso após negociação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Alan Ghani analisou. Comentarista: Alan Ghani
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00:00O dólar fechou o último pregão em alta de 0,75% cotado a R$ 5,35 com o mercado acompanhando declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre políticas fiscais e de olho também na votação da MP do IOF.
00:19Vamos acompanhar um trecho da declaração do ministro.
00:21A gente tem feito bloqueios de verbas muitas vezes, nós temos feito contingenciamentos muitas vezes para buscar resultados fiscais melhores para o Brasil.
00:34E nós vamos entregar um resultado fiscal muito melhor do que o que foi recebido, o que foi entregue pelos dois governos anteriores.
00:43Vamos entregar uma inflação mais baixa, vamos entregar um desemprego mais baixo e vamos entregar um crescimento maior.
00:51Então, o objetivo da pauta econômica é esse, olhar para esses indicadores.
00:57E agora eu vou somar um que pouco economista fala, mas é um dos meus prediletos, que é a questão da desigualdade.
01:04Nós vamos também entregar um país menos desigual.
01:09Deixa eu chamar o Alan Gani, então, que está nos estúdios aqui da Jovem Pan, para a gente repercutir um pouco a fala do ministro.
01:14Não é a primeira vez, né, Gani, que o ministro da Fazenda fala que vai entregar um dos melhores resultados fiscais dos últimos anos, dos últimos governos também.
01:21Mas nos parece aqui, e é assunto de bastidor nosso aqui já com a Alan Gani aqui nos estúdios do Jornal da Manhã,
01:27que o mercado financeiro, os investidores, não viram com muitos bons olhos a fala do ministro de ontem.
01:33O que aconteceu?
01:34Exatamente. Bom dia, Paula. Bom dia, Nonato. Bom dia a toda a nossa audiência.
01:37Esse papo de comparar ao passado não cola mais, até porque a situação era bem diferente no governo Temer.
01:43O Temer pegou o país quebrado, que veio ali do governo Dilma, duas quedas consecutivas de PIB de uma magnitude de pandemia, sem ter tido uma pandemia.
01:54Durante o governo Bolsonaro teve a pandemia.
01:57Então, é uma situação fiscal que era bem diferente da situação que é hoje.
02:02O governo Lula pegou um país muito mais arrumado, tanto é que o governo Bolsonaro entregou com superávit primário em 2022.
02:11O ponto é que há uma grande desconfiança em relação à parte fiscal.
02:16E no dia de ontem, especificamente, porque o ministro Fernando Haddad deu uma declaração dizendo que poderá vir aí isenção para as tarifas de ônibus em 136 municípios aqui do Brasil,
02:32incluindo São Paulo e Brasília, tanto nos domingos, também nos feriados.
02:38E isso, evidentemente, que custa, né?
02:41Para você fazer ali o ônibus andar, você precisa do motorista, você precisa colocar combustível.
02:47Então, quem é que vai pagar essa conta?
02:49Quem vai pagar, evidentemente, é o contribuinte.
02:52Isso tem impacto nas contas públicas, por isso que o mercado, no dia de ontem, reagiu mal.
02:58O que é reagir mal? É dólar para cima e bolsa para baixo.
03:01Ô Gani, se ele tivesse parado ali naquela história de que vamos ter um bom crescimento,
03:05a expectativa é boa para fechar esse governo, talvez o cenário tivesse sido outro,
03:11porque o que a gente percebe é que o mercado também funciona muito à base de frases, né?
03:15O cidadão colocou uma frase de um jeito ruim, o mercado entra em polvorosa.
03:19Se ele falar uma coisa linda, o mercado fica sorrindo para ele também, não é?
03:23Eu tenho uma frase para isso, o mercado é temperamental.
03:26É, pois é, esse mercado.
03:28Meio bipolar esse mercado, né?
03:29Não te parece isso? Porque aí vem a história das passagens, né?
03:34É, então, na verdade, exatamente esse é o ponto.
03:37Quer dizer, se ele não tivesse falado nada sobre as passagens,
03:41talvez o dia de ontem seria mais ameno.
03:45Agora, como ele deu uma declaração muito importante do lado fiscal,
03:50a interpretação do mercado foi de que o ano que vem vai vir mais gastos públicos.
03:55É passagem, é gás, é isenção do IR, e aí?
03:59E qual que é a medida de arrecadação para compensar todos esses gastos públicos, né?
04:05Ou corte de gastos? Não tem, né?
04:07Então, na verdade, está tendo aqui uma elevação do gasto público,
04:12e isso vai elevar o endividamento que pressiona a taxa de juros.
04:16E aí, pressionando a taxa de juros, acaba a Bolsa indo para baixo, Roberto Nonato.
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